Férias Imorais nas Ilhas Canibais escrita por Rick Batista


Capítulo 3
Sopa de gente com carne em dobro


Notas iniciais do capítulo

Darwim está indo tirar satisfações com Léo, o grande "culpado" por tudo aquilo. Hora de voltar para o quarto, local cada vez mais divertido, como ele logo descobrirá.



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Já era alta madrugada quando voltei para o hotel. Longe da música, fogos, pegação e insanidade – retornava ao meu quarto, querendo respostas. 

Estava já em frente a porta quando me  liguei que não seria legal sair entrando. Eu até que gostaria de atrapalhar o safado, mas preferia me poupar das possíveis imagens.   

— Léo, tô entrando! — Gritei, esperando um minuto antes de entrar. 

Tudo escuro, talvez o safado já até houvesse ido embora de... — Meu pensamento foi brutalmente interrompido quando me aplicaram um "mata-leão", para em seguida me derrubar. Eu estava assustado, zonzo e começando a sufocar, quando ouvi a voz: 

— Eu peguei o assassino, foge antes dos reforços mercenários chegarem! — voz do Léo. 

Tentei lutar ou sair, me frustrando em ambos. 

— Não vou esquecer você, nunca, nunquinha mesmo. — disse a loira que ele seduziu no almoço do dia anterior, enrolada num lençol e com cara assustada. — Vamos nos ver de novo algum dia? 

— Eu sou um lobo solitário, condenado a vagar por ai sem rumo. Luto pra sobreviver, sem sequer poder me entregar ao amor verdadeiro. — a voz do desgraçado parecia triste. — Agora foge, Carina! Corra sem olhar para trás, viva esse amor por nós dois! 

Ela então fugiu, batendo a porta e chorando. Só então me largou e eu pude voltar a respirar.  

— Desculpa ai o mal jeito, brother, é que não dava pra deixar você entrar e melar minha história. — dizia ele, sentado ao meu lado e sorridente. — Mas graças a você, me livrei dela rapidinho.  

Eu o encarei por alguns instantes com meus olhos lacrimejantes e vermelhos, antes de recuperar o fôlego pra dizer: 

— Babaca, manipulador de uma figa! — e soquei o braço dele com força, fazendo soltar um resmungo. — Já tava em dívida comigo antes dessa, quero só ver agora.  

— Calma, brother, devendo pelo quê? 

— Essa ilha maluca, você sabia sobre o vulcão e não me disse nada. Quer dizer, só contou um monte de caôs, iguais aos que fala pra essas garotas que pega. 

Então os olhos dele reluziram, me encarando curiosos. 

— O gás, é mesmo! E ai, Darwin meu parceiro: conseguiu perder o cabaço? 

Fiquei ainda mais irritado após ouvir aquelas palavras. Me levantei, tirei a camisa vomitada e entreguei pra ele, que se ergueu junto. 

— Isso responde a pergunta? Responde!? 

Ele olhou e cheirou a camisa, depois a lançando janela a baixo. 

— Fiquei impressionado, brother. Pensei que sua primeira vez seria aquele papai e mamãe basicão de dois minutos, mas te subestimei. Foi logo num sexo hardcore, com direito a vômito e tudo! 

— ...você é maluco. — concluí em voz alta. — E me deve uma camisa novinha. Só quem quis ficar comigo foi uma velhinha fugida do asilo e uma grávida gata, que por sinal foi quem vomitou em mim. Continuo tão virgem quanto antes, só mais traumatizado. 

Ele parou ao meu lado, me puxando pelo ombro e dizendo: 

— Tá no inferno, abraça o capeta, meu brow. Você subestimou a experiência das coroas da terceira idade, com suas bocas desdentas tão úteis. Também perdeu a experiência única de transar com uma mulher com tetas cheias de leite e um expectador de brinde. — Como é? — Mas desanima não que foi só o primeiro dia. Temos mais trinta pela frente, tempo de sobra pra você comer de se lambuzar. 

Eu só me soltei dele e sai, cansado daquelas besteiras. Fui tomar um bom banho, tirar o cheiro daquele vômito e depois dormir. Um banho um pouquinho mais demorado, graças as lembranças daqueles grandes e belos seios da grávida da festa. Foi só imaginar sem a barriga que... 

E as 9h00 fui acordado pelo Léo, voltando da academia do hotel e me perturbando. 

— O sol já raiou, meu brother! O astro maior, deixando as gatas molhadinhas de suor pra gente. 

Sim, ele era sempre desse jeito. 

