Suddenly Twins escrita por Little Mrs Salvatore


Capítulo 6
Sendo pai


Notas iniciais do capítulo

Oláa, me desculpem a demora, eu viajei e não tive como postar antes. Como vocês estão?
Eu amo esse capitulo, e não é pq eu escrevi hahaha
Boa leitura!



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Daughters - John Mayer

Era o primeiro dia de aula das gêmeas, elas estavam bem animadas durante o café da manhã. As expectativas exalavam pelo apartamento, Damon sorria com a animação delas. Estavam os três na mesa de café da manhã, Damon tomava um café preto e terminava seus ovos mexidos. Olivia tomava um suco de frutas vermelhas e comia waflles, Alice se deliciava em um cereal de letrinhas com leite.

— Você vai com a gente? – Olivia perguntou terminando de mastigar.

— Desculpe? – Damon virou o olhar que antes estava concentrado no celular, para as duas meninas, elas tinham os olhos esperançosos. – Eu... – ele hesitou.

— Seria uma ótima experiência Sr. Salvatore. – Gail o interrompeu sorridente. Ele a encarou de cara fechada.

— Por que não? – Deu de ombros e sorriu sem jeito para as duas.

— Eba! – Bateram palmas animadas.

— Mas só se terminarem todo o café. – Apontou seus respectivos pratos. As duas prontamente atenderam e voltaram a comer, agora em silencio. Gail sorria satisfeita, mesmo sob os olhares repreensivos de Damon, ela não parecia ligar, o que era novidade. Gail sempre fora muito discreta e nunca contestava ordens. Mas, desde a mudança das meninas, aprecia ter criado um instinto protetor. Damon sabia que Gail sempre gostara de Elena, as duas passavam horas conversando quando Elena resolvia cozinhar. Ela sentiu tanto quanto o patrão e a presença das gêmeas na casa, trazia aquela alegria novamente.

Após o café da manhã, as duas correram para a sala e pegaram suas respectivas mochilas. Damon voltou ao quarto e separou alguns dos papéis que precisaria para a primeira reunião do dia e seu computador, colocou tudo dentro de uma pasta e voltou para sala em direção a saída. As gêmeas pulavam animadas próximas ao elevador, ansiosas pelo seu primeiro dia. O motorista aguardava com um carro diferente do normal, Damon sempre andava com algum carro esportivo e compacto. Hoje, parado em sua frente, havia uma SUV, suspirou cansado, pelo menos não era uma minivan. Arrumou-as em suas cadeirinhas e se pôs no banco dianteiro, como motorista. Era estranho dirigir aquele carro, a visão era alta e tinha uma noção melhor do transito, gostou da sensação.

Saint George era uma escola tradicional, o prédio era grande e antigo, dava impressão de uma catedral. Por dentro as instalações eram modernas, apesar de tentarem ao máximo manter tudo na forma original, o século XXI invadia o lugar sem precedentes. Olivia e Alice olhavam em volta tentando se familiarizar com o local, era grande demais, chique demais, sentiram falta da antiga escola no exato momento em que pisaram ali.

— E então? – Percebeu que animação das duas se esvaia a cada segundo.

— É... – Murmuraram desanimadas. Damon ajoelhou-se na frente das duas e as encarou.

— Vocês têm que dar uma chance – explicou – Se vocês não gostarem, procuraremos outra escola, mas tem que tentar – elas assentiram cabisbaixas.

— Bom dia – uma mulher se aproximou sorrindo. Ela era jovem, na casa dos vinte, o sorriso carinhoso e olhos brilhavam. Tinha os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo alto e usava uma roupa simples para o padrão da escola. – Olivia e Alice Salvatore? – Damon a encarou de lado e se levantou.

— Sim, sou Damon – eles apertaram as mãos, mas o foco dela estava todo nas meninas. Mas Damon pode perceber que a mesma corou, desviando o olhar para as pequenas.

— Eu sou Camille ou Cami – ela se apresentou – Sou a nova professora de vocês. – As duas se encolheram. – Não precisam ficar assim, vocês gostam de desenhar? – Elas levantaram o olhar assentindo. – Eu tenho um monte de cores legais na minha sala, querem ver? – Assentiram novamente. Ela lhes ofereceu a mão e as duas aceitaram – Com licença – se direcionou a Damon. Ele assentiu vendo as duas sendo levadas para longe sem nem olhar para trás, elas começavam a se animar de novo. Ele ficou ali por mais algum tempo, ele não recebeu nem um tchau. No momento em que esse pensamento lhe atingiu seu telefone tocou, era Alaric, ele ignorou e seguiu de volta ao carro.

Seguiu para o escritório aliviado, menos uma preocupação. Por causa do desvio e dos minutos a mais, Damon pegou um transito horrível no caminho para o escritório. Chegou com quase uma hora de atraso na reunião, decidiu que deixaria para os outros liderarem. Tentou adiantar algum negócio pendente, mas sua cabeça estava em outro lugar. Elena chegara a dois dias no hospital, mas ele não teve coragem de vê-la, uma vez já foi torturante o suficiente, estava adiando o máximo. Enzo entrou com cara de poucos amigos, empurrando a porta com uma força desmoderada. Damon arqueou as sobrancelhas debochado.

— Me desculpe, senhor, eu disse que ele não... – sua secretaria veio em seu encalço.

— Tudo bem – dispensou direto. Ela saiu desconcertada e ele encarou o moreno – Ao que devo a honra? – Cruzou os dedos sob o queixo.

— Vai tomar no cu! – Rebateu nervoso, sua respiração era ofegante e seu rosto vermelho. – Um aviso prévio de que você não iria a reunião seria bom.

— Tive um compromisso – desdenhou.

— Eles nos comeram vivos Damon! – Esbravejou com as mãos para o alto encarando o amigo.

— Eu espero que meus executivos estejam preparados para qualquer imprevisto Enzo – Damon levantou-se e apoiou as mãos sob a mesa encarando o outro – Isso é um problema para você? – Arqueou as sobrancelhas em desafio. Enzo sorriu em escarnio.

— Você não está falando com qualquer um Salvatore – repetiu o gesto de Damon. Os dois se encaravam em desafio, o azul sob o castanho. Enzo bufou – Não acredite que pode fazer o que quiser, essa empresa também é minha! – Gritou de volta e saiu pisando duro.

Damon suspirou cansado e se jogou na cadeira, o que diabos acabara de acontecer?

—X-

O ocorrido foi explicado dias depois, quando Enzo assumiu um relacionamento com uma detetive da polícia de Nova York. A verdade era que Enzo sempre foi do tipo casual, mas Bonnie, o causou um curto-circuito. O que foi um bom motivo para piadas nas semanas seguintes. Tudo corria bem, as meninas estavam adorando a escola, Olivia tinha decidido começar a praticar natação, para a idade dela, era muito boa nadadora. Alice decidira optar pela patinação no gelo, Damon quase morreu do coração ao ver como a ponta dos patins era afiada. Após total garantia da escola de que não representava perigo nenhum, ele finalmente a deixou praticar.

O relacionamento deles havia altos e baixos, ele ainda estranhava ter duas crianças em sua casa e vira e mexe ele pisava em algum brinquedo espalhado. Mas em contrapartida, mudou seus horários completamente, fazia questão de leva-las todos os dias a escola, se obrigou até a trocar de carro, era ainda esportivo, mas comportava bem as cadeiras de segurança das filhas. Apesar de Gail não permitir mais os três juntos em um banheiro, pela bagunça da primeira vez, quem as colocava para dormir era Damon, ele já se considerava um contador de histórias profissional, até o costume de dar-lhes um beijinho na testa de boa noite, ele adquirira. Na primeira vez, há algumas semanas, Damon recuou desconcertado, mas depois se permitiu sentir o carinho.

