Operação Spemily escrita por Leonardo Alexandre


Capítulo 15
Capítulo 15 - Maré de Azar




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Depois de dar seu doloroso recado para Hanna, Spencer por fim saiu do colégio, foi até a mansão Hastings, tomou um banho longo e relaxante, então seguiu para o apartamento de Toby, onde acertaria os detalhes do próximo encontro com Emily que também seria o primeiro dele com Samara.

— Por favor, me diz que conseguiu. — Disse assim que entrou.

— Nossa, mas nem um “oi” antes? — Toby riu enquanto trancava a porta de novo, em seguida caminhou até a bancada que separava a sala da cozinha e pegou um celular pequeno e de modelo antigo. — Claro que consegui, tá bem aqui. Agora você pode conversar com a Emily sempre que quiser sem se preocupar com o velho ranzinza ou a dama de ferro.

— Já comentei que você é a melhor pessoa? — Perguntou com os olhos brilhando ao segurar o aparelho.

— Hoje ainda não. — Respondeu com um sorriso de canto.

— Você é a melhor pessoa. — Afirmou sorrindo de volta.

— É, eu sei. Agora vamos ao planejamento. — Murmurou rindo.

(...)

Depois de uma longa semana de muita ansiedade, Spencer, com um sorriso enorme enfeitando rosto, dirigia a caminhonete de Toby em direção ao pequeno restaurante da família Hudson-Hummel. Emily, por já conhecer o caminho, estava encarregada de levar Samara, que já estava a par de toda a situação Spemily.

Os quatro chegaram com ao local com poucos minutos de diferença, e se encontraram do lado de fora do estabelecimento, cumprimentando-se com um “oi”.

— Sua acompanhante, senhor Cavanaugh. — Disse Emily em tom caricato de elegância oferecendo a mão de Samara.

— Sua acompanhante, senhorita Fields. — Toby entrou na brincadeira.

Spencer deu um selinho na namorada e segurou sua mão para entrarem juntas, mas antes se virou para os amigos e murmurou. — Espero que tenham um bom jantar.

— Vocês também. — Samara desejou sorrindo.

E por fim cada casal seguiu para uma mesa em lados opostos do pequeno restaurante. Kurt foi primeiro até a mesa de Sam e Toby para anotar os pedidos.

— É cada viado lindo por aí que eu fico até impressionada, sério. — A garota comentou enquanto observava o garçom se afastar.

— Ai nem me fala, meu doce. — Toby fez um tom afetado e se abanou com ambas as mãos. — Acho que já arrumei minha paquera pra hoje.

Samara começou a rir e disse. — Olha que assim eu vou ficar com ciúmes.

— Ah, fala sério. Com esse mulherão da porra na minha frente não tem nem como eu olhar pros lados. — Ele piscou. — E vai que o boy magia nem é gay, só um pouco... Extrovertido.

Antes que houvesse tempo de resposta, os dois puderam ouvir Kurt gritar com seu jeitinho espalhafatoso e quando olharam para o lado, o viram dando pulinhos empolgados e abraçando Spencer por algum motivo.

Samara apoiou o rosto nas mãos e os cotovelos na mesa enquanto abria um sorriso cínico. — O que dizia?

— Sem conclusões precipitadas, apenas. — Toby ergueu as mãos em rendição.

O papo que já começou descontraindo só foi ficando cada vez mais. Até quando os pedidos chegaram, continuavam dando risada.

— Pera aí, deixa eu ver se entendi. — Sam bebeu um gole de vinho e ainda com ar de diversão perguntou. — Você saiu com a Em alguns anos atrás antes dela se assumir lésbica e agora ela tá namorando a sua ex-namorada mais recente?

— Sim, exatamente. — Cavanaugh sorriu e colocou mais comida na boca.

— E foi você ajudou as duas a aceitarem e se resolverem com a própria sexualidade? — Continuou sua linha de pensamento.

— Ahan. Ajudei. — Confirmou.

— Uau. Você tem mesmo sorte com garotas. — Samara riu um pouco mais e deu outra garfada, apreciando o sabor único daquela comida caseira tão deliciosa.

— Muita. — Respondeu também se divertindo com a história, apesar de tudo. — Espero não ter tanta “sorte” assim daqui pra frente.

— Acredite, você não vai. — Murmurou, dando uma piscadela em seguida. — Não se continuar a sair comigo.

