Maktub escrita por franxtina


Capítulo 6
Chapter 6




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No carro estavam Dean, Sam, Bobby, Lenah e Beth. A última tratou de contar o que estava acontecