Em Minha Pele escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic
Notas iniciais do capítulo
PENÚLTIMO CAPÍTULO
Cansada de tocar o interfone da clínica, Solange pegou um grampo no bolso da sua calça e começou a tentar arrombar a porta de vidro sem causar o mínimo barulho. Entrou na surdina, driblando o sistema de alarme. Sua atenção era em uma possível armadilha.
Dentro da sala de Marta, do lado esquerdo da recepção, sequer havia alguém. Tentou procurar brevemente alguma prova que incriminasse a psicóloga, mas sem sucesso. Retornando ao lado de fora, foi para os corredores da clínica onde havia as demais salas. Ivan apontou a pistola na direção da cabeça da policial. Esta se virou, viu uma porta entreaberta no final do corredor e se atirou para uma outra sala. Ivan deu um tiro — ele escondera-se na sala com a porta entreaberta. Solange caiu no banheiro feminino, com um ferimento de raspão no pescoço.
Ivan, pensando ter acertado a policial, entrou com tudo no banheiro. Ele se surpreendeu por ter errado o alvo.
— Chegou o seu fim, putinha de farda. — Ele começou a arrombar as portas uma por uma.
Solange saiu de um pulo e começou a atirar várias contra o homem. Ele se protegeu na porta e também deu vários tiros às cegas. A arma dos dois acabaram.
Solange correu pra cima dele, empurrando-o contra a porta para o corredor. Ivan conseguiu imobilizá-la, dar um soco na cara dela e a empurrar para o balcão da recepção. Solange pegou um canivete escondida na sua bota e enfiou na perna dele. Uma sequência de socos e chutes. Ivan retirou o objeto, teve força suficiente para segurar Solange e jogá-la contra a porta de vidro. Ela o agarrou e ambos caíram fora da clínica sob os estilhaços.
Ivan não conseguiu se mexer por causa de um caco de vidro ter entrado nas suas costas. O moreno levou um chute da policial.
— Maldito. Filho da puta. Cachorro. Vagabundo — falava enquanto chutava ele.
— Vadia.
— Quê? — ela pisou em suas partes íntimas. — Que tal eu esmagar suas bolas? Vai ser fácil pra mim porque não gosto de homens. Pra mim os homens só servem pra me servir cerveja. Tá ouvindo, negão?
— Tô...
— O quê? Eu não escutei.
— Tô... ouvindo... senhora... por favor, pare de esmagar minhas bolas.
— Bandido bom é bandido com as bolas amassadas. Agora levanta!
Solange pegou as algemas e prendeu Ivan ali mesmo. Chamou reforços pois também estava ferida.
O carro Gol preto foi reconhecido pelas autoridades da polícia. Através do rádio, todos os policiais foram avisados.
Marta e Duda já se distanciaram e muito do centro da cidade. Passaram pela zona rural, local em que havia muitas fábricas e fazendas.
— Marta, eu te suplico. É melhor se entregar de uma vez. Sei que seu ex-marido foi culpado por ter batido em você, mas esse desejo de vingança deturpou o seu bom senso.
— Não quero lição de moral de alguém como você.
— O Iran era um ladrão. Por Deus, ele sequestrou a mim e a meu marido. Abusou de mim e por culpa dele fiquei com depressão. Ele era tão montro como o pai.
— Ta certo. Podia ter apenas esfaqueado uma vez, mas decidiu tirar a vida do meu filho. Agora comigo é olho por olho, dente por dente. Não sabe a felicidade que fiquei quando fui ao enterro do seu pai. Encosta ali.
— Onde?
— Ali.
Duda parou o carro na lateral da pista. Marta pediu para ela descer do carro.
— O que quer que eu faça?
— Retira a película. O carro tem uma película preta pra disfarçar a verdadeira cor.
Duda puxou a película preta de todo o carro, revelando a cor vermelha do veículo. Depois disso, as duas voltaram para a estrada.
...
Hospital Municipal
Uma enfermeira ajudou Rafael a sair da cama e ir para a cadeira de rodas. O moço saiu empurrando a cadeira pelo corredor à espera de Duda. Olhou no relógio, achou estranho o atraso da mulher.
— Por favor, poderia me dizer se a minha mulher chegou?
— Tenho que saber na recepção, senhor.
— Pode me ajudar a ir até lá?
A enfermeira segurou a cadeira e guiou Rafael pelo elevador até o térreo do hospital. Ao chegarem lá, a recepcionista negou a presença da moça.
— O que será que aconteceu?
Numa televisão, um jornal local informou sobre o desaparecimento de Duda. Rafael pediu para uma pessoa aumentar o volume.
— Duda...
Uma blitz parou numa parte de uma importante rodovia que dava para outra cidade. A polícia rodoviária estadual estava de campana pois recebera o chamado da polícia militar sobre o veículo foragido.
As duas pararam numa parte da blitz. A mais velha encostou a arma perto da cintura da mais nova e a ameaçou. Um policial rodoviário estadual estava prestes a chegar até ela.
— O que eu faço? Os meus documentos ficaram no meu carro.
— Fica tranquila que eu pensei do plano A ao Z. Vai no porta-luvas.
Duda retirou uma carteira de motorista falsificada com a sua foto e um nome falso.
— Lá vem ele. Sua vez de fazer o teatro.
— Encostem aqui, senhoras. Desculpa o transtorno, mas estamos em busca de um Gol preto.
— Senhor policial, há tantos carros assim. — disse Marta.
— Sim. Infelizmente não temos a placa do carro por isso o pente fino nas estradas. Moça, pode me dar sua carta de motorista.
— Sim...
O policial ficou analisando o documento. A falsificação era tão perfeita que o oficial sequer precisou olhar no sistema.
— Gutierrez? Seus pais são imigrantes?
— Hã?
— Que foi, amor? Responde pro policial. — disse Marta bem perto de Duda e se fazendo de lésbica.
— Sim, eles são...
— Boa viagem, queridinhas.
Duda dirigiu além da blitz e seguiu viagem. Marta Simone parabenizou a mais jovem pela brilhante atuação.
— Aonde vamos?
— Num local bem especial onde uma pessoa bem especial te aguarda. Seria muito mais fácil ter colocado meu plano em prática, mas a tal Solange atrapalhou. Agora esse meu conhecido vai dar um fim tão definitivo em você que seu corpo jamais será achado.
Marta pegou um celular a fim de ligar para o tal comparsa. Duda aproveitou o momento de distração para jogar o carro contra a encosta da estrada. Havia um declive de uns vintes metros.
— Sua idiota! O que fez?
O carro foi desgovernado no matagal até atingir uma árvore.
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