— Me deixa. Resolvi que vou passar o resto das férias no quarto. — Anunciei, decidido.  

— E como é que vai comer? 

— Serviço de quarto, ué. Entregam tudo aqui. 

Ele riu como quem falasse com uma criança, antes de responder: 

— Não, Darwin. Não comida ,"comida". Quero saber é como você vai comer uma gostosa se ficar nesse quarto trancado? 

— Não vou. — Respondi, ligando a tevezona no Cartoon Network. — Aqui dentro ou lá fora, dá tudo na mesma pra mim. 

Ele só balançou a cabeça em decepção. 

— "Serviço de quarto"...sei. — resmungou ele, antes de sair. 

E assim se passaram os dias seguintes, todos muito parecidos. Léo me acordava para contar os relatos da garota que tinha pego na noite anterior, ao mesmo tempo que tentava me convencer a sair do quarto com ele. Eu só ouvia, negava e pedia o café. Depois via tv, pedia o alomoço, jogava vídeo-game, pedia o lanche, usava a internet, pedia a janta, via uns canais adultos e então dormia. Tentava ignorar o som alto da festa, assim como os olhares estranhos que o entregador me lançava a cada refeição, ou da camareira que vinha cuidar da limpeza. Olhares do tipo "te como todinho". 

Como proibi meu amigo de levar suas peguetes para o nosso quarto, só o via mesmo pela manhã. O resto do dia ele dedicava "a caçada". Sim, Léo era um canalha dos piores, capaz de enganar sem dó qualquer garota só pra levá-la pra cama, sem se importar se a deixaria chorando ou não depois. Mas por outro lado, era um cara que sempre lutava pelo que queria, confiante e decidido.  

Droga, queria ao menos um pouco da coragem dele. Nem numa ilha que cuspia gás do amor eu desencalhava...vou morrer virgem. Confesso que chorei um pouquinho aquela noite, fazer o que. Já estava deprimido após duas semanas daquilo. Acordei sem vontade, na esperança idiota de que um milagre acontecesse. Que a menina da máscara entrasse por aquela porta dizendo que queria ficar comigo, por exemplo. Mas no fim eu sabia, a vida não é assim. Milagres, só na bíblia ou nos filmes da Disney. 

E foi ai que ouvi as batidas na porta. Levantei preguiçosamente, enquanto as batidas aumentavam. Foi ai que notei que não tinha visto o Léo ainda...seria ele? Teria perdido a chave?  

— Peraí, peraí! — gritava enquanto me vestia. 

Ao abrir a porta, dei de cara com duas belas garotas. Eram as garçonetes que sorriram pra mim no primeiro dia, indiazinhas nativas.  

— Serviço de quarto, senhor. — disse a primeira, cabelo em rabo de cavalo e sorrindo para a colega.  

— Podemos entrar? — perguntou a segunda, empurrando um carrinho com uma bandeja em cima e me encarando com aquele mesmo olhar, tão comum naquela ilha.  

Escancarei a porta e abri caminho sem nem piscar. 

— Cla-claro, entrem sim, com certeza podem. — Tentei falar sem gaguejar, falhando feio. 

Aquele uniforme justo deixando as curvas sugeridas...minha mente começava a trabalhar freneticamente. Elas repararam meus olhares em seus corpos, rindo e me deixando sem graça. 

— Por que não voltou mais ao refeitório? Sentimos sua falta, Darwin. — Disse a de rabo de cavalo, me segurando pelo braço e encostando aqueles seios macios nele. E estranhamente sabendo meu nome.  

— É que...tive uns probleminhas e preferi comer por aqui mesmo, e...vocês sabem meu nome, né? E o de vocês? 

— Eu me chamo Odara, e essa é a Luana. — falou a outra, cabelo cortado na altura do ombro, com a mão já no meu rosto.  

— Já que o senhor não desce pra comer... — E Luana começou a cheirar meu pescoço, me deixando arrepiado. — Nós viemos pra te dar...a comida.  

Elas sentaram comigo na cama, enquanto minha fantasia sexual se tornava real. Eu, virgem até o talo, a ponto de virar homem logo com duas garotas de uma vez! E ainda vestidas de empregadas...era sonho de mais pra ser real. E enquanto ainda travava pensando naquilo, descobri que era real mesmo. 

O cheiro gostoso dela mais perto, o calor da pele, e logo aqueles lábios macios encostando nos meus. Luana me beijava levemente, terminando com uma mordidinha no final. Quando quis puxá-la de volta foi a vez da Odara me puxar pra si, sua língua invadindo minha boca, beijando com vontade. Mordidinha também, um pouquinho mais forte. 

