Perdido em outro mundo escrita por Lilian T


Capítulo 28
Invasão


Notas iniciais do capítulo

Olá, jovens!
A fanfic entrou em hiato por um longo tempo, mas hoje decidi quebrar um pouco a espera e postar um novo capítulo. Obrigada pela paciência de esperar.
Mas não vou me demorar muito na introdução. Vamos lá descobrir o que vai acontecer com Harry.
Boa leitura!



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Agora completamente acordado, o coração de Harry palpitava acelerado enquanto seu cérebro esforçava-se para trabalhar na mesma velocidade.

Encontrava-se caído de joelhos no centro da pequena sala de reuniões, preso por dois homens.

Um deles imobilizara pelas costas, agarrando seu braço e colocando-o para trás em uma posição estranha e dolorosa; o outro apontava um fuzil acima de sua cabeça abaixada, mirando no ponto entre seus olhos. O garoto não duvidou que, caso se mexesse, ele não hesitaria em atirar.

Lílian e Elisadora também tinham sido retiradas do quarto. Harry mal ousara mover a cabeça na direção delas, mas podia vê-las pelos cantos dos olhos.

A Sra. Parker parecia ser a mais sensata entre os presentes.

Havia sido arrancada de sua cama logo depois de Harry, mas não ofereceu grande resistência quando a seguraram. Permanecia de pé à um canto da sala, em silêncio, com as duas mãos erguidas à altura dos ombros, enquanto um policial segurava seu braço esquerdo com a força de uma tenaz, a ponto de deixar a circulação das pontas dos dedos comprometida. Era visível que estava assustada, mas não era o suficiente para diluir a raiva contida em seus olhar.

Brooks se mostrava bem mais teimosa. Contorcia-se e lutava, tentando se livrar das mãos dos dois agentes que a seguravam, mas tudo o que conseguiu, entretanto, foi receber uma coronhada no alto da testa, que a deixou desorientada. No momento seguinte, foi lançada contra a parede e soltou um grito quando um dos homens torceu seu braço direito para trás. Um segundo policial encostou a ponta de seu fuzil na nuca da moça. Uma expressão de derrota tomou conta de seu rosto dela, quando sentiu as lágrimas de raiva e dor escorreram por suas bochechas, misturadas com um filete de sangue descia de sua testa.

No quarto, desenrolava-se uma briga. Ouviam-se gritos roucos, grunhidos, pancadas abafadas e o barulho de móveis sendo empurrados. Morgan estava dando o máximo de trabalho que podia oferecer.

Por fim, houve o som de algo batendo com força e o estrondo de uma coisa desabando pesadamente no chão. Alguns instantes depois, dois homens arrastaram para fora do quarto o corpo desfalecido de Morgan, que balançava ebriamente a cabeça pendida e balbuciava baixinho. Um terceiro homem seguiu-os, sua arma em punho.

Doze pessoas agora lotaram a sala apertada.

— Estão todos aqui — constatou aquele último policial.

— Vamos subir — anunciou o homem que segurava Harry.

O garoto foi erguido bruscamente e empurrado em direção à grande porta de metal, que encontrava-se escancarada. O grupo a atravessou em fila, seguindo pelo pequeno túnel escuro até as escadas, que estava iluminada pela luz que entrava pelo alçapão acima.

O policial que saíra do quarto por último foi o primeiro a subir. Assim que atingiu o piso superior, ele se virou e apontou a arma para o garoto, que sentiu o aperto em seu braço se desfazer.

— Suba! — ordenou o homem atrás dele, sacando sua arma e encostando na linha da coluna do garoto.

Harry obedeceu.

Escalou as escadas de metal com cautela até finalmente transpor a abertura do alçapão, onde a luz ofuscou momentaneamente sua visão. Foi içado pelo colarinho pelo policial que o aguardava e, quando se acostumou a claridade, viu-se que o agente que o mantinha sob a mira de sua arma no túnel estava acabando de transpor a abertura. Logo, estava mais uma vez ladeado por dois guardas.

Notou que a mesa estava virada de ponta a cabeça e com uma perna quebrada a um canto, junto com as cadeiras, indicando que fora lançada para o lado com violência. Havia também outros dois policiais na cozinha, além daqueles que o seguravam.

