Luzes de New York - HIATO escrita por Chloe Less


Capítulo 2
Capítulo 1 - Rotina


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, como prometido, o capítulo do mês está aqui hahaha. Não prometo mais um esse mês, por causa das provas. Mas em julho vou tentar voltar aqui com ou um capítulo maior, ou mais de um capítulo.

Boa leitura xuxus



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Capítulo 1 - Rotina

Eu havia sido criada no mundo da moda, desde criança correndo pelo prédio da Swan Style, vendo os desenhos de mamãe antes que eles criassem vida, andando pelo backstage de desfiles com Renée.

E desde a faculdade eu fazia aquilo, via meus próprios desenhos criarem vida em uma passarela.

Mas a sensação era diferente a cada novo desfile, a cada novo evento. A emoção de ver um vestido meu em uma passarela ou em um tapete vermelho, em observar uma roupa desenhada por mim em uma vitrine, era indescritível.

Mamãe sempre dizia que enquanto meus olhos brilhassem por moda, eu estava no caminho certo. Enquanto eu continuasse enxergando o mundo com cores e tecidos, era porque a magia não havia ido embora.

A Swan Style esteve na Fashion Week de New York, na de Londres e Milão, e agora de volta a New York estávamos promovendo um desfile com a coleção primavera/verão.

Eu havia desenhado 3 dos 12 looks de passarela que seriam apresentados hoje, além de algumas peças das roupas que iriam para as lojas. Alice era a grande estrela dessa coleção, com 4 vestidos na passarela.

Me sentia feliz por ter uma das minhas melhores amigas trabalhando comigo e ainda mais feliz por ela ser tão incrível e criativa.

Depois de muita discussão com minha equipe de estilistas, a coleção de primavera/verão acabou sendo inspirada na década de 50.  

Passei pelos mais de 40 modelos em fila atrás da passarela, apenas esperando o horário para desfilar, checando caimentos e maquiagens.

Edward era o terceiro da fila, o cabelo sempre tão desordenado, hoje estava completamente alinhado, em um topete digno de um Teddy Boy*.

— Como estou, chefe? – perguntou com um sorrisinho.

Ele vestia um sobretudo cinza até o meio da coxa, de um tecido bem leve que poderia ser usado em uma dia de meia estação, uma gravata preta fina no estilo borboleta, meias brancas e sapatos pretos engraxados. Com certeza um Teddy Boy.

— Incrível como sempre – sorri roubando um beijo, controlando as mãos para não irem até seu cabelo e bagunça-lo.

Os modelos fizeram piadinhas ao fundo, liderados por Emmett, acostumados com nós dois no backstage.

— Bella, está na hora de você abrir o desfile – chamou Bree, a estagiária.

Ela estava na empresa a pouco tempo, começou como faxineira e depois havia conseguido um lugar como assistente geral da minha equipe de estilistas, ou estagiária como minha equipe a apelidou. Não sabia muito sobre sua vida, apenas que ela havia fugido de casa com o namorado músico e que era dedicada no que fazia.

— Obrigada, querida. Estou indo – falei e virando para os modelos. – Arrasem! Quero ver cara de perversidade.

Andei sob meus saltos até a ponta da passarela, dando sinal para arrumarem a iluminação.

— Sejam bem-vindos ao desfile de primavera/verão da Swan Style— falei com a voz firme. Flashes em minha direção – Designers feitos por Isabella Swan, Alice Brandon, Kate Denali, Amun Peori e Thomas Young. Apreciem.

Desci do palco e sentei na primeira fila, com Alice ao meu lado, que logo segurou a minha mão. Assim que me acomodei, Ready for the floor, do Hot Chip começou a tocar e as luzes foram modificadas novamente.

O primeiro modelo tinha sido desenhado por mim, um vestido vinho mangas ¾, na altura do joelho. A modelo parecia uma perfeita fotografia de uma mulher dos anos 50, com seu cabelo arrumado.

O vestido seguinte era de Alice, que apertou minha mão assim que o viu, um vestido digno de Anne Hepburn, ombro a ombro, estampado.

Quando Edward entrou na passarela meus olhos eram só dele, assim como os flashes. A postura, a firmeza de seus passos, o movimento de seus braços e a expressão em seu rosto. Tudo era esplendoroso, elegante. Edward havia nascido para aquilo e eu me orgulhava dele.

Depois de Edward os próximos modelos passaram mais rápido diante dos meus olhos, eu sempre ficava ansiosa demais com os primeiros looks, com medo de que algo desse errado.

Os looks que iam para as lojas vieram em seguida.

Calças, saias, vestidos, blusas.

Veludo, renda, cetim.

Preto, vinho, rosa, azul, amarelo.

Tudo milimetricamente projetado. De rabiscos e desenhos para corte e costura, e então ali estavam todas as criações a mostra para todos.

