Em Minha Pele escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos ao meu novo projeto. Como podem ver nos avisos, terá estupro. Não se preocupem que eu farei de um jeito que não fique romantizado, e mesmo assim tentarei não pesar muito a mão. Esta fic era para ser de terror, mas decidi que será um suspense.

A fic será curta. O máximo que poderá chegar é ter 13 capítulos. Portanto não se alongará.

Boa leitura.



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Fortaleza, Ceará, Março de 2017

Em pleno coração do Centro, na catedral da cidade, um casamento pomposo, com muitos convidados. O movimento era grande a ponto de parar o trânsito por causa dos convidados brigando por uma vaga qualquer ou "zona azul" perto ou mais distante do local da cerimônia.

A filha do prefeito da pequena cidade de Nova Tauape estava prestes a trocar alianças com um advogado jovem e respeitado da capital. Vereadores, autoridades do ramo político, anônimos, entre outros, foram convidados para o grande dia.

A noiva?

Chegou numa limusine preta alugada. Desceu do carro, segurando o vestido branco da cauda longa, ajeitou o véu sobre os seus cabelos pretos e ondulados. Pegou o buquê e entrou com o seu pai. Foram momentos muito felizes para Maria Eduarda Silvano, ou melhor, Maria Eduarda da Cunha.

Com as bençãos do padre e a formalização do casamento no religioso, o casal deixou a catedral sob uma chuva de arroz e pétalas brancas. Entraram na limusine e foram embora para o local da festa de casamento.

— Como está o meu cabelo? — perguntou a agora esposa para a mãe.

— À prova de vendavais. Querida, eu nem acredito que já está casada. E parece que foi ontem que eu te dava de mamar.

— Mamãe! Se o Rafael ouvir isso, eu morro de vergonha.

— Jocieli, filha, as duas podem descer — avisou o prefeito, entrando no quarto.

Maria Eduarda vestiu um vestido simples, floral e um par de sandálias sem salto. Admirou a sua aparência quase indígena por conta da miscigenação da família do seu pai. Desceu do quarto da pousada onde se hospedara na Praia de Iracema e foi recepcionada pelo marido e amigos mais íntimos. Uma festa com uma banda de forró local agitou a pista de dança improvisada.

— Querida! Felicidades — disse uma travesti loira e alta.

— Natasha, miga. Que bom que apareceu no meu casamento. Estava ausente esses dias.

— Amor, ultimamente o salão tá me deixando de cabelo em pé. Eu quase não tive tempo. Vem cá que eu vou te falar umas coisinhas.

Rafael Cunha bebia uma caipirinha enquanto conversava animadamente com os seus colegas da antiga faculdade de direito. O Clube do Bolinha só falava de futebol, mulheres e política. Rafael Fernandes da Cunha era o típico galã que toda sogra quer como genro. Alto, bonito, educado e com grana no bolso. Tinha um cabelo loiro encaracolado, mas que no momento estavam devidamente cortados socialmente.

— Cara, aquele viadão já tá com a tua mulher — disse um dos amigos apontando para Duda e Natasha.

— O que tem de mau? Ele é homem, mas é mais fácil me pegar. Confio na minha mulher.

— Soube que alguns supostos gays são bissexuais. Eles aproveitam pra ficarem sozinhos com alguém e... NHAC! dão o bote.

Rafael deixou os amigos de lado e foi buscar a esposa. Natasha teve que se despedir da amiga.

— Tá com ciúmes dele?

— Não. Só quero mesmo curtir esta noite contigo.

— É. Só não esquece que na madrugada de hoje vamos pra Bahia.

Rafael levou a esposa para o quarto. Beijando-se, acariciando-se, os dois pombinhos entraram no recinto e fecharam a porta.

 

Quatro horas depois...

A mãe de Duda bateu na porta. Os dois se levantaram e correram para não perderem o avião das três horas. Arrumaram-se e puseram algumas últimas coisas na bagagem. Foram ao Aeroporto Pinto Martins e pegaram o vôo para Salvador.

Duda lia um livro durante o vôo enquanto Rafael passava horrores por causa do seu constante medo de avião. Fora as turbulências, a viagem foi tranquila e logo pousaram na terra dos soteropolitanos.

O destino: um resort no litoral da Bahia, mas longe de Salvador. De carro chegaram duas horas em Recife de Bom Jesus. O resort era lindo e chique. O hotel possuía dez andares e uma suíte master.

— Estou morto. Eu odeio viajar de avião. Fico pensando nos desastres aéreos.