Agora que podia observá-los melhor, percebeu que seria difícil reconhecer quem era quem se precisasse, pois todos usavam capacetes, óculos e máscaras de proteção, que cobriam completamente seus rostos. A única forma de identificá-los era pelos crachás em seus uniformes, indicando um conjunto de números para cada um.

O agente que segurava-o tinha a marcação 0119. Ao seu lado estava o 0135.

Não demorou muito para que o policial que segurara Harry no túnel saísse da abertura no chão — era o 0127 —, seguido por Lílian e um outro, o 0116.

Quando a cabeça e Brooks surgiu pela portinhola, Harry sentiu-se arrastado de maneira brusca novamente.

— Vamos levá-los para fora — disse o homem que o prendia.

Harry e Lílian foram guiados para sala e dali para o exterior da casa, passando pela porta da frente, que tinha sido  arrancada das dobradiças e encontrava-se jogada no chão do hall.

O garoto logo percebe que a proteção metálica que o búnquer oferecia não só abafava os sons vindos de dentro do esconderijo, mas os barulhos exteriores também. Aquela ação devia ter feito um estardalhaço, mas ninguém no quarto subterrâneo pode ouvir nada.

Assim que a atingiram o primeiro degrau da saída, o ar frio invadiu seus pulmões dolorosamente e um arrepio gélido percorreu o corpo do rapaz.

Estacionados à frente da casa, havia um carro de vidros escuros e aspecto oficial, além de dois grandes camburões com as portas traseiras abertas. Parada ao lado de um deles estava Marisa, cercada por dois policiais e sob a mira de uma arma. Suas mãos estavam algemas trás, seu rosto estava pálido e ela tremia dos pés à cabeça. Seus olhos arregalados denunciavam o pavor que sentia naquele momento.

Harry avançara por metade do jardim quando a porta do carro se abriu e um homem saltou para fora. Ele seguiu a passos largos ao seu encontro e parou de frente ao garoto, pouco antes deste atingir a calçada.

Demorou para que Harry o reconhecesse. Mesmo com as luzes da casa e dos faróis acessas, ainda era uma madrugada escura e sua aparência era um tanto diferente do que ele se lembrava em seu mundo. Apenas quando falou, ele pode ter certeza de quem se tratava.

— Então, você é o garoto.

Rufo Scrimgeour.

De costas para os veículos, as luzes dos faróis lançavam um leve brilho ao redor de sua silhueta, o que deixaria seu rosto oculto nas sombras se não estivesse iluminado fracamente pelas luzes que vinham da casa.

Possuía os olhos amarelos do Ministro da Magia em seu mundo por detrás dos óculos de armação escura, mas não a mesma juba aloirada de leão. Seus cabelos já meio grisalhos estavam muito bem cortados e penteados, e seu terno também era muito bem alinhado.

No entanto, ainda que sua pele exibisse rugas muito mais acentuadas e seus olhos demonstrassem um cansaço que jamais fora visto no Ministro da Magia, a sua postura rija e expressão séria denunciavam que ali estava uma pessoa com a qual era melhor não brincar.

Ele avaliou Harry de cima por um instante, antes de continuar:

— Hum... Você criou problemas demais para alguém tão pequeno — comentou ele, com enfado. — Mas isso acaba aqui — ele olhou em volta, para os prisioneiros que foram retirados da casa. — São apenas estes?

— Sim, senhor Secretário Strathmore — afirmou um dos policiais, o 0119.

Ele pareceu ainda mais aborrecido.

— Esta quantidade de pessoal para apanhar míseros cinco infratores?

— A fonte disse que um deles saiu do esconderijo à tarde, possivelmente para se encontrar com o traidor.

— Sim, sim... Ou com o fornecedor de armas... O que encontraram no búnquer?

— Algumas armas de pequeno porte, como revolveres, mas não encontramos outras na casa.

— Com certeza, teríamos encontrado mais se tivéssemos esperado alguns dias. No momento certo, teríamos até mesmo o nome do informante.

— A fonte estava tendo dificuldade de manter contato. Suas ordens eram para que agíssemos assim tivéssemos informações.

— O Primeiro-Ministro insistiu que apanhássemos todos o mais rápido possível — disse Strathmore.

