P.O.V. Isabella Swan

Estavam todos chocados na sala, e aparentemente Harry e Nina decidiram tomar partido da situação, porque eles apareceram brigando e acabaram derrubando Alec no chão.

— Oi, Capetinhas. Saudades também. – Ele resmungou, mas logo começou a rir quando eles começaram a lambê-lo.

— Você também deu apelido para eles! – Exclamei, chocada com o fato.

— Sim, eles são hiperativos. – Ele falou rindo. – Você disse “também”?

— Sim, eu chamo ele de Monicões. – Explico, passando a mão em Harry que vem para perto de mim me lamber.

— Como aquele do gibi? Que ideia genial! – Ele falou, rindo.

— Hunrum. – Edward chamou atenção. – Eles são só cachorros normais, não sei por que esses apelidos. – Ele resmungou.

— Não.

— Eles são danados.

Eu e Alec falamos, fazendo ele rolar os olhos e Renesmee rir. Os cachorros correram para fora novamente.

— Que tal você e eu irmos verificar se tem lanche no armário? – Edward falou para Alec, com a sobrancelha arqueada.

A pizza nem chegou e ele já está planejando merendar? Minha nossa.

— Você pediu pizza, lembra? – Perguntei, só para testar.

— Sim, mas esse vírus pode levar um tempinho. Vamos, Alec. – Ele falou, indo para o cômodo.

— Okay. – Ele falou, dando de ombros.

Quando eles sumiram para a cozinha eu olhei para Renesmee com um sorriso malicioso, fazendo ela rolar os olhos.

— Então, o Hulk não é nada perto de você? – Aticei, divertida.

— Rá, rá. – Ela falou, irônica. – Quando Edward falava dele eu até imaginava um nerd daqueles bem estranhos, sabe? Mas você viu o tanque marcado naquela camisa? – Ela perguntou, se abanando.

— Eu não prestei atenção, mas se você viu deve ser bom. Está bem interessada. – Brinquei.

— Claro que não! Estava apenas apreciando. Ele é um exemplo de homem. – Ela falou, sentando-se ao meu lado no sofá.

— E não está interessada? – Perguntei, analisando ela, que estava meio nervosa.

— Não, eu não estou interessada. Apenas estava...

— Observando?

— Sim, essa é a palavra!

— Certo. – Falei, não querendo forçá-la.

Ela parecia que ia falar algo, mas a campainha tocou. Os rapazes vieram da cozinha, assim como os cachorros que pareciam querer receber a pessoa, eu até me levantei para atender a porta, mas Edward foi na frente, mal ele abriu a porta as pestinhas correram para fora de casa, assustando o entregador de pizza.

— Hey, cara, avisa primeiro antes de me atacar. – O cara resmungou.

— Desculpe, foi sem querer. – Edward falou, pagando as pizzas e as recebeu.

O cara agradeceu e foi embora. Edward chamou os cachorros para dentro, mas eles continuaram lá fora.

— Não deveríamos ir atrás deles? – Perguntei, confusa.

— Não, eles não sairão do condomínio. – Ele falou, fechando a porta e destravando a pequena porta para cachorros embaixo. – Quando eles quiserem voltar eles sabem.

Assenti, voltando para o sofá. Alec e Renesmee estavam conversando sobre algum álbum novo de alguém, pareciam bem amiguinhos falando dele.

— Vamos comer que saco vazio não para em pé, pessoal. – Edward falou, colocando as duas caixas em cima da mesa.

Ainda bem, estava quase morrendo aqui.

(...)

Comemos e conversamos, mesmo estando mexendo no arquivo com o vírus ao mesmo tempo.

Em algum momento Renesmee ficou entediada e foi para o quarto de Edward para assistir alguma coisa – pedimos isso, uma vez que o barulho nos distraía – e ficamos os três na sala. Harry e Nina apareceram algum tempo depois, latiram, lamberam e pularam perto de nós, que demos um pouquinho de atenção.

Os óculos estavam me incomodando um pouco, mas eu sabia que era necessário para que minha vista colaborasse. 

