Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 2
A verdadeira face


Notas iniciais do capítulo

E com vocês mais um capitulo da história de Olívia em busca da cor da sua felicidade.



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Assim que chegamos a delegacia, perguntei ao meu marido o que estava acontecendo, mas não obtive nenhuma resposta dele.  Em seguida, fomos levados para salas separadas, e esperei durante o que pareceu ser horas até entrar um senhor que possuía um rosto bastante gentil.

—Deseja algo Sra. Amadori?- ele questionou enquanto indicava para que me sentasse.

—Apenas saber o que está acontecendo, senhor?- questionei querendo saber seu nome e ele sorriu suave.

—Me chamo agente Elliot, e trabalho na divisão de crimes federais. E Acho melhor a senhora se sentar, pois a conversa será longa.- ele insistiu e suspirei enquanto me sentava.

—A senhora está sendo acusada de ser cúmplice em sonegação de impostos e de tentativa de assassinato.- ele disse e pisquei confusa.

—Isso só pode ser algum engano. Eu não sei do que está falando.

—Temos vários documentos com sua assinatura, comprovando que a senhora era uma das sócias majoritárias da Amadori construções.- ele disse e sorri nervosa.

—Só pode ser alguma piada. Jamais fui sócia da empresa do meu marido, nunca nem visitei um canteiro de obras da construtora.- disse e ele me olhou serio.

—Mas está não é a sua assinatura?- ele questionou enquanto me mostrava vários papeis.

E antes que pudesse dizer algo Hunter entrou na sala feito um furacão.

—Não diga mais nada Olívia.- ele disse serio e se virou para o agente.- O agente esqueceu que não se pode interrogar alguém sem o seu advogado?

—Não a estou interrogando Dr. Carson, estamos apenas conversando. E para isso, não se precisa de advogado. Ainda mais um especializado em crimes federais.- ele disse serio antes de voltar sua atenção para mim.- Pelo que vejo a senhora tem bons contatos.

—Gostaria de saber do que estão sendo acusados os senhores Amadori?- Hunter questionou serio.

— Seus clientes estão sendo acusados de sonegação de impostos e de tentativa de assassinato.

—Isso é mentira.- disse cansada das acusações do agente.

—Olívia, vou resolver tudo. Mas preciso que se acalme, antes que piore a sua situação.- Hunter me pediu e concordei, deixando que ele fizesse sua “mágica”, como Noah sempre dizia.

Segundo meu amigo, seu marido jamais havia perdido um caso desde que começou a atuar.

Noah sempre dizia que Hunter tinha o faro para descobrir culpados, quando ele sentia que seu cliente não dizia a verdade, ele não aceitava o caso, e em todas às vezes ele acertou.

—Posso ter acesso aos documentos de acusação agente Elliot? – Hunter questionou me despertando dos meus pensamentos.

—Claro, aqui estão. E vou deixá-los a sós, pois acho que os dois têm muito que conversar.- o agente disse antes de se retirar.

—Eu juro por Deus, Hunter que não sei do que ele está falando.- disse desesperada enquanto ele olhava para os papeis entregues pelo agente.

—Quero que olhe nos meus olhos e me diga a verdade Olívia.- ele pediu desviando seu olhar dos documentos e voltando sua atenção para mim.- Você assinou esses contratos? Olhe para eles antes de me responder, leve o tempo que precisar.

Prestei mais atenção aos documentos em minha frente e arfei quando reconheci minha letra.

—É a minha assinatura, mas nunca assinei algo sobre a construtora.- disse sincera.

—Entendo. Luciano lhe pediu para assinar algo, alguma vez?- ele questionou e respirei fundo tentando me acalmar para que minha mente pudesse pensar.

—Luciano cuida da matricula do Vinicius no futebol. Uma vez por mês, temos que assinar vários documentos de autorização para que nosso filho participe de qualquer campeonato.-expliquei me lembrando de todas as vezes que ele me pedia para assinar os documentos. -E você chegou a ler algum desses documentos?

—Não. Eu... Apenas confiei e assinei. Nunca lê nenhum deles, pois sempre estava ocupada demais com as coisas de casa e ele sempre trazia os documentos em cima da hora.- disse entre lagrimas antes de constatar o obvio.- Oh meu Deus, Hunter. O Luciano me enganou,ele pretendia me culpar por tudo.

—É o que parece, mas não vamos tirar conclusões precipitadas. Vou averiguar tudo e venho lhe contar o que houve.- ele prometeu e concordei antes de vê-lo sair.

Esperei Hunter pelo que pareceu horas, e apesar do meu corpo está exausto consegui me manter alerta para saber o que estava acontecendo.

Podia estar cansada, mas só conseguia pensar no meu filho e no quanto ele devia estar assustado pelo que presenciou.

—Desculpe a demora.- ele se desculpou assim que entrou na sala, interrompendo meus pensamentos.

