Sorte ou Azar escrita por Isa imortalizada


Capítulo 20
Capítulo 20




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Podia ouvir a batida dos meus saltos no chão, pois ecoava pelos corredores enquanto eu fazia todo o trajeto de volta, minha arma em punho, meu coração acelerado, minha adrenalina estava nas alturas.

Consegui chegar até o salão do evento e me surpreendi com a cena de destruição que vi ali, cadeiras jogadas, mesa reviradas, talheres espalhados e muitos cacos de vidros ao redor de tudo, devido ao lustre que se espatifou pelo tiro.

Olhei para o palco e ali estava Aro Volturi, ainda sangrando e ao seu lado a garota loira que vi mais cedo, ela estava a todo custo tentando estancar o sangue do homem.

Fui me aproximando

—Aro Volturi, o senhor está preso – declarei.

—uma piralha acha que vai me impedir – disse com certa dificuldade

— o Senhor esta em solo americano e em nossa jurisdição tem direito a um advogado.

— acha que esta brincando de policia e ladrão com uma pessoa qualquer? Sabe que venho monitorando tudo ao redor dessa família, não vai ser esse embaixador que irá afetar aos meus negócios.

—Alice Cullen, não faz parte de seus negócios.

Aro soltou uma gargalhada maléfica e começou a tossir.

—Alice, é só uma moeda de troca para que o infeliz do Embaixador parar de interferir onde não deve o que ele sentiria ao ver a filha sendo traficada e trabalhando em um dos meus prostíbulos?

—seu infeliz, ela é somente uma menina que tem um futuro brilhante pela frente, eu não vou deixar que você destruísse a vida dela e de nenhuma outra pessoa.

A loira que até o momento não tinha se manifesto deu um grito

— Ele está entrando em choque, precisamos de uma ambulância - disse em minha direção com suas mãos tomadas pelo sangue, e ofegante pelo esforço que estava fazendo.

Uma movimentação se fez na entrada do salão e ali apareceu Rose, com sua arma em punho e outros agentes entrando no local, sua expressão mudou em segundos, mas foi o suficiente para ficar em alerta algo estava errado e me virei a tempo de ser recebida por um soco que me destabilizou e me fez ir ao chão, rapidamente me coloquei em pé, minha arma caiu pelo chute que levei em meu pulso e voou longe em direção ao meio do salão se perdendo no meio do lustre e foi quando senti uma pontada e um latejar na minha pele na lateral do meu corpo, e ali na minha frente estava o outro irmão Caius Volturi, com uma expressão assassina em sua face e em sua mão direita um pedaço do lustre que pingava com o meu sangue, ele acabara de me cortar com o vidro.

Estabeleci-me, eles não iriam sair livre, com toda força em meu corpo com a adrenalina me guiando entrei em uma luta corporal, em uma distração dele consegui tirar o vidro de sua mão que quicou pelo palco, ele veio em minha direção com os punhos fechados preparados para me atingir, desviei com maestria controlando a distância de sua mão com o meu corpo, ele se curvou e tentou me jogar no chão pela cintura, deixando exposta a área de sua cervical entre sua cabeça e o inicio de sua nuca, deixei minha mão reta os dedos estendidos e segui em movimentos constantes até que senti sua desorientação e ele foi cessando a pressão que fazia contra o meu corpo e neste momento com o cotovelo consegui distanciar sua cabeça e com o joelho da minha perna direita atingi seu nariz.

Ele foi ao chão e ainda desorientado viu os agentes correndo em sua direção e em instantes colocou algo em sua boca que retirou de seu anel e seu corpo convulsionou.

Filho da puta, ele tinha acabado de se auto envenenar.

Mas antes que eu pudesse impedir o meu corte cobrou o seu preço, olhei para baixo e meu vestido antes de um tom de rosa agora estava embebido em sangue, o que me fez cair no chão minhas mãos agora tremendo pela falta de adrenalina seguiu o caminho da dor e tentei parar o fluxo de sangue, minha amiga logo veio ao meu encontro, ainda pode ver a garota loira sendo retirada por Devon de perto de Aro e os paramédicos fazendo o primeiro atendimento nos Volturi.

—Como você esta? – minha amiga perguntou

— você sempre esta ao meu lado, Rose.

