Operação Spemily escrita por Leonardo Alexandre


Capítulo 17
Capítulo 17 - Não Há Borboletas


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores...
Espero que gostem desse capítulo embora seja mais um gancho para o próximo.
Enfim, boa leitura...

P.s.: caso estejam curiosos, faltam 121 comentários pra ter uma segunda temporada.



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Aria estava mais uma vez sentada naquele sofá na sala do apartamento minúsculo de seu namorado, aos amassos com ele. E enquanto Ezra tentava com o máximo de afinco deixar os carinhos mais picantes, tudo o que ela conseguia pensar era “Ai, que tédio! Alguém me tira daqui pelo amor de Deus!”.

— Ok, isso não está dando certo. — Disse o professor interrompendo o beijo, cansado de ser o único empenhado ali. — É sério, Aria, o que tá acontecendo esses últimos tempos? Você tá aqui, mas é como se estivesse a quilômetros de distância.

— Não é nada, Ezra. De verdade. — Respondeu descaradamente, passeando os dedos pelos fios escuros e curtos que pareciam cada vez menos atraentes, então, mesmo morrendo de culpa por dentro, sorriu ao verbalizar a primeira desculpa que lhe veio à cabeça. — Só ando com a mente presa nos estudos, entende? Essa época logo antes da faculdade consome até a alma. Às vezes chego a pensar que vou acabar ficando louca. Sabe como é o último ano.

— Não. Minta. Pra mim. — Ezra tentava se manter controlado e evitar que toda a raiva que sentia fosse perceptível, por isso falava de forma lenta e pausada.

— É sério. E hoje estou ainda mais distraída, essa semana estou cheia de trabalhos pra entregar, o colégio tá acabando comigo. — Aria selou seus lábios brevemente e se levantou. — Isso não é nada justo com você, eu sei. Acho que é melhor eu ir embora e voltar amanhã. Ou quando estiver com a mente mais limpa.

— Eu não sou idiota, sabia? — Retorquiu entredentes enquanto observava a namorada pagar a bolsa em cima da mesinha de centro e pendurar as alças sobre o ombro.

— Claro que sei, meu amor. Só não seja tão possessivo, você sabe como esse período é estressante pros adolescentes. Poderia ter pulado essa fase, mas não resistiu ao meu charme e deu nisso. — Forçou-se a sorrir ao beijá-lo uma última vez antes de caminhar até a porta e se virar dizendo. — A culpa não é minha. Tchau.

— Vadia desgraçada. — Sussurrou para si mesmo, olhando com indignação o espaço que sua namorada deixou vazio.

No dia em que Caleb Rivers o procurou para dizer que Aria estava tendo um caso com aquela loira estúpida de farmácia da Hanna Marin a ideia pareceu ridícula, além de totalmente absurda. Porém desde então a baixinha andava cada vez mais e mais distante.

Isso estava deixando Ezra possesso de raiva, mais do que em qualquer outro momento em toda sua vida.

Mas isso não ficaria assim. Ah, não mesmo. O professor tomaria devidas providências sobre aquela loira idiota o bastante para colocar as mãos sujas em algo que lhe pertencia.

(...)

Emily entrou no quarto já tirando a jaqueta de couro vermelho, dançando com um sorriso gigantesco iluminando seu rosto bonito enquanto cantarolava baixinho uma de suas músicas favoritas.

— Olha só. Parece que a noite foi boa com a nerd, hein? — Provocou Hanna tirando os fones de ouvido assim que percebeu a presente animada de sua melhor amiga.

— Eu estou apaixonada. — Ela respondeu suspirando toda boba e se jogando de costas na cama. — Só de poder estar com minha nerdzinha basta pra me deixar estupidamente feliz.

Hanna sentiu uma pontada brutal de ciúmes, mas não deixou transparecer. Forçou um sorriso e abriu a boca para iniciar a sessão de provocações típicas. — Ai minha diabete.

— Ah, para com a chatice. — Em resmungou, mas riu logo em seguida, então sentou na cama e começou a tirar a tirar os sapatos. — Já não basta que por sua causa a Spencer me deixou de castigo hoje. Fiquei com as mãos presas pra trás sem poder tocar aquele lindo corpo enquanto a gente se beijava.

