Bolinhos escrita por KarinLima, TatyNamikaze


Capítulo 18
XVIII - Ponto Certo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como dissemos no capítulo anterior, esse já é o último capítulo dessa história, aí faltará apenas o epílogo.
Esperamos que gostem do capítulo.
Boa leitura!



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Bolinhos

Chapter 18 - Ponto Certo



Sakura se sentia morta, e não era para menos.

A festa já estava quase no fim, e ela já tinha dançado mais do que tinha planejado e bebido mais do que podia também.

Agradecia por agora estar namorando, pois Sasuke estava servindo de um ótimo apoio nesse momento em que seus pés estavam lhe matando.

Não via a hora de irem embora, mas sabia que, se fosse agora, Ino ficaria chateada, já que ela deixou bem claro que conversariam ainda hoje.

Sakura sabia o que ela queria saber, era o que todo mundo queria também, mas ela podia perguntar logo isso e acabar com o assunto, não ficar enrolando até se sentir satisfeita na pista de dança.

Lembrava claramente das palavras dela antes de arrastá-la para longe de Sasuke.

“Mais tarde, você vai me contar direitinho como tudo isso aconteceu, mas, primeiro, vamos nos divertir até não poder mais”

Maldita.

Já tinham se divertido o bastante, estava suada, tonta e cansada.

Apertou as mãos de Sasuke, que estavam enlaçando sua cintura por trás de si.

— Quer ir embora? — Ele perguntou, falando bem próximo ao seu ouvido devido ao som alto da festa.

— Sim, mas temos que esperar a Ino. — Ela virou a cabeça para responder e sorriu para a face suave e curiosa do namorado.

— Por que vocês não deixam isso para amanhã? Você está cansada, Ino que se dane pra lá, não vamos esperar mais não — Sasuke respondeu, afastando-se e virando-a de frente pra ele.

— Sasuke…

— Estamos cansados, Sakura, vocês podem conversar amanhã, vamos?

Sakura suspirou e acabou concordando. Ela realmente precisava de um bom banho e uma cama.

— Acho melhor irmos de táxi, não bebi muito, mas estou um pouco tonto, e a última coisa que quero é matar você.

Sakura riu.

— Olha só, você está saindo mais responsável do que pensei…

— Eu sou responsável, querida namorada, sempre fui. Você que tinha essa imagem distorcida de mim.

— Tinha mesmo.

— Você vai descobrir que não sou nada daquilo que pensava de mim.

— Nossa, até arrepiei aqui — Sakura comentou, rindo —  Vamos embora, moço responsável.

 

. . .

 

Uma semana se passou, cheia de perguntas dos amigos enxeridos, uma Ino revoltada pelo segredo inicial do relacionamento e uma ou outra piadinha sobre o mais novo casal, nada fora do esperado.

Exceto, claro, um convite de almoço na casa da dona Mikoto.

Sakura estava um pouco nervosa com o almoço, era diferente da outra vez que foi na casa da mãe do Sasuke, pois, agora, ela era a namorada dele e não só uma colega de faculdade.

Terminando de se olhar no espelho, trajando um vestido de alcinhas branco e florido, cujo decote era bem discreto e arredondado e o comprimento ia até um pouco abaixo do meio das coxas, ela sorriu, constatando que estava bem apresentável.

Sakura pegou o celular sobre a cômoda do quarto, onde leu uma mensagem do Sasuke, avisando que já estava quase chegando em sua casa. Imediatamente, ela tratou de calçar as sapatilhas pretas sem salto e passar uma leve maquiagem no rosto para, em seguida, sair do quarto.

Os poucos minutos que ela gastou para fechar o apartamento e descer pelo elevador até chegar à portaria foi suficiente para que Sasuke chegasse e estacionasse o veículo em frente ao prédio, à sua espera.

Ele sorriu ao vê-la aproximar-se do carro lentamente, linda como sempre e, quando entrou, logo tratou de elogiá-la e tocar seus lábios com os dele brevemente.

Em seguida, os olhos do Uchiha voltaram-se para a estrada, e ele deu partida no veículo rumo à residência de sua mãe. Como Mikoto não morava tão longe da casa da Haruno, eles não demoraram mais que quinze minutos para chegarem lá.