— È isso que as melhores amigas fazem né, mas deixa os paramédicos te ajudar, vamos te levar para a central e ver esses ferimentos.

—Rose, eles estão bem?

—conseguimos retira-los em segurança, fica tranquila, agora vamos cuidar de você.

E com essas palavras deixei meu corpo relaxar e dar lugar a inconsciência.

[...]

Vejo meu reflexo em frente ao espelho do banheiro da enfermaria do hospital da agência, ainda estava um pouco inchada, mas nada que me impedisse de sair dali, terminei de abotoar os dois últimos botões da camisa social branca e colocar o blazer preto que completava o visual, passei a mão pela saia também preta que ia até os meus joelhos e ri comigo mesma ao olhar meus pés que neles estavam protegidos pelo salto alto de bico fino, algumas coisas parecem que mudaram em mim depois desses dias, e dessa vez deixei meu cabelo solto, passei batom em um tom de vermelho que combinava com a minha pele e aplique o perfume entre os pulsos e atrás da orelha, eu era forte e finalmente tinha descoberto isso.

—Bela, vamos estão nos esperando– apenas concordei com a cabeça e eu e Rose saímos da enfermaria rumo ao desconhecido que nos aguardava.

Respirei fundo e dentro de poucos minutos caminhando lado a lado pelos corredores adentramos a sala que fora nos designadas, mas não estava preparada para o que estaria ali.

Os maiores nomes do segurança desses pais estavam naquela sala, meu Pai estava presente, o que não me surpreendeu, ele passou boa parte das ultimas duas noites comigo na enfermaria, mas o que me surpreendeu de verdade foi à presença dos quatro integrantes da família Cullen sentados ali naquela mesa.

Devon me olhou e me lançou uma piscadela em minha direção e eu apenas o cumprimentei com um aceno de cabeça, meu coração disparou não por esse gesto, mas por ver Edward ali, mas sua expressão era indecifrável, respirei fundo e me coloquei em meu lugar eu estava trabalhando ainda, não era o momento adequado de me lançar em sua direção e pedir desculpas por toda essa confusão, já os olhos de Alice estavam vidrados em mim e podia jurar que era de admiração.

— Senhores, peço, por favor, uma salva de palmas para a agente Swan, pelo desempenho e pelo resultado que obteve.

A sala por um breve momento me parabenizou e Rose me direcionou para o outro púlpito onde dali em diante passou a descrever o que aconteceu até o presente momento.

—conseguimos recuperar algumas imagens das câmeras de segurança do salão do evento e do equipamento da agente Swan, como podem ver pelas imagens.

O telão que ficava atrás de nos dois passou a exibir as imagens de ontem, eu guiando Alice, atirando em Aro, Edward tentando proteger a irmã e depois de alguns instantes eu voltado pela mesma porta e indo em direção ao palco, a conversa que tive com Aro foi ouvida pela sala, a luta corporal com Caius e Rose entrando para me ajudar assim que eu caio, e depois disso o logo da agencia voltou a tomar o seu lugar no centro.

— Devido à ocorrência de ontem, conseguimos prender Aro Volturi, mas infelizmente perdemos Caius, que pelo o que os senhores acabaram de acompanhar se suicidou, à garota loira, descobrimos ser Gianna Volturi, ela foi adotada quando pequena e é braço direito do Clã, mas que está disposta em nos ajudar nos dando informações sobre as atividades ilícitas da organização principalmente nos casos de trafico humano.

—Agente Devon? –perguntou Carslisle Cullen

—sim, Senhor Embaixador.

—E minha filha, depois de tudo isso ela esta segura? – perguntou com certa preocupação após ouvir a conversa que tive com Aro.

—Senhor Embaixador, Aro Volturi queria se utilizar de sua filha como moeda de troca para que o senhor não assinasse o tratado, devido à alta fiscalização nas fronteiras acabou se tornando um empecilho para as atividades de trafico internacional de pessoas, mas graças ao pensamento rápido e a agilidade da agente Swan, conseguimos a neutralização do Clã e sua filha está segurança agora. Agente Hale sua vez.

