À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 34
Viagem de Volta


Notas iniciais do capítulo

Oi, xuxus!

AH EU TÔ MUITO ANSIOSA PARA ELES VOLTAREM! FINALMENTE CHEGOU O DIA SURTEM COMIGO AAAAA

Boa leitura! :BB



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Dessa vez, resolvi tocar a campainha da casa de Castiel e esperamos ali, em silêncio. Logo, ele veio nos atender.

— Que cara de enterro são essas? — questionou enquanto entrávamos.

— Quem foi enterrado? — Tentei brincar, indo para a cozinha.

— Eu é que pergunto. — Castiel soou curioso.

Íris estava escrevendo em umas folhas na mesa de jantar, e me olhou quando cheguei perto.

— Eu também quero saber quem foi enterrado — disse com um sorrisinho.

— Ninguém, seus bobocas. — Me sentei ao lado dela. — Só... estamos um pouco desanimados por ter que voltar — sussurrei para ela.

— Ah... Entendi.

Naquele momento em que percebi que a mesa tinha muito mais papeis dos que os que Íris estava mexendo. Castiel se sentou do outro lado dela e voltou a lê-los.

— O que estão fazendo?

— Eu estou fazendo observações sobre as minhas alunas, pois tinha esquecido de fazer ontem. — Íris explicou.

— Eu estou fazendo um relatório para o trabalho. — Castiel falou.

Os observei, vendo como combinavam. — Vocês estão tão fofinhos trabalhando juntos.

Eles trocaram olhares rápidos e Castiel riu. — O que você está querendo?

— Nada, só quis dizer.

— Ah, Helô, seu diário está ali em cima. — Apontou para a ilha. — Você esqueceu aqui no outro dia.

— Nossa, esqueci mesmo. — Fui pegá-lo e voltei. — Cadê o Nathaniel? — Olhei ao redor e não o vi.

— Na sala de música — respondeu Castiel sem me olhar.

Levantei e fui até lá, encontrando o loiro sentado no piano, tocando uma tecla ou outra, com o cotovelo esquerdo apoiado na parte de cima do instrumento. Me aproximei e me sentei ao seu lado, o fazendo arrumar a postura e me encarar.

— O que foi?

— Nada — respondeu, e observou o teclado. — Estava só... me despedindo.

— Sério, não faz isso comigo — choraminguei de brincadeira.

— Fazer o quê?

— Isso o que está fazendo. — Apoiei o braço direito em suas costas e mexi em seu cabelo. — Se continuar fazendo essa cara de depressão serei obrigada a te deixar aqui.

Ele sorriu, ainda tristonho. — Eu sei que não pode fazer isso.

— Mas se pudesse, faria... Por que exatamente você está desanimado?

Nathaniel deslizou os dedos pelas teclas, sem tocá-las, pensando. — Não sei.

— Você trabalha com os sentimentos das pessoas, mas não sabe dizer o que sente? — brinquei, tirando um sorrisinho dele. — Que péssimo psicólogo você é.

— Só porque sei lidar com os sentimentos alheios, não significa que sei lidar com os meus — disse, divertido. — Há todo um trabalho psicológico para me entender, e nem sempre gosto de fazer tal esforço.

— Ah, que besteira, menino. Vai, deixa eu tentar adivinhar... Você está triste porque no passado não há televisão, nem programas de competição culinária, não há tantos tipos de doces processados no mercado, não tem chuveiros elétricos...

Ele começou a rir. — Hm, continue.

— É... Também não tem carros, nem geladeiras e a camisinha não é fina.

Riu mais ainda e balançou a cabeça em negação.  — Não sabia que a lista era tão grande assim.

— Para você ver como eu consigo ler sua mente. — Dei uma cutucada em sua cabeça com o dedo.

— Entendi... Mais alguma coisa?

— Não que eu me lembre.

— Acho que esqueceu o principal. — Desviou o olhar para o piano.

— O quê?

Então, Nathaniel começou a tocar uma música que eu desconhecia. — Voltar para o meu tempo significa que o dia em que você voltar para cá sozinha está cada vez mais próximo.

Agora você me deixou sem palavras...

Senti o rosto esquentar um pouco, entretanto, não consegui deixar de encará-lo. — Eu... também vou sentir sua falta.

Ele deu um pequeno sorriso, e eu deitei em seu ombro, ainda mexendo em seu cabelo.  Deixei a música encher meus ouvidos, tentando memorizá-la juntamente com a sensação de ter Nathaniel ao meu lado. Era algo que eu não teria de novo aqui.

De repente, ouvimos toques na porta.

— Heloise? Está na hora. — Castiel anunciou.

Suspirei, me erguendo. — Já vamos.

Nathaniel parou de tocar e me olhou. — Chegou o momento.

— É... Vamos. — Estendi a mão e ele a pegou. Levantamos e fomos para a garagem.

Castiel estava ligando os equipamentos e Íris verificando o painel na cabine.

— Íris... — Peguei minhas chaves e me aproximei. — Toma, daqui a uns dois dias, você pode ir até minha casa ver como meus gatos estão?

— Claro. — As pegou. — De quanto em quanto tempo preciso ir lá?

— A cada dois dias está ótimo. Se quiser, te pago depois por ter que limpar a areia deles. — Sorri.

— Talvez eu cobre — brincou. — Não se preocupe, eles estarão em mãos capazes.

— Não tenho dúvidas disso. Obrigada.

— Eu coloquei outra máscara de oxigênio. — Castiel avisou, abrindo a porta da cabine. — Não quero ninguém morrendo por falta de ar.

— Olha só, quer dizer que trabalhou no fim de semana! — Enchi seu saco e ele revirou os olhos.