Uma satisfação preencheu o peito de Hanna por ter atrapalhado de algum jeito aquele encontro, mas logo a culpa começou a surgir lutando por espaço, fazendo-a se sentir sufocada e sem saber o que dizer ou como agir, entretanto antes que tivesse tempo para isso, As Long As You Love Me – Justin Bieber começou a tocar em seu celular, denunciando que alguém a estava ligando.

Assim que olhou para a tela percebeu que era Aria, um sorriso verdadeiro se espalhou por seu rosto enquanto levantou o indicador para Emily pedindo silencio.

“Alô” — H

“Oi, Hanna. Tá a fim de sair pra badalar?” — A

“Você disse mesmo a palavra ‘badalar’?” — H sem fazer questão de abafar uma risada.

“Não seja chata. Quer sair ou não?” — A revirou os olhos.

“Agora?” — H

“Não. Eu ainda tenho que passar em casa pra trocar de roupa. Vai se arrumando que daqui uma meia hora eu chego aí pra te pegar.” — A

“Tá bom. Então até daqui a pou... Espera aí. Onde é que você tá?” — H nem ao menos percebeu o ciúme escorrer de sua voz.

“Lugar nenhum. Até mais. Beijo.” — A

— Não desli... Desligou essa anã. — Hanna jogou o celular do outro lado da cama ao ouvir o toque de chamada encerrada. — Devia tá bem na casa do cara dos coletes.

— Era a Anime? — Emily perguntou retoricamente com um sorriso malicioso.

— Não a chame de Anime. — Repreendeu, já se levantando e caminhando até o closet para escolher uma roupa.

— Mas você acabou de chamar a Anime de “anã”. — Replicou, tirando a calça jeans.

— Eu posso chamar ela do que quiser. Você não. — Gritou para ser ouvida do quarto enquanto analisava uma a uma as peças penduradas.

— Ui. Desculpa. — Respondeu se esforçando para não rir, já podia sentir o doce aroma de romance novo no ar. — O que a Ani... A Aria queria?

— Ah, nada demais. Ela só me chamou pra sair. — Hanna se sentiu corar, mas ignorou o estranho constrangimento por estar indo algum um lugar com uma amiga. — Acho que é pra uma balada ou algo assim.

— Hmmmmmmm. Interessante. — Emily fez questão de usar seu tom mais malicioso só para implicar.

— Será que dá pra não falar desse jeito? — Pediu saindo do closet e colocando a roupa escolhida em cima da cama, em seguida olhou para a colega de quarto, que exibia um sorriso safado. — Credo, Em. Não me olha assim. Só porque eu já fiquei com a Aria, nós não podemos mais sair juntas?

— Claro que podem. — Refutou sem mudar de expressão. — E quero que as mocinhas se divirtam bastante.

— E vamos. Mas não precisa ficar com esse seu sorrisinho da pura maldade. — Hanna revirou os olhos antes de volta-los para as peças em cima da cama para ter certeza se era esse mesmo o look que queria usar.

Emily riu das caras e bocas da melhor amiga durante aquela conversa, porém decidiu parar de implicar, pois sabia por experiência própria e próxima como era se apaixonar por uma mulher pela primeira vez. — Desculpa. Vai lá se arrumar.

— Eu não vou me arrumar arrumar. — Sem saber o porquê, Marin sentiu necessidade de enfatizar isso. — Só trocar de roupa.

— Tá, que seja. Só vai logo. — A vontade de voltar a provocá-la era grande, mas Fields se controlou.

Hanna deixou a conversa morrer, pegando sua toalha e indo para o banheiro tomar um banho rápido. E, por mais que tenha dito a Emily que não ia caprichar demais, quando notou a imagem que lhe encarava no espelho era a de uma garota estonteantemente linda.

Marin preferiu pensar que ficava deslumbrante com o mínimo de esforço e se negar a dizer para si que queria se arrumar para outra garota. Ignorando também todas as borboletas que se agitavam em seu estômago, fingindo para si mesma que elas estavam lá.


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Notas finais do capítulo

Parece que ainda há um monstrinho dentro da Hanna. Tadinha da minha loirinha.
xoxo
Atenciosamente, Leonardo Guedes.



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