Operação Spemily escrita por Leonardo Alexandre


Capítulo 24
Capítulo 24 - Sequelas


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores...
Eu estou embasbacado que vocês ignoraram o que aconteceu com a Hanna no capítulo anterior... Mas o nome da fic é Operação Spemily, né?
Enfim, boa leitura...

Anteriormente em Operação Spemily:
— Já que a Aria Montgomery não é sua namorada, acho que o senhor não vai querer as informações que eu tenho. — Caleb murmurou dando de ombros, então virou as costas e fez menção de ir embora.
— Espera. — Ezra bufou irritado, estava sendo manipulado por um garoto de 17 anos. — Que tipo de informações?
A expressão de deboche com a qual Caleb tornou a olhá-lo era desagradável de tão presunçosa. — Posso entrar?
— Sim, senhor Rivers, entre.
— Quer mesmo isso? — Hanna perguntou, ofegando. — Ou só tá bêbada demais?
— Claro que eu to a fim! Faz dias que não paro de pensar em você. Nua. Se arrepiando ao meu toque. — Aria respondeu mordendo o lábio inferior. — Ah, como eu quero isso! Estar bêbada só tira minha paciência de dirigir até um hotel. Preciso te sentir agora.
Aquelas simples palavras fizeram Hanna sentir um pulsar mais forte entre suas pernas e o impulso de puxar Aria para recomeçar o beijo foi incontrolável.
— Essa vadia de merda vai me pagar. — Ezra murmurou entredentes.
— Você tem mesmo que ir? — Hanna perguntou com os braços cruzados.
— Pela milésima vez, sim, eu tenho, as passagens estão compradas e eu vou passar a semana em Nova York. — Aria respondeu revirando os olhos.
— Onde eu posso encontrar a garota? — O ruivo perguntou com seu tom rouco e rude por natureza.
— Bem aqui nesse endereço. — Ezra lhe entregou um papel junto com algumas notas de cem dólares. — Vou dar um jeito dela estar lá. Só quero que garanta que ela vai se lembrar disso pelo resto da vida.
Hanna desceu e foi para a cozinha, deparando-se com um bilhete preso com um imã em formato de coração à sua geladeira.
“Encontre-me em frente ao bar Girls Like Girls às 20h, ok? É bem fácil de encontrar e bem tranquilo. Acho que você vai adorar a vibe de lá.
Beijos
— A”
“Ué, já? Achei que ela só ia voltar no domingo.” — Pensou consigo mesma abrindo um sorriso largo.
No horário, Hanna estacionou em frente ao bar, mas não viu o carro de sua amiga e decidiu descer para esperar do lado de dentro, então foi que se sentiu ser arrastada para um beco e a última coisa que ouviu antes de tudo virar dor foi:
— Essa é uma noite que você não vai esquecer, boneca.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/757519/chapter/24

O banco não era o lugar mais atrativo do mundo naquela sexta-feira ensolarada, mas, depois de uma boa xícara de café quente, o humor de Ashley estava equilibrado e ela já estava pronta para começar sua mais nova manhã de trabalho quando de repente seu celular vibrou, piscando um número desconhecido na tela.

“Alô?” – Disse com as sobrancelhas franzidas ao atender a ligação.

“Oi. Bom dia.” – Uma voz séria e masculina soou do outro lado da linha. – “A senhora é Ashley Marin? Mãe de Hanna Lauren Marin?”

“Sou sim, por quê?” – Respondeu com um suspiro, imaginando que sua querida filha havia se metido em mais uma confusão. – “Ela aprontou alguma coisa?”

“Não, senhora Marin. Aqui é do Rosewood Community Hospital, o assunto é um pouco mais sério do que isso.”

“O que aconteceu?” – Imediatamente Ashley sentiu o desespero tomar conta de todos os seus sentidos.

“Um rapaz que pegava um atalho para o trabalho encontrou sua filha inconsciente em um beco próximo a um bar essa manhã.” – Embora a pessoa do outro lado da linha mantivesse o tom suave, era evidente a existência de um desconforto em sua voz. – “Ao que tudo indica, ela foi espancada ontem à noite.”

“O que?! Ela está bem?” – A ruiva indagou sentindo o coração acelerar.

“Se com bem a senhora quer dizer viva, então sim, ela tá bem. Mas os ferimentos são realmente muito graves.”

A seriedade calma naquela voz não conseguia tranquiliza-la e nem diminuir sua aflição. – “Muito quanto?”

“Eu acho melhor a senhora vir ao hospital. Esse não é o tipo de conversa para se ter ao telefone, e sim pessoalmente.”

Ashley desligou sem dizer mais uma palavra sequer, em seguida agarrou sua bolsa e as chaves do carro, saindo da agencia bancária em disparada, a mente tão cheia de preocupação que não havia espaço para se lembrar de avisar ao chefe o que estava fazendo. Chegando ao hospital, seu desesperado por informação era tanto que mal conseguia se expressar, mas, por uma breve gentileza do destino, o médico que atendeu Hanna assim que a garota chegou de ambulância estava passando pela recepção e reconheceu a voz que ouvira minutos antes.