Minha amiga se aproximou do microfone e deu continuidade;

—Ontem mesmo após a apreensão e com o depoimento da Gianna Volturi, conseguimos interceptar dois carregamentos um que seria para Milão, e outro para Suíça pela via terrestre, e já encaminhamos varias equipes para os pontos em que nos fora orientado e até o momento vinte casas de prostituição foram fechadas, assim como a entrega de cerca de dez recém-nascidos que foram tirados de suas mães biológicas e que seriam encaminhados para venda em Mônaco, estamos trabalhando em conjunto com a Interpol, alguns países serão notificados por meio de carta rogatória que é o instrumento que utilizamos para que um ato judicial seja cumprido em outros países e logicamente iremos utilizar de tratados internacionais.

Talvez no meio da explicação eu devo ter me desligado eram tantos termos e reviver tudo aquilo estava me causando um desgaste mental, foram tantos dias apenas preservando a segurança daquela menina, que já tinha um espaço no meu coração espero que conseguimos manter uma relação de amizade, por muitas vezes me vi na Alice, ela é especial.

Uma movimentação me chamou atenção cadeiras eram arrastadas e alguns estavam se levantando, sinal que aquela reunião tinha acabado.

Enfim poderia respirar aliviada e ir pra casa.

—Agente Swan – Devon chamou minha atenção

—Sim – minha voz saiu um pouco engasgada do que eu queria

—Perdida em pensamentos? –perguntou em um tom brincalhão

—talvez

—sabia que não iria me decepcionar Bella, para sua primeira missão em campo você conseguiu apreender um dos maiores mafiosos da Europa, conseguiu impedir que outras vidas fossem roubadas para o trafico internacional.

—loucura, né? - perguntei

—Isso se chama competência, tire uns dias de folga, aproveite para descansar.

—vou aceitar a sua oferta Devon, tenho que reorganizar meus pensamentos.

—imagino que sim, muitas coisas aconteceram em tão pouco tempo.

—você não faz ideia – apenas concordei

—como estão os ferimentos?

—foram oito pontos, alguns arranhões e um pouco de desconforto.

Mas antes mesmo de meu superior me responder fui surpreendida por um abraço de uma baixinha, que me fez dar um passo para trás pelo impacto que me fez gemer de dor e rir ao mesmo tempo, meu superior me segurou pelo braço de uma forma para que não encontrássemos o chão, ainda não estava cem por cento e estar de saltos finos não contribuía muito para o meu quilibrio.

—Bella, amiga, obrigada – despejou Alice.

—Ali, não me perdoaria se algo acontecesse com você, desculpa ter mentindo, mas só quero que fique bem claro uma coisa, você é especial pra mim e por mais que não tenhamos a mesma idade eu não quero perder a sua amizade. –disse tudo em um fôlego só, eu devia uma explicação pra ela.

—talvez se eu soubesse não teria te aceitado, nunca gostei de ter seguranças me seguindo em todos os lugares, você sabe por quê.

—eu sei, tivemos acesso a essa informação, por isso Devon optou por um agente disfarçado, seria a Agente Hale.

—a irmã do Jasper, né?

— Sim, ela não pode devido ter envolvimento com alguém conhecido, então sobrou pra mim, porque tinha as características para o disfarce, espero que você possa me desculpar.

—não tem nada para se desculpar Bella, tá confesso que fiquei com medo de você com aquela arma em punho e quando você atirou, eu posso ter dado uma leve surtada, mas depois que me contaram eu até entendi o seu lado, mas nesses últimos dias você fez tanta coisa por mim que me mostraram o quão boa pessoa você é.

Um roçar de garganta fez com que saísse da nossa bolha, Carlisle Cullen e sua esposa Esme Cullen estavam a minha frente e outro abraço me surpreendeu, acho que agora posso compreender de onde Alice é tão afetiva, Esme Cullen abraçava como uma verdadeira mamãe ursa.

—quero te agradecer por proteger a minha família Agente Swan

—por favor, apenas Bella.

—você tem a minha gratidão eterna – disse

—Obrigada Sra. Cullen

—apenas Esme, eu sei que as coisas não foram fáceis para você e talvez demore um pouco para tudo se acertar, mas fique tranquila.

Não entendi o contexto daquelas palavras até ela lançar o olhar para o filho que se manteve uns passos atrás observando a nossa interação, Esme Cullen sabia que existia alguma coisa entre mim e seu filho.

