O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos escrita por Waulom Amarante


Capítulo 50
Capítulo L: O Mais Fiel


Notas iniciais do capítulo

A partir desse capítulo iniciamos a adaptação de Lost Canvas Gaiden - Sage e Hakurei.



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O dia já estava entardecendo… 5 anos se passaram desde que as deusas atacaram o Santuário.

Algumas batalhas menores aconteceram pontualmente entre o Santuário e as Forças de Hades, mas o Imperador do Submundo não promulgou nenhum grande ataque, curiosamente o Santuário nem se quer sentiu qualquer manifestação do cosmo obscuro de Hades, mas apenas dos Espectros.

O sol tingia de escarlate o horizonte do Santuário.

O Grande Mestre estava nos seus aposentos, ele caminhou da janela para o outro lado em direção a um espelho, ele se olhou no reflexo e viu-se ali depois de tantos anos. Lentamente retirou o elmo que era símbolo de seu poder absoluto sobre o exército da Deusa Athena.

Seu rosto estava envelhecido, sua pele enrugada e sem vigor. Seus cabelos grisalhos eram ralos mais ou menos na altura do maxilar. Ele ergueu a mão ressequida e tocou o rosto.

O que eu ainda posso fazer por esse mundo?
Durante séculos eu venho lutado contra forças malignas que tentam destruir a humanidade ao lado de Athena. Porém não cabe ao Santuário ou aos cavaleiros parar o próprio homem. As guerras, as batalhas, as invasões, a cobiça e o ódio permeiam o ser humano, tudo que eles fazem é se destruir. Não existe a paz verdadeira, não realmente falando… apenas protegemos a humanidade dos deuses para que ela mesma se autodestrua.

O ideário de paz é apenas uma utopia, mas quem sabe se eu tiver mais poder, quem sabe se eu puder ter o poder que eu detive outrora, eu seria capaz de trazer a paz para a humanidade?

 

Santuário - Casa de Áries

O jovem cavaleiro de cabelos como sangue meditava trajando sua Armadura de Ouro. O cosmo dele era como uma emanação benevolente que emanava uma sensação de absoluta proteção.

Gateguard era o Cavaleiro de Ouro de Áries, responsável pela proteção da primeira das 12 casas do Zodíaco, do Santuário de Athena.

Gateguard! Gateguard! — chamou uma voz falando-lhe através do cosmo.

— Grande Mestre! Grande Mestre Itia! - o jovem interrompeu sua meditação respondendo ao chamado.

Venha até o Salão do Grande Mestre. Gateguard eu tomei uma decisão, uma que poderá mudar o rumo da humanidade para todo sempre. Sei que posso confiar em você para me apoiar e junto realizaremos o ideal de paz na Terra.

— Grande Mestre Itia, do que… do que está falando?

Venha Gateguard, venha agora…

 

O Cavaleiro de Ouro de Áries imediatamente saiu de seu templo subindo as escadarias acima com certa velocidade. Seus pensamentos o embalaram durante a subida…

Em algum lugar da Irlanda, Europa
Um deus maligno… foi a fúria de um deus maligno que dizimou nosso vilarejo.

Uma noite como qualquer outra, o céu estava escuro, lembro de sentir o cheiro da chuva se aproximando. Eu ouvi um trovão… depois disso… gritos, foram muitos gritos. Carregavam na sua sonoridade medo, horror, dor…
Minha mãe me abraçou forte, colocou meu rosto contra seu colo. Ela chorava… chorava compulsória rogando aos deuses que não permitissem que nada de ruim acontecesse a nós. Os gritos… medo… horror… dor… estava se aproximando.

O cheiro do fogo que incendiava as casas, da fuligem tomando o ar, a temperatura aumentando, tremores abalavam a estrutura de nossas casas. O medo nos possuía segundo após segundo e quanto mais o medo nos possuía mais ela orava, mais ela rogava aos deuses para que pudesse nos salvar.
A primeira estocada afrouxou a porta do batente. A segunda rachou a madeira. A Terceira foi como um estouro barulhento. Eu apenas vi uma silhueta. Ela gritou, gritou muito. Aquele homem parecia possuído por algum espírito maligno. Parecia que em seus olhos emanava a pura maldade, a maldade em seu estado mais primal.

Sua mão grande e pesada bateu em meu rosto jogando meu corpo para longe do dela. Meu ouvido zunia, meu rosto estava quente, ardia, doía…
Ele pegou-a pelos cabelos. Era corpulento de músculos fortes, a ergueu do chão ainda gritando.

Com a outra mão arrancou a parte de cima de sua roupa deixando-a desnuda.

Eu me levantei para tentar alguma coisa, ainda que dentro da minha cabeça algo dissesse para mim que era inútil.

Eu senti o projétil perfurar meu ombro vindo da direção da porta. O homem-demônio dessa vez me socou; meu corpo atravessou o corpo estatelando contra a parede, eu me senti sem vida.
Ouvia apenas os gritos dela suplicando para que ele parasse, suplicando a deus para que aquilo acabasse e pergunto em meio a toda dor e sofrimento de estar sendo violada, porque os deuses permitiram que nós passássemos por aquilo.

Os gritos dela foram diminuindo, como se não houvesse mais força, como se todo o mal tivesse feito ela se dar por vencida.

E foi quando eu ouvi um urro como de um animal gutural e em seguida a lâmina passou na carne. O cheiro metálico, agridoce invadiu o lugar e eu perdi a consciência…
Acordei com a imagem santificada que me estendia a mão, um homem que emanava uma energia tão pura, bondosa e cheia de amor… que fez meu corpo se anestesiar por completo. Em meio aos restos de destruição de caos que para mim era só um borrão acinzentado ele era como uma divindade em cores e vivacidade…”

O som das botas da armadura dourada continuou seguindo para escadas acima em direção ao Templo do Grande mestre.

Ele passou pelas portas e se deparou com seu mestre, estava sem o elmo sentado no trono. Seus olhos arregalados como se a imagem do puro terro o tivesse acometido.

Gateguard correu, postou-se rapidamente ao lado do trono chamando por seu mestre. Mas não havia resposta. Não haveria.

Até que finalmente, para seu alívio, ele viu um leve inspirar do velho mestre.

— Gateguard…

— Mestre Itia… sim! Está tudo bem com o senhor? Agora respire fundo, seu pulso está acelerado buscarei um médico!

— Não! Não foi para isso que lhe chamei até aqui…

Quando Gateguard olhou o rosto velho e cansado de seu mestre ele viu ali uma marca diferente, a marca como de asas de uma borboleta tomava a lateral direita do rosto do velho Itia…

Sobre o Salão do Grande Mestre pairava uma sombra com um cosmo enojante. As asas de sua armadura eram destacadas e brilhavam em membranas como as das borboletas…

Um portal se abriu em meio a uma nuvem de borboletas levando consigo a figura maligna.

— Eu tomarei o coração de um cavaleiro de ouro e todos caíram diante desse Guadião…


Imagem retirada do Capítulo 86 da Obra Lost Canvas Gaiden - Sage e Hakurei
Colorizada por Waulom Amarante
O encontro de Itia e Gateguard


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo:
Capítulo LI: A Marca de Papillion



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