O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos escrita por Waulom Amarante


Capítulo 29
Capítulo XXIX: Decisão


Notas iniciais do capítulo

Anteriormente em O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos
A batalha entre Shiva de Virgem e o espectro Kageboshi chega ao seu Clímax, quando o virginiano libera o poder lendário daqueles que transcenderam a roda de Samsara: Ajña, o terceiro olho.



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“O terceiro olho é o poder da percepção máxima…”

Uma lótus emergiu na fronte do cavaleiro de Virgem em forma de botão, florescendo em seguida. O poder de Shiva parecia crescer sem fim.

O cosmo dele é tão grande, quanto o cosmo de um deus!

— Não importa quantas vezes eu te destrua você sempre volta graças ao poder de Hades então…

Uma formação de mosaico hinduísta preencheu o espaço que envolvia os dois adversários.

— Eu vou simplesmente te tornar um nada…

— Do que está falando, maldito?

Tenbu Hōrin(Tesouro do Céu)! Eu vou apagar um a um os seus sentidos até que não reste nada, você passará a ser uma existência vazia, porém ainda não terá morrido… tirarei o seu tato, visão, olfato, - com o poder do Ajña a técnica do virginiano era ainda mais poderosa e ele conseguia executar velozmente a retirada dos sentidos - audição, paladar, o sexto sentido…

Eu não consigo sentir mais nada… é como se meu corpo fosse apenas uma casca vazia… Mestre Thanatos! Preciso do seu poder…

Kageboshi… você está condenado, nós os deuses gêmeos teremos nossa hora de intervir para aniquilar o santuário. Enquanto esse momento não chegar permaneceremos ocultos de Athena e seus Cavaleiros.

Não! Mestre!

— … é o seu fim… Sétimo Sentido - quando o Espectro pensou ter acabado e considerou tentar um revide … - Oitavo Sentido.

A existência de Kageboshi havia sido aniquilada e o corpo do espectro caiu em meio ao rio de sangue afundando em seguida aos pés da cachoeira.

Quando deu por si Shiva viu que Cipriano estava agachado ante ao pequeno broto.

— O que aconteceu com você?

— Eu não me lembro ao certo… mas lembro de estar num perigo eminente e tive de usar uma parte da minha alma para me safar…

— Uma parte da sua alma?

— Eu possuo uma técnica, chamada de Sekishiki Tamashi Hokai, que divide minha alma em partes, porém a parte que é criada a partir do todo, leva consigo memórias que eu tinha.

— Então…

— As memórias do momento antes de eu precisar usar o Tamashi Hokai se perderam.

— Entendo…

— O que você pretende?

— Eu vou ficar aqui até que árvore seja forte o suficiente para resistir a qualquer investida dos Espectros, provavelmente até o fim da Guerra Santa. Protegerei o legado deixado por Itia e por você também Shiva de Virgem. Brafmah ficaria orgulhoso do cavaleiro esplêndido que seu discípulo e herdeiro se tornou. Volte ao Santuário e diga a Itia que sua missão foi cumprida.

O Cavaleiro apenas fez um sinal positivo com a cabeça.

 

Santuário de Athena - Casa de Câncer

— Que batalha incrível e que técnicas monstruosas tinha o nosso antecessor…

Sage parou de falar e reparou no semblante inusitado do irmão. Ele fez menção em falar algo, mas Hakurei o interrompeu.

— Você tem tanta certeza sobre o fato de ser um cavaleiro de ouro… - ele desviou o olhar para o chão.

— É que…

— Você sabe que apenas um de nós poderá tomar posse da Armadura de Câncer…

— Sim…

— O dia está se aproximando…

Hakurei não havia comentado com Sage que Itia o havia escolhido como seu sucessor ao posto do Grande Mestre do Santuário, o que por lógica dizia que Itia confiava que seria Hakurei aquele que ocuparia a Casa de Câncer…, porém o próprio Hakurei não estava certo de que a decisão de Itia era a mais correta.

Hakurei não se via como alguém capaz de unir as pessoas sob um único propósito, ele era desleixado e sabia disso. Sabia que seu coração não estava preparado para outorgar um sentimento de união a todo Santuário.