Damon acabava de contar a história, ele lia a Bela e a Fera, as duas já estavam quase dormindo, os olhinhos piscavam cansados, ele não estava muito diferente disso.

— E viveram felizes para sempre – terminou num tom mais baixo. Fechou o livro e pôs se a levantar, foi impedido por uma pequena mão em seu braço.

— Boa noite – Alice sorriu para ele. Ele sorriu de volta, ela o puxou com mais força, o que fez com que ele caisse sentado novamente. Então, ela se engatinhou e o abraçou pelo pescoço. Damon piscou confuso, mas retribuiu, sentiu mais um parzinho de mãos e pelos cabelos castanho da filha, pode ver que Olivia repetia o gesto da irmã. Elas voltaram aos seus lugares e ele lhes deu um beijinho em suas testas.

— Durmam bem – ele sorriu e saiu do quarto, com uma sensação diferente no peito.

Outro costume que se permitirá ter, era visitar Elena, fazia isso semanalmente. Leu em algumas matérias que pacientes em coma, eram capazes de ouvir o que acontecia em sua volta, então, Damon contava tudo que acontecia com as meninas. O dia-a-dia na escola, como as filhas eram ótimas em tudo que faziam e como ele se surpreendia a cada dia por ser feliz sendo pai. Sempre reforçava que ela estaria orgulhosa. Quanto a ela, nunca se mexia, sempre na mesma, os batimentos cardíacos estáveis, respirava por aparelhos, a pele pálida. Quando Damon a viu no hospital pela primeira vez, Elena tinha seus cabelos curtos, na altura do ombro, agora os cabelos estavam pouca coisa maior, mas sem brilho e ressecados.

Após o hospital, decidiu que buscaria as meninas na escola. Estacionou em frente ao prédio e esperou. As crianças iam saindo aos poucos, algumas se reuniam enquanto os pais não chegavam, outras já tinham seus pais ou empregados esperando. Quando viu as gêmeas vindo em sua direção encolhidas e envergonhadas, um instinto protetor se assolou sobre ele, havia algo estranho. Teve certeza quando Alice olhou um grupinho com algumas crianças e eles as encaravam rindo, ela acelerou o passo puxando a irmã para saírem logo.

— Ei – ele sorriu, as duas passaram reto e foram direto para o carro. Damon as prendeu na cadeirinha, guardou as mochilas no porta-malas e voltou para o banco do motorista. As duas permaneciam em silencio. – Vocês querem me contar o que aconteceu? – Perguntou encarando-as pelo retrovisor e elas negaram. Ele estranhou, mas elas diriam na hora certa.

A noite toda foi assim, elas fizeram a lição de casa, tomaram banho, jantaram, sempre em silencio. Foi quando Damon concluiu a história, que as duas se entreolharam e Olivia pronunciou num murmúrio.

— A mamãe morreu? – Damon franziu o cenho confuso. – A menina lá da escola disse que a gente não tem mãe. – Encarou as mãozinhas cruzadas sob colo.

— O que? – Foi a primeira reação que ele teve. – Bem, a mãe de vocês está dormindo agora, mas ela pode acordar um dia. – tentou explicar. Era um assunto delicado para um adulto, imagine para uma criança.

— Então nós temos uma mamãe? – Alice o encarou confusa.

— Elena está no hospital, mas ela continua sendo a mãe vocês. – Damon pegou a mão de cada uma. – Ela é uma ótima mãe, não é? – Elas assentiram. Damon compadeceu – Eu sei que vocês sentem falta dela, mas as coisas vão se acertar.

— Você vai continuar com a gente? – Alice tinha a voz de choro.

— Para sempre. – Confirmou – Eu estarei aqui, não importa o que aconteça. – Ele as abraçou forte. Era sincero, nos meses que se passaram, Damon nutriu um sentimento muito forte.

Quanto a menina que caçoava das gêmeas, teve uma estadia muito curta no colégio, Damon com todo seu poder e manipulação, conseguiu que todos que ousaram falar dos Salvatore, fossem expulsos.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por comentarem, até o proximo!



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