— Senhora Marin? — Chamou-a quase certo de que era ela mesma.

— Sim. — Ashley respondeu sentindo o grande aperto no coração diminuir levemente, sabendo que por fim teria alguma notícia.

— Sou o Dr. Ethan Miller. — Apresentou-se estendendo a mão para um aperto. — Eu cuidei da sua filha quando ela chegou.

— E como ela está, Doutor? — Questionou aceitando o cumprimento.

— Do lado esquerdo, ela quebrou um perna e uma costela, do direito foram três dedos da mão e duas costelas. A boa notícia é que nenhuma ponta perfurou os pulmões, então essa não é a parte mais preocupante. — O médico respondeu com a voz calma e um sorrisinho de canto. — Os braços estão bastante machucados, o que demonstra que sua filha se defendeu bravamente e isso evitou que os órgãos fossem afetados de maneira mais séria.

De todo o discurso, Ashley só conseguiu assimilar uma parte. — Se... Se essa não é a... A parte mais preocupante... Então qual é?

— Bem... — Nesse momento, a expressão de Ethan se tornou completamente séria e mesmo que seu tom continuasse sereno, dava para perceber aquela pontinha de desconforto. — Os ossos vão se unir de novo e os hematomas vão sumir, é uma questão de tempo. Só que... A sua filha chegou com sangramento no canal auditivo e quando analisamos... Nós... An...

— Sem querer ser rude, Dr. Miller, mas a minha única filha foi espancada. Se o senhor puder parar de enrolar e me disser qual a real gravidade do estado dela, eu agradeço muito. — Interrompeu com a maior firmeza que conseguiu impor na voz.

— Certo. Perdão. — O médico suspirou e finalmente foi direto ao ponto. — Hanna está com o tímpano esquerdo estourado e o direito perfurado. Significa que ela ficou surda de um ouvido e precisa de um aparelho auditivo pra conseguir ouvir “certo” no outro.

— Ai Deus! Não! — Exclamou cobrindo a boca com ambas as mãos.

— E mesmo com o aparelho... —Ethan continuou falando, com a filosofia “melhor tirar o band-aid de uma vez”. — Sugiro colocá-la em aulas leitura labial e de BLS, que é a língua britânica de sinais, pois, ainda que seja necessário fazer mais alguns exames para ter certeza, é bastante provável que o problema vá se agravando com o tempo até que ela fique surda de ambos os ouvidos.

N/A: (BLS significa british sign language, ou seja, a língua britânica de sinais)

— Não pode ser. — Ashley sentiu as pernas perderem gradativamente a força, quase fazendo-a cair caso o médico não estivesse próximo o suficiente para segurá-la, consolando-a com um abraço e sua voz sempre calma e suave em sua seriedade.

— Ei, não faz assim. Veja pelo lado positivo, ela está bem, está estável e 100% fora de perigo de morte. — Murmurava lhe afagando de leve os cabelos ruivos. — Apenas a estamos mantendo sedada por causa da dor, mas ela não corre mais riscos. Fora esse pequeno detalhe que acabei de contar, alguns meses de gesso e sua menina vai estar novinha em folha. E nós, eu e minha equipe, faremos questão de mantê-la o mais confortável possível pelo tempo que ela precisar ficar aqui, senhora Marin. Tem a minha palavra.

— Obrigada, Dr. Miller. Muito obrigada. — A mulher sussurrava aos soluços enquanto molhava a camisa de Ethan com suas lágrimas que mesclavam alívio, preocupação, fragilidade e pelo menos mais meia dúzia de sentimentos que ela seria incapaz de nomear. — Eu posso ao menos vê-la? Por favor, me diz que sim.

— Como disse antes, ela está sedada agora, mas se for deixar a senhora mais tranquila, pode sim. — Dessa vez, o sorriso gentil do médico conseguiu acalmar um pouco Ashley. — Vou levá-la até o leito da paciente.

Ao chegar àquele quarto totalmente branco e gélido, e ver Hanna deitada numa maca, coberta de gesso e bandagens que não escondiam todos os hematomas, além de intravenosas e fios conectando-a a maquinas que monitoravam seus sinais vitais, foi inevitável sentir seu coração de mãe apertar dentro do peito até se partir em milhares de pedacinhos.

E pensar que aquela loira linda e jovem, com um futuro inteiro pela frente para moldar e construir jamais teria a audição cem por cento normal outra vez sendo que uma das coisas que Hanna mais amava fazer no mundo era dançar com alguma música do Justin Bieber ou Beyoncé soando alto em seus fones ouvido, e imaginar qual seria a reação dela quando ficasse sabendo da nova condição só fazia sua angústia aumentar e as lágrimas voarem de seus olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não se preocupem, no próximo tem mais Spemily pra vcs...
xoxo
Atenciosamente, L.A. Guedes.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Operação Spemily" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.