—Tudo bem. O que está acontecendo?- questionei e ele suspirou cansado, como se carregasse o peso do mundo nas costas.

—Eu realmente não queria lhe dar essa noticia, pois acredito que você não sabia de nada.

—Noah sempre diz que você tem o faro para descobrir culpados.

—Ele sempre fala isso.- ele disse e sorriu amoroso ao lembrar do marido.

—Isso quer dizer que você confia em mim?- questionei esperançosa.

—Sim.- ele sussurrou e respirou fundo antes de começar a falar.- O FBI possui inúmeros documentos que provam que você era uma das sócias majoritárias da Amadori construção ao lado do seu marido. Os dois sonegaram  inúmeros impostos e ainda foram responsáveis pela superfaturação da construção do Capitolio News.

—Isso só pode ser um engano. E o Capitolio News, não foi aquela revista online que o prédio desabou?

—Sim. O qual foi comprovado que o desabamento foi resultado do uso de produtos de má qualidade em sua construção. E o prédio foi construído pela Amadori.- assim que Hunter disse isso minhas pernas fraquejaram e tive que me apoiar na mesa para não cair.

—Meu Deus, todas aquelas pessoas...- solucei atordoada enquanto entendia tudo.

—Olívia, não quero enganar você. Vou fazer de tudo para tirá-la daqui porque sei que é inocente, mas tudo está contra você. Vou entrar com um pedido de habeas corpus, mas há poucas chances no seu caso. Tudo indica que você terá que esperar o julgamento em um presídio feminino.

—Não. Eu não fiz nada Hunter. Eu não matei ninguém. –gritei desesperada enquanto recuperava o controle de minhas pernas.- Isso só pode ser um pesadelo, isso tudo só pode ser armação de  algum concorrente da Amadori .

—Não Olívia.  Falei com o Luciano e ele mentiu na minha cara. Ele pode ser o seu marido, mas não vou defender alguém que menti para mim ou que engana a esposa para que ela assine documentos sem ler, isso vai contra os meus princípios.- ele disse serio.

—Você é um advogado Dr. Carson, deveria defender quem lhe pagasse.- disse seria.

—Pode até ser, mas isso vai contra tudo que acredito. E além do mais, seus bens foram confiscados. Vocês não tem mais nada.- ele disse e parei de respirar enquanto me sentava em choque.

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Assim que estava mais calma, fui conduzida para uma cela especial onde passaria a noite, um privilegio resultado da minha graduação em artes plásticas.

—Olívia, não sei o que lhe contaram, mas é tudo mentira.- Luciano disse assim que o guarda trancou a minha cela e nos deixou a sós.

—E qual seria a verdade?- questionei exausta, pois uma parte de mim acreditava em sua inocência, mas a outra, que acreditava em sua culpa, estava ganhando força.

Pois sabia que meu marido seria capaz de tudo para sair ganhando, ele sempre dizia que não havia nascido para perder e que não se preocupava com as conseqüências de seus atos, o que importava era o resultado final, ou seja, a sua vitória.

—Que isso é um engano. E meus advogados estão resolvendo isso tudo. Amanhã estaremos em casa e  vou processar todo mundo.- ele jurou confiante e sorri sem humor.

—Isso não é um engano Luciano, você mentiu pra mim. Me envolveu nas suas armações e agora estou presa. Meu Deus, eu fui presa na frente do meu filho. E agora vou para o presídio por sua culpa.- gritei furiosa.

—Olívia, acredite em mim.

—Já chega. Se não estivesse atrás dessas grades, juro que te mataria por fazer isso comigo e com o meu filho.

—Olívia.- ele chamou enquanto me afastava das grades e ia em direção a pequena cama que havia na cela.

Ela era desconfortável, mas estava tão cansada que nem percebi por muito tempo seu desconforto.

Acordei com a claridade que vinha de uma pequena janela da cela, logo o guarda se aproximou e anunciou que meu advogado estava aqui para me ver. Acompanhei o agente sem dizer uma palavra enquanto ele me levava em direção a sala que passei horas sendo interrogada ontem.

E para a minha surpresa, Noah estava lá.

—O que fizeram com você?- Noah questionou preocupado assim que me abraçou forte, e percebi que tudo que precisava naquele momento era abraçar meu melhor amigo.

—Há Olívia, não chore, vai ficar tudo bem.- Noah sussurrou enquanto chorava em seu peito e ele acariciava minhas costas.

—Eu juro que não fiz nada do que estão me acusando Noah, você me conhece desde a infância e sabe que não sou capaz disso.- solucei assim que me separei do meu amigo.- Você acredita em mim?

—Claro que acredito. Não preciso ter o “poder” de ler as pessoas como o meu marido, para saber que você está falando a verdade.- ele assegurou e sorri em meio as lagrimas por meu amigo acreditar em mim.

