Can I Crash Into Your Life? escrita por andeinerseite


Capítulo 7
Capítulo VII - Love and Death


Notas iniciais do capítulo

Bill acaba de revelar à Jenny que é um vampiro.

Será que o amor dos dois sobreviverá a uma revelação tão perturbadora?

(Ok, péssima sinopse pro capítulo. Lê aí e diz o que acha! x3)



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- Jenny, eu sou um vampiro.

 

Ele estava sério demais para ser brincadeira. Meu coração batia rápido demais, como se fosse arrebentar. Um instinto de fuga baixou sobre mim, mas eu continuei ali, paralisada.

 

Eu não queria acreditar naquelas palavras. Queria que ele desse risada e dissesse que era só uma brincadeirinha. Mas não, ele se recusou a olhar para mim e baixou a cabeça. Pude ver uma lágrima escorregando pela sua face. Ele estava sofrendo, e isso me matava. Uma parte de mim queria abraçá-lo, enxugar suas lágrimas, dizer que o amo e que nada disso importa. A outra era instintiva, dizia: “Corra! Ele vai te matar, ele só quer o seu sangue”.  Qual das duas eu deveria seguir?

 

Eu, na verdade, sempre imaginei que fosse possível a existência de criaturas sobrenaturais, mas nunca levei isso a sério. Porém, naquele momento, a existência de vampiros parecia tão óbvia... Solucei e comecei a chorar baixinho.

 

Os fatos se juntavam na minha mente, como peças de um quebra-cabeça. A pele branquíssima e fria, a agilidade impressionante, a capacidade de me seduzir tão facilmente... O quebra-cabeça estava completo, e a resposta era: vampiro.

 

Vampiros realmente existiam. E Bill era um deles. Ele era perigoso, poderia me matar se quisesse. Mas o que fazer se eu me sentia tão atraída por aquele perigo? O que fazer se eu amava aquele perigo?

 

- Pode gritar. Pode fugir. Eu entendo. - murmurou ele, fitando o chão.

 

Eu não iria gritar, nem fugir. O medo que havia em mim desapareceu. Eu o amava, não importava o que ele fosse ou fizesse. E não desistiria disso agora. Enxuguei as lágrimas e olhei para ele.

 

- Eu não me importo com isso. - falei, firme.

 

- Como pode não se importar? - ele se levantou, e vi a dor em seus olhos. - Eu sou um monstro, Jenny. Um monstro.

 

- Não diga isso, Bill. - minha voz ficou trêmula, um nó se formava na minha garganta. - Eu te amo.

 

- Eu já matei pessoas inocentes. Hoje não faço mais isso, não me alimento mais de sangue humano, só de animais. Mas isso não muda nada. - ele suspirou. - Ao contrário do que dizem em livros sobre vampiros, eu posso me controlar, consigo ficar bem próximo de um humano sem matá-lo. Claro que bate uma tentação... Mas consigo resistir se eu quiser. E mesmo assim, matei. Matei para conseguir o sangue. Isso é horrível.

 

Mais lágrimas caíram de seus olhos, e dos meus também.

 

- Eu me sinto culpado. Eu nunca quis ser mau. Mas eu fui. Você deveria ter raiva de mim, ou nojo, ou pelo menos medo. Eu não mereço ser amado, Jenny. Não mereço.

 

Bill finalmente olhou para mim. Me levantei e fui até ele.

 

- Você se arrependeu disso e mudou, é isso que vale. Todos os seres merecem ser amados, e você não é uma exceção a isso. Pare de se machucar, você não é culpado por ter sido transformado em vampiro.

 

Toquei seu rosto e ele olhou nos meus olhos.

 

- E eu amo você, não importa o que você é, ou o que você fez, isso não vai mudar o que eu sinto.

 

Nossos lábios se encaixaram intensamente, confirmando tudo o que eu acabara de dizer. Os lábios dele eram como morfina; me faziam esquecer todas as dores e tristezas, ao mesmo tempo que viciavam.

 

- Você desperta em mim os sentimentos mais puros. - sussurrou ele, tentando sorrir. - Também amo você. Muito.

