In Love With a Ghost escrita por Natur Elv


Capítulo 5
Flowers




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Flores

 

 

Então ele era mesmo um mago. "Wow!" Não pude evitar, oferecendo-o um sorriso ainda maior. "Eu sabia!" Comemorei, mas devido a expressão apreensiva em seu rosto logo voltei a falar, "Eu não o estou seguindo. Por favor, não entenda mal. Digo a verdade quanto a ter vindo parar aqui sem minha real intenção." 

Mas que coincidência – conveniente – aquilo havia sido, eu forçava a ficar quieto o sorriso que brigava para aparecer nos meus lábios. Aquilo havia mesmo sido uma incrível coincidência. Makkachin teria adorado, tenho certeza. 

"Hm, posso perguntar uma coisa?" 

Ele me encarou por dois segundos ou três, então, hesitante, fez que sim com a cabeça. 

"Era você mesmo, sim? Na cafeteria na Rússia e no penhasco na Noruega..." 

Mais alguns poucos segundos vieram em silêncio, apenas seus castanhos – que me faziam lembrar do chocolate quente da cafeteria – e agora um leve rosado em suas bochechas absolutamente adoráveis, não pude deixar de notar. 

Eu sabia que era ele, mas de alguma forma queria ter plena certeza daquilo. E honestamente não queria fazê-lo desconfortável, ele já parecia bastante introspectivo. 

"S-sim..." 

Sorri amigável para ele, mas seus olhos focaram no chão de grama e terra. 

"Fico feliz em saber." 

O silêncio voltou, e eu aproveitei para dar mais uma rápida olhada ao meu redor. O lugar era lindo, Makkachin adoraria correr aqui... Eu definitivamente teria que trazê-la. 

"Você mora aqui?" Perguntei, levantando-me do banco, encarando a construção ao lado. 

"Sim..." Ele respondeu simplesmente, e eu podia sentir o peso do embaraço que ele sentia mesmo sem sequer fitá-lo. Mas embaraço pelo quê, exatamente? 

"Você parece meio ansioso." Falei ao encará-lo novamente, e ele suspirou, seus ombros relaxando de uma vez. 

"Não é todo dia que alguém aparece do nada praticamente em cima do seu colo." Ele alfinetou e eu levei uma mão à minha bochecha, em surpresa pela resposta. Mas tão logo suas orelhas ganharam um tom rosado, como se só então ele tivesse percebido o que havia acabado de dizer. "D-desculpe! Não quis ser grosseiro, eu-" 

E eu ri alto, acabando por interrompê-lo, e mais uma vez ele me olhava confuso. "N-não..." Comecei, obrigando o repentino riso a morrer. "Tudo bem, tudo bem. Se alguém foi grosseiro, fui eu." Cocei meu pulso. "Desculpe por quase cair em cima de você." Falei, encarando-o. Então algo passou por seus olhos e ele começou a rir uma risada que me fez acompanhá-lo. E aquele momento em específico eu descobri adorar. 

Um vento passou por nós, arrepiando sua pele e me obrigando a afastar a franja para longe dos meus olhos. Quando perdeu força, eu falei: "Vou ser honesto e dizer que estou feliz por tê-lo encontrado. Apesar de não ter sido proposital, estou contente por ter vindo parar justamente aqui. Makkachin teria adorado!" Ele me lançou um olhar um pouco confuso e eu expliquei: "Makkachin é minha poodle, minha companheira. Talvez você a tenha visto na Noruega. Ou a escutado." Ri breve. 

"Ela sempre está comigo em todos os lugares, adora aventura. Não a trouxe por conta da chuva. Não aqui, lá em São Petersburgo. Ela é tão adorável, você precisa conhecê-la. Tenho certeza de que ela se divertiria muito por aqui, Makka adora plantas." 

Percebi Yuuri voltar a ficar um pouco tenso. "Desculpe..." Apressei-me em dizer, e mais uma breve risada veio, tão rápida quanto a primeira. "Sempre acabo falando demais quando se trata dela. É só que ela é tão fofa..." Enquanto eu falava, percebi que chutava repetidamente um pouco de grama próxima aos meus pés. 

Percebi também que Yuuri estava prestes a dizer algo quando um som gostoso de sino de vento nos alcançou e seu olhar foi imediatamente para a entrada de sua casa um segundo antes de ele se pôr de pé num pulo rápido. 

Então alguns resmungos vieram, mas eu não tinha como entender exatamente o que eram, uma vez que não fazia parte de nenhum idioma do meu conhecimento. Segui seu olhar, duas pessoas haviam entrado. No instante seguinte o senti passar por mim às pressas. 

"Yu-" 

"Por favor, vá embora." Ele falou, simplesmente, cheio de urgência, e antes que eu pudesse pronunciar qualquer palavra, ele sumiu dentro da construção. 

Pisquei algumas vezes e então olhei ao redor, confuso. Suspirei e decidi tentar dar uma olhada lá dentro. Yuuri parecia tão preocupado... 

Quando alcancei a entrada da casa, fui recebido com enorme surpresa ao descobrir não ser uma casa apenas, mas também uma espécie de... floresta? Pisquei algumas vezes. Havia uma floresta dentro da casa. 

Pisquei um pouco mais e então lancei o olhar à construção em si, analisando-a, e... ela não parecia tão grande por fora quanto parecia por dentro... não parecia ter espaço suficiente para ocupar uma... floresta? Ah, eu estava tão confuso, não pude evitar mais algumas piscadelas. 

Foi então que algo estalou: é claro! Magia! Voltei a olhar pela enorme janela ao lado da entrada. Havia tantas plantas, tantas flores, troncos de árvores... "Wow," me escutei sussurrar. Quanto mais eu olhava mais tinha certeza de que se tratava de mágica. Incrível. Impressionante! Um feitiço de ampliação. 

Yuuri era incrível!  

E ele estava lá; ele e as pessoas que haviam entrado há pouco. 

Fui para casa, mas mesmo após contar tudo a Makkachin não pude me livrar da enorme surpresa com o que Yuuri mantinha, e mesmo antes de finalmente conseguir dormir, sentia meu coração alto e animado sob meu peito. 


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