Nas Profundezas do Lago - Dramione - 2ª Temporada escrita por Lizzie Oliver


Capítulo 12
Salvação


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal! (=
Primeiro eu gostaria de desejar um exelente ano novo para todos. Que 2019 seja uma ano cheio de luz, paz, prosperidade, sonhos, conquistas e muito amor! Finalmente consegui voltar para atualizar a fic e espero muito que gostem. Conversamos nas notas finais e boa leitura a todos.



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Capitulo 12 – Salvação

As lagrimas escorriam pelo rosto pálido de Lucius, sendo camufladas pela chuva fina da tarde. Quem o visse, não conseguira notar que ele chorava. Chorava pelo medo do que viria e chorava pelo destino que lhe foi reservado. Lucius não pensava apenas no lugar que ficaria nos dias restantes de sua vida, mas também pensava em sua família. No seu filho, que a ultima vez que o havia visto, foi na noite no cemitério. Desde aquele dia, Lucius ficava com o olhar frio e amargurado de Draco, enquanto corria para o mais longe dele. Num instante, Lucius olhou para trás e viu o filho cair por entre as arvores, seu coração estava prestes a sair pela boca, quando o ouviu gritar que ele era um covarde e que tudo o que tinha acontecido, era culpa e exclusiva dele. Lucius sabia disso. De Draco, seus pensamentos iam para Hermione. Não tinha a mínima ideia de como ela iria lhe encarar quando ficassem frente a frente. Às vezes ficava imaginando ela lhe condenando por tudo o que tinha sido um dia, pelos ensinamentos que deu ao próprio filho, que muitas vezes a atingiu de forma tão violenta. Mas ao mesmo tempo, imaginava Hermione lhe olhando com compaixão, pois pelas vezes que ouvia falar da heroína de guerra no jornal, era sempre uma imagem de alguém forte, que sempre via o lado bom das pessoas. Lucius desejava que Hermione não lhe condenasse, mas ao mesmo tempo, sabia que sua nora não o olharia com compaixão, porque ele nunca teve um lado bom. Ele nem ao menos conseguia enxergar o que era ter um. Imediatamente, seus pensamentos o levaram até Mia. Lucius até deixava escapar um sorriso sempre que se lembrava da neta, o que era algo incomum para ele, já que nada lhe trazia felicidade como ela. Nem a conhecia direito, só a viu duas vezes em sua vida, mas foi o suficiente, para que ela derrubasse as cascas grossas em seu coração. Não tinha a mínima ideia do que falaria para a criança, nem sabia se seria lhe autorizado que a visse, mas Lucius queria, pois só com ela, ele se sentia confortável e acolhido de alguma forma. Lucius desejava esse conforto por alguns instantes. 

  Parou para recuperar o folego. Sua resistência física já não era a mesma, fazia muito tempo. Então sentou próximo a um beco sem movimentação, o que o deixou aliviado, pois não estava a fim de procurar outro lugar para se esconder das pessoas. Apesar das suas roupas negras e gastas serem capazes de lhe proteger dos olhares alheios, ele não queria correr o risco. Apenas se revelaria quando chegasse no Ministério da Magia. Poderia aparatar para lá se quisesse, o que pouparia tanto esforço, mas Lucius queria adiar o quando pudesse aquele momento, em que muitos o olhariam com espanto, já que acreditavam que ele até estivesse morto. Tinha decidido que se entregaria, mas também queria se despedir de sua “liberdade” o tempo que precisasse. Então, andar a passos lentos e cansados, ainda continuava sendo a sua primeira opção. Sentou-se ao chão com dificuldade. Era capaz de sentir cada parte do seu corpo, devido às dores do tempo. Fechou os olhos e respirou fundo mais uma vez. Diferente dos minutos atrás, Lucius não pensava em sua família, mas no lugar que iria lhe acolher. Azkaban era o inferno na terra, já tinha estado lá uma época antes da guerra, quando foi preso em flagrante por aurores e a Ordem da Fênix depois da batalha dos Ministérios. Todos os dias em que esteve lá sentia o seu estomago embrulhar pelo cheiro de morte e pela tortura de ter que lidar com os dementadores o rondando a todo instante. Lucius contava os dias para sair de lá, mas agora estava prestes a voltar para aquela cela imunda e sentir o seu estomago já fraco, embrulhar com o cheiro podre a sua volta, sem contar com os olhares dos ex-comensais, querendo a sua morte por ter os entregado. Lucius lamentava pelo que estava prestes a viver, mas lamentava mais ainda pelo seu filho ter passado por aquilo durante treze anos, sendo que ele talvez pudesse ter feito algo há mais tempo, mas não fez.

