À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 30
Baladinha


Notas iniciais do capítulo

Oláá, pessoinhas!

Ansiosos para ver como nosso querido Nathaniel vai reagir a balada? xD

Boa leitura!



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— O que é uma... balada? — Nathaniel perguntou baixo no meu ouvido.

— É... uma festa. Como um baile. Só que... um pouco diferente.

— Diferente como?

— Você vai ver. Mas olha, se você não gostar, pode me dizer e nós vamos embora, tá?

— Tudo bem — respondeu um tanto desconfiado.

Pouco tempo depois, Eric voltou com as outras duas pulseiras e nos entregou. Prendi a minha e ajudei Nathaniel com a dele, e pudemos entrar sem precisar ficar na fila. Claro que o lugar estava cheio, mas não tanto quanto eu achei que estaria.

A música eletrônica bombava no lugar, fazendo até o chão vibrar. Fazia muito tempo que eu não entrava em uma boate, já que conforme ia envelhecendo, ia achando que aqueles lugares não tinham mais graça. Mas até que, estando ali, percebi que sentia um pouco falta da animação que aquelas batidas proporcionavam.

Enquanto seguia Castiel, Íris e Eric, olhei para trás, me certificando de que Nathaniel ainda estava ali, e realmente estava, felizmente, porém, parecia incomodado em como o lugar estava cheio. E para não arriscar, segurei sua mão para que ele não se perdesse.

Eric guiou o caminho até o balcão do bar, e assim que paramos, falou algo com um dos barmans que estava ali, e ele prontamente colocou cinco pequenos copos e encheu com um liquido caramelo.

— À nossa vida de adulto. — Eric quase berrou, erguendo seu copo.

Eita, Deus...

Peguei os dois copos que sobraram, depois do casal e entreguei um a Nathaniel. Fiz um brinde sem encostar no copo dos outros e virei o liquido de uma vez na boca, fazendo uma careta com a queimação descendo pela garganta.

Nathaniel viu minha expressão e encarou a bebida, ponderando se devia beber ou não.

— Se não quiser, não precisa beber. — Fiz menção de pegar o copo, mas ele negou. — Então toma de uma vez, é menos pior.

Ele suspirou rapidamente e virou o copo, tossindo em seguida. Peguei o copo dele e deixei no balcão junto do meu, dando risada.

— Que bebida é essa? — Ele questionou, ainda com o cenho franzido.

— Tequila. Provavelmente nunca tomou, não é?

— Não que eu me lembre. Em toda minha vida, só tomei vinho e whisky.

— Bom, whisky é forte, mas duvido que você tenha dado um gole desses de uma vez.

Ele riu. — É, não mesmo... — Olhou ao redor. — Então... o que se faz aqui?

— Basicamente... dança. Também podemos arranjar amigos, beijar pessoas aleatórias, ou até conseguir amores para a vida. Muitas coisas.

— Você beija pessoas aleatórias? — indagou, surpreso.

— Eu não! Estou dizendo o que os outros fazem.

— Ah...

Comecei a me mexer graças ao ritmo animado da música. Tentei ver onde o casalzinho estava, que já tinham sumido, igual Eric. Resolvi pedir algo ao barman, para sair de vez daquele canto.

— Dois Blood Marys, por favor! — gritei para o cara, que acenou e começou a trabalhar. Logo me entregou os dois copos. — Obrigada!

Dei um a Nathaniel e fiz um brinde, tomando um bom gole da bebida. Ele provou e pareceu gostar, pelo menos mais do que a tequila. O puxei de lá, indo para um lugar um pouco menos cheio, ao lado da pista de dança, enquanto mexia o corpo. Dancei no mesmo lugar, sob o olhar divertido do loiro.

— Vai, mexe esse corpo!

— Você já está alterada pela bebida, por acaso? — Ele achou graça.

— Claro que não! Eu sou muito resistente ao álcool. E você é?

— Resistente a álcool? Não sei, nunca passei dos limites. Você já?

— Uma vez. Mas não foi nada demais, só fiquei muito feliz e depois dormi mais de doze horas.

— Caramba... Deve ter sido engraçado.

— Provavelmente. Se quiser saber mais, é só perguntar a Íris, ela ficou perto o tempo todo. Acho que até tem fotos desse dia.

Nathaniel afirmou, divertido. — Acho que estou acostumando um pouco com esse tipo de música.

— Uma hora você acostuma. Deve ser difícil para um ouvido acostumado com música clássica ouvir um barulho estranho desses.

Ele riu. — Sim, é.

Uma batida conhecida começou a tocar.

Time goes by so slowly. Time goes by so slowly. Time goes by so slowly…

Every little thing that you say or do. I’m hung up, I’m hung up on you. Waiting for your call, baby night and day, I’m fed up, I’m tired of waiting on you! — cantei, dançando e tomando cuidado para não derrubar meu drink.

Continuamos ali mesmo, com Nathaniel só rindo das minhas palhaçadas, pedindo outra bebida e depois mais duas cervejas. Estava só vendo o loiro se animando mais com o ritmo do lugar e aproveitava para fazê-lo dançar, ou tentar.

— Acho que já passei dos limites. — Ele negou outra cerveja que eu ofereci.

— Passou? Você nem está falando besteira ainda — brinquei, dando um gole da minha garrafa.

— Por que eu falaria besteira?

— Normalmente pessoas meio bêbadas falam besteira.

— Não estou bêbado.

É, bom, nisso tenho que concordar. — Então tá.

Enquanto dava outro gole, meus olhos pararam em um grupo que estava próximo da parede, e notei que um dos homens olhava em minha direção, também segurando uma garrafa de cerveja. Desviei o olhar, envergonhada, mas é aquela coisa. Parece que quando você não quer ficar olhando, é aí que você olha. Foi aí que meu coração gelou, vendo o rapaz vindo em minha direção.