Ele se levantou devagar para não acordar o irmão. Saiu pela janela subindo novamente as escadarias das 12 casas até a casa de Câncer. Ele passou a observar o lugar com mais calma. Pensava consigo mesmo se ali seria sua futura morada, ao mesmo tempo que imaginava que provavelmente não, a proposta de Itia era a de que Hakurei estivesse muitos templos acima.

Finalmente ele se deparou com a Sagrada Armadura de Câncer estava em sua forma de object a frente da urna dourada.

— Então você regressou… para onde você foi? - perguntou ao artefato sagrado.

Ele deixou um leve sorriso transparecer enquanto se sentava frente a armadura dourada.

— Sabe Câncer, eu não sei ao certo se estou pronto para assumir você como minha guardiã. Talvez Sage seja mais apto que eu…

Nesse momento Hakurei sentiu uma cosmo energia intensa, porém acalentadora vindo de trás de si. Quando se virou, ele se deparou com Athena.

— Athena-sama…

— Hakurei… - a deusa se aproximou - eu posso sentir sua preocupação e suas incertezas. Porque um cavaleiro tão preparado como você guarda esses sentimentos?

— Athena eu não sei se sou digno de proteger o seu Santuário, de lutar por você, de cuidar das pessoas…

— Se acalme, Hakurei… - a deusa se sentou frente a ele - desde a era mitológica, de tempos em tempos eu me sou impelida a reencarnar entre os humanos, como uma deles, para proteger o mundo da fúria dos deuses. Travei diversas batalhas com Hades, Poseidon e outros deuses egoístas que querem tomar para si a posse desse planeta e acabar com a raça humana. Eles se julgam superiores, acreditam que o poder de um humano nunca será igual ao de um deus. Mas isso não é verdade. Muitas vezes humanos possuem em seus corações muito mais amor, muito mais fé e força de vontade que qualquer deus possui em cosmo. Esses sentimentos emergem com uma força tão gigantesca que gera milagres que nem mesmo os deuses seriam capazes de operar. Por isso eu confio tanto que meu dever como deusa da terra é proteger os humanos.

— Athena você fala isso com tanta leveza, como se seu imenso sacrifício não fosse nada.

— E não é… porque isso é algo que está em meu coração, assim como a decisão correta estará no seu quando você estiver pronto para entende-la.

A deusa se levantou e caminhou em direção a armadura de câncer tocando o artefato com um semblante claramente admirado.

— Hakurei, as respostas sempre estão dentro do seu coração, você só precisa querer enxerga-las. Existem muitas formas de se proteger a quem se ama. E cada um na sua pequena imensidão tem poder para fazer milagres.

Hakurei olhou para Athena com um semblante perplexo, mas se resignou, como se concordasse com aquilo que a deusa lhe falava.

— Itia te escolheu como sucessor dele, mas essa não é uma escolha puramente dele… ela também é sua, e se o seu coração te disser qualquer coisa ao contrário disso eu confio em você tanto quanto nele.

 

Santuário de Athena - Aposentos do Grande Mestre

Seu corpo estava andando a esmo por uma planície funesta, ele via em grandes fileiras seres humanos caminhando lentamente numa única direção.

Os flashes eram rápidos e alguns ininteligíveis.

Uma Sápuris com asas ostentosas. Olhos puramente verdes como de um inseto. Duas auras extremamente poderosas. Uma estrela negra, uma estrela apenas traçada. O brilho divino de armaduras tão negras como a própria escuridão.

Uma borboleta pousou em seu ombro, ele se sentiu envelhecer, a pele secar, apodrecer até descolar dos ossos, seus cabelos caírem virarem pós, seus ossos esfarelarem.

Tudo voltou como se o tempo rebobinasse. A borboleta estava em seu ombro como um espírito. Seu corpo era jovem, ao olhar para si mesmo em seu rosto havia uma marca na mesma forma da borboleta.

Itia acordou abruptamente com a respiração ofegante, pesada e entrecortada.

Levou a mão contra o rosto como se quisesse se livrar de algo em sua mente.

— O que as estrelas, não estão me permitindo ver?


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Notas finais do capítulo

Na próxima semana:
Capítulo XXX: A Última Missão



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