Laranjinha na Terra do Nunca escrita por SnowShy


Capítulo 7
O Caminho


Notas iniciais do capítulo

Oi! Queria ter postado ontem pq era o Dia Internacional do Livro Infantil e o capítulo vai falar muito sobre o Peter Pan, mas não deu...
Enfim, antes tarde do que nunca, né? Kkk



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— Existe uma profecia — Dewey começou a explicar para Tinker Bell — que diz que um garoto chamado Peter Pan dará vida e protegerá a Terra do Nunca.

— Que estranho... eu nunca tinha ouvido falar disso. Mas ele vai proteger a Terra do Nunca do que, exatamente?

— Ah, de coisas perigosas... — respondeu Periwinkle. — De piratas, por exemplo.

— Piratas? — Tink perguntou dando uma risadinha. — Eu e as minhas amigas já cuidamos disso muito bem sozinhas! — Disse lembrando-se de sua aventura na época em que Zarina era uma fada pirata.

— É melhor não falar desse jeito, você ainda pode precisar muito dele! — Disse o Guardião.

— Duvido! Acho mais fácil ele precisar de mim... Sabe de uma coisa? Se esse menino chegar mesmo algum dia, eu acho que vou ser amiga dele. Vai ser legal sair por aí "protegendo a Terra do Nunca"...

— Vocês acham que tem alguma possibilidade da Laranjinha estar falando do mesmo Pan? — Peri voltou ao assunto inicial da conversa.

— Acho que teríamos que perguntar pra ela sobre a história do tal Fruta Pan — respondeu Dewey. — Se tiver alguma semelhança...

— Mas se for isso mesmo — Tinker Bell ficou pensativa —, como a Laranjinha ia saber de algo que ainda nem aconteceu na Terra do Nunca? Eu acho meio difícil ela conhecer a profecia, se nunca havia estado aqui antes...

As três fadas ficaram muito confusas. Continuaram conversando sobre o assunto e criando teorias, até chegaram a considerar que Laranjinha pudesse ter vindo do futuro, mas não colocaram muita fé nisso, já que Berry Bitty não podia ter nascido do riso de um bebê do futuro.

Depois de um tempo, as duas entraram no salão.

Berry Bitty perguntou o que tinha que fazer e Dewey a levou para uma plataforma que parecia um floco de neve gigante. Disse que Laranjinha poderia ir também e é claro que a menina foi, estava muito curiosa.

As asas da fada jardineira foram posicionadas, então o salão começou a encher-se de imagens. Primeiro, apareceu a casa de Laranjinha, em seguida, um bebê humano dando a primeira gargalhada, representada por uma bolinha brilhante. A bolinha pareceu ir na direção da casa e depois sair de lá (Laranjinha ficou muito confusa nessa parte). A próxima imagem mostrava a cena da menina trepada no dente-de-leão, que foi "atingido" pela bolinha (o que, para Laranjinha, naquele momento, tinha parecido um vento forte). Então, por um longo período, a imagem era a mesma: Laranjinha voando com a semente de dente-de-leão (Berry Bitty). Deu para entender por que a fada não havia conseguido lembrar o caminho de volta: era muito longo! As imagens continuaram até o nascimento de Berry Bitty.

O problema foi que o caminho percorrido entre a Cidade Tutti Frutti e a Terra do Nunca não apareceu nitidamente. Ou seja, assim como antes, ninguém sabia como a menina perdida poderia voltar.

**

A noite já havia caído na Cidade Tutti Frutti e Moranguinho estava há um bom tempo no laboratório de Laranjinha tentando convencer Maçãzinha a parar, pelo menos por enquanto, de investigar a máquina do tempo. Porém a pequena não pensava em outra coisa.

— Você não vai nem comer? — Perguntou Moranguinho, apontando para o bolinho de maçã que trouxera para a prima.

— Quando for a hora do jantar eu como — respondeu a menina, sem tirar os olhos da máquina.

— Mas já passou da hora do jantar!

— Já?

— Já é noite, Maçãzinha.

Naquele momento, a barriga de Maçãzinha roncou bem alto e ela percebeu que realmente precisava comer. Enquanto comia, começou a falar para Moranguinho sobre sua nova teoria a respeito da máquina do tempo.

— Tá vendo aquela máquina de fliperama? Antes eu achava que a Laranjinha podia ter ido aos anos 80 e trazido ela de lá, mas ela é muito grande, não ia ter como. Aí eu pensei: e se, ao invés de levar a Laranjinha pros anos 80, a máquina do tempo não trouxe um objeto da época pro presente? Faz todo o sentido, não é?