Não foi fácil tomar a decisão de entregar os comensais, Lucius pensou por dias em silencio, sobre cada detalhe do que planejava. Tinha medo por si e por sua família. Tinha medo do que fariam se descobrissem o que ele calculava em sua mente. A morte era certa. Já tinha perdido a sua esposa de forma tão cruel, então, apesar de esta com medo pelo que restou, Lucius evidenciava em sua mente, as consequências tão severas por estar do lado ruim da guerra. Não queria mais fazer parte daquilo. Aproveitou o caos que acontecia no castelo e deu um jeito de fugir com o diário de Draco escondido muito bem dentro de suas vestes. Enquanto seguia caminho até a sua casa, repassava o plano em sua mente com todo o cuidado para não correr o risco de falhar em algum detalhe.  Passou pelos portões da mansão mergulhada no escuro da noite. Pelo lado de fora não existia uma fresta de luz, por mais que ele soubesse que Iris estava ali e sozinha. Antes de atravessar as grandes portas do hall de entrada, Lucius arrancou uma das folhas do diário do filho e conjurou uma pena e um frasco de tinta, precisava ser o mais rápido que pudesse. Anotou cada nome que pertencia ao exercito de Voldemort. Lucius até acreditava que estivesse louco por estar fazendo aquilo. Entregar pessoas que passou grande parte da sua vida confiando e muitas vezes dividindo grande influência entre as famílias, mas Lucius estava exausto de tudo aquilo. Ultimo nome estava escrito no papel e antes de dobra-lo para guardar em seu bolso, ele conferiu cada nome ali, cada pessoa que passou pela sua vida. Seu coração acelerou. O medo lhe atingiu mais uma vez, mas ele não poderia desistir bem naquele momento, em que tinha chego tão longe. Estavam todos ali. Ele tinha a total certeza. Sendo assim, dobrou a folha e a guardou junto do diário e os objetos que tinha conjurado. Então, entrou em casa de supetão gritando por Iris. Agora precisava tentar salvar o seu filho.

Abriu os olhos para tentar afastar as lembranças, pois precisava voltar à realidade. Sentiu-se mais descansado depois desse tempo. Levantou com a mesma dificuldade ao se sentar. Apoiou-se na parede para recuperar o equilíbrio. Ajeitou as costas, arrumou as roupas sujas e deu os primeiros passos para continuar o seu caminho. Não chegou nem ao menos a cochilar, então, Lucius sabia que não havia passado muito tempo, embora, ele quisesse dormir por algumas horas, quem sabe até para sempre. Porem, ele sabia que nunca teria coragem de tirar a própria vida, pois até da morte ele tinha medo. Sua decisão de se entregar, não foi apenas pela sua família, mas também por si. Naquela altura da vida, depois de tudo o que viveu, Lucius queria pelo menos uma chance para salvar a sua alma, mesmo que ele nunca tivesse acreditado no poder divino.

~*~

Conseguia avistar a distancia o complexo do Ministério da Magia, mas preferiu esperar por alguns instantes diminuir a movimentação na estrada. Ainda estava sol e a chuva tinha ido embora. Sua respiração estava cansada e sentia frio por conta da roupa molhada. Ajeitou os cabelos platinados dentro do capuz negro. Não queria ser visto antes da hora. Lucius tinha pensando também em como se entregaria. Ate nisso ele buscava um pouco de dignidade. Viu que a movimentação tinha diminuído, então seguiu o seu caminho. Durante todo o trajeto, Lucius mantinha a sua cabeça baixa, mas podia notar, pelos cantos dos olhos, os olhares intrigados das pessoas as sua volta. Alguns até se afastavam dele, por medo de sua figura. Suas mãos tremiam, mas ninguém podia notar, pois estavam escondidas dentro do casaco. Quando decidiu deixar a cabana para se entregar, conjurou um casaco qualquer para não ser reconhecido pela sua farda de comensal. Então, por mais que as pessoas estranhassem a sua figura, ele não representava algo que pudessem, aparentemente, lhe trazerem riscos.