— É, te fiz esse favor. Eu sei que você deixou ele usar a máscara na vinda para cá.

— Sabe como?

Ele me lançou um olhar de “é óbvio”. — Como se eu não te conhecesse.

— Você pensa nos outros antes de pensar em si. — Íris falou. — É isso o que ele está dizendo.

— Ah...

— Hora da despedida, pessoas.

Dei um abraço em Íris e em Castiel, e Nathaniel também, dando um aperto de mãos no moreno.

— Acho que... não nos veremos de novo. Então... foi um prazer conhecê-los — disse aos dois.

— Igualmente, senhor. — Íris sorriu.

Entrei na cabine e estendi a mão para o loiro. O ajudei a entrar e ficamos espremidos um de frente para o outro. Puxei a máscara para ele, e coloquei a minha.

— Vê se acha a Adeline dessa vez. — Castiel deu o sorriso irônico dele.

— Vou procurá-la até debaixo da terra.

— Boa viagem! — Íris desejou. — E tomem cuidado.

— Pode deixar.

Castiel fechou a porta. A luz apagou por um segundo, já retornando ao mesmo tempo que sentia a energia fluindo. Alguns fios de cabelo se ergueram com a estática.

— Creio que eu nunca me acostumaria com isso — comentou Nathaniel.

— Acho que eu também não.

A cabine começou a tremer, e da mesma forma que antes, a abertura da porta deixou entrar luzes coloridas que passavam rapidamente. A tensão que emitíamos era grande. Segurei a mão de Nathaniel, esperando que aquilo acabasse logo.

Sentimos o baque no chão e a vimos a escuridão que estava do lado de fora. Tiramos nossas máscaras e abri a porta, dando de cara com algumas árvores.

— Ok, deu certo. — Saí de dentro, seguido do outro.

— Como assim “deu certo”? Tinham chances de dar errado?

— Sempre tem chances de dar errado. — Fechei a cabine e liguei a lanterna do celular.

Comecei a andar em linha reta e Nathaniel ficou ao meu lado.

— Feliz por estar em casa? — questionei baixo.

— Não tanto quanto achei que estaria — sussurrou.

Depois de mais um pouco de caminhada, chegamos à rua pouco iluminada. Seguimos em silêncio. Em uma esquina, paramos de andar, já que Nathaniel teria que ir para a direita.

— Não quer que eu te acompanhe? — Ele perguntou.

— Não, não precisa. Eu vou rapidinho.

— Tem certeza? É perigoso.

— Não é perigoso para mim. — Dei um sorriso convencido.

Nathaniel sorriu. — Tudo bem, mas vá rápido. Nada de socar homens bêbados por aí.

— Pode deixar. — Me aproximei e dei um beijo em sua bochecha.

— É... — sussurrou, ainda com nossos rostos perto. — Quer mesmo terminar o desenho essa semana?

— Claro. Quando você quiser.

Concordou, com um sorriso mínimo. — Amanhã, talvez?

— Tão já? — Sorri.

Ele deu de ombros. — A menos que esteja ocupada.

— Não estarei ocupada, mas só irei se tiver um belo jantar à minha espera.

— Claro. — Deu risada. — Como quiser.

— Então irei. Que horas?

— As seis da tarde?

— Pode ser.

— Então combinado.

Concordei e Nathaniel se aproximou mais. Meu coração deu um pulo, e ele depositou um beijo em meu rosto. — Boa noite. — E se afastou.

— Boa... noite. — Tratei de começar a andar antes que ele percebesse meu nervoso.

Antes de virar a esquina, me virei e o vi me olhando, vendo se até ali eu estava bem. Acenamos um para o outro e virei a rua.

Suspirei, já imaginando como seria o dia de amanhã. Nem notei que havia uma pessoa ou outra andando na rua. De repente, percebi passos atrás de mim e olhei para trás, achando que poderia ser Nathaniel resolvendo me acompanhar. Mas não era.

O homem que andava atrás de mim me encarava de forma assustadora.

Me virei para frente e comecei a andar mais rápido, e quando percebi, um outro homem, que estava na calçada do outro lado da rua veio em minha direção.

Oh meu Deus...

— Meu doce, me perdoe pela demora. — O homem vindo disse, de repente e parou na minha frente, pegando minhas mãos. — Eu sei que devia ter te buscado, mas me atrasei. — Ele fez uma cara de precaução, dando uma olhada para trás de mim.

O homem que antes me seguia, passou para o outro lado da rua e seguiu reto.

— Acho que funcionou. — O rapaz deu um pequeno sorriso ao me soltar. — Estava sendo seguida, não estava?

— E-eu acho que sim. — Percebi minhas mãos tremendo. — Obrigada por ter percebido.

— Aceito seu agradecimento se me ajudar a achar um hotel.

— C-claro, eu estou indo para uma pensão. Vamos lá.


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Notas finais do capítulo

EU QUERO ABRAÇAR E PROTEGER O NATHANIEL DE TUDO E DE TODOS, NÃO SOU A ÚNICA NÃO É? ಥ_ಥ

Quem gelou muito nesse finalzinho? Foi um carinho (com a última cena dos dois) e um baita de um tapão pelo medo, depois.

Mas felizmente, o moço estava por perto e percebeu! Mas bom, acho que a Lolo conseguiria se defender, pelo menos o suficiente para chegar até a pensão.

Mas enfim, gostaram? Agora a ansiedade é para irmos a casa do Nathaniel terminar o desenho sahsuhhs vocês nunca ficam em paz xD

Espero que tenham gostado e por favor, deixem suas opiniões, vou adorar saber o que acharam!

Nos vemos quarta-feira ♥



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