Ai, merda.

— Parece que sua garrafa ficou vazia. — O cara falou quando chegou perto. — Posso te pagar outra?

— Só se você não bater bem da cabeça, já que estamos em um Open Bar — falei a primeira coisa que me veio à mente, ironizando.

Ele travou um segundo, e depois sorriu. — Então vou mudar minha frase. Posso te pegar outra cerveja?

— Só se você pegar para ele também. — Dei um leve aceno de cabeça para Nathaniel.

— Por mim, tudo bem. Vocês são amigos mesmo.

— Por que supõem que somos só amigos?

— Eu estava te olhando há um tempo e vocês nem se tocaram, então suponho com certeza.

— Você pode estar errado.

— Eu estou? — Me lançou um sorrisinho convencido, a lá Castiel, só que pior.

Olhei para Nathaniel, que parecia estranhar aquele papo, talvez se perguntando se eu conhecia aquele cara, já que ele chegou com tanta intimidade e estava tão perto.

— Sabe o que é? Eu estou o embebedando, porque ele é um pouco tímido, e assim que eu conseguir nós vamos para um lugar mais reservado.

O cara riu. — Sério mesmo? Precisa embebedar o cara para vocês fazerem algo? Sabe que não precisaria fazer isso comigo, né? — Se curvou um pouco mais em minha direção.

— Coisa fácil não tem graça, querido. — Sorri, me distanciando, pegando o braço de Nathaniel e o puxando dali.

— Se ficar frustrada, é só me procurar! — Ele berrou por cima da música, me fazendo revirar os olhos.

— Todos os homens são idiotas assim aqui? — Nathaniel questionou, irritado.

— Não, nem todos. — Paramos bem longe do sujeito. — Mas acontece.

— Ele não teve respeito nenhum por você. Não consigo acreditar que é isso o que nos espera no futuro.

— Infelizmente é, mas olha, não são todos, ainda existem homens que se salvam. — Tentei o acalmar. — E além disso, nós aprendemos como lidar com esse tipo.

Ele analisou meu rosto, como se ainda não estivesse convencido, mas também parecia confuso. Balançou a cabeça em um gesto de negação e desviou o olhar.

Suspirei. — Eu preciso dar um pulo no banheiro. Vem.

Procurei o banheiro com o loiro logo atrás. Localizei, e pelo menos a fila estava pequena.

— Me espera aqui. Não saia, viu?

— Claro.

Entrei, já pegando a fila. Demorou uns minutos, e pude usar o sanitário. Depois, lavei as mãos, ajeitei o cabelo e saí de novo, me deparando com uma cena engraçada. Uma moça estava na frente de Nathaniel, conversando com ele, parecendo bem alterada pela bebida. Observei de longe, querendo ver até onde aquilo iria.

Ela estava com uma garrafa na mão, e gesticulava enquanto falava, chegando cada vez mais perto, e ele recuando. A morena se apoiou com a mão no peito dele e chegou ainda mais perto. Como estava de salto, a diferença de altura não era tanta, o que a ajudou a aproximar seus rostos.

Nathaniel, Nathaniel... precisa aprender a se defender dessas oferecidas.

O loiro se afastou com um passo para trás, e nisso a morena segurou a mão dele e a colocou em sua cintura, ainda falando coisas. Eu estava começando a ficar inquieta, vendo aquilo sem que ele tomasse uma atitude mais firme.

Em passos curtos, cheguei perto, ficando ao lado dele. — Dá licença?

A morena me olhou. — Pois não?

Olha a audácia dessa... — Você não está vendo que ele é um perfeito cavalheiro que não quer ser rude em dizer que não te quer?

— Enquanto ele não dizer com todas as palavras que não me quer, eu não desistirei desse loirinho gostoso. — Tentou tocar o rosto dele, mas segurei sua mão, ficando entre os dois.

— Esse loirinho gostoso está comigo, ou o álcool matou seus neurônios e você não percebeu ainda?

Ela olhou para Nathaniel atrás de mim, querendo a palavra dele. Suspirei e o olhei também, com impaciência.

— E-eu estou com ela. — Ele pareceu intimidado com meu olhar.

— Está bom para você? — A encarei.

A mulher bufou e finalmente saiu andando.

— Uma coisa para você colocar na sua lista do futuro. Ser sutil na maioria das vezes não funciona. — Me virei de frente para ele. — Em ambientes hostis como esse, as pessoas são promíscuas, então se você não quer nada com elas, precisa ser claro. Entendeu?

Nathaniel me olhou um pouco amedrontado. — Por que você ficou brava?

— Porque eu odeio gente atirada. E eu não estou brava.

Seu cenho franziu, como se duvidasse de mim.

— Já deu de festa por hoje.

Saí andando em busca de Castiel e Íris, e assim que os encontrei, abraçados perto do bar, só falei que iria para casa. E apesar de estranhar, afirmaram e eu tratei de sair logo daquele lugar abafado. Assim que pisei na calçada, respirei aliviada o ar fresco. Acabei reconhecendo a silhueta que estava parada a alguns passos de distância da fachada da boate e fui até lá para me despedir e agradecer.

Ouvi os passos de Nathaniel atrás de mim antes que eu resolvesse me virar para ver se ele estava me acompanhando, então continuei andando.


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Notas finais do capítulo

Mas gente, o que acabou de acontecer? shaush

Bom, pelo menos o Nathaniel terá boas histórias para contar sobre o dia em que foi para a balada shaushu

Espero que tenham gostado de mais um capítulo! Nos vemos quarta o/



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