Perdido em outro mundo escrita por Lilian T


Capítulo 3
Os Parker


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo, jovens!
Hoje trago para vocês o terceiro capítulo da minha fanfic.
Estou bastante animada e espero que estejam gostando.
Sem enrolar muito, tenham uma boa leitura.

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 Multiverso é um termo para descrever um hipotético grupo de universos possíveis. A realidade em que vivemos pode ser apenas mais uma entre um infinito de variações.

Existem um número imensurável de versões de nós mesmos, algumas fazendo exatamente a mesma coisa que fazemos agora. Outras, vivem vidas completamente diferentes.

O que alguém pode encontrar quando atravessa a barreira entre os universos?

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— Lílian, você o encontrou?

Harry ouviu a voz de Tiago Potter ressoando na escuridão. Viu a silhueta do homem ao lado do caminhonete parado na estradinha rural, olhando ansioso o declive do acostamento, onde o garoto caíra.

Sabia que era ele, pois escutara sua voz quando enfrentara os dementadores e tornara a ouvi-la durante o duelo contra Voldemort. Haviam se passado quase dois anos, mas ele jamais poderia esquecê-la.

— O que aconteceu, Lílian? Está tudo bem? — gritou Tiago em tom ansioso, balançando-se sobre o corpo enquanto tentava enxergar o que acontecia lá embaixo no escuro.

Harry então se virou para a mulher parada à sua frente, segurando a lanterna, imóvel.

Lílian Potter estava paralisada, os olhos arregalados, tão pálida quanto a neve no chão aos seus pés. Adquirira um aspecto quase fantasmagórico e parecia tão sem fala quanto o próprio Harry.

— Chega! Vou descer aí!

O voz do marido despertou-a daquele transe.

— Não, não desça, Tiago!... — exclamou ela, sem desgrudar os olhos de Harry — Eu.. nós... nós vamos subir...

Lílian deu um passo hesitante para trás, ainda fitando o garoto, com a lanterna apontada para o peito dele. Esperou um segundo, antes de dar o segundo passo, nitidamente observando se ele iria segui-la.

Harry precisou fazer força para que sua perna se mexesse.

Queria dizer alguma coisa, mas não encontrava palavras. Sua mãe estava bem diante dele, tão sólida quanto ele próprio. O que significava aquilo? Será que tinha morrido também e aquele era o outro lado?

Harry seguiu Lílian devagar em direção ao carro, vigiado atentamente sob o olhar dela. Era estranho, por que parecia até mais confusa do que ele.

Quando alcançaram a estrada, Tiago veio mancando ao seu encontro, apoiado em uma bengala.

— Finalmente! O que é que você...?

Seu olhar recaiu sobre o garoto ao lado da esposa e a cor sumiu de seu rosto.

— MAS O QUE É ISSO?! — gritou ele, o pânico vibrando em sua voz.

Tiago deixou a bengala cair no chão, sua perna vacilou e ele se desequilibrou para trás de forma tão perigosa que Lílian teve de correr para ampará-lo. Ela ajudou-o a ir, cambaleante, em direção ao veículo, onde se firmou.

— Não pode ser... Não pode ser... — murmurou ele, encarando Harry absolutamente aterrorizado. — Como é possível, Lílian?

— Eu não sei... — respondeu Lílian, com um fio de voz. — Ele estava caído na neve...

Harry olhava de um para o outro.

Também estava muito surpreso, mas de modo algum tão assustado quanto eles. Pareciam estar diante de um bicho-papão particularmente terrível. Tinha a impressão de qualquer coisa que dissesse poderia provocar um desmaio em algum deles.

Foi Tiago quem reuniu forças para se dirigir à ele.

— Quem é você? — perguntou, com voz trêmula, segurando a mão de Lílian, que se agarrara à manga de sua camisa.

Harry pensou em dizer "Sou seu filho", mas não soava prudente, então se apresentou formalmente.

— Eu sou Harry Potter.

— Henry? — exclamou Lílian, em tom agudo. — É o Henry?

— O quê? Não... É Harry... Harry Potter...

