Thinking Of You escrita por Faby Lemos


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Era uma sexta-feira chuvosa, assim como todos os outros anos no dia 13 de Julho.

Segui de táxi até o cemitério, isso ainda era o que eu fazia todo dia treze de Julho, mesmo depois de 6 anos.

Assim que saltei do táxi, subi até onde ele estava sepultado, se era doloroso vir aqui? Sim, muito. Não sei como eu ainda estava de pé, cada vez que eu vinha aqui, me sentia um pouco mais quebrada, um pouco mais despedaçada. Mas agora era a única forma, de estar um pouco mais próximo a ele.

O túmulo onde ele estava, tinha um pequeno vazo com algumas flores mortas. Tirei as flores mortas e coloquei as novas que estavam em minhas mãos, arrumei o vazo no lugar e antes de finalmente fazer o que eu vim fazer, coloquei as flores mortas em uma bolsa plástica, para jogar fora quando saísse de lá.

Olhei para o mármore frio, que cobria todo aquele lugar, onde ele estava e estaria por muitos anos. Uma lágrima rolou pela minha face.

– Droga, eu tinha prometido não chorar, mas foi inevitável. Já fazem seis anos e eu ainda me sinto perdida quanto ao que fazer. - falei e parei por um tempo, respirando para que minhas lágrimas secassem.

– No começo como já te contei antes, custei a aceitar, na verdade ainda não aceitei, você era tão novo e aquele acidente horrível tirou você de mim, chorava cada dia em que pensava em você, entrei em depressão pensei até em acabar com minha vida, mas você não iria querer isso, na verdade todos que eram nossos amigos, sumiram me deixando sofrer sozinha. Encontrei um pouco de conforto em sua família, seu sobrinho está tão lindo. Ele gosta de me chamar de tia Bella, ele tem alguns traços seu, é um amor de criança. Sua mãe, ah, como ela mudou. Está tão retraída, aquela mulher sorridente e feliz, morreu um pouco, só vejo os olhos dela brilharem, quando Elliot está por perto, acho que ele faz ela lembrar você. Carlisle é um homem calado, como você bem sabe, então por fora ela parece o mesmo, mas você e eu sabemos, que ele sofre. Emmett casou, ele e Rosalie não decidiram se querem filhos. No dia do casamento deles, me lembrei de você e no quanto sabíamos que eles ficariam juntos. Alice chorava tanto, acho que por causa dos hormônios, mas tenho que dizer que ela está tão linda quanto esteve na gravidez do Elliot. - Dei uma pequena pausa e olhei para frente.

Era como, se em algum ponto além daquela lápide, ele estivesse ali me observando.

– Na verdade Edward, eu queria entender porque não consigo seguir em frente. Lembra da nossa promessa? Não importa o que aconteça, se algum dia um de nós partisse, o outro seguiria com a vida. Mas eu não consigo, eu tentei. Eu juro que tentei, mas não é fácil. Sabe como é comparar cada toque ao seu? Sabe como é beijar outro e só lembrar do gosto dos seus labios? Você era perfeito para mim, e nem outro chega aos seus pés, é egoísmo meu pensar assim, mas meu coração ainda está preso a você, como posso estar com ele pensando em você. No meio da noite, quando acordo no meio de um pesadelo, eu desejo você aqui, para olhar em seus olhos. - Falei e sequei meu rosto, das lágrimas que ali permaneciam.

Suspirei pesadamente, fiquei de pé e limpei os joelhos de algumas folhas de grama. Beijei a ponta dos meus dedos e levei até o topo da lápide, como sempre fazia e sai dali, com minha vista embasada pelas lágrimas e com meu coração doendo de saudades dele, talvez quem sabe um dia eu aprenderia a viver com aquela dor, que era como mil agulhas perfurando meu coração, eu só queria ter ele mais um momento, para ser o melhor que eu podia.

Já dentro de casa arranquei aquelas roupas, entrei embaixo do chuveiro e deixei que a água levasse toda dor que estava dentro de mim, era como uma anestesia, mas eu não podia deixar de sentir. Edward foi parte de mim e da minha vida, não tê-lo era como você não ter um braço, ou uma perna. Você sabe que nunca mais verá aquele membro ali, mais você ainda pode senti-lo. Era assim que me sentia a respeito de Edward.

Era como se tudo da noite para o dia, perdesse a cor, o aroma, o sabor. Perdi o gosto pela vida. Quando sai do banho, peguei uma das camisas dele, que ainda tinham seu cheiro e vesti. Me sentia mais próxima dele assim, sentei na poltrona da sala e olhei para a porta.