Cada peça enchia meu coração de orgulho, todo o trabalho havia válido a pena.

***

Logo após o desfile um coquetel foi servido, champagne e os melhores canapés de New York, indicados por Jasper.

Edward se juntou a mim assim que trocou de roupa, agora vestia uma calça de sarja e uma camisa preta, enquanto eu circulava pelo salão falando com a mídia e com tantos outros estilistas.

— Você é tão talentosa quanto a sua mãe – comentou Jordan Michael, o dono da Mitt Wedding.

Ele era um dos maiores nomes quando se falava em vestidos de casamento, tão importante quanto Vera Wang. Além de ter sido um dos amigos de faculdade de mamãe, e de ter desenhado o vestido dela de casamento.

Então esse elogio vindo dele encheu meu coração e me tirou por alguns instantes da realidade, me fazendo enxergar apenas o estilista que me viu crescer.

— Obrigada Jordi – agradeci sorrindo, segurando suas mãos.

— Diga a pequena Alice que ela também fez um trabalho incrível e que eu a perdoei por ter desenhado o seu vestido antes que eu pudesse fazê-lo – falou sem mágoas se referindo ao meu vestido de noiva.

— Que bom que já não restam mágoas – comentei rindo. – Ela fez um vestido esplêndido, não é?

— Fez sim – respondeu com um sorriso de canto. – Você deveria tomar cuidado, eu posso rouba-la de você.

— Ela não iria, mas eu vou dizer pra ela que você tentou – retruquei rindo. Edward com a mão na minha cintura apenas ria da nossa conversa.

— E você, Cullen, deveria aparecer no meu catálogo qualquer dia.

— Será um prazer, Jordan – sorriu Edward.

— Agora vão! Vou parar de monopoliza-los – nos expulsou Jordan.

— Apareça para o jantar qualquer dia! – convidei me despedindo.

— Eu irei – afirmou.

Nós continuamos circulando pelo local, até que as pessoas finalmente foram embora, deixando apenas os estilistas da SS, alguns modelos, Phil, que ia em poucos desfiles, Bree e a equipe do salão onde o desfile tinha acontecido.

— Vamos para um último brinde? – perguntou Phil e gesticulando em seguida para que trouxessem mais champagne.

— Desculpem, eu preciso ir – disse Bree se despedindo.

— Nem mais um brinde? Será rápido – tentei convencê-la.

— Diego tem um show hoje – se desculpou desanimada

— Bem, isso é ótimo! – comemorei. – Então nos vemos segunda.

Assim que Bree saiu os garçons vieram com novas taças e nós comemoramos, ninguém tinha bebido muito para não ficar alterado em frente a imprensa.

— Vamos, Isabella. O brinde é seu! – disse Phil

— Então vamos lá! – respondi rindo.

Olhei para cada uma daquelas pessoas, alguns trabalhavam desde a época dos meus pais, outros ganharam seus cargos junto comigo, mas todos ali amavam a SS. Todos haviam se esforçado por aquilo.

— Um brinde à melhor equipe existente. Um brinde aos melhores estilistas. Um brinde ao sucesso dessa coleção. Um brinde à Swan Style – disse levantando a taça e sendo acompanhada por todos. – Obrigada a cada um por todo o trabalho e dedicação, a Swan é um sucesso por causa de vocês!

***

Após comemorar com o pessoal, Alice, Emmett, Edward e eu fomos para o apartamento dos Mccarty, onde Jasper, Rosalie e Samantha nos esperavam.

Rosalie e Emmett haviam acabado de serem pais da pequena Sam, de quatro meses, por isso Rose não estava no desfile hoje. Ela havia sido uma mãe muito ativa, trabalhando até o último segundo, incluindo na coleção para grávidas que eu e Alice criamos por causa dela e agora estava aproveitando para curtir a filha e tentando voltar ao seu antigo corpo.

A pequena garota era o bebê mais lindo do mundo, com os cachos loiros da mãe e os olhos azuis do pai, além das covinhas. Com certeza a garotinha mais paparicada e amada de New York.

— Olá, vão lavar as mãos! – disse Rose assim que abrimos a porta.

Sam no colo de um Jasper com olhar de bobo, fazendo voz fina para falar com a bebê. Com certeza uma criança mimada.

Nós nos amontoamos no banheiro de serviço, menos Emmett que correu para o seu próprio banheiro, tomando a filha dos braços de Jazz antes que pudéssemos faze-lo primeiro.

— Ei, trapaceiro! – exclamei secando as mãos na calça.

— Não é justo. Você tem ela o tempo todo – falou Alice fazendo biquinho.

— Mas eu estava com saudades. Não é bebê do papai? – falou afinando a voz no fim da frase.

— Espero que ela passe a madrugada chorando e a Rose finja estar dormindo – desejou Alice.