Precisou tomar alguns cuidados ao pegar um dos acessos ao saguão, mas no final, estava dentro do Ministério como o planejado. Ainda podia sentir os olhares das pessoas sobre si e até alguns cochichos, mas manteve os passos. Sua respiração estava ofegante e suas mãos tremiam mais ainda por dentro da roupa. Levantou o mínimo possível a cabeça para avistar as pessoas a sua volta. Muitas delas tinha visto alguns vezes, outras não fazia ideia de quem eram, mas o que o fez parar, foi uma voz que ele conhecia muito bem, duas na verdade. Lucius conseguiu ouvir a voz de Hermione e Ronald conversarem, Ficou estático onde estava ouvindo, ou pelo menos tentando, sobre o que conversavam.

— Faz tempo que a carta de Mia chegou? – Hermione perguntou com ansiedade. Estava louca pela resposta da filha em relação ao livro.

— Não sei, Mione!

Lucius voltou a andar para tentar se aproximar mais.

— Ok! Obrigada por me avisar, Rony! Vou para a minha sala! – Pegou alguns papeis em cima do balcão da recepção e girou o corpo para seguir o seu caminho, mas parou no mesmo instando quando escutou alguém lhe chamar.

— Senhorita Malfoy? – Lucius a chamou com a voz um pouco alterada. Deu alguns passos em direção a ela. Ele precisava que ela estivesse lá. As pessoas foram se aglomerando ali para entender o que estava acontecendo. Hermione permanecia parada no mesmo lugar tentando entender o que estava acontecendo.

— Pois não? – Perguntou segura, mas estranhando aquela figura misteriosa. Não fazia ideia do que esperar. Colocou a mão no bolso da calça social para tirar a varinha com facilidade caso precisasse. Via aquele estranho se aproximar dela lentamente. Ninguém ali tinha reação alguma. Rony até tentou entrar na frente dela para lhe proteger se fosse necessário, mas Hermione não deixou. Ela sabia se defender muito bem sozinha. – Quem é você? Fique onde esta!

Então Lucius parou.

— Quando planejei vir, eu esperava muito que a senhorita estivesse nesse momento. Eu precisava que estivesse. – Sua voz estava tremula e um nó se formava em sua garganta.

— O que quer dizer? Quem é você? – Disse tirando a varinha do bolso e a colocando bem firme em sua mão. Foi à vez dela se aproximar do sujeito.

Lucius não respondeu. Enquanto tirava a varinha de seu casaco, ele podia ouvir os saltos dela chocarem com o chão de mármore preto. Seus movimentos eram lentos devido a fragilidade do seu corpo, mas conseguiu tirar a varinha do casaco e estender para entregar a ela. Hermione estava parada com a varinha apontada para o homem. Aquele gesto a pegou de surpresa e a deixou mais confusa. Lucius não levantou a cabeça um momento se quer.

— Pegue-a! – Pediu estendendo a varinha para Hermione. Ela pode observar que a mão do homem tremia.

O Lucius que todos conheciam jamais faria o que estava fazendo naquele momento, mas aquele Lucius não era o mesmo que estava ali. Ninguém conhecia o Lucius Malfoy frágil, doente demostrando toda a sua fraqueza, e nem poderia ser diferente, já que não havia mais espaço para o Lucius de antigamente. Um lagrima escorreu pelo seu rosto cansado quando ele viu que sua varinha estava firme na mão delicada de Hermione. Era dessa maneira que ele queria se entregar. Se tivesse que entregar a sua varinha para alguém, teria que ser para ela.  Foi a forma que Lucius encontrou de se redimir por tudo que ele lhe causou um dia e como uma forma de respeito pela pessoa que ela passou a significar para ele. Hermione era sua nora, sua família.