—Querido, você prometeu que Liv iria ficar bem.- ele repreendeu Hunter com doçura depois que me acalmei.

—Hunter fez tudo que pode, então não brigue com ele. E você sabe que não gosto quando me chama de Liv.

Odiava aquele apelido, ele me lembrava da minha adolescência e suas desilusões.

—Tudo bem, trouxe algumas coisas para você. Sei como a cadeia é péssima.- ele confidenciou e pisquei confusa.

—Quando foi que você foi para a cadeia?- questionei confusa enquanto Noah me entregava minha bolsa de viajem.

—Onde acha que conheci o pai da minha filha?- ele questionou e olhei para Hunter que sorriu como se lembrasse do passado.

—Como assim vocês se conheceram na cadeia?- questionei confusa, afinal nunca soube realmente como os dois haviam se conhecido.

—É uma longa história,e acho que você deveria se trocar, pois temos muitas coisas para resolver.- Hunter disse e concordei antes de abraçar novamente meu amigo.

—Por favor, veja como meu filho está.- implorei e ele concordou antes de nos separarmos.

—Confie no Hunter, ele jamais vai deixar a minha melhor amiga aqui. Afinal, o ameacei com o divorcio se você ficasse aqui por muito tempo.- Noah brincou entre lagrimas e sorri antes de abraçá-lo com força.-Não queria ter que deixá-la aqui.

—Vou ficar bem Noah, sou forte.- disse tentando ser forte o que por um momento pareceu ser verdade.

—Eu sei disso. Mas vou está ao seu lado sempre que precisar.- ele jurou segurando minhas mãos e sorri entre lagrimas, comovida com a sua lealdade de tantos anos.

—Eu sei.- sussurrei e ele sorriu amável antes de nos despedirmos.

Assim que meu amigo deixou a sala comecei a chorar sem parar.

Parecia que toda a raiva e frustração que guardei durante anos de casamento, estava sendo colocada para fora. Sem dizer uma palavra Hunter ficou ao meu lado, segurando minha mão enquanto eu passava pela revolução de sentimentos que havia tomado conta de mim.

—Mais calma?- ele questionou assim que me ofereceu um copo de água.

—Sim, só quero que tudo isso se resolva, pois não sei se terei forças para aguentar por muito mais tempo se essa situação demorar.

—Prometo resolver tudo, e vou colocar quem fez isso com você na cadeia, não importa quem seja. Você está do meu lado?- ele questionou  suave e concordei.

Passamos algumas horas revisando meu caso, no qual Hunter me fazia todo o tipo de pergunta para saber como poderia me ajudar. Após sua entrevista, pode voltar para a minha cela, onde tomei banho, troquei de roupa e tomei um café da manhã simples antes de voltar para sala e ser novamente interrogada pelo agente Elliot.

—Esses são os fatos Sra. Amadori. A senhora está sendo acusada de sonegação e tentativa de assassinato. Mas algo me diz que a senhora não passa de um peão nisso tudo.- Elliot disse enquanto me olhava.- Acho que o seu marido armou tudo para que a senhora levasse a culpa, só que ele não contava em ser pego.

—Quais são as suas provas agente Elliot?- Hunter questionou serio.

Ele havia me instruído de que eu não deveria falar nada se ele não sinaliza-se, pois poderia acabar me comprometendo sem perceber.

—Antes de prendermos os senhores Amadori, fizemos dois anos de vigilância autorizada, e nestas pastas estão o resultado. Mas asseguro que isso pode acabar com a fé que ainda possui em seu marido senhora.- ele me alertou serio.

—Acredite agente Elliot, essa fé já está frágil.- disse antes de pegar a pasta.

E definitivamente, não estava preparada para o seu conteúdo.

Parecia que não conhecia a verdadeira face do meu marido, era como se o Luciano que eu conhecia estivesse apenas na minha cabeça.

—Olívia.- Luciano disse assim que nos encontramos no corredor da sala onde estávamos sendo interrogados, e não pensei duas vezes antes de partir para cima dele lhe acertando um soco em seu nariz.

—Seu cretino. Você estava me traindo com a Alice, e pensou que eu não iria descobrir?- questionei furiosa enquanto Hunter me segurava.

Naquele momento tudo que via na minha frente era vermelho.

Pois havia sido enganada pelo homem que jurou me proteger e ser fiel a mim diante de Deus, do padre e de toda a nossa família, mas tudo que Luciano fez, foi me diminuir, humilhar e me tratar como um troféu que podia ser exibido para todos.

 E tudo que queria agora era machucá-lo da mesma forma que ele me machucou.

 Percebi naquele pequeno instante de raiva, que a felicidade poderia ser regada por um vermelho cheio de raiva e dor. A mesma cor do sangue que Luciano tentava a todo custo conter de seu nariz.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo, espero vê-los amanhã.
Beijos.



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