— “Se”? — Repetiu com um sorriso de canto.

Sam fez questão de olhá-lo nos olhos ao dizer aquelas quatro palavras. — Só depende de você.

— Então pode ter certeza que sou o mais novo e feliz “azarado” de Rosewood. — Toby sorriu e ofereceu um brinde. — À minha mais nova falta de sorte.

— E que essa grande “maré de azar” nunca termine. — Samara ergueu sua taça e tocou a dele de leve.

— Vai querer sobremesa? — Questionou depois de um gole de vinho.

— Ah, com certeza. — Respondeu depressa.

— Kurt. — Toby mal havia pronunciado o nome e o garoto já estava ao seu lado.

— Sim? — Perguntou com seu típico sorriso.

— O que você sugere para sobremesa? — Samara questionou sorrindo de volta.

— Olha, a minha mãe é uma cozinheira in-crí-vel. Fica até difícil escolher o que sugerir. — O caçula Hudson-Hummel passou os dedos entre seus fios de cabelo, o que (seria impossível não notar) era uma mania, e continuou. — Mas, tenho que dizer, a torta de morango de hoje tá uma loucura! Parece uma festa dentro da boca. Ou o céu. Dá até pra ouvir os anjos cantando.

— Hmm, adoro torta de morango. — Cavanaugh murmurou empolgado. — Quero.

— Trás duas, por favor. — Sam pediu.

— É um instantinho. — Kurt bateu palmas com animação e saiu, voltando bem rápido.

Toby e Samara agradeceram e logo deram garfadas generosas na sobremesa, logo em seguida arregalando os olhos ao perceber que o garçom não estava exagerando nem um pouco.

— Nossa! Essa mulher tem mesmo um dom! — Sam exclamou depois de engolir. — É como uma festa na boca!

— Ou o céu. — Disse Toby colocando mais um pedaço na boca, praticamente gemendo de satisfação. — Quase dá pra ouvir...

— O coral de anjos cantando. — Kurt, ainda de pé ao lado da mesa, completou com uma expressão orgulhosa. — Minha mãe é uma deusa da culinária. Quando eu entrar pra faculdade de gastronomia, espero me tornar pelo menos metade do que ela é.

O tempo que as fatias de torta duraram foi usado também para uma conversa agradável com aquele garoto tão alegre, espontâneo e completamente apaixonado por sua família e seu simples e humilde trabalho. Depois, pediram a conta (que, é claro, seria paga meio a meio), se despediram do garçom e se levantaram para ir embora.

— Que tal se eu te levar até o carro, senhorita Cook? — Toby ofereceu estendendo o braço como um perfeito cavalheiro.

— Seria uma honra, Senhor Cavanaugh. — Samara fez uma pequena reverência e abriu um lindo sorriso enquanto se deixava ser conduzida para fora.

Kurt suspirou, sentindo-se genuinamente feliz ao observar mais um casal feliz saindo do restaurante de sua família. Porém seus devaneios foram interrompidos pela voz de Spencer o chamando.

— Você é boa de garfo mesmo, hein? Gostei. — Toby comentou sorrindo enquanto caminhavam entre as árvores. — Garotas que não sabem aproveitar uma boa refeição me dão... Uma certa agonia, sabe?

— Que com que consegui ganhar mais uns pontinhos com você só por ser esse poço sem fundo. — Samara respondeu em tom divertido, fazendo-o rir.

— Na verdade, você ganha pontos comigo o tempo todo. Desde o cinema. — Revelar-se assim o deixava constrangido e o fazia se sentir vulnerável, mas mesmo assim ele não parava de se importava de abrir seu coração para ela. — Pode parecer meio cafona ou até muito cafona, mas tem algo em você que, sei lá... Me fascina.

Samara parou de andar e cravou seu olhar no de Toby. Uma energia pareceu envolvê-los e ficar longe passou a ser impossível. Sem que ao menos percebessem, seus lábios estavam unidos em um beijo cheio de palavras não ditas, porém perfeitamente compreendidas.

— Quando a gente se vê de novo? — Sam questionou quando se separaram.

— Temos que resolver isso com as meninas. Na teoria, ainda sou namorado da Spencer. — Toby abriu os olhos devagar ao responder. — Mas espero que em breve.

— Eu também espero. — Sussurrou beijando-o mais uma vez.


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