— Por que esta me entregando sua... – Hermione interrompeu a sua própria fala ao ver o homem se ajoelhar com dificuldade. Sua varinha ainda permanecia estendia em direção ao homem desconhecido. Observou o homem estender as mãos para o alto e lentamente tirar o capuz.

— Porque estou me entregando! – Disse Lucius deixando os cabelos platinados serem revelados para quem quisesse ver. Hermione gelou. Não só ela, mas muitos dos ali presentes. Por um momento ela achou que ia desmaiar. Ela não conseguia acreditar que o homem a sua frente era Lucius Malfoy. Seus olhos surpresos se encontraram com os dele, quando o mesmo levantou finalmente a cabeça para encara-la. Após alguns segundos ainda envolvidos pelo ambiente em silencio por conta do choque, Lucius mexeu os lábios para dizer algo a Hermione, a qual apenas ela precisava entender e Hermione entendeu tão claramente como se ele tivesse lhe dito em alto e bom som: “Me perdoe”.

~*~

O choque foi deixando o ambiente, quando todos foram pego de surpresa por um flash de câmera. Alguém tinha registrado o momento que estaria estampado na primeira pagina em poucas horas. Foi nesse momento que os falatórios retornaram ao saguão e Rony junto de outros aurores se aproximaram de Lucius e Hermione. Rony puxou sua amiga para mais próximo de si como uma forma de proteção, enquanto outros aurores levantavam Lucius com violência.

— O levem para a sala de interrogatórios! – Disse Rony dando ordem para os outros aurores. Imediatamente os homens obedeceram. Lucius foi sendo arrastado pelo saguão, mas mesmo assim não tirava o olhar de Hermione e nem ela dele. Hermione virou o corpo para acompanhar o movimento dos homens indo em direção ao elevador.

— Hermione, vou avisar os outros sobre o que esta acontecendo. – Disse Rony virando para Hermione. – Avise o Draco também, ele precisa saber que o pai resolveu aparecer.

— Vou para a minha sala resolver isso, vejo vocês lá embaixo. – Passou as mãos nos cabelo pelo nervosismo.

— Preciso ficar com isso! – Disse Rony pegando a varinha de Lucius da mão de Hermione. Sem dizer nada, ela deixou o amigo sozinho e se dirigiu a sua sala.  Um turbilhão de coisas passava pela sua cabeça. Não sabia exatamente o que pensar, falar ou sentir.

~*~

As margens do lago negro nunca pareceram tão reconfortantes. Mia se sentia aliviada de suas angustias quando se sentava lá, durante algumas horas vagas. Esse era um habito que seu pai também tinha na época de escola. Em um dia qualquer, quando algo não estava bem, era para lá que ele ia. Por alguns instantes ele se sentia bem com tudo a sua volta, mesmo que depois desse tempo, ele precisasse retornar a dura realidade de quem era e como vivia. Mas pelo menos por alguns minutos, ele tinha a opção de escapar.

Estava sentada ali sozinha, apenas sendo capaz de mergulhar no canto dos pássaros a sua volta, enquanto fechava os olhos e respirava fundo, tentando mandar para longe os pensamentos ruins, que decidiram assombra-la desde a hora que tinha despertado naquela manhã. Tinha passado a semana inteira muito bem, estava feliz por ter encontrado o livro que sua mãe tinha lhe pedido e finalmente mandado a carta lhe contando. Mas algo dentro dela, queria lhe avisar sobre algo. No fundo ela sabia o que era, mas não queria assimilar o fato e muito menos, ter a certeza de que tinha falhado com o seu avô, que não conseguiria ajuda-lo naquele momento em que ele mais precisava. Ainda não tinha descoberto nada que pudesse livra-lo de Askaban, como tinha acontecido com o seu pai. Mia não tinha ideia sobre nada. Estava cansada de ficar no escuro e tentar correr atrás de algo que era impossível de se enxergar. Ela sabia. Sabia que Lucius esta prestes a se entregar. Mia sentia tão forte em seu peito, que chegou um momento de dia, que a sua única saída era ir para as margens do lago.