Eu tinha a impressão, de que ele entraria por aquela porta a qualquer momento. Foi então quando vi a carta ser colocada embaixo da porta. Em um pulo eu corri até a porta e a capturei.

"Para Bella."

"Bella, espero de coração que essa carta nunca chegue em suas mãos, mas se isso acontecer, sei que algo aconteceu comigo e provavelmente todos estão sofrendo muito, não queria estar causando isso em vocês, mas não podemos escolher as adversidades da vida. Quero que antes de qualquer coisa que direi a seguir, você saiba que você é a única mulher que amei de verdade, desde o primeiro minuto que te vi, desde aquele dia soube que seríamos um do outro, nem consigo acreditar que daqui a uma semana nos casaremos, na verdade, nem sei muito o motivo de estar aqui escrevendo essa carta, só que meu coração está pedindo isso, como se ele soubesse que algo acontecerá, então deixarei algumas instruções com um amigo advogado, e caso algo aconteça ele saberá como te explicar tudo, o endereço dele estará no fim dessa carta e estou escrevendo uma carta para minha família também, não entendo bem o porque de estar fazendo isso, como já te disse antes, mas independente de tudo, quero que o que lhe pedirei, você não veja como uma obrigação. Se algo me acontecer e você seguir com sua vida eu entenderei, afinal de contas prometemos que continuariamos nossa vida e não quero que você quebre essa promessa.
Quero que você tente, por você e por mim, nunca me perdoaria por ser o causador do seu sofrimento.
Eu te amo, além da vida.

Com amor e para sempre seu
Edward Cullen."

Parecia que era uma ilusão, depois de todos esses anos uma carta de Edward, era como se enfim ele se despedisse e me deixasse livre. Mas pelo contrário, me senti mais ligada ainda a ele, corri até o quarto, com a carta nas mãos, tinha medo de que ela pudesse sumir a qualquer momento, ou que pudesse ser apenas uma ilusão da minha cabeça. Enfiei uma calça jeans, enrolei meu cabelo e fui até a garagem, havia muito tempo que eu não colocava a mão em um carro, mas minha emoção era tanta, que nem mesmo lembrei disso.

Em poucos minutos, estava parando em frente a casa dos Cullens, bati na porta e Esme veio me atender com os olhos vermelhos, joguei-me contra seus braços, só então percebendo que também chorava.

Ela me levou até a sala, todos ali estavam visivelmente abalados. Jasper, tentava em vão acalmar Alice, que por estar no fim da gestação não poderia emocionar-se muito.

– Ele se despediu, ele me deixou uma carta de despedida Esme, como doí, eu quero o Edward de volta por favor. - Praticamente gritei.

Carlisle, que até então estava sofrendo sozinho, desabou em lágrimas, bem ali na minha frente, me senti fraca, por não suportar, porém me senti mais fraca ainda, por não compreender a dor da família dele.

Me ergui do chão, ajudei Esme a levantar e então fui até onde Carlisle estava, olhei por intermináveis segundos para ele.

A dor da perda estava ali, ele havia perdido seu filho mais velho, seu parceiro. A quem ele tinha ajudado nos momentos que precisou, e que também corrigiu para que a vida não fizesse. Edward era tão parecido com ele, exceto é claro a cor do cabelo, esse ele tinha herdado de Esme, e foi então que entendi o quão quebrada essa família estava, o quão quebrado Carlisle estava. Ele via tanto do filho em si próprio, sua família via Edward nele.

– Me perdoa, me permiti sentir apenas minha dor e esqueci que vocês perderam bem mais que eu. Me perdoa, por todos os momentos pensar apenas em mim. Prometo que irei embora da vida de vocês, vocês não precisam do meu sofrimento. Eu não posso fazer mais isso com vocês. - Falei e então o abracei, foi um abraço tão diferente, não era eu ali, mas senti como se fosse Edward se despedindo do pai. Quando fui me afastar, Carlisle me segurou.

– Não queremos que você se afaste. Você trouxe Edward de volta para nós, em um momento em que vimos nosso filho se afastar, por uma mulher que o enganou, você trouxe luz para nossa família e irá trazer muito mais ainda. Ele também te enviou uma carta não foi? - Carlisle perguntou. Apenas afirmei.

Ele sorriu e me levou para o escritório, pelo visto teríamos muito a conversar.

Um ano depois.