Não fazia muito sentido, e, mesmo assim, não era o momento de fazer teorias sobre máquinas do tempo, a Laranjinha estava perdida! E Moranguinho sabia que Maçãzinha sabia que aquilo não tinha nada a ver com o sumiço da amiga.

— Talvez não, mas... Ah, vocês podem achar que ela tá passeando com fadas e eu não posso pensar que uma máquina que ela mesma construiu tenha alguma coisa a ver? — Como eu disse, Moranguinho tinha passado muito tempo no laboratório com Maçãzinha, em algum momento falou sobre a teoria da Fruta do Nunca.

— Maçãzinha, a gente sabe que ela foi embora voando com o dente-de-leão... Ah, deixa pra lá. Já vi que não vai ter jeito!

— Isso, acredite na sua teoria, e deixa eu acreditar na minha. Quer dizer, quem pensou nisso primeiro foi a Ameixinha, mas... Ah! Você entendeu.

Assim, Moranguinho saiu da casa de Laranjinha e foi se encontrar com os outros. Ao chegar lá fora, deparou-se com uma cena curiosa: todas as meninas (com exceção de Azedinha e, claro, Maçãzinha), Mirtilo, alguns tutti fruttis, todos os cachorros (com exceção de Marmelada) e um telescópio. Os indivíduos ficavam se revezando para olhar através do telescópio. Ao perceber que Moranguinho estava meio perdida, Amora Linda aproximou-se dela e explicou:

— Estamos procurando as duas estrelas mágicas.

— Estrelas mágicas?

— É, aquelas que se você seguir a segunda à direita chega na Fruta do Nunca.

— Ah! Sim.

— Ninguém conseguiu encontrar até agora... Quer dar uma olhada no telescópio? Mas vai ter que ser depois do Sr. Floriano, ele tava na fila primeiro.

Enquanto Moranguinho esperava o Sr. Floriano terminar, Ameixinha veio falar com ela.

— E aí, deu certo falar com a Maçãzinha? Pelo jeito não, né? Se não ela estaria aqui agora...

— Pois é. Eu sabia que ia ser difícil...

Querem saber por que Azedinha e Marmelada não estavam com os outros? É o seguinte, a menina não acreditava nem um pouco na historinha de fadas e criou sua própria teoria: Laranjinha estava se escondendo de todo mundo para pregar uma peça nos amigos. Sim, todo mundo já tinha procurado pela cidade inteira, mas ela bem que podia ter mudado de esconderijo ao longo do dia, não?

Azedinha achou que a hora em que os outros estavam olhando as estrelas era o momento perfeito para procurar por Laranjinha porque esta provavelmente sabia o que estava acontecendo e estava escondida em algum lugar, rindo daqueles seres ingênuos. Assim, Azedinha saiu de fininho e foi procurá-la. Obviamente, não a encontrou. Então decidiu pegar o tradutor de animais de Maçãzinha e usar em Marmelada, para ver se conseguia extrair alguma verdade da cachorrinha.

— Eu sei que você e a Laranjinha estão fazendo essa brincadeira estúpida com a gente! Então pode ir admitindo tudo porque isso já está passando dos limites! A cidade inteira ficou tão preocupada, que agora está todo mundo delirando!

Mas Marmelada não "admitia" coisa alguma porque não havia nenhuma brincadeira. Depois de um certo tempo, Azedinha acabou se convencendo de que a cadela falava a verdade, por mais absurda que fosse. De qualquer forma, nem a própria Azedinha seria tão má a ponto de ficar um dia inteiro escondida só para preocupar os outros...

Então ela voltou com Marmelada para onde os outros estavam. Se não havia notícia sobre Laranjinha nem na cidade nem fora dela, talvez não fosse tanta loucura imaginar que ela pudesse estar em um lugar como a Fruta do Nunca...

Infelizmente, ninguém conseguiu achar as duas estrelas ao longo da noite. Pois é, se não dava nem para ver aquelas estrelas da Cidade Tutti Frutti, imagina quão longo não foi o caminho que Laranjinha e Berry Bitty percorreram pelo céu!

**

Após descerem da plataforma, Laranjinha e Berry Bitty estavam muito confusas, assim como as outras três fadas. Todos queriam fazer algum comentário sobre o que acabaram de ver e Tinker Bell foi a primeira:

— Que estranho... Foi tão demorado... O meu nascimento e o da Peri apareceram bem rapidinho...