Assim que o Uchiha estacionou em frente à casa da senhora, Sakura respirou fundo, tentando conter um pouco do estanho nervosismo. Não era a primeira vez que veria Mikoto e nem a primeira vez que ia na casa dela, mas agora era diferente.

Lentamente, o casal seguiu até a entrada da residência, e Sasuke tocou a campainha. Imediatamente, a mulher — bem conservada para sua idade — abriu a porta, dando logo um sorriso ao ver os dois jovens parados em sua frente.

— Olá, querida! — cumprimentou e abraçou Sakura, que retribuiu o carinho com um sorriso no rosto.

— Olá, dona Mikoto! Como está a senhora? — perguntou, entrando na casa após a Uchiha lhe dar passagem.

— Estou bem, e você, querida?

— Muito bem! — sorriu novamente.

— Ótimo. — a senhora fechou a porta após os dois passarem. — E você, filho? Como está?

— Estou bem, mãe. — Sasuke sorriu de canto, e a mulher curvou os lábios em outro sorriso em resposta.

Ela notava como ele estava bem. Sasuke estava sorridente e seu semblante, bem tranquilo enquanto segurava firme a mão de sua namorada.

— Vejo que estão muito bem juntos. — sorriu para os dois. — Vocês não imaginam o quanto estou feliz por isso.

— Eu sei que está. — Sasuke disse, dava para ver nos olhos da mãe tamanha a felicidade que ela sentia. — E o Itachi? Pensei que ele almoçaria com a gente.

— Ele saiu com alguns amigos, mas disse que logo estaria de volta — Mikoto respondeu.

— Entendo…

— Vocês estão com fome? O almoço já está pronto, só falta terminar de colocar na mesa. — completou, caminhando para o outro cômodo.

— Vamos te ajudar. — Sasuke disse, seguindo a mãe para a sala de jantar, ainda segurando as mãos de Sakura.

Ao chegar no local, os dois viram a mesa já ajeitada, cheia de copos, talheres e louças, só faltavam as comidas mesmo.

Da sala de jantar, eles passaram para a cozinha, onde algumas tigelas com alimentos e jarras de suco estavam dispostas em cima do balcão de mármore.

Sasuke pegou uma das tigelas, e Sakura uma das jarras de suco, seguindo logo para a sala de jantar, onde ajeitaram tudo no centro da mesa.

— Não precisa se incomodar com isso, Sakura, você é visita. — Mikoto disse enquanto observava a jovem ajeitar os objetos em cima da toalha de seda.

— Não é incômodo algum, dona Mikoto, pelo contrário, é um prazer ajudar.

— Obrigada. — a sogra sorriu, e, logo, eles voltaram a ajeitar o que faltava.

Não demorou mais que dez minutos para a mesa do almoço ficar totalmente arrumada, e eles sentarem-se nos lugares vagos e começarem a servirem-se.

— E então? Como vai indo o namoro? — Mikoto perguntou, curiosa.

— Muito bem. — foi Sasuke quem respondeu, sorrindo de canto.

— Que bom! Fico muito feliz em ouvir isso. — ela falou, sorrindo animada. — Não imaginam o quanto eu torci para que se resolvessem logo.

Sakura fitou sua sogra, meio confusa.

— Torceu? Então, você também já sabia... — ela não conseguia acreditar que ela também sabia.

Fala sério, eles eram tão ruins assim para disfarçar o que sentiam?

— Sim. — sorriu. — Eu conheço bem o meu filho e, na verdade, fiquei bem surpresa que ele estivesse gostando de alguém, Sasuke sempre foi tão namorador…

— Mãe… — Sasuke repreendeu a fala da Mãe, que ergueu uma das sobrancelhas negras em desafio antes de voltar a pronunciar.

— Ora, querido, você mesmo me disse que Sakura não queria nada com você por causa disso, está envergonhado agora?

Sakura olhou para ele, curiosa.

— Depois te explico — Sasuke disse e, antes que mais alguma palavra fosse dita, a campainha tocou, e Sasuke se ofereceu para atender a porta.