 

Ele se sentou novamente no chão e eu me aninhei em seu peito, encostando nele a orelha, procurando algum som que indicasse que o coração dele ainda batia. Mas não havia som nenhum.

 

- Ele não bate mais. - confirmou Bill, com um sorriso melancólico, diferente daquele que eu amava tanto. - Depois daquele dia, nunca mais bateu.

 

- Há quanto tempo é assim? Digo, quando se tornou um vampiro? - perguntei.

 

- Já faz um bom tempo... Eu tinha doze anos. Ao contrário do que se pensa, vampiros envelhecem sim, pelo menos até uma certa idade, então nunca mais mudam. Não paramos na idade em que fomos transformados. Envelhecemos normalmente (como os humanos) até completarmos vinte anos. Depois disso, é como se congelássemos naquela idade, naquele corpo, nunca mais muda.

 

- Então, já que você tem dezessete anos...

 

- Daqui a três anos vou parar de envelhecer. - completou ele.

 

Sorri. Ele passaria o resto da eternidade com aquele rosto perfeito, nunca mudaria.

 

 - Parece que foi ontem que tudo aconteceu. Que me atacaram. Que eu me transformei. Eu e Tom estávamos só dando uma volta, fazendo um passeio, era um lugar pouco movimentado... Era fim de tarde, o sol estava se pondo, devíamos voltar para casa...

 

[ Flashback on (Bill) ]

 

Bill - Tom, acho melhor voltarmos para casa... Está tarde...

Tom - Ah, Bill. Deixe de ser bobo, vamos andar só mais um pouquinho...

Bill - Não, Tom... Já está escurecendo e...

Tom - Tá bem. Vamos pegar um atalho então, estamos um pouco longe, vamos demorar muito pra chegar.

Bill - Talvez possamos cortar caminho passando por essa floresta...

Tom - Hum, não é uma má idéia. Vamos.

Tom puxou o meu braço e entramos na floresta. Era parecida com essa. O céu já estava escuro, e eu, como sempre, fui o primeiro a ficar com medo.

Bill - T-tom, esquece a idéia da floresta. Está escuro, vamos pelo caminho de sempre...

Tom - Não precisa ficar com medo, Bill. É só uma floresta, o máximo que poderíamos encontrar aqui seriam alguns bichinhos e...

Então, Tom gritou. Alguma coisa havia o puxado com força para trás, ele sumiu em meio às folhagens.

Bill - Tom! Tom! Onde está você?

Nesse instante, a mesma coisa que havia atacado Tom me atacou. Pude ver que era uma mulher, uma mulher linda. Foi então que vi que seus lábios estavam molhados de sangue. Senti algo cortar o meu pescoço e desmaiei.

 

Quando acordei, não sabia quanto tempo havia passado. Tom estava sentado ao meu lado, me sacudindo. Meu pescoço ainda doía, e eu estava com fome. Ou melhor, com sede. Sede de sangue.

Bill - Tom... O que aconteceu?

Tom - Fomos atacados por uma... uma... vampira. Se eu não tivesse me soltado dos braços dela e te salvado, estaria morto agora.

Bill - Vampira? Ahn? Vampiros não existem e...

Toquei o meu pescoço e pude sentir duas pequenas feridas cicatrizadas, marcas de caninos. Vampiros existiam sim.

Bill - Então, se não morremos...

Tom - Por que acha que estamos com vontade de beber sangue?

 

[ Flashback off ]

 

- Então eu finalmente entendi o que havia acontecido. - terminou Bill.

 

- Isso quer dizer que Tom também é um vampiro? - perguntei.

 

- Aham. Georg e Gustav também, transformamos eles depois, para facilitar a nossa convivência.

 

O céu estava completamente nublado, e começou a cair uma chuva fina.

 

- Está na hora de eu levá-la de volta para casa. - ele sorriu, finalmente foi aquele sorriso lindo, que eu esperava.

 

- Ok, vamos - sorri também. 


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Notas finais do capítulo

Escrevam reviews please, são o que me fazem postar mais capítulos!