Apocalíptica escrita por Fuqboi


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Eu escrevi ela para um amigo secreto do Café com Letra, Apocalíptica foi substituída por outra (também shoujo-ai/yuri) e depois de um ano estou aqui postando ela.
Espero que gostem ♥

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一 Eu definitivamente não sei como começar isso. Já é a minha terceira tentativa, e em nenhuma das outras duas você atendeu. Talvez porque não esteja em casa, ou simplesmente porque não quer falar comigo…一Marina suspirou desmotivada. 一Tenho medo de que seja a segunda opção.

一 Eu só queria desabafar, te dizer o que sinto. E quer saber como estou? Acabada. Tanto física quanto emocionalmente.

一 Quando você me disse que precisava de um tempo, eu não tive reação alguma; e pela sua expressão imagino que tenha achado que não me importava. Mas eu me importo, e muito.

一 Só que eu não consegui assimilar o que estava acontecendo e deixei você sair furiosa pela porta. Provavelmente o meu maior erro. Deveria ter te puxado de volta e te abraçado até aquela sua imagem despedaçada voltar a ser a Luiza sorridente que conheço. Porém eu também estava despedaçada.

一 Por um momento, eu não quis acreditar no que tinha se passado diante de mim. Eu achava que você voltaria, diria que aquilo foi apenas uma brincadeira e passaríamos a noite juntas. Me enganei.

一 Os minutos passavam e você não voltava. Fique por horas ali, em frente à porta, esperando algum sinal seu. Depois de um tempo me deixei acreditar na verdade. 一 Sua voz vacilou.

A partir dali, as lembranças começaram a inundar a minha mente. Me lembrei do dia em que te conheci; aquele esbarrão no parque foi o seu primeiro sinal, pra mim, da menina atrapalhada que você é.

Luiza deixou um meio sorriso escapar ao ser chamada de menina, pensou que Marina não acabaria com esse hábito.

Fomos nos conhecendo melhor e, a cada gesto seu, eu me encantava mais. Me apaixonei em pouco tempo. Foi bem rápido.

Ela fez uma pausa um pouco maior que as anteriores, precisava organizar mais suas palavras.

Você se lembra daquele apelido que me deu? Apocalíptica, pensou quase instantaneamente. “Apocalíptica.” A primeira vez que você sussurrou isso foi na biblioteca do centro.

Eu não entendi, você percebeu pela cara que fiz, então te escutei dizer baixo: “É você.” Te perguntei por que e você sorriu.

“Você é imprevisível. Para mim, é difícil te compreender, e duvido que para as outras pessoas seja fácil. Você vive tudo ao extremo. Quando está com raiva, às vezes acredito que pode começar o apocalipse mesmo. Com você, me sinto numa zona de perigo… um perigo bom.”

E eu te respondi que a vida é uma só, então devemos chorar, gritar, dançar, quando tivermos vontade. Extravasar toda a angústia, energia ou alegria no momento em que vivemos aquilo. Pois tanto a tristeza quanto a alegria um dia passarão, e neste dia veremos que somos humanos, estamos vivos e que a vida é feita de altos e baixos.

Uma vez ouvi que a dor precisa ser sentida e eu completei sem me dar conta dizendo que a alegria também.

Outra pausa. A ouvinte podia sentir o peso daquelas palavras sobre si. Após alguns segundos ouviu a voz de Marina de novo, que começou fraca e retomou com o tom firme. Luiza percebeu que ela realmente estava se esforçando.

Foi com as mesmas palavras ditas na biblioteca que você me pediu um tempo. Disse que eu vivia tudo ao extremo e continuou com o que mais doeu em mim: “Isso é ruim, tá abalando a gente. Preciso de um tempo, quero me reorganizar e talvez enxergar que…” A mulher não queria mais ouvir aquilo, as palavras que dissera estavam-na atormentando há dias. Ouvir em sua voz seria ainda mais doloroso. “... posso viver sem o vício Marina.”

“Vício Marina.” Você tem noção do quão mal eu fiquei depois disso.

Mais uma pausa.

Eu só queria que você soubesse que faz falta. Luiza, você é muito importante pra mim e não gosto de ficar afastada, é difícil.

Espero que essa não seja só mais uma mensagem de voz que você vai excluir. Quero que a escute. E… pode ser bem tarde pra dizer isso, mas eu te amo.

Luiza não pensou duas vezes, antes que a ligação fosse encerrada, ela atendeu.


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Notas finais do capítulo

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