— Pelo jeito — disse Dewey, voltando-se para Berry e Laranjinha —, o caminho que vocês percorreram para chegar até aqui foi longo mesmo!

— Meus braços que o digam! — Laranjinha lembrou-se de como foi horrível ficar pendurada naquela semente por horas. — Eu não entendi aquele bebê... Não tem nenhum bebê daquele jeito na Cidade Tutti Frutti, só alguns bebês tutti fruttis, mas...

— O que são bebês tutti fruttis? — Perguntou Berry Bitty.

— Ahm... São bem diferentes daquele que apareceu rindo, acredite! E por que a minha casa ficava aparecendo? Ai eu não entendi nada...

— Ah! Então aquilo era a sua casa? Foi estranho mesmo! — Disse Tink. — Por que o riso dele teve que entrar na sua casa pra depois ir até a Berry Bitty?

— Pois é, o riso devia ter ido direto até o dente-de-leão, não é, Dewey? — Perguntou Periwinkle.

— A princípio, sim... Ah eu preciso pesquisar mais sobre o assunto! Esse caso parece mais estranho cada vez que eu penso nele...

— Pelo jeito, eu não pude ajudar de novo... — disse Berry, desanimada.

— Não é culpa sua, Berry Bitty. Nenhum de nós consegue encontrar respostas para isso.

— Na verdade, a culpa é toda minha! — Disse Laranjinha. — Foi um acidente, mas a culpa foi minha... Enfim, obrigada a todos por tentarem me ajudar.

Todos acharam muito boba a colocação de Laranjinha, ninguém considerava que a culpa fosse dela. Mas ela achava aquilo de verdade, e pior, achava que era um peso para as fadas, que tinham que perder tempo pensando em vários maneiras de ajudá-la. Laranjinha era muito prestativa e sempre fazia tudo pelos outros, porém, quando os papéis se invertiam, era ela se sentia muito mal.

O que a menina não sabia era que, assim como ela, as fadas eram muito prestativas e não achavam nenhum "peso" terem que ajudá-la. Muito pelo contrário, consideravam-na sua hóspede e também ficavam muito curiosas com uma menina e uma história tão interessantes. Além disso, uma das primeiras coisas que fez depois de chegar ao Refúgio foi ajudar no trabalho de Terence e, desde então, ajudou no trabalho de quase todo mundo, principalmente no das fadas artesãs, já que estava hospedada na casa de Tink. A propósito, fada Mary amava Laranjinha e sentiria muito a sua falta se ela fosse embora...

Enfim, voltando ao que acontecia no salão, as meninas acharam melhor deixarem Dewey sozinho para ele poder fazer suas pesquisas. Depois de se despedirem, ele alertou:

— Não esqueçam de falar sobre o Pan!

— Do que ele tava falando? — Perguntou Laranjinha, após saírem.

— É que a gente queria saber — disse Peri — quem era aquele tal de Fruta Pan de quem você falou.

— Ah! Vocês não conhecem a história? Fruta Pan é o menino que não cresce, que mora na Fruta do Nunca, que consegue falar com fadas...

— Peraí — disse Tinker Bell. — Fruta do Nunca?

— É. Engraçado, parece um pouco com Terra do Nunca, né?

— Parece... Você sabe se ele luta com piratas!

— Claro! E ele sempre vence.

— Tink, só pode ser o mesmo! — Disse Periwinkle e a irmã concordou.

— Então vocês conhecem a história?

— Sim, mas pra gente é uma profecia. E o nome dele é Peter Pan.

— Que legal! Então a história vai acontecer de verdade?

As fadas, que achavam que Laranjinha conhecia algo do futuro, perceberam, pela reação da menina, que a história que ela conhecia não era um fato, ou seja, não havia acontecido, ou seja, Laranjinha não era do futuro.

— Espera! Vocês pensavam que a gente tinha vindo do futuro? — Perguntou Berry Bitty.

— Era uma possibilidade... — disse Peri.

— Sem chance! — Disse Laranjinha. — Eu já tentei viajar no tempo e não deu nem um pouco certo!

Elas passaram mais algum tempo no Bosque do Inverno, inclusive Berry Bitty, que só tinha estado lá uma vez e não conhecia quase nada.

Quando já era quase de noite, Tink, Rosetta, Berry e Laranjinha atravessavam a divisa, quando Zarina apareceu, dizendo:

— Finalmente encontrei vocês!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)



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