Fui no céu e voltei, três vezes. 

Me jogaram na cama, revelando o "Darwinzinho" já a postos por dentro da bermuda! O que me deixou meio encabulado e fez elas rirem (espero que não do tamanho). As duas começaram a desabotoar as blusas do uniforme, os seios já parcialmente visíveis. Enquanto eu olhava tudo hipnotizado, me veio o maldito pensamento "Serviço de quarto...certo". 

— Pe-peraí! — Levantei, quebrando o clima e sério. — Foi o Léo, não é? Quem mandou vocês fazerem isso. Que pagou vocês? 

— Está nos chamando de prostitutas? — perguntaram, sérias. 

— Não...quer dizer...é que... 

Já estava pensando em suicídio, imaginando que consegui jogar fora o presente que o destino me deu. Mas por sorte, ouvi os risinhos, sentindo o dedo da Luana nos meus lábios. 

— Você fala demais, senhor turista. Melhor ficar quietinho. 

E após dizer isso, deixou cair a blusa. Os seios bronzeados com cordões indígenas caindo sobre eles. Eu cai sentado na cama, ela subindo sobre mim, e eu quase subindo nas paredes de tanto tesão. Quando já podia sentir o calor do seu corpo, Odara a puxou pelo braço de volta.

— Calma, Lu. Somos duas...melhor ele ter energia primeiro. 

— Eu tenho energia! O que não me falta é energia! — quase gritei, suando. 

Elas riram, e sentando-se ao meu lado, abriram a bandeja. Nela um pedaço grosso de bife, mal-passado e nadando em sangue. Meu pensamento foi: "eu quero comer vocês, não uma vaca". Mas eu realmente não arriscaria tudo novamente por uma bobagem dessas. 

— Se vocês fazem questão mesmo. — Falei, colocando o travesseiro sobre um certo alguém muito animadinho.  

A Odara cortou o bife, enquanto a outra dizia: 

— Aqui na ilha o povo valoriza muito a carne, sabia? Por exemplo, esse ai era um belo garanhão reprodutor. 

— Isso mesmo. — disse Luana, expressão de prazer enquanto provava da carne. — Agora nós que "comemos ele". 

E riram. Confesso que não estava entendendo nada, vendo as duas provando da cerne empapada em sangue e lambendo os lábios, só queria que acabassem logo pra gente voltar para meu combo de fetiches sexuais materializados. 

— Agora é sua vez de provar do garanhão, Darwin. — Luana estendeu o garfo com aquele pedaço sangrento. — Coma o garanhão, seja o garanhão. 

Eu abri a boca, e já podia sentir o cheiro e calor da carne quando aconteceu. No susto do toque do celular eu derrubei garfo no chão e pulei da cama. 

— Desculpa, é meu telefone. E-eu limpo depois...vou só ver se é meu amigo aqui no cel. 

E era mesmo o número dele na tela. Desgraçado, passou tanto tempo me empurrando pra perder a virgindade pra na hora H, me empat

ar assim!  

— Cara, fala rápido que tô a ponto de transar com duas gatas aqui. — sussurrei, me afastando em direção a janela, enquanto observava as duas limpando o garfo e cortando outro pedaço pra mim. 

— ...são as empregadas, não são? — estranho, a voz não era do Léo. Na verdade, era voz de mulher.  

— Quem tá falando? 

— RESPONDA!!! — ela gritou do outro lado, parecia sério o assunto. 

— S-sim. — respondi no automático. 

— Sai daí agora, você corre risco de vida se continuar ai. 

Não. Não. Aquilo era exatamente o que eu não queria ouvir. 

— ...fala isso não... — respondi com tristeza na voz. 

— Olha, se quer mesmo viver e saber sobre seu amigo Léo, me encontre na cachoeira três, próxima ao vulcão. 

Eu ri antes de responder, dessa vez. 

— Olha, eu até que queria cair nessa pegadinha que o Léo deve ter pedido pra você armar, mas eu realmente não vou deixar duas garotas na mão só pra... 

— Você realmente não faz ideia do que tá rolando ai, não é? — estranho, parece a mascarada falando. — São canibais, seu idiota! 

A voz sentenciou do outro lado, tirando meu chão. 

— Elas são canibais, assim como todos os empregados dessa ilha. Foge daí, agora! 

E a ligação terminou, junto com meu sonho. Mas o pesadelo estava só começando.   


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Notas finais do capítulo

Clima sério...preparem-se para o próximo capítulo, caso Darwin consiga sair dessa inteiro ^^



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