— Já é de manhã. Olha essa vista maravilhosa — disse ela abrindo as cortinas e indo para a sacada. A vista do mar era exuberante. — Não podemos perder a oportunidade. Vamos, levanta! Vamos nos trocar e desceremos para o restaurante.

— Oh droga.

O casal desceu para o restaurante do hotel, próximo à piscina. Rafael esqueceu de pegar a carteira com o cartão e pediu para a esposa subir e fazer o favor. Duda foi sem hesitar, deixando o marido sentado no banco perto do balcão do bar.

— Sabe fazer caipirinha?

— Sei, senhor.

— Faz duas.

Um homem magro e alto apareceu ao lado e ficou observando o advogado.

— Quero... o mesmo que esse cidadão pediu.

— Caipirinha?

— Sim, maravilha. Oito da manhã e estou eu tomando um gole de caipirinha no café da manhã. Tudo bem, amigo?

— Claro. Tudo bem.

— É turista?

— Sim. Minha esposa e eu viemos de Fortaleza.

— Ah, o Ceará. Adoro aquela terra. Já fui duas vezes para Juazeiro do Norte e outra vez para Fortaleza. Na vez que eu fui pra capital de lá vi umas peças engraçadas do filho do Tiririca...

— Tirulipa.

— Isso aí. É ele mesmo. E você...

— Rafael.

— Rafael, meu nome é João Guedes. Prazer conversarmos. Trabalha em quê? Desculpa, estou sendo inconveniente.

— Não, tranquilo. Eu sou advogado. Vim de uma família de desembargadores e juízes.

— Que legal. Deve ganhar muita grana, não é? Uma vez eu vi que até o diabo deve ter advogado. Por isso que tem um estudo que aponta advocacia como uma profissão onde muitos psicopatas trabalham. Tomara que não seja esse o seu caso, amigo. — O barman deu a caipirinha para João. — Bem-vindo a Bahia, parceiro.

O tal João mandou uma mensagem de voz para um outro parceiro:

— Encontrei a nossa presa. Um maldito galego. Depois a gente conversa.

Duda desceu para o restaurante e entregou a carteira para Rafael pagar. Ela também tinha dinheiro, mas deixou que o marido pagasse.

E o dia dos recém casados foi normal, sem muitas surpresas, exceto as maravilhas da hospedagem no resort. Publicaram fotos para o instagram e outras redes sociais.

À noite, Maria Eduarda ainda tinha pique para uma noite badalada. Rafael ficou dormindo enquanto lia um livro. A moça desceu para a boate do próprio hotel.

— O que uma mulher linda faz aqui sozinha?

Enquanto Duda bebia algo no bar, um rapaz moreno negro, alto e forte apareceu para a moça com uma conversa mole.

— Só curtindo a festa. E você?

— Eu também. Acho que nós dois estamos sozinhos nessa, não é? Vamos lá na praia conversar.

— Não, cara. Olha aqui — disse ela mostrando a aliança.

— Ah, merda. Lá vai o nosso romance de dois minutos. Mas ainda assim podemos ser apenas amigos. Eu me chamo Iran.

— Eduarda ou Duda. E sim, podemos conversar lá fora.

Duda e Iran saíram do bar e do barulho para a praia. Um luau ocorria naquele momento ao som de um cantor de reggae. Rafael viu a esposa na praia conversando com um homem estranho e foi abordar com o seu pouco ciúme.

— Pois não, amigo?

— Sou o marido dela.

— Oh, que confusão. Meu amor, esse é o Iran. E este é Rafael, meu marido.

Os dois se cumprimentaram. Duda intermediou a conversa de ambos até Iran decidir ir embora dali.

— Simpático o colega.

— Não faz essa cara de ciúme. Não tem nem vinte minutos que a gente se conheceu. Ele é de Salvador.

— O problema é que o cover do Leo Santana quis pensar com a cabeça de baixo. Conheço esse tipinho. Gosta de axé e sexo.

— Vamos deixar o Iran de lado e vamos aproveitar essa música aconchegante.

Os dois aproveitaram a noite.

De volta para a suíte, o casal viu Iran quase perto da porta de entrada. Quando Rafael foi conversar, o homem puxou um revólver e apontou para o cearense.

— Meu amigo Rafael, como vai? — apareceu o tal João.

— O que querem?

— Que tal uma festinha do pijama, amigo?

João pediu para Iran levar os dois para dentro do apartamento. O moreno usou de muita truculência ao carregar Rafael. João fechou a porta e pôs a placa "Não perturbe" na maçaneta.


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Notas finais do capítulo

As cidades de Nova Tauape e Recife de Bom Jesus são fictícias. Como o Brasil tem milhares de municípios, pode ser que hajam cidades com esses nomes, mas é mera coincidência.



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