Por um segundo, seus olhos faiscaram na direção dos prisioneiros como se fossem culpados de todo o mal no mundo. Seus olhos passaram de Harry para Marisa, depois de Lílian para Brooks, que tremiam de frio, até pararem em Morgan, que ainda estava meio desfalecido, os braços seguros por dois guardas.

— Pois que seja assim — disse o Secretário por fim, num tom impaciente. — Acompanhem o menino até o carro, eu me encarregarei dele pessoalmente a partir daqui. O restante será levado nos camburões. Vocês já sabem o que fazer.

— Nosso informante aguarda a bonificação, senhor — avisou o policial.

— O rato ainda está aqui? Tem de ser mesmo muito ganancioso — comentou o Secretário, novamente com um olhar fuzilante. — Tragam-no aqui, então.

O policial sumiu de vista por um breve instante.

Harry firmou os pés na neve, tentando dificultar o trabalho dos agentes que o empurravam até o carro. Lílian e Marisa foram guiadas até a porta traseira de um camburão ao passo que Brooks e Morgan foram arrastados para o outro.

Estavam prestes a embarcar quando Paulo Pritchett apareceu gingando ao lado de um policial.

Exceto pela desfaçatez de dar as caras enquanto seus companheiros eram presos, Harry não se espantou com a traição de Paulo. Previra aquilo o tempo todo, o que deu um toque de amargor a sensação de estar certo.

No entanto, o resto de seus companheiros, que não tiveram o mesmo pressentimento, reagiram mal quando constataram a verdade.

Lílian, que já colocara um dos pés dentro do camburão, estacou no meio do caminho, seus olhos arregalados ao ver o amigo ao lado do inimigo.

— Paulo? COMO PÔDE?

Pritchett sequer olhou na direção dela.

Caminhou com passos rápidos e curtos na direção do secretário, parando numa distância timidamente respeitosa. Strathmore meteu a mão no bolso interno do terno e retirou um rolinho de dinheiro, atirando-o na direção do homenzinho, que apanhou-o desajeitadamente no ar.

— Obrigado, senhor.

— Já tem seu dinheiro, então, dê o fora!

— Sim, senhor.

— E se chegar a ter notícias dos outros, nos avise.

— Sim, senhor.

— PAULO, SEU FILHO DA PUTA!

O rosto de Lílian ficara mais vermelho que seus cabelos.

Com um impulso, ela lançou-o o corpo para trás e saltou para longe do camburão. O agente que a conduzia precisou agarrá-la pela cintura para impedi-la de correr na direção do traidor. Lílian lutava, contorcendo-se para escapar das mãos que a impediam de saltar sobre Pritchett.

— SEU DESGRAÇADO! VOCÊ ERA NOSSO AMIGO! VOCÊ ERA NOSSO AMIGO! EU CONFIAVA EM VOCÊ!

Pritchett, que até ali evitara olhar para os prisioneiros, de repente, voltou o rosto para ela.

Havia um brilho de rancor feroz em seus olhos, nada parecido com a expressão tímida e assustada que exibira nos últimos dias.

— De que me adianta qualquer uma destas coisas, hã? Eu vou lhe dizer o que sua amizade e sua confiança valem para mim, Lílian: Merda nenhuma!

Lílian soltou um rosnado de raiva e lutou com mais ímpeto para se livrar dos braços que a detinham.

— VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO, PAULO! VAI PAGAR, ESTOU DIZENDO!

— Pelo menos dinheiro já tenho para isso — ele rebateu tranquilamente, beijando o rolinho de notas e metendo-o no bolso, antes de dar-lhe as costas.

Então foi só pelo dinheiro que nos apunhalou pelas costas? — havia fúria na voz de Lílian, mas também mágoa.

Pritchett estacou. Virou-se novamente para Lílian e caminhou em sua direção. Estacou à poucos passos de distância dela, que parara de se debater, mas ainda estava presa pelas mãos do policial.

Os dois se encararam gravemente um instante antes que Paulo falasse:

— Não foi só pelo dinheiro, não desta vez...

"Desta vez...?" Quer dizer que...

— Sim, Lílian. Fui eu quem entregou o Rômulo...

Fez-se um silêncio total diante da revelação. Mesmo os agentes do Ministério permaneciam quietos, curiosos pelo desenrolar das revelações.

Por quê?