Tinha vontade de chorar, mas não iria naquele momento. Mia queria se sentir o mais forte que podia para que pudesse pensar em algo que pudesse fazer, mas o que? A garganta apertou, mas nenhuma lagrima escapou de seus alhos acinzentados. Respirou fundo mais uma vez, e foi então que algo ficou claro em sua mente, uma conversa que teve com Lily e Rose no dormitório.

— O que foi, Lily? – Perguntou Mia estranhando o olhar da amiga sobre a carta que tinha recebido de Gina. – Esta com uma cara estranha!

— Mamãe esta me contando que o papai foi afastado do caso da mansão, Mia... E que o tio Rony recebera um comunicado de agendamento da audiência dele... Eu sinto muito Rose! – Disse olhando para a prima sentava na cama a sua frente ao lado de Mia.

— Eu também sinto por você, Lily! – Disse Rose cabisbaixa. Ambas sabiam o quando o caso da mansão e o departamento eram importantes para ambos os pais, o que as deixavam tristes a apreensivas.

— Eu sinto muito também, meninas! – Disse Mia se sentindo constrangida, pois de alguma forma sua família estava envolvida naquilo.

Nem Lily e nem Rose responderam de imediato. No fundo elas entendiam que também estava sendo difícil para a Mia, pois tudo aquilo estava acontecendo por consequência de anos após anos, antes e durante a guerra. Sabia que não era justo culpar Mia e sua família depois de tudo o que passaram, mas também ambas se sentiam no direito de lamentar por seus pais.

— O que mais diz ai, Lily? – Perguntou Rose.

— Nada demais, mamãe também me respondeu sobre a pergunta que tinha feito em relação a investigação na mansão. Ela apenas me contou que foi encontrado um bilhete escrito pelo professor Snape.

— Professor Snape? – Mia e Rose perguntaram juntas.

— O que mais ela diz? – Perguntou Mia ainda chateada pelo o que tinha acontecido com o Harry e Rony.

— Nada... Só isso mesmo! Vou perguntar mais coisa a respeito na carta da próxima semana.

— O professor Snape cuidava do meu pai, talvez o livro que a minha mãe tanto quer esteja na antiga sala dele. Lembro da mamãe comentar que era um livro de poções.

— Vamos procurar essa noite! – Disse Lily com determinação.

Não obtiveram sucesso naquela noite. Suas buscas farão encerradas logo na primeira hora, quando escutaram passos no lado de fora da sala, eram os alunos da Corvinal fazendo a ronda. Todos os responsáveis pelas rondas durante a noite, tinha a autorização para entrar nas salas e vasculhar cada centímetro dela.

— Vamos ver as outras salas e depois voltamos para essa! – as três ouviram um dos alunos dizer no lado de fora. – É raro alguém entrar aqui. Essa sala esta desativa há muito tempo. Ao escutarem os passos se distanciado, respiraram aliviadas. Porem, precisavam sair logo e sem deixar rastros de que procuravam por algo.

— Amélia, sua estupida! – Xingou a si mesma, quando voltou a realidade. Estava tão focada em encontrar o maldito livro que nem se atentou a procurar algo sobre o tal bilhete encontrado na mansão. Talvez aquele pequeno detalhe pudesse ser a chave para salvar o seu avô. Levantou e saiu correndo em direção ao castelo. Corria o mais depressa que consegui. Precisava contar o que pensava para suas amigas e para Vitor também, pois o mesmo também estava disposto a ajuda. Por um instante angustia de Mia tinha ido embora, dando lugar para uma enorme esperança dentro de si. Tinha esperança de que pudesse encontrar algo. Tinha esperança que sua intuição boa estivesse certa, tanto quanto, a ruim. Ela sabia que o seu avô estava em uma situação complicada, mas ela também acreditava que poderia, finalmente, o salvar.

~*~

Draco e Hermione observavam Lucius amarrado na cadeira de metal, no lado de fora da sala de interrogatórios. Lucius ou quem estivesse do lado de dentro da sala, não podiam vê-los. Ambos observavam em silencio cada movimento do homem de cabeça baixa do outro lado do vidro. Era inacreditável para ambos. Não era possível, que quem estava ali na frente deles, era realmente Lucius. Os olhos de Draco passavam por cada centímetro do pai. Dos cabelos sem vida até as botas de couro velhas. Nada ali mostrava o Lucius Malfoy que ele tão bem conhecia.  Os cabelos compridos caídos pelo rosto envelhecido, estavam mais brancos do que realmente eram. Seu semblante estava cansado. Tinha grandes olheiras abaixo dos olhos. Olhava atendo aos dedos que mexiam sem parar com impaciência em cima da mesa, enquanto esperava pelo que ia acontecer.