Enquanto isso, Sakura tentou focar sua atenção no prato a sua frente ao mesmo tempo que era observada minuciosamente por Mikoto, que se divertia internamente com o constrangimento da Haruno.

Logo, vozes animadas foram ouvidas, e Sasuke surgiu acompanhado de Itachi e mais dois rapazes.

— Itachi, está atrasado, olá, Deidara e Kakashi, sejam bem vindos — Mikoto cumprimentou, levantando-se da cadeira e indo abraçar o filho e, logo depois, os outros dois homens.

Sakura também levantou-se, um pouco confusa, ela se aproximou de Itachi, cumprimentando-o e acenou para Deidara e Kakashi, seu professor.

— É uma surpresa vê-la por aqui, Sakura.

— Er… Eu também estou surpresa, não sabia que se conheciam… — Sakura respondeu, olhando para o namorado e, depois, para o professor.

— Sou amigo de longa data de Itachi e vi esse moleque aí que está perto de você crescer — Kakashi comentou, fazendo Sasuke resmungar.

— Ah, que… coisa, né… — Sakura realmente não sabia o que responder, sua mente trabalhando a um ritmo acelerado.

Ela já desconfiava, mas, agora, seria uma certeza, certo?

— Vamos todos sentar, vou colocar mais lugares — Mikoto disse, já seguindo para a cozinha.

— Não precisa, dona Mikoto, não queremos incomodar, só viemos acompanhar o Itachi, não vamos interromper seu almoço — Deidara recusou educadamente, mas foi desnecessário, pois, nos minutos seguintes, todos que estavam ali já encontravam-se sentados confortavelmente perante a grande mesa da sala de jantar, saboreando a comida especial da matriarca Uchiha.

Sakura passou o resto do almoço pensativa, respondeu vagamente algumas perguntas, mas seu único pensamento estava no professor a sua frente e na pessoa misteriosa que salvou sua nota.

 

. . .

 

Já era bem tarde quando eles saíram da casa de Mikoto, que, entre despedidas cheias de sorrisos, a fez prometer retornar sempre e, principalmente, que estivesse presente no almoço que faria dali a alguns dias,  especialmente para esperar o retorno no marido.

— Não sei se seria bom estar presente, Sasuke… — Sakura comentou depois que o Uchiha deu partida no carro.

— Não se nega um convite da minha mãe, Sakura, além disso, eu quero você lá, quero que meu pai te conheça também.

— Sasuke… É coisa de família… — Sakura insistiu, envergonhada.

— Exatamente por isso que você precisa ir. — Sasuke disse e focou sua atenção no trânsito enquanto Sakura olhava para ele completamente envergonhada.

Por fim, ela desistiu. Ela só estava com vergonha e com medo de não ser aceita pelo homem que Sasuke tanto admirava como médico.

— Ele vai gostar de você, se é isso que te preocupa — Sasuke comentou de repente.

Sakura ficou sem saber o que dizer, um pouco surpresa por Sasuke saber exatamente o que ela estava pensando.

— Não é difícil saber o que você está pensando, Sakura, suas expressões são muito características, e eu já aprendi a interpretar algumas.

Sakura corou e, depois, riu antes de se aproximar e beijar a bochecha do Uchiha.

— Você é um chato.

— Sou mesmo. Agora vou ser mais chato ainda… — Sakura o olhou com as sobrancelhas arqueadas, não entendendo o que ele queria dizer com aquela frase.

— O quê? — perguntou confusa enquanto ele lhe olhava calmamente.

— Por que você ficou daquele jeito depois que o Kakashi chegou? — o semblante de Sasuke estava um pouco sério, mas, ainda assim, seu olhar denunciava a curiosidade que sentia.

— Daquele jeito? Como assim?  — a Haruno perguntou, ainda mais confusa, sem entender aonde o namorado queria chegar.

— Você parecia no mundo da lua, Sakura. — a garota abaixou a cabeça sob o olhar curioso do namorado.

— Ah… Nada, eu só fiquei surpresa — limitou-se a responder apenas isso, desviando o olhar para fora do vidro do carro enquanto pensava a respeito.