— Espere, você falou Potter? — inquiriu Tiago, franzindo as sobrancelhas no rosto ainda branco, mas em um tom um pouco mais firme — Harry Potter, foi o que disse...

— É, esse é o meu nome... E vocês são Lílian e Tiago Potter.

— Quê? Não, não somos...

— Sim, são sim... — o garoto teimou. — Eu escutei vocês se chamando pelos nomes agora a pouco...

— Somos Lílian e Tiago Parker... Não somos Potter.

A boca de Harry se abriu, só que ele não emitiu nenhum som.

Não estava entendendo bulhufas de que estava havendo. Primeiro Hogwarts e Hogsmeade sumiram, depois encontrara seus pais que pareciam reconhecê-lo, mas temê-lo. E agora tinha mais essa de nomes diferentes? Como desejou que Hermione estivesse ali para lhe explicar aquela situação!

— Como chegou aqui? — perguntou Lílian. — De onde é que você veio?

Lílian e Tiago olhavam-no cheios de suspeita e receio.

De repente, ocorreu a Harry que, de alguma forma, eles talvez não fossem mesmo os Potter e que, portanto, não podiam ser de fato seus pais. Ele só não entendia como era possível.

— Eu... Eu não sei...

— Você está perdido?

Ele olhou para os lados, procurando uma saída dali, mas só tinha neve e escuro. Voltou-se novamente para os dois.

— Acho que estou... Está tudo muito confuso...

O casal se entreolhou, incerto.

Demorou um longo minuto para que Lílian falasse:

— Deveríamos levar ele com a gente, Tiago.

— Ficou maluca?! — exclamou o marido, incrédulo. — Não sabemos quem ou o quê é ele! De onde veio ou como chegou aqui! Não podemos simplesmente colocá-lo no carro e levá-lo para casa...

— O que sugere então? — retorquiu Lílian, em voz baixa e cheia de repreensão. — Que o larguemos aqui no frio no meio da noite?

— Para que ele volte para o lugar de onde veio? Acho que sim...

— Escute o que está dizendo! — esbravejou ela, aborrecida. — Não podemos deixá-lo para trás. É só um garoto que parece com...

— Não, ele não parece, Lílian! É idêntico! E isso não é normal. Eu não sei o que está se passando aqui, mas eu não estou gostando nem um pouco.

— O que acha que ele é, hã? Um espírito? Garanto-lhe que é bastante sólido.

— Não é isso... — a voz de Tiago tremeu.

Lílian puxou a manga de Tiago e sua voz era quase suplicante.

— Tiago, não podemos deixá-lo aqui sozinho.

Tiago Parker mordeu os lábios, enquanto fitava os olhos da esposa. Ele virou o rosto para Harry como se estivesse tendo de tomar uma das decisões mais difíceis de sua vida. Seu lábio inferior tremeu um pouco, mas quando falou, seu tom era decidido.

— Garoto, se quiser nos acompanhar, há mais espaço na cabine da nossa caminhonete.

— Eu... hum... agradeço.

Lílian apanhou a bengala no chão e entregou-a à Tiago, que a apanhou e foi mancando em direção a porta do motorista. Lílian então fez sinal ao garoto para que a acompanhasse até a porta dos passageiros. A mulher a abriu e Harry ofereceu a mão para que ela se apoiasse nele e embarcasse.

Lílian hesitou um instante.

Então estendeu a mão e a segurou e, quando sentiu o toque do garoto e teve certeza que ele era de verdade, apertou-a com força. Um aperto de reconhecimento carinhoso.

Ela subiu na caminhonete e Harry a imitou.

Fecharam as portas e Tiago ligou o automóvel.

— Vá com calma dessa vez, querido. Acho que não aguento mais nenhuma surpresa.

— É, eu também não... — respondeu Tiago, engatando a marcha e seguindo pela estradinha coberta de neve.


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Notas finais do capítulo

E esse foi o capítulo três. Espero que tenham gostado.
Não esqueçam de comentar para que eu saiba.
Até o próximo capítulo.
Bye!

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