— Eu preferia que ele estivesse morto! – Disse Draco ainda encarando o pai pela janela de vidro. – Eu preferia que ele estivesse morto! – Repetiu dando um golpe no vidro, fazendo Hermione, Lucius e os aurores presentes se assustarem.

— Draco o que vai fazer? – Perguntou Hermione preocupada, indo atrás de Draco enquanto ele avançada com rapidez para a entrada da sala.

— SEU MALDITO COVARDE, DESGRAÇADO! – Gritou avançando no pai e lhe dando um golpe no rosto. Lucius virou o rosto para lado e fechou os olhos devido ao impacto.

— DRACO PARA! – Gritou Hermione tentando afastar o marido de perto do pai, mas ele nem ser quer prestou atenção. Draco avançou mais uma vez para cima do homem mais velho. – FAÇAM ALGUMA COISA! – Exigiu dos homens que estavam presentes na sala. Rapidamente atenderam ao seu chamado e seguraram Draco o mais longe do pai.

— ERA VOCÊ QUEM DEVERIA TER MORRIDO, E NÃO A MINHA MÃE! – Soltou de uma vez, enquanto tentava se livrar dos homens que o seguravam. Seu olhar para Lucius era frio e externava todo o ódio, ressentimentos e tudo o que tivesse sido guardado dentro dele por anos.

— Por favor, o levem para a minha sala!

— Mas Ministra, não é seguro que fique sozinha com ele. – Disse um dos aurores.

— Não se preocupem! Ele não tem condições de fazer nada! Weasley daqui a pouco estará aqui! – Hermione disse de forma o mais autoritária que podia naquele momento tão tenso.  Então, eles deixaram a sala com Draco ainda saltando tudo o que sentia pelos corredores. O silencia os alcançou.

— Eu esperava por essa reação dele. – Disse Lucius depois de cuspir o sangue que saia de sua boca. – A norte da Narcisa foi um dos motivos que me fez tomar a decisão de me entregar.

Hermione estava terminando de formar a frese “eu sinto muito” para dizer a ele, mas não disse. Ela até poderia realmente sentir, mas Lucius não precisava saber. Hermione entendia perfeitamente a reação do marido com relação ao próprio pai. Ele já havia lhe dito varias vezes tudo o que sentia e precisava dizer a ele. Hermione apenas se manteve em silêncio.

— Decidir me entregar por ele, por você, por Narcisa e por Mia. Porque achei que estava mais do que na hora de eu fazer algo que nunca tive a coragem de fazer, me redimir. Eu sei que não vai existir perdão. Nada do que fiz existe perdão. Mas pela primeira vez, quis fazer o certo pela minha família.

Entranhou quando percebeu que Lucius chorava de forma discreta. Ela podia ver algumas lagrimas escorrendo pelo rosto dele. Nunca tinha imaginado o ver daquele jeito. Hermione não percebeu, mas seu olhar tinha mudado. Lucius se emocionou a notar o olhar de dela com compaixão. Lucius se emocionou, porque pela primeira vez, podia cogitar que pudesse existir algo de bom dentro de si, mesmo que ele nunca tivesse conhecido 


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Notas finais do capítulo

Já faz um bom tempo que não atualizo alguma fic, então eu marco esse capitulo como a minha volta, amem kkk espero não tenho nenhum bloquio nos proximos dias para eu não demorar atualizar. Sobre o capitulo, estou muito feliz pelo resultado. Deixei ele bem dramatico como queria e muito detalhado para um momento tão importante para a história. Lucius finalmente se entregou e agora ele também estara mais presente na historia. Mia também conseguiu achar o livro que Hermione procurava, o que talvez sim ou talvez não, ajude a desvendar todos esse mistério. Espero muito que vocês gostem do capitlo e até a proxima s2
Beijão a todos