— Surpresa? Pela minha família conhecer o Kakashi? — ele perguntou, uma das sobrancelhas estavam arqueadas enquanto os olhos continuavam fixos na rua com um trânsito relativamente cheio para aquela tarde.

— Também… — a rosada sussurrou, sem olhar para ele, o que atraiu a atenção de Sasuke para si.

Havia algo estranho, ele a conhecia perfeitamente bem para saber que ela estava lhe escondendo algo.

— Como assim também? O que houve, Sakura? — perguntou, aproveitando o sinal fechado para olhar a namorada.

— Não é nada. — quis mudar de assunto, era melhor deixar para lá.

— Como não é nada? — perguntou, colocando uma das mãos na lateral do rosto dela e, delicadamente, virou-o para o lado, olhando nos olhos dela. — Me diga, Sakura. O que está acontecendo?

Ela respirou fundo, virando-se para o vidro novamente enquanto ele voltava com as mãos para o volante e a conduzir o carro pela rua.

— Foi você, não foi? — a voz dela atraiu os olhos de Sasuke para si.

— Eu o quê? — ele parecia confuso.

— Que pediu ao Kakashi para consertar a minha nota.

Sasuke arregalou de leve os olhos, não pensou que ela ligaria os fatos e ele nem se lembrava disso. Sem graça, voltou a fitar a rua em silêncio, o que serviu como uma confirmação para ela.

— Eu já imaginava… — ela sussurrou, sorrindo fraco ao ver a surpresa na face dele. — Eu ouvi uma ligação do Itachi na casa do Naruto, ele conversava com o Kakashi, então, eu desconfiei que pudesse ter sido você quem falou com ele sobre minha nota, apesar de não fazer ideia do porquê naquele dia… — Sakura olhou para a face de Sasuke, curiosa. — Por que não contou?

Ele respirou fundo, concentrando-se na estrada enquanto pensava nas palavras para usar.

— Eu não… Não via necessidade de contar antes. — disse, concentrado na estrada. — Não mudaria sua ideia sobre mim.

— Minha ideia sobre você? — Sakura estava confusa. — Como sabia o que eu achava de você?

— Eu ouvi uma conversa sua com a Ino uma vez… Na viagem…

Sakura arregalou os olhos. Aquela conversa? Logo aquela conversa?

— Então você sabia… — ela abaixou a cabeça após vê-lo acenar em confirmação, dando-lhe a certeza de que ele sabia do que ela sentia por ele.

— Eu também já gostava de você naquele dia. Estava meio confuso ainda, mas já sentia. — revelou sem olhar para ela, estava sem jeito. Já Sakura possuía os olhos arregalados com a revelação, surpresa demais. — E, depois de te ouvir, eu pensei em desistir de tentar, pensei em deixá-la viver sua vida com alguém melhor do que eu, mas era impossível ficar longe de você, eu percebi isso com o passar dos dias… Eu não conseguia me manter longe já que meu coração e mente só pediam para eu ficar perto de você.

Sakura ficou sem palavras no fim da frase, era inexplicável o sentimento que preenchia seu peito ao ouvir aquela revelação dele.

Ela sorriu de canto, feliz e desviou os olhos para o vidro novamente, sentindo o coração aquecer.

— Eu também. — respondeu apenas isso, mas Sasuke sabia o quanto aquilo significava.

Sorrindo, ele continuou guiando o veículo pela rua, desejando que aquela relação durasse o maior tempo possível, pois tinha certeza de que Sakura era a garota certa para ele.

A garota que surgiu para adoçar a sua vida.

 

. . .

 

Sakura ficou surpresa quando viu o senhor de idade cruzar o porta de entrada da casa dos Uchihas.

Assim como Sasuke tinha puxado a aparência de sua mãe, Itachi era a cara do Pai, Doutor Fugaku Uchiha.

Toda a família tinha ido recepcionar o patriarca no aeroporto, e ela ficou na casa para dar os últimos detalhes na mesa onde estava disposta as refeições.

Assim que a viu, o médico a olhou com o cenho franzido, quando iria abrir a boca para questionar, Sasuke se aproximou do pai e a apresentou:

— Pai, essa é Sakura, minha namorada — Ele disse, a voz firme e, talvez, orgulhosa fez Sakura corar.

