Alice escrita por SnowShy


Capítulo 1
Aprendendo a imaginar


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Essa história é original, mas eu vou mencionar alguns personagens que já existem... Enfim, é a minha primeira história na categoria Originais, eu sou nova aqui, então relevem kkk
Espero que gostem! :)



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Era uma vez uma menininha com cabelo negro como ébano e pele branca como a neve, chamada Alice. Ela não sabia como nem quando havia ido morar no orfanato para meninas Pensamentos Felizes, só sabia que aos três anos de idade já vivia lá. Naquela época, Alice era a mais novinha das meninas e não tinha nenhuma amiga porque as grandes não gostavam dela. Elas achavam que, por Alice ainda ser um bebê, seria adotada muito antes delas e tinham raiva por isso.

Acontece que Alice nunca era adotada. Por mais jovem que ela fosse, o orfanato Pensamentos Felizes não era tão popular, então raramente alguma criança de lá era adotada. Mesmo assim, vez por outra aparecia algum bebê mais bebê que Alice e tinha mais sorte. Enfim, a menininha se sentia muito sozinha naquele lugar. Ela estava rodeada de gente, mas não era o que parecia. Em sua mente, ela se via sozinha no meio do nada, e o nada, na cabeça de Alice, era uma enorme escuridão. Isso era a única coisa que ela imaginava, a princípio.

Até que um dia, quando a menina tinha quatro anos, uma doação de roupas foi feita ao orfanato e Alice reparou em um vestidinho branco que era exatamente do seu número. Ela achou que ele lembrava um vestido que a Simoninha havia usado em um capítulo de "Viva as Crianças! - Carrossel 2"; claro, era bem mais simples, mas, ao experimentá-lo, Alice achou que seria legal imaginar que era igualzinho. Ela também começou a imaginar como seria ser uma menina rica e chata, como Simoninha, mas não gostou muito do que pensou.

De qualquer forma, Alice percebeu que, por meio da imaginação, podia mudar a realidade, ou pelo menos a forma como a via. Então, ao invés de se imaginar sempre sozinha no meio do nada, ela começou a imaginar lugares e amigos. Ela viajava por todo o mundo e até para outros mundos. Tinha amigos como a Emília, do Sítio do Picapau Amarelo, e o Rei Arthur, aquele da lenda. Era engraçado como Alice imaginava o Rei Arthur, ele não era um adulto, sim uma criança, e tinha praticamente a mesma altura que ela.

Mas a melhor amiga de Alice era com certeza a Princesa Sarah. Talvez porque Alice não precisava pegar o Trem da Alegria, voar num tapete mágico ou usar o pó de pirlimpimpim que havia ganhado de Emília para vê-la; diferente de seus outros amigos, a Princesa Sarah vinha até o orfanato para brincar com ela. A princesa tinha um vestido bufante, azul-escuro e brilhante, cabelo também azul-escuro e coroa também brilhante.

As meninas grandes achavam que Alice era louca. Elas sempre tinham achado isso por ela ser a única do orfanato que comia azeitonas, mas, agora, achavam-na ainda mais louca. Enquanto Alice estava imaginando, elas não podiam ver o mesmo que ela, então não entendiam quando ela voava, pulava corda (até a corda era imaginária) ou simplesmente conversava com algum de seus amigos; mas Alice não ligava para o que elas pensavam, afinal, seu amigo Chapeleiro Maluco já tinha lhe dito que as loucas eram as melhores pessoas.

O tempo foi passando e Alice deixou de ser a menina mais nova. Meninas mais novas ou da idade dela chegavam, mas Alice era muito tímida com pessoas reais, então não se aproximava de nenhuma delas. Mesmo assim, as meninas pequenas a achavam tão louca quanto as grandes achavam e não tinham nenhum interesse em conhecê-la.

Quando Alice tinha sete anos, uma menina de oito, muito extrovertida, chamada Yasmin, chegou ao orfanato. Diferente das outras meninas, ela achou Alice e sua loucura bem interessantes e resolveu se aproximar dela. Depois de um tempo, Alice apresentou Yasmin à Princesa Sarah e, dali em diante, as duas órfãs começaram a imaginar tudo juntas. Depois de Yasmin, outras meninas legais e que também gostavam de imaginar juntaram-se a elas em suas aventuras.

À medida que o tempo passava, a Princesa Sarah ia deixando de aparecer. Chegou um momento em que Alice e suas amigas já não precisavam dela, assim como não precisavam imaginar o tempo todo para melhorar a realidade. Eu não sei se alguma delas conseguiu ser adotada, mas sei que sua amizade era real e que durou para sempre, e, por causa disso, elas viveram felizes para sempre.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que tenham gostado e que, pelo menos em algum momento, tenham lembrado da infância de vocês ❤