– Oi, Esme!

– Oi, querida. Você sabe que dia é hoje né, você não vai lá né.

– Não posso deixar de ir, é treze de Julho e você sabe que todo ano eu vou.

– Mas você está bem?

– Claro que estou bem, pode ficar tranquila que assim que sair de lá vou direto para sua casa.

– Tudo bem, vou ficar de aguardando. Vice vai dirigidos ndo?

– Sim, vou no volvo.

– Acho melhor você não ir, chame um táxi.

– Não vejo porque não ir, não tem perigo nenhum não.

– Até, mais tarde então Bella.

– Até mais tarde Esme.

Desliguei o telefone e terminei de colocar as coisas no carro.

Poucos minutos depois, eu já chegava no portão do cemitério.

Hoje fazia 7 anos, desde que ele nos deixou.

Hoje eu havia trago, flores do campo, Edward gostava delas e eu também gostava, mas nunca achei certo trazê-las até aqui, hoje enfim era o momento certo.

Cheguei até túmulo dele, dessa vez não era doloroso estar aqui, não que eu me sentisse bem, muito pelo contrário, a dor de não ter ele ali ainda estava presente, mas não como antes, agora eu podia suportar.

– Oi Edward, está um lindo dia hoje né, desde o dia em que você se foi, esse é o primeiro ano em que faz sol. Acho que o dia decidiu cooperar comigo, hoje eu vim aqui falar como tudo está indo.
Bem o Elliot está muito bem, ele esses dias encontrou uma foto sua, ficou bem curioso em saber quem você era, sua mãe falou de você com tanto entusiasmo, ela está melhor aos poucos se abre mais, assim como seu pai também passou a se abrir mais.Oh, quase esqueci, Rose e Emmett se separaram, mas duas horas depois eles estavam de bem novamente. Ah, você tem uma linda sobrinha, Yasmim o nome dela, Alice diz que é um nome brasileiro, vai entender os gostos dela. Estou enrolando, mas estou aqui na verdade, porque eu tenho que te contar. Conheci uma pessoa e me apaixonei, é completamente diferente do que eu sentia por você, é algo inexplicável e eu quero te agradecer. Sabe aquela carta que você deixou, bem ela demorou tempo demais para chegar, parece que seu amigo não estava no país quando você morreu e só ano passado ele voltou, foi então que ele soube de tudo e deixou as cartas, eu te agradeço Edward, mesmo sabendo de toda história por trás. Eu te agradeço. Quero te apresentar, esse aqui é Anthony Swan Cullen, nosso filho.
Quando descobri tudo fiquei com um pouquinho de raiva de você. Porque não me contou, que não podia ter filhos por meio convencional, na verdade pelo que pesquisei você até poderia ter sim, mais teríamos que tentar mais vezes, mais isso não era motivo. Bem, sei que você congelou seu sêmen para caso não quiséssemos ficar tentando faríamos a inseminação, mas você poderia ter contado. Achei loucura o que você pediu, não que eu não quisesse um filho seu, mas pelo contrário, só que era tudo tão surreal. Ah, relutei muito. Afinal de contas, como eu criaria um filho sozinha? Demorei um mês para decidir, ninguém sabia do seu pedido e quando por fim, decidi e fui falar com seus país, achai que todos surtariam, mas eles me apoiaram, meus país também me apoiaram. Foi tudo tão louco, logo na primeira eu engravidei. Queria que você tivesse participado de tudo, mas sei que de alguma forma você esteve lá, e agora tenho esse pequeno comigo, acho ele super igual a você, todos babam nele, o Elliot diz que ninguém pode encostar nele, porque o Anthony é dele, é tem ciúmes do primo. A Yasmim ainda não entende, tem apenas 11 meses, ela nasceu no dia que nos casariamos, foi como um presente. Bom Edward, já vou indo, pois nosso bebê não pode ficar muito no sol, ele tem apenas dois meses, pode ser que eu demore um pouco a aparecer, mas eu venho. - Coloquei as flores no vaso, que hoje estava vazio, beijei a ponta dos meus dedos e depositei no topo da lápide, como sempre. - Te amarei para sempre. - Disse antes de sair em direção ao carro, ainda iria para a casa da Esme, nesse último ano ela fazia questão da família reunida no almoço de domingo e mesmo que Edward não estivesse mais conosco, de certa forma um pedaço dele ainda estava. O mais importante é que ele estava em nossos corações.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês nos comentários.

Bjinhos

Faby.


04.03.2018



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