Após entrarem no apartamento, Bella fechou todas as trancas da porta. Ainda suava frio com lembrança do estranho (não tão estranho assim),confundindo-a com a irmã. Estava tão apavorada que temia profundamente que ele surgisse a sua porta, ou atrás do sofá e até mesmo brotasse do chão acarpetados. Estava paranoica e tinha motivos para isso. Não era todos os dias que a confundiam com a irmã mais. A semelhança entre ambas era ligeiramente pequena. Anne era dois centímetros mais altas, os cabelos castanhos eram mais curtos e os olhos verdes .Não existia possibilidade de serem confundidas, mas o estranho a confundiu e pela sua expressão, parecia  ter plena convicção de que estava certo.

— Está tudo bem, mamãe ? - Perguntou Nessie, esfregando os olhinhos vermelhos de tanto chorar. Naquela manhã a filha não havia se sentindo bem na escola e imediatamente correu para lá, trazendo-a para casa.

— Sim meu amor. - Ela a tranquilizou com um sorriso fraco. - Descanse um pouquinho, irei fazer uma sopa bem gostosa para comermos.

A garotinha fez uma careta, mas não disse nada e foi para o quarto. Bella a observou indo e depois desmontou-se no sofá com as mãos sobre o rosto. Buscava na memoria a onde havia visto aquele rosto. Talvez nas revistas, pensou. Não podia negar que o homem era lindo ,em seu terno caro e cabelos levemente desalinhados. Ela balançou a cabeça, não! Ele era  familiar, já o virá antes...mas onde? 

— Pense... - Disse a si mesma, enquanto massageava as têmporas doloridas. Foi então que o rosto surgiu novamente e junto com ele o nome...Edward Cullen. - Não...não pode ser. -Balançou a cabeça freneticamente, recusando-se a acreditar em como o mundo era pequeno...pequeno demais.

(...)

Do outro lado da cidade, Edward caminhava de um lado para o outro em sua cobertura de luxo. Um turbilhão de pensamentos o massacrava com lembranças que a muito tempo havia trancafiado dentro da memoria.  

Anne... associava aquele nome a noites quentes e divertidas. Conhecerá a jovem em um momento onde sua vida parecia está prestes a desmoronar. Não sabia ao certo se a amará, mas sentia um sentimento profundo que jamais sentiu por outra mulher...então  um dia ela surgiu com a noticia que mudaria sua vida.

— Não. - Ele balançou a cabeça. - Aquela mulher não era a Anne... - Disse a si mesmo.  Porém havia uma semelhança inegável, que o perturbava.

Edward parou diante do fechamento de vidro que cobria uma parte da imensa sala, olhando o horizonte da cidade movimentada. Novos pensamentos invadiam sua mente e um desejo incontrolável de ver aquele mulher novamente o encobria como uma sombra. A acharia, não importasse como, mas a acharia.