O homem a analisou da cabeça aos pés, demorando um pouco no cabelo tingido de rosa.

— É um prazer conhecê-lo, Dr. Uchiha. — Sakura cumprimentou antes que ficasse um silêncio constrangedor no ambiente.

— Esse menino nunca vai criar juízo — Foi só o que Fugaku disse antes de subir as escadas com uma das malas.

Mikoto olhou tudo pasma, pediu desculpas para Sakura e subiu atrás do esposo.

Sakura olhou tudo chocada. Talvez, ela tenha entendido errado, mas, pelo que parecia, Fugaku não havia gostado dela.

Tinha feito algo de errado?

— Hey… Não esquenta com isso, meu pai só está cansado da viagem — Sasuke disse, abraçando-a enquanto Itachi subia com o resto das malas.

— Acho que ele não gostou muito de mim — Sakura disse, sem graça.

— Problema dele, quem tem que gostar de você sou eu. E você sabe, eu gosto muito… — O Uchiha respondeu e, em seguida, selou os lábios em sua testa, para, logo após, descer para a boca em um beijo rápido.

— Deve ter sido o cabelo… — Sakura sussurrou após encostar a cabeça no peito do namorado, que, mesmo que ela tenha dito baixo, escutou.

— Como assim? — Sasuke questionou, e Sakura levantou o rosto para fitá-lo.

— Ah, ele ficou olhando, acho que me achou rebelde ou algo assim… — Respondeu, dando de ombros. — Ele dá essa impressão para a maioria das pessoas, normal.

— Não deveria. Acho seu cabelo legal, se meu pai ficar com esse tipo de coisa, eu pinto o meu de rosa, aí eu quero ver. — Sasuke disse, com ironia, mas Sakura não duvidava nada que Sasuke fizesse algo assim para se vingar do pai.

— Não diga essas coisas! Não quero seu cabelo de outra cor! Prefiro preto… — Respondeu, beliscando-o de leve no braço. — Mas obrigada pelo elogio…

Sasuke sorriu de canto antes de comentar:

— Me agradeça mais tarde. — e piscou, arrancando uma risada da Haruno.

— Sakura… Quer ir pra casa? Se não se sentir confortável… — Sasuke sugeriu, escutando vozes se aproximando no andar de cima.

— Tá brincando? É claro que não! Doutor Uchiha Fugaku, médico aposentado voluntário da cruz vermelha, vai ter que engolir a mim e o meu cabelo tingido! — Disse, sorrindo para o namorado, que retribuiu e acenou em seguida, concordando.

Logo, Mikoto e Itachi desceram e se juntaram a eles.

— Logo Fugaku vem, está no banho — Comentou e, depois, emendou — Sakura, querida, como ficou a mesa? — A matriarca se aproximou, já puxando a Haruno em direção à cozinha sob o olhar atento de Sasuke.

Assim que elas saíram, os irmãos se encararam, e Itachi respondeu antes que Sasuke fizesse alguma pergunta:

— Não sei o que deu nele, a mãe que estava conversando com ele. — Itachi ergueu os ombros em um gesto de desinteresse. — Você que tem que resolver isso, Sasuke, você sabe.

— Tsc, eu sei — Respondeu, caminhando em direção às escadas. — Já volto.

 

. . .

 

Quando Fugaku saiu do banho, Sasuke o esperava encostado na janela, fitando o quintal com o olhar nostálgico.

— Tenho que me trocar, Sasuke.

— Eu sei, mas peço que espere um momento, tenho algo a lhe falar — Sasuke disse, se virando para o pai, que estava trajando apenas um roupão branco e com uma toalha nas mãos.

— Seja direto. — O patriarca respondeu.

— O senhor está muito cansado da viagem, não é? — Perguntou, e Fugaku o olhou confuso — Porque é a única justificativa cabível para a forma como tratou Sakura lá embaixo.

Fugaku suspirou e sentou-se na cama. Sasuke se aproximou o suficiente para ficar a dois passos de distância e observou o pai fitar um canto qualquer do quarto.

— Você só precisava tratá-la com educação, pai… — Sasuke continuou.