— Pelo dinheiro, é claro! Não é óbvio? — anunciou Pritchett, com a voz mais fria que a neve. — Me diga, Lílian? Quando foi a última vez que você comeu bem? Digo, realmente bem? — perguntou ele, glacial. — Você e o Tiago sempre tiveram meios de se sustentar. Eu por outro fiquei desempregado por um bom tempo. Eu não tinha nada que fosse meu. Meu dinheiro mau comprava comida. Mas depois que entreguei Rômulo nunca mais senti fome.

— Você o matou quando o entregou... Por que não pediu nossa ajuda?

— Mas não seria muito conveniente! O pobre Paulo Pritchett não consegue se sustentar, precisa de ajuda dos generosos Parker ou do maravilhoso Sr. Grey... mais uma vez, já que ele sempre foi e sempre será o mais medíocre do grupo, o fracassado, o zero a esquerda... Pensou que não sabia que achavam isto de mim?

— Paulo, nós nunca... — protestou Lílian.

"...nunca seríamos capazes de pensar isso" — completou Pritchett, com uma voz melosa, que fez Lílian se calar. — Vocês realmente se acham muito bons, não é? Não tem nenhum defeito, ou pensam que não têm nenhum. Mas vou te dizer uma coisa, Lílian: você, o Tiago e o Sirius são uns arrogantes! — Pritchett encheu a boca para pronunciar aquela frase. Parecia estar guardando aquelas palavras a anos. — A primeira pessoa de quem Sirius suspeitou que havia entregado o Lewis fui eu. Eu nem fiquei surpreso de que ele não tivesse sequer pensado no Tiago! E ele acreditou quando disse que não havia sido eu, não porque era meu amigo, mas porque pensou que eu não tinha coragem para ser informante! Meu único arrependimento é que Sirius não está aqui para poder olhar na cara dele e dizer: Fui eu o tempo inteiro e você não viu!

— Sirius vai pegar você...

— Os dias dele estão contados, assim como os seus e do Tiago! Logo a policia irá achá-lo e ele se juntará à vocês no buraco que chamam de prisão. E enquanto vocês todos apodrecem no escuro, eu estarei vivendo minha vida com o dinheiro que ganhei por suas cabeças. Adeus, Lílian.

— Seu maldito...

Os gritos de fúria de Lílian cortaram a madrugada quanto ela lutou para se desvencilhar dos braços que a seguravam. Todavia, foi em vão. Ela foi puxada para dentro do camburão, ainda esperneando. Marisa entrou com os outros policiais logo em seguida e as portas foram fechadas. No outro camburão, as portas também bateram assim todos os seus integrantes se acomodaram e ouviu-se um motor sendo ligado.

Harry foi guiado para o banco traseiro do Rolls Royce, onde se sentou ao lado do Secretário Strathmore.

As porta bateu e ouviu-se o som da tranca estalando. O motorista, com terno e gravata deu a partida e logo que o motor roncou, o veículo seguiu viagem. A frente dele seguia um outro carro oficial e os dois camburões.

Sem algemas e com as mãos livres, poderia ter sido como um passeio noturno até bastante normal, se não houvesse um homem bem fardado e armado sentado no bando do passageiro ao lado do motorista.

Enquanto deixavam Little Creweford para trás, olhando pela janela do automóvel, Harry contemplava apenas a escuridão.

Estava assustado e desorientado.

Não lhe ocorria nenhuma ideia, nenhum plano para escapar daquela posição. Mesmo se conseguisse abrir a porta do carro e pular do veículo em movimento e escapasse sem quebrar os braços e as pernas, ainda havia seus amigos presos nos carros fortes logo a sua frente.

O que seria deles agora?

As poucas horas em que Harry ficara preso, foram o bastante para machucá-lo muito. E agora era provável que Lílian, Marisa e Brooks passassem pelas mesmas coisas. E o pobre Morgan já estava em péssima situação.

Estava cansado daquele mundo, onde nunca sabia o que fazer. Desde que chegara ali, estava sempre fugindo e se escondendo, sempre dependendo da proteção de outros. E agora as pessoas que tanto lhe ajudaram estavam precisando socorro, ele não podia fazer nada por eles.

Tornara-se um fardo.

Precisava fazer alguma coisa.

Qualquer coisa.

