Paranoid escrita por dracromalfoy


Capítulo 8
I need to be safe




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Lily acordou no hospital ao lado da Dra. Chapman e sua mãe, não sabia como chegara lá e nem se aquilo era real. Sentia-se extremamente patética por duvidar da sua mente, mas como poderia confiar? Como era possível? Como – se única pessoa da qual Lily sempre confiou totalmente dizia não ser real – ela acreditaria na bagunça que era sua consciência?

“Lily, os policiais te encontraram no playground desmaiada, você se lembra do motivo de ter ido lá?” perguntou a médica, analisando-a.

“Eu estava fugindo, há meses que elas tentam me machucar.”

“Está se referindo a quem? Quem está tentando te machucar?”

Lily não respondeu, principalmente porque estava começando a entender. Sua mente vagava entre o real e o imaginário, nem tudo que ela via ou pensava era real. Sua mente era traiçoeira, fazia-a acreditar que estava em perigo, fazia-a acreditar estar em constante perigo, o medo era constante, o pânico, o estresse. Até mesmo o mais puro dos sentimentos – amor, amizade, cumplicidade – não eram mais reais naquelas circustâncias.

Deitada na cama do hospital, Lily tentava procurar vestígios de que era sua imaginação agindo. Ela piscava freneticamente esperando pelo momento em que a Dra. Chapman fosse desaparecer.

“Mãe, quem mais está aqui?” Lily perguntou. Pela primeira vez, ela estava confiando na mulher a sua frente. “Dra. Chapman está aqui? Ela é real?”

“Ela é real, meu amor. Vai te ajudar a passar por isso, vamos passar por isso juntas.”

“Lily, você entende a doença que você tem? Você entende o que está acontecendo?”

Lily não entendia, tudo mudara da noite pro dia. Não sabia quem era mais, não sabia até que parte de suas memórias eram realmente verdadeiras.

“Você tem esquizofrenia paranóide, Lily, muitas pessoas no mundo todo passam por isso também. Com o tratamento adequado, você poderá ter uma vida comum, mas precisa aceitar minha ajuda. E não pode, em hipótese nenhuma, deixa de tomar sua medicação. São esses remédios que calam as vozes na sua cabeça.”

Seu peito era um mix de sentimentos, não conseguia acreditar que, por todo esse tempo, James, Marlene e Severus não eram reais. Era estranho pensar que todas as histórias que ouvira eram fabricadas dentro da própria mente, dentro do seu próprio universo desconexo onde ela acreditava fielmente não estar sozinha.

Era difícil, mas era certo. As vozes não iriam matá-la, ou machucá-la: elas não existiam.


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Notas finais do capítulo

Sim, alguns pacientes têm noção da doença e da realidade. Eles não conseguem diferenciar, como nós, o que é real ou não, porém há relatos de pacientes que falam abertamente sobre a doença e também dizem que é complicado diferenciar uma coisa da outra. Nesse caso, Lily está tentando aceitar sua condição e também diferenciar as duas coisas (real – não real). Acredito que o que fez com que ela percebesse isso foi o próprio James :((



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