Diário de Bordo escrita por mahouswords


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a todos que leram o primeiro capitulo.
Aqui mais um para vocês.



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Havia se passado uma semana desde o ocorrido, não falava diretamente, ou melhor, a sós com Zoro. Realmente eu tinha que esquecê-lo, afinal nunca persistir em algo sem fundamento. Tudo parecia ter voltado ao normal, até que desembarcamos em uma ilha tropical, fiquei muito feliz, assim poderia ocupar a mente com outras coisas.

 

- Essa praia está ótima.

 

Disse sorrindo enquanto me deitava na cadeira ao lado de Robin, Sanji aproximou-se segurando o bronzeador.

 

- Nami-san, deixe seu príncipe passar em você.

 

- Está bem, mas se fizer algo inapropriado, irá morrer.

 

- Hai, Nami-Swa~~~~nn.

 

Enquanto ele passava o bronzeador, Zoro a uns dois metros de distância malhava repetidamente. Tenho certeza que ele intensificou o ritmo ao ver Sanji, realmente não entendia aquelas atitudes. Sanji abriu meu biquíni enquanto estava deitada de costas para passar o bronzeador, naquele mesmo instante um som de metal pesado ocupou a praia, olhei para o lado e ele não estava mais lá, havia partido para o mar.

 

- Que distinto.

 

- O que foi Robin? O que é distinto?

 

- Humn, nada demais.

 

Agora tinha certeza que havia algo errado naquele estúpido espadachim, fechei meu biquíni e me levantei, Sanji me olhava confuso.

 

- O que foi Nami-san?

 

- Descobri que não estou com vontade de me bronzear, prefiro dar um mergulho.

 

- Hãn?

 

Afastei-me subitamente, não queria responder nenhuma pergunta, olhei para trás e notei que Sanji já paparicava Robin, isso era ótimo, era uma preocupação a menos.  Coloquei os pés devagar na água, Zoro já estava a certa distância da beira, a água já estava na minha cintura, mas quanto mais perto mais receosa ficava. Eu era uma covarde, fiquei ali parada ao vê-lo, irritada mergulhei, já havia desistido de falar com ele, nadei um pouco e fiquei boiando por algum tempo, o céu ao entardecer me acalmava. Uma onda veio tirando toda minha concentração, estava tão distraída que havia engolido um bocado de água, subitamente sentei em um rochedo que estava próximo a mim, arfava em busca de ar. Quando notei Zoro estava vindo em minha direção, que droga eu não queria que isso acontecesse, mais um motivo para eu ficar sem ar. Que espadachim maldito.

 

- Você está bem?

 

- Melhor impossível.

 

Ele franziu as sobrancelhas para mim, e uma cara amarrada se formou.

 

- Não minta, eu vi você se afogar.

 

- Essas pequenas coisas acontecem.

 

Ele deu de ombros se afastando, quando falou rispidamente para mim.

 

- Todos já estão voltando para o Sunny, é melhor você ir também.

 

- Pois diga para os outros que vou ficar aqui por mais um tempo.

 

Assim ele fez, foi embora falando para os demais que eu ficaria ali, Sanji acenou para mim, fazendo sinais em forma de corações e coisa do tipo, acenei agradecida para o cozinheiro. Todos adentraram ao Sunny e ali permaneci por um tempo, sentada naquele rochedo em outro triste final de tarde, o céu já estava escuro ficando aos poucos nublado. Pequenos clarões iluminavam as nuvens que se aproximavam, mas o que os outros não sabiam, era que a água do mar ficava incrivelmente deliciosa à noite. Pulei na água, não estava muito preocupada com o temporal, sempre temos dias em que nada parece ter importância, que libera uma louca vontade de fazer coisas sem sentido. Estava tendo um dia desses em que nada vale à pena, ate que uma voz rouca cortou a minha linha de pensamento, ergui a cabeça para fora da água.

 

- Nami, entre.

 

- Não.

 

- Já disse para entrar, não seja mimada, sua maldita!

 

- Você não manda em mim.

 

Sai da água fiquei sobre uma das rochas, fiz um sinal negativo com a cabeça para Zoro. Escorreguei levemente para a outra pedra ficando entre ambas, abracei-me, o vento fazia meu corpo molhado estremecer, ergui um dos braços para torcer o cabelo quando algo me segurou pelo pulso.

 

- Porque diabos você anda fazendo isso comigo?

 

- Não estou fazendo nada demais.

 

Ele estava totalmente encharcado, com certeza havia pulado do Sunny diretamente na água, um idiota perfeito.