— Ei!

O homem sentado em silêncio voltou o rosto em sua direção.

— Strathmore, não é?

Ele fez que sim com a cabeça.

— Quem é você, afinal de contas? Por que veio me pegar?

Strathmore colocou a mão do bolso interno do paletó, e por um segundo, Harry ficou tenso, acreditando que iria sacar uma arma. Contudo, ele apanhou apenas um lenço, retirou seus óculos e passou a limpá-los com cuidado. Assim que ambas lentes ficaram limpas, ele recolocou-os e guardou o tecido. Foi só então que falou:

— Me chamo Rufílio Strathmore. Sou o Secretário de Justiça da República da Bretanha. Acima de mim no Ministério da Justiça, há somente o Primeiro Ministro. Você supõe que este seja um cargo importante?

— Suponho que sim... Mas isso não responde minha segunda pergunta: Porque um Secretário de Justiça veio atrás de mim?

— Isto, meu rapaz — disse o homem, olhando-o de frente, por cima dos aros dos óculos. —, era você quem devia me responder.

— Ora, seu ministro não te contou...

— Ele mencionou uma história, no mínimo, interessante — comentou. — Se é verdade ou não, já não me interessa. O que me importa agora é evitar que o país seja ameaçado.

— E como é que eu vou ameaçar um país?

— Você?... Você não ameaça nada...

— Então... — começou Harry sem entender.

— As pessoas com quem se aliou são a ameaça, rapaz.

— Eles? Mas meus amigos não fizeram nada — rebateu, quase ofendido. — Tudo o que fizeram foi me esconder para me proteger...

— Te proteger, hum? Diga-me, para protegê-lo seus amigos precisavam de armas? Para protegê-lo, seus amigos precisavam invadir uma prisão, tramar uma fuga de um encarcerado, possivelmente cometer assassinato para garantir o sucesso desta ação? Diga-me, ameaçar a segurança de outras pessoas poderia protegê-lo?

— Talvez se não tivessem prendido um homem inocente nada disto seria necessário...

— Inocente? Refere-se aquele homem que mentiu ao dizer que era seu pai, que se envolveu com bandidos e falsificou documentos? Eu não chamaria isto de inocente.

— Mas também não é um crime tão grande à ponto de ser torturado na cadeia.

Harry ergueu a ponta dos dedos e mostrou o curativo na unha que havia sido arrancada à força. Scrimgeour deu um sorrisinho.

— Nas atual situação do nosso país, a informação é uma coisa preciosa. Extraí-la é fundamental, mesmo se o suspeito for um adolescente. Acredite quando digo que crianças menores que você são usadas por terroristas, muito parecidos com aqueles seus amigos.

— Meus amigos não terroristas. São pessoas boas que estão cansadas de verem seus familiares desaparecerem.

— Estamos em guerra, menino. Estamos lutando pelo nosso território todos os dias. E se não mantermos as coisas sob controle internamente como manteremos o controle na frente de batalha?

— Ah, é claro... Essa guerra estúpida justifica tudo neste mundo, não é?

— Vencê-la garantirá um futuro ao país.

— Seu país nunca terá um futuro enquanto continuarem brigando por coisa nenhuma.

— Garoto, você não sabe mesmo de história. Há anos temos motivos de sobra para lutar contra nossos inimigos. Pela memória daqueles que se foram devemos continuar. Pela honra da nossa nação devemos ganhar. E agora, com o Primeiro-Ministro Ryder, temos a chance de...

Harry deu uma gargalhada.

— Ryder? Ryder não quer vencer coisa nenhuma! O que ele quer é que a guerra continue por anos, para se manter no poder e controlar as pessoas com essa paranoia de dever, honra, memória e seja lá mais o que for. Enquanto houver guerra, vocês não tem de lidar com a revolta do seu povo.

Harry encarou firmemente Sthathmore nos olhos.

Foi como se tivesse lhe dado um soco na cara. Pela expressão do Secretário de Justiça, não duvidou que talvez fosse ganhar um verdadeiro a qualquer momento.


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Notas finais do capítulo

E esse foi o capítulo de hoje.
Em breve postarei o próximo. De preferência, com um hiato mais curto. Por isso, não desanimem se estão gostando.
Obrigado por lerem minha história e até o próximo.



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