— Gente, é a terceira vez que eu cheguei perto, façam o mesmo começo e tentem o resto diferente. – Edward falou, nos passando até onde ele conseguiu ter sucesso.

Eu olhei no relógio e vi que já era 2:28h da madrugada, mas mesmo assim sentia a adrenalina passando.

Foi que eu consegui ultrapassar todos os códigos do vírus e abrir o arquivo. O nome do user que fez o vírus e o poder de ter acesso estavam bem à minha frente.

— Meninos?

— Sim?

— Desbloqueei.

O som de teclado parou imediatamente. Quando levantei o olhar eles me olhavam surpresos e aliviados ao mesmo tempo, eles levantaram e vieram ver o notebook.

— Black. Avenue 17 com a Place Oscar. – Alec falou, depois olhou para Edward.

— Sim, foi aquele Loki das trevas. – Edward falou.

— Quem? – Perguntei, cansada de estar boiando ali.

— Jacob Black, um concorrente nosso. – Edward falou. – Ele tem uma empresa de jogos também, mas os dele não tem a mesma visibilidade do nosso.

— Mas por que jogar um vírus para bloquear o jogo? Por que não pegar?

— Porque dá processo. Nós temos um contrato. – Alec explicou.

— E tem algo que possamos fazer para penalizar ele? – Perguntei, implorando por dentro por uma positiva.

— Não judicialmente. Mas podemos dar o troco. – Edward falou, dando um sorriso torto com um quê malícia.

Senhor, me segura se não eu agarro o chefe! Calma, Isabella. Isso não é algo que se diga para o chefinho. Por mais gostoso que ele seja. Jesus!

— É o que eu estou pensando? – Alec perguntou.

— Oh, sim. – Edward respondeu.

Okay, estou boiando, eles não tem piedade de me deixar no escuro?

(...)

Era quase cinco da manhã quando a gente enfim dormiu.

Eles estavam fazendo um vírus para dar pane em todos os computadores do cara, Jason? Jacó? Sei lá. Segundo eles o vírus vai fazer todas as máquinas da empresa pararem e vão aparecer alguns emojis na tela. Eles me disseram para ir dormir, mas como seria trabalhoso eu fiz um lanche para nós três. Também verifiquei Renesmee, que dormiu assistindo série. Parei a reprodução automática e saí do quarto, Edward que a tirasse de lá se quisesse.

Quando eles acabaram e enviaram como se fosse um e-mail de proposta de jogo para ele nós começamos a ver como faríamos.

— Bella, se você quisesse eu te emprestaria um dos meus carros, mas não acho bom você dirigir cansada e eu estou morto demais para isso. – Edward falou, passando as mãos no cabelo com uma expressão cansada.

— E também eu não seu dirigir. – Falei, dando de ombros.

— Não? – Ele e Alec me olhavam confusos.

— Não, tenho medo de matar alguém, porque às vezes sou meio distraída. – Expliquei, os dois gargalharam, apenas bufei, os ignorando. Mas será que eu deveria dizer que sou distraída para o chefe? – E também eu posso pegar um táxi.

— Não, vão ficar todos aqui. Você se importaria de dormir com Renesmee? – Edward perguntou.

— Não, mas...

— Ótimo, boa noite, Bella, Alec e eu damos nosso jeito por aqui.

Suspirei derrotada, e subi as escadas.

— Boa noite para vocês. – Falei, quando cheguei ao segundo andar.

— Boa. – Eles responderam.

Eu estava cansada mesmo, mal via a hora de cair em uma cama.

(...)

Senti uma coisa puxando meus cabelos, então passei a mão nele. Senti de novo, então virei para o outro lado com os olhos ainda fechados. Dessa vez não senti puxão no cabelo, foi – muita – baba mesmo, bem na minha cara, quando abri os olhos eu vi o ser à minha frente.

— Harry Masen, o que está fazendo? – Perguntei, fingindo estar com raiva.

Ele latiu, balançando o rabo animadamente.

— Tá, bom dia também, Monicão. – Falei, rindo. Passei a mão nos pelos dele, e ele deitou a cara na cama para apreciar. – Manhoso. Cadê a Nina?

