A Luz Que Ilumina a Escuridão Dentro de Mim escrita por teffy-chan


Capítulo 6
Capítulo 6 - Conversa no Lago




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Kotarô e Natsumi gritaram ao mesmo tempo ao se encararem. O garoto afundou no lago até a cabeça, e em seguida sentiu-se um idiota. O que ele estava fazendo, agindo como uma garotinha envergonhada assim? Se bem que aquela situação não era das melhores… ele arriscou encarar Natsumi novamente e viu que ela escondia o rosto com as mãos.

— O que está fazendo aqui?  - ele perguntou – Pensei que as garotas já tivessem terminado – Kotarô olhou ao redor como se temesse que alguma outra menina pudesse aparecer de repente.

— Nós já terminamos, não precisa ficar assim na defensiva – Natsumi tirou as mãos do rosto corado, encarando o chão enquanto falava com ele.

— Então por que você… ah! Não me diga que veio espiar?

— É claro que não! – ela exclamou ofendida. Olhou para ele no momento de raiva, e desviou o olhar rapidamente outra vez. Kotarô estava coberto de água até o peito, então realmente não fazia diferença, mas ainda assim era embaraçoso – Vim buscar meu celular. Acho que eu deixei cair por aqui.

— Ah. Por acaso é esse?- Kotarô fez menção de pegar o objeto vermelho caído na grama perto da margem do lago, mas a garota gritou com ele de novo.

— Não saia daí! Você está sem roupa, deixe que eu mesma pego! – Natsumi gritou, pegando o celular de capa vermelha e se afastando alguns passos dele.

— Ah, é. Foi mal – Kotarô coçou atrás da cabeça sem graça – Mas para quê você trouxe o celular? Não me diga que tem sinal aqui?

— Nenhum – Natsumi lamentou, checando o aparelho de novo – As outras também tentaram, mas a internet não funciona nessa ilha. Caso contrário, poderíamos pedir ajuda para sairmos daqui, um resgate, sei lá…

— Resgates geralmente são caros. Não sei se poderíamos pagar – Kotarô comentou –É melhor esperarmos até o fim do mês.

— Como sabe disso?

— Já viu o valor de um resgate? – ele perguntou.

— Bem, eu já vi em filmes. E já li alguns livros sobre isso também – Natsumi contou.

— Certo, filmes – Kotarô abafou uma risada. Ele apoiou os braços na margem do lago para poder encará-la melhor – Natsumi, nós somos onze pessoas. Se tivéssemos que pagar para sair daqui antes dos 31 dias que aquele barqueiro pilantra falou… seria muito mais caro do que qualquer filme que você já tenha assistido, pode ter certeza.

— É, você parece entender do assunto – Natsumi comentou como quem fala do tempo – E também sobre quais são os animais mais nojentos e comestíveis ao mesmo tempo. Como sabe de tanta coisa?

— Eu tinha uma vida diferente antes de te conhecer, lembra? – o garoto murmurou de cabeça baixa. Ela estava começando a fazer perguntas de novo. Não conseguiria esconder aquilo por muito mais tempo. Cedo ou tarde aquilo acabaria vindo à tona… e Kotarô provavelmente teria que deixá-la. Mas sabia que precisaria conversar sobre isso com Natsumi algum dia. Só que ainda não estava preparado para isso.

— Sim, eu sei. Apesar de você nunca ter me contado como era exatamente a sua vida antes de me conhecer – Natsumi respondeu – Quero dizer, eu sei que você é órfão, e que estava envolvido no caso do sequestro da Konoka, mas tem mais coisa, além disso, não tem? O que você tem tanto medo de que os outros saibam?

— Está bem. Você venceu – ele suspirou – Você é minha Ministra Magi, então eu te de devo isso. Ao menos você deve saber a verdade. Mas não posso falar sobre isso agora.

— Mas por que não?! – Natsumi exclamou indignada – Depois de fazer todo esse discurso, você quer adiar isso ainda mais?

— Bem, é que é uma coisa importante, e provavelmente vai demorar. E eu estou pelado agora, caso tenha esquecido, então não posso começar a conversar com você sobre isso, se alguém aparecer pode pensar que você está espiando…

— O que vocês estão fazendo?

Kotarô mal terminou a frase e Negi brotou aparentemente do nada diante deles, encarando-os boquiabertos, tentando compreender a cena diante de seus olhos. Kotarô encarou o amigo surpreso, primeiro perguntando-se porque ele tinha aparecido do nada e depois lembrando a si mesmo que ele é quem tinha deixado Negi para trás. Natsumi encarava o professor com as mãos trêmulas, o rosto voltando a enrubescer, tentando desesperadamente pensar em uma desculpa para explicar sua presença ali.

— Natsumi – Negi chamou – Por que ainda está aqui?

— Eu… hã… e-eu, bem… q-quero dizer…

— Ela disse que perdeu uma coisa – Kotarô interrompeu o gaguejar da menina.

— Sim! O meu celular – Natsumi falou mais alto do que o necessário, levantando o aparelho no ar – Eu tinha esquecido meu celular aqui. Mas já encontrei. Com licença! – ela deu meia-volta e foi a primeira vez que eles a viram correr tão rápido.

— Ela realmente só perdeu o celular? – Negi perguntou, olhando na direção onde a garota tinha corrido.

— É claro. O que mais poderia ser? – Kotarô respondeu – Você demorou.

— A culpa foi sua por ter provocado a Setsuna! Não foi fácil me livrar dela – Negi exclamou. Kotarô ignorou a reclamação dele e saiu da água – Ué? O que houve?

— Nada. Você é quem demorou demais – ele respondeu enquanto se vestia.

— Você está bem?

— Não. Mas eu vou dar um jeito – Kotarô respondeu, afastando-se do lago.


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