— Só quero saber quando você vai criar juízo, Sasuke… Trazer essa menina pra cá no dia que eu volto — Fugaku respondeu, com o cenho franzido.

Sasuke estranhou.

— Eu e a Mãe queríamos que você a conhecesse, não vimos mal nisso — Sasuke respondeu.

— Eu sei, e aquele cabelo? — Fugaku olhou para ao filho ao perguntar.

— Não tem nada de errado com o cabelo dela, pai, é só um cabelo rosa, não me diga que, a essa altura de sua vida, está julgando as pessoas pela aparência?

— Tsc, só é estranho — Fugaku justificou.

— Ela adora o cabelo dela, e eu também, isso não a impede de ser uma ótima pessoa, apenas dê oportunidade para conhecê-la, aí saberá do que eu estou falando.

— Eu já sei, sua mãe me falou — O Uchiha respondeu.

— Então por que ainda estamos tendo essa conversa?

— Tsc.

— Não encrenca com o cabelo dela, senão eu pinto o meu também — Sasuke comentou, brincando — Vou deixar você se trocar.

— Hey, Filho… — chamou quando o jovem fez menção de seguir em direção à porta.

— Sim? — Sasuke parou, fitando o semblante sério do pai.

— Você está sério com essa garota? — Fugaku perguntou, ele observava com atenção o semblante do filho se suavizar e um leve, quase imperceptível, sorriso formar no canto dos lábios.

O Uchiha mais novo encarou o pai.

— Como nunca estive com ninguém. — admitiu, e nunca uma frase saiu com tanta convicção de sua boca como aquela.

E Fugaku percebeu isso.

— Então crie juízo. — advertiu.

— Eu tenho juízo, e Sakura gosta de mim como eu sou, apesar de estarmos ajustando nossa rotina e gostos — Sasuke riu — Tenho comido alguns doces também, ela faz ótimos bolinhos, ah, e ela fez hoje, então, desça logo antes que eu coma tudo. — Disse, sorrindo e, logo depois, saiu do quarto.

Sasuke desceu as escadas aliviado.

Seu pai estava apenas com ciúmes, ficou claro como água para ele.

Iria caçoar dele depois por isso.

Além do mais, Itachi precisava saber também.

 

. . .

 

Sasuke fitava o teto do quarto de Sakura pensativo, estavam deitados na cama, aconchegados um no outro enquanto a chuva caía forte do lado de fora.

— Sakura? Dormiu? — Ele chamou, mas teve apenas o silêncio como resposta.

Riu, satisfeito. Ela havia passado a manhã ajudando sua mãe com o almoço e, logo depois, ajudando ele e Itachi com a arrumação da cozinha.

Ela, com certeza, estava cansada, então, mais do que merecido ela ter um descanso.

Quando a trouxe para casa, estava com plano de voltar, mas a chuva, antes fraca, caiu forte, e ele resolveu ficar com ela até passar.

Imaginou que ela tivesse medo dos trovões pelo pulinho que ela dava no banco do carro a cada barulho nos céus.

Deveria ficar com ela, era isso que namorados legais faziam, não é?

Acho que sim, pois ela ficou super feliz quando ele disse que subiria com ela.

Apertou um pouco mais os braços ao redor dela, sentindo o calor do corpo pequeno.

Nunca imaginou que algo tão simples como ficar abraçado em uma tarde chuvosa iria lhe deixar tão satisfeito.

Não parecia com algo que ele visualizou em seu futuro meses antes.

Ele deveria associar que estava perdido, e a moça em quem ele vomitou duas vezes o encontrou.

Mas ele só conseguia pensar que tudo foi feito para ambos chegarem até ali e, quem sabe, mais além?

Eles se encontraram. Ela era a segurança e a sensatez dele também, não podia negar, mas ele, para ela, era o inesperado, o prazer do novo e da aventura, e nisso eles se completavam.

Poderia comparar o mundo doce dela e o seu todo amargo?

Não, clichê demais.

Mas, depois daquelas visitas inoportunas pela manhã, sua vida realmente ficou mais doce.

E ele não estava reclamando.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Obrigada por acompanharem até aqui, beijinhos e até o epílogo.



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