Ele latiu, levantando e correndo para fora. Ri e me levantei, procurei meu celular e o achei na cômoda ao lado da cama, quando olhei a hora eu tomei um susto, 12:10h! Por que ninguém me chamou? Cadê Renesmee?

Saí correndo do quarto e não achei ninguém no caminho, quando cheguei na cozinha Edward estava lá, mexendo em seu notebook com Nina deitada nos pés dele.

— Boa tarde, por que não me chamou? – Perguntei.

— Boa tarde. – Ele falou, me olhando e abrindo um sorriso. – Dormimos tarde, você merecia um descanso muito bem merecido, já depositei na sua conta pela ajuda, aliás.

— Não precisava, Edward. Eu estava apenas ajudando mesmo. – Falei, tudo bem que qualquer dinheiro é bem vindo, mas eu não fiz com a intenção de ganhar um extra.

— Bella, você trabalhou muito ontem, viu o horário que fomos dormir? Aceite. – Ele falou.

— Vou pensar no seu caso.

— Ótimo, tem um banheiro no corredor, deixei uma escova para você lá em cima da pia. – Ele falou.

— Está bem. – Falei e corri para o dito banheiro, mas antes peguei a minha bolsa com a muda de roupa que eu trouxe no dia anterior, que não tinha sido usada.

Tomei um banho rápido e escovei os dentes. Apesar de não ter dormido tanto eu estava bem descansada, a cama de Edward é maravilhosa! Será que ele deixa eu a levar comigo?

Quando cheguei na cozinha Edward estava mexendo em um micro-ondas e os cachorros estavam comendo ração ao seu lado, bem concentrados.

— Edward?

— Oi, Bella. – Ele falou, se virando rapidamente para me olhar. – Estou esquentando o almoço aqui, Alice teve que ir em algum lugar.

 - Certo, você não vai para a empresa hoje? – Perguntei, curiosa. Geralmente ele vai de manhã e só volta à noite. Talvez ele tenha acordado agora também e só vai depois do almoço.

— Bem, como eu dormi até tarde e não tenho muita coisa que tenha que ter a minha presença lá eu estou me dando um dia de quase folga, vou trabalhar daqui de casa. Depois do almoço eu posso te levar em casa para que possa dormir melhor.

O micro-ondas apitou, então ele tirou uma travessa lá de dentro.

— Alice fez escondidinho de frango. – Ele falou, apontando para a travessa.

— Me parece bom. – Comentei, o ajudando a pegar pratos, talheres e copos. – Onde está Renesmee?

— Ela foi com Alec hoje cedo, ele disse que não estava conseguindo dormir direito e foi para casa, levando Renesmee de carona.

Assenti, enquanto me servia.

Comemos calmamente, conversando sobre algo vez ou outra. 

— Por que você não procurou emprego na área de tecnologia? – Ele perguntou, em determinado momento.

— Porque onde eu procurei sempre era preciso ter feito faculdade, então eu decidi procurar nas outras áreas. – Respondi, dando de ombros.

— E por que não fez uma faculdade? – Ele perguntou, me olhando curioso. – Você teria mais chances de arrumar um emprego.

— Eu sei, mas eu queria ver o que eu realmente quero antes de passar anos estudando. Apesar de que seria bom ter um emprego fixo.

— Harry e Nina mandam dizer que aceitam você aqui. – Ele falou, rindo.

— Certo, eu devo ter medo?

— Não, eles são um amor. – Ele falou e arqueei a sobrancelha para ele, que riu. – Okay, às vezes.

Eu ri, levantando e levando meu prato para lavar.

— Sabe, se você quiser um emprego na empresa eu posso ver se tem alguma vaga. – Edward falou, na hora eu me virei para encará-lo.

— Como?

— Sim, você é ótima, depois quando eu não precisar mais de uma babá você poderia ir trabalhar lá, e talvez se você se identificar a gente poderia até mesmo pagar sua faculdade. – Ele falou, me deixando em choque.

Como assim?