Carlisle estendeu a sua mão em minha direção me oferecendo um aperto

—obrigado Agente Swan, fico grato por todo o seu empenho e cuidado com a minha filha, infelizmente minha profissão fez com que colocasse minha família em risco, mas graças a Deus e com a sua ajuda tudo terminou bem, então deixo registrado toda a minha gratidão.

—fico feliz com o reconhecimento Senhor.

—não é de se admirar que realmente você seja filha do Charlie, seu pai é um bom homem, já tive a oportunidade de conversar com ele.

—meu pai foi meu maior exemplo para estar aqui hoje

—imagino que sim, Agente Devon, parabéns pela ótima equipe que você tem sob seu comando, todos muito eficientes.

—obrigado Senhor Embaixador – respondeu

Ao longe foi audível o bufar de Edward, alguma coisa o estava incomodando, seu olhos fixos em minha cintura seguindo seu olhar percebi que as mãos de quem um dia ocupavam meus pensamentos ainda estava em minha cintura.

Quando estava pronta para tirar a sua mão dali ele se virou para os presentes ali

—peço licença aos senhores tenho mais um depoimento agendado com Gianna Volturi para agora à tarde, e você – disse me olhando -se cuida Bebê, conversamos quando voltar, com licença. – e saiu daquele circulo de pessoas atravessando a porta.

—bebê é Bella? – Alice me olhou sugestiva

—não é nada disso Ali, ele é meu chefe.

—um romance secreto na secretaria nacional? Isso daria um ótimo livro, sabia que o mercado de new adult esta em alta, né?

—Alice – repreendi que fez com que ela risse do meu Embaraço, acho que isso quer dizer que nossa amizade estava de volta ao normal.

—me liga, me manda mensagem, qualquer coisa quando estiver em casa, okay?

—okay! - respondi

Seus pais se despediram e logo seguiram pela porta a fora Alice seguiu seus pais, ali estava a minha deixa.

—Edward, podemos conversar?  -perguntei antes que ele saísse junto com sua família

Como uma pessoa pode estar tão perto e tão longe ao mesmo tempo? Como sempre estava lindo, sapato social preto, uma calça jeans escura, e uma camisa social azul e um blazer preto por cima, talvez deva voltar para a enfermaria e ver se depois de tudo o que aconteceu não desenvolvi arritmia cardíaca, por que cada vez que o via meu coração batia fora do comum.

—pode falar

—desculpa - disse

—um dia desses, Agente Swan, eu ouvi “Se tudo pudesse ser resolvido com a palavra “Desculpa”, então pra que a lei e a polícia existiriam?”.

Eu não sabia o que responder, pois se refletisse diante de sua fala, ele estava certo.

—Um pedido de desculpas não vai passar uma borracha em tudo e apagar os meus atos, posso ter mentindo sobre muitas coisas, minha família, minha idade, minha profissão e até mesmo a minha identidade, mas nunca menti para mim mesma e para você sobre meus sentimentos, Eu gosto de você, de verdade.

— não vou ser hipócrita e dizer que não te agradeço por proteger a minha irmã, você, mas do que ninguém sabe o quanto eu a amo, esta tudo muito recente Bella, não vou negar os meus sentimentos que te disse naquele dia em sua casa, mas também eu preciso de um tempo pra assimilar muitas coisas, eu estava preparado para enfrentar um escândalo em minha carreira para ficar com uma aluna, mas as coisas mudaram e agora descobri que eu tinha sentimentos por uma agente federal. Quem é você Bella? Por quem eu me apaixonei?  Sabe como é difícil ter que lidar com varias perguntas e lidar com uma serie de mentiras? Uma coisa que eu prezo é a sinceridade, já sofri muito com mentiras Bella, não estou dizendo que nunca mais quero te ver, mas agora neste momento me deixa pensar, o que vai fazer bem pra nós dois.

E antes de sair, ele me surpreendeu com um singelo beijo na testa, me permitindo sentir seu perfume que tanto sou fascinada, e saiu pela porta sem dizer nada.

A partir de hoje, teria que aprender a viver sem pensar em tudo o que tinha acontecido colocar a minha cabeça em ordem e pensar no que fazer daqui pra frente.

 


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