Cartas escrita por Jack O Frost


Capítulo 2
Parte I; Segundo Capítulo: Quero te dar uma coisa...


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Os olhos esverdeados estavam focados sobre a tela luminosa de um smartphone, com o aplicativo de conversa aberto e seus dígitos pousavam sobre as letras na tela tão rapidamente como era comum as pessoas em sua idade. 

Canhoto~ Espero que você não tenha ido tão mal naquela prova!
Pirralho~ Ele certamente foi tão mal assim! kkkkkk
Kondou-san~ Duvidoso, Hajime-chan o ensinou.
Eu~ De fato, não foi tão difícil assim, Kondou-san! ~emoji~

A conversava continuava entre eles, Hijikata apenas colocava emoji com expressões zangadas e tediosas e Kondou-san e Hajime-kun "aturavam" Heisuke apenas para não o deixar no vácuo. Os dígitos longos do moreno fechavam aquela tela e abriam uma nova, onde seus dígitos ainda clicavam sobre as letras.

Você sabe porque as crianças nos dão doces quando as magoamos? É um modo de dizer que nos perdoa pelo nosso atos cruéis e impensados. Aprendi isso com você, quando ainda éramos crianças e acabamos por brigar de um modo feio, onde tapas e arranhões acabaram nos ferindo e nossos pais tentaram descobrir o motivo da briga. Você, como sempre, não entendia o porque de minha raiva e meu orgulho não me deixou dizer nada, principalmente que odiava o fato de você se aproximar demais de Heisuke. 

Tudo bem, ele era alguns anos mais novo do que nós dois e mesmo assim me irritava, muito. Acabei por lhe machucar porque não queria dizer que ele perto de você era menos tempo que você ficava ao meu lado.

O moreno gravava aquela parte na memória do celular e desligava a tela pelo botão lateral e o pousava sobre o gramado da escola ao qual estava sentado, tendo a certeza de o manter na sombra da árvore. Os olhos verdes se focavam no rapaz que caminhava em sua direção com livros entre os braços e um par de óculos na ponto do nariz. O sorriso se formava, pouco a pouco, nos lábios do mais velho a cada passo dele. 

O mais novo se aproximava e depositava o livro ao lado direito de Souji e sentava-se no esquerdo, mantendo-se perto um pouco demais, para que pudesse também pegar a sombra da árvore.

— Poderia ter me mandado uma mensagem avisando onde estava. - Ele começava, os olhos azuis focados no título do primeiro livro. 

Souji ria de modo anasalado.

— Nem pensar. E te poupar trabalho?!

Hajime fazia uma careta, mas logo acabava por se escorar contra o mais velho e ali ficava, com a cabeça pousada sobre o ombro dele e a respiração leve. Os olhos azulados eram escondidos sobre as longas pestanas e as pálpebras fechadas, como se fosse apenas tirar um cochilo.

Ao contrário do moreno que parecia estar a beira da morte, seu coração estava tão acelerado que pensava que iria ter um infarto naquele momento. E, seus pensamentos não eram tão bons assim e, por sua vez, acabava por focar os olhos verdes em um grupo de estudantes em sua frente, mais afastados. A conversa não dava para ser ouvida, mas Souji tinha certeza de que a conversa era boa porque todos pareciam rir e sorrir em comunhão com os outros. Envergonhado pelo seus pensamentos pelo seu amigo, sua mão tateava pelo aparelho telefônico e o encontrava ao lado do Hajime, entre ambos. Ligando a tela pelo mesmo botão que havia a desligado, seus dedos deslizavam pela senha e abria onde estivera escrevendo, dando vários intervalos até que a parte superior tivesse sumido.

Uma parte de mim acha que é errado escrever essas coisas e mais errado ainda gostar de você desse modo. Logo você que nunca teve um namoro e nem uma experiência sobre isso. Meu coração palpita tanto que parece que vou morrer. E meu estômago se embrulha como se eu tivesse comido muita carne gordurosa em um churrasco, quando na verdade o motivo é você.

— Isso é para mim? - O smartphone voava da mão de Souji, atirando-se no chão com a tela para cima e fazendo ele gritar. — Oh, ele voou!

Ambos começavam a rir como dois idiotas, como antigamente. 

Souji voltava seu rosto em direção ao Hajime, que não mantinha a cabeça mais sobre o seu ombro. Os olhos azuis estavam focados sobre a luminosidade da tela do aparelho e parecia tentar entender as letras, embora que daquela distância não fosse entender nada. E quando ele ergueu os olhos para ele, seu coração falhou e seus lábios pronunciaram as piores palavras daquele momento.

— Quero te dar uma coisa. - Hajime o olhava de modo surpreso, os olhos levemente arregalados e os lábios entreabertos. — Na verdade, três coisas. 


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo será a parte final dessa etapa (parte 1, no caso).

Se conter algum erro, me avisem, por favor.
Mereço comentários?

Até breve.
Ciao, ciao.



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