— Eu sempre faço isso – confidenciou Rose em um tom baixo, como se fosse um segredo.

— E você acha que eu não sei? Você ronca quase tanto quanto eu, sei quando você tá acordada – devolveu Emm revirando os olhos.

— Eu não ronco! – exclamou Rose indignada.

— Ronca sim! – retrucamos eu, Alice e Emmett em uníssono.

— Teve aquela vez que você e o Emm brigaram, e você foi dormir lá em casa – lembrou Jasper. – Consegui escutar seu ronco da cozinha.

— E aquela vez que tive que dividir o hostel com vocês dois e eu fui desfilar com olheiras, porque vocês não me deixaram dormir – acrescentou Edward.

— E teve também – começou Alice.

— Okay. Eu ronco. Já assumi. Não precisam jogar na minha cara – falou Rose revirando os olhos. – Agora vamos comer, Jasper trouxe comida de verdade.

Jasper era o único que não era envolvido com moda do nosso grupo de amigos, sendo dono de um restaurante muito bem avaliado em uma avenida movimentada, além de ter lançado um livro de receitas no ano anterior.

Rosalie, Emmett e Edward eram o trio de modelos, Rose e Edward tendo entrado no mundo da moda por acaso, ao contrário de Emmett que era um bebê modelo.

Alice e eu éramos as criativas, apaixonadas por criar e se manter atrás das produções. Jasper acabou se acostumando com tanta gente discutindo sobre tendências e hoje em dia entendia quase tanto quanto nós, e nós também nos envolvíamos em sua cozinha, como bons amigos que éramos.

O jantar correu tranquilo, com nós deixando Rose a par de como o desfile havia sido e comentando sobre a expectativa das críticas que apareceriam na segunda-feira.

Eu engoli minha comida, querendo roubar Samantha de Emmett com a desculpa de que o deixaria comer.

Assim que a peguei nos braços a conversa ao meu redor pareceu diminuir o volume, a pequena garota brincando com meus dedos era a única coisa que tinha minha atenção.

Era hipnotizante observar seus olhinhos acompanhando os movimentos e suas pequenas mãos gordinhas segurando meus dedos firmemente. As grandes bochechas coradas tão convidativas, eu queria aperta-las como uma tia chata.

Era maravilhoso finalmente ter uma criança no nosso grupo e tê-la dava ainda mais vontade de ter uma minha.

Edward e eu estávamos juntos há cinco anos, não nos separamos desde aquela manhã de natal. Nós havíamos nos casado dois anos atrás e há oito meses decidimos começar a tentar ter um bebê.

Nada havia acontecido ainda, mas eu sabia que em breve teria um bebê meu em meus braços, do mesmo jeito que eu tinha Sam nesse momento.

***

O fim de semana passou voando. Depois de um sábado de desfile com uma noite com meus amigos, Edward e eu decidimos tirar o domingo para nós dois, dormindo até tarde, comendo fora e indo ao cinema depois. O sexo pós cinema durou até a madrugada, o que rendeu uma Isabella preguiçosa e atrasada.

Vesti uma calça skinny, uma blusa preta, um tricô até a coxa bege e botas.

Tinha deixado torradas na máquina enquanto me trocava e acabei as queimando, além de ter errado na quantidade de água que eu deveria colocar na máquina de café.

O táxi que pedi, – meu carro estava na oficina – além de chegar atrasado ainda pegou uma rua errada e ficou preso no trânsito por causa de um acidente.

Quando cheguei mais do que atrasada na empresa, praguejei comigo mesma por ter dormido tarde demais e me atrasado. Então lembrei de Edward e de como ele havia feito o atraso valer a pena, como um mestre. Das suas mãos percorrendo meu corpo e dos seus beijos. Porra, ele era bom no que fazia.

Estava distraída pensando em Edward e esperando o elevador quando finalmente estranhei a demora e notei o pequeno pronunciamento de que o elevador estava quebrado, e que todos deviam usar o elevador de serviços.

Caminhei até o estreito elevador, que por sorte estava parado nesse andar, Bree milagrosamente sendo a única pessoa dentro.

— Bom dia, Bree! – saudei a garota.

— Bom dia, Bella – retribuiu. A porta fechando.

Ela estava meio pálida, um ar cansado em seus olhos.

— Você está bem? – questionei preocupada.

— Estou sim.

E no instante seguinte ao que ela terminou de falar, vomitou todo seu café da manhã em mim e no pequeno elevador. As botas pretas que eu havia escolhido na correria, agora exibiam manchas entre o verde, o laranja e o bege.

É, eu deveria ter continuado na cama.


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Notas finais do capítulo

* Teddy Boy é um estilo adotado na década de 50, em referência a Era Eduardiana

E então amores? O que acharam? Coitada da srta. Atrasada.

Beijinhos e até breve ♥



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