 

- Hã, não está? Cada dia que passa você está ficando mais louca ou bruxa, depende do que você ira escolher.

 

- Não estou apta a papo furado com um idiota que nem sabe se guiar.

 

- Ora sua...!

 

Zoro era extremamente forte, me ergueu do chão facilmente pelo braço, quando olhei para seus olhos, parecia que iria me detonar em vários pedaços. Aos poucos a pressão que ele fazia em meu pulso foi diminuindo.

 

- Você esta com o rosto roxo de frio.

 

- Me solte!

 

No mesmo tempo em que falei, um clarão iluminou o céu, um raio havia caído bem ao nosso lado, fechei os olhos nervosa, escapei por milímetros da morte, mas por causa do susto acabei escorregando para a água. Fitava por debaixo da água os clarões iluminado o céu, a correnteza estava forte, me puxando para longe da beirada, meus pulmões não tinham mais ar, sorri em desistência, quando fui puxada rapidamente para a superfície.

 

- Nami, você esta viva?

 

- Cof...cof... Infelizmente sim, para a sua sorte.

 

A correnteza estava impetuosa, eu sentia meu corpo chocalhar para todos os lados, Zoro já não estava dando conta de me carregar.

 

- Me deixe aqui!

 

- Cala-se!

 

Zoro puxou suas katanas rapidamente de sua cintura as dando para eu segurar, quando fui surpreendida por seu abraço, num tom bravo quase gritando ele falou.

 

- Não as perca!

 

Queria responde-lo, mas não estava conseguindo pelo numero de ondas imensas que nos cercavam, agarrei as espadas o mais forte possível, enquanto Zoro me pressionava fortemente contra o peito, aos poucos minha visão foi escurecendo.

---


Minha cabeça latejava, abri os olhos no susto, senti a areia sobre meu corpo, não fazia idéia de onde estava, olhei para o oceano e não avistava o Sunny. Ergui uma das mãos quando notei algo pesado, a Wada de Zoro estava em minhas mãos. Olhei desesperadamente a minha volta em busca das outras katanas e a procura de Zoro, elas estavam a poucos metros de mim, fui engatinhando até elas e as segurei com força, meus olhos não encontravam Zoro em nenhuma parte. Estava começando a ficar desesperada, quando observo os coturnos de Zoro por de trás de umas pedras, fui me aproximando, metade de seu corpo estava mergulhado na água, larguei as katanas pela areia e fui ate seu encontro. Ele estava desmaiado com um corte na testa, aflita, coloquei meu ouvido perto de seu rosto, graças a Deus ele estava respirando, com muita dificuldade o puxei para a areia, a chuva caia torrencialmente.

 

- Zoro acorde!

 

O segurei pelas bochechas e falei perto de seu rosto.

 

- Por favor... Preciso de ajuda.

 

Aos poucos ele foi franzindo o cenho e seus olhos foram abrindo devagar, de tudo que aprendi viajando pelo mar foi que, Zoro daria a vida dele para salvar seus nakamas. Ele se colocou sentando, passando a mão no machucado da testa.

 

- Onde estamos?

 

- Não faço idéia... mas...

 

- Mas..?

 

Ele me fitava com olhos melosos, pela primeira vez eu notei aquilo, ergui umas das mãos em sua direção, mas numa fração de segundos, acabei desistindo do ato, ficando de costas para ele.

 

- Mas as suas katanas estão a salvo, hehehe!

 

Eu ia pega-las quando fui surpreendida por um abraço por trás, ele me abraçava forte, o meu deus, não sabia ao certo o que fazer, aos poucos meus olhos foram ficando marejados. Havia descoberto o porquê daquela ação, uma dor aguda havia atravessado meu ombro, um pouco de sangue escorria pelo meu braço, mas eu não chorava pela dor e sim por ser idiota e cair mais uma vez nas teias dos meus sentimentos. A chuva chicoteava minha face, como se fosse um tapa pela minha estupidez.

 

- Você está machucada e roxa de frio.

 

- Você também está machucado, não tem necessidade...

 

Aos poucos seus braços foram me soltando, eu não queria aquilo, mas a verdade doía menos do que um abraço falso. Não conseguia me virar para trás, ele já havia se afastado totalmente de meu corpo, agora sim o frio me dominava, uma rachadura mais funda era marcada em meu peito. O barulho de pano sendo rasgado não me fez olhar para ele, aos poucos suas mãos fortes percorriam as minhas costas parando perto de minha clavícula, suavemente deslizou ate meu braço o erguendo enquanto enfaixava meu machucado. Suas mãos eram mais precisas do que imaginava, a pele bronzeada se contrastava contra a minha, ele já havia terminado o curativo quando se levantou e se posicionou sentando novamente em minha frente, eu não conseguia fitar seus olhos.

 

- O que foi? Está doendo?

 

- Não..

 

- O que eu fiz te incomodou?

 

- Não...

 

- O que foi então?

 

- Não é nada.

 

Ele pegou meu queixo e me fez olhar em seus olhos, o céus, como odiava isso, odiava com toda a minha alma, pois toda vez que olhava seus olhos de perto era como se eu enlouquecesse.

 

- Está mentindo para mim.

 

- Não to, pare de implicar!

 

Ele pegou a blusa que estava em seu colo e foi aos poucos colocando em mim, me senti uma criança, eu estava relutante em sair dali.

 

- Eu sei me vestir, e eu não quero a sua blusa!

 

- Fique parada, o curativo vai cair assim, e outra você não vai ficar andando por ai só de biquíni, vai me trazer muitos problemas.

 

- Dane-se!

 

- Maldita!

 

Eu iria o empurrar, mas fiquei imóvel ao ver que ele estava me beijando. Nossos olhos estavam abertos, somente a chuva estava entre nós, queria fugir daquela situação, mas simplesmente meu corpo não queria se mover. Mexi meus lábios devagar na busca de uma ação e por surpresa ao poucos fui sendo retribuída, fechei meus olhos lentamente, coloquei aos poucos o que faltava da blusa enquanto nos beijávamos. Fui me deitando sobre a areia molhada, o puxando pelos ombros nus, como era bom sentir o gosto de seus lábios em minha boca, ambos explorávamos com cuidado um ao outro, quando rapidamente ele se afastou de mim. Fiquei ali deitada sem ter o que falar, ele não se virava para mim, ficamos assim por algum tempo, até que ele se levantou e foi em direção a suas katanas.

 

- Só assim para você colocar essa merda de blusa.

 

- O que? Você também queria isso!

 

- Eu sou um homem, não sou de ferro como você pensa.

 

- Então você só me usou?

 

- Claro que não! Eu não sou mulherengo que nem aquele cozinheiro de merda!

 

- Pois saiba que ele nunca me beijou!

 

- Claro, pois você prefere a mim!

 

- O que?

 

- ARGH!

 

Ele pegou as katanas as colocando na cintura, sua testa ainda sangrava, fiquei em pé, ainda sem jeito, notei como a ilha era familiar, era a mesma em que o raio havia nos pego. Com certeza estávamos só alguns quilômetros do navio, como era difícil formar as primeiras palavras depois do acontecido.

 

- Ei, vamos pela costa, pelo que vejo estamos ainda na mesma ilha.

 

Ele caminhou em silêncio até uma distância segura de mim, seguimos pela costa. O silêncio era irritante entre nós, o fitava pelo canto do olho, ele parecia normal diferente de mim que estava fervendo mesmo com a chuva fria. Alguns gritos invadiram a costa, Ruffy vinha correndo em nossa direção, ele arremessou os braços aglomerando-se em Zoro e a mim.

 

- Estávamos preocupados.

 

- Até que enfim nos encontramos.

 

- Namii, Zoroo os dois estão feridos! Vamos! Chopper ira tratar de vocês!

 

Assim eu e Zoro fomos sendo empurrados juntos em direção ao Sunny, Sanji cantarolava ao me ver, não conseguia nem fitar o rosto de Zoro para ver sua reação, entramos no navio, Usopp já fazia um enorme teatro junto de Sanji.

 

- Zoro pensei que nunca mais te veria, o capitão Usopp já estava ficando preocupado.

 

- Nabii-swnn bensei que nunba bais ia te ver.

 

- Ok...ok... Já estamos de volta, só foi um descuido meu.

 

Sanji falava segurando um lenço entre os dentes com lágrimas nos olhos, e por mais que ele implicasse com Zoro, ele não respondia nada, aquilo estava ficando estranho, até que Chopper apareceu levando eu e Zoro para a enfermaria.

 

- Fiquem ai, vou pegar umas ervas!

 

A pequena rena saiu nos deixando a sós, estávamos sentados lado a lado na maca, ele estava cabisbaixo e eu imóvel, nossos olhares se cruzaram rapidamente, o silêncio reinava sobre o quarto. Não tínhamos mais o que fazer a não ser fugir um do outro, isso era algo que eu não queria, mas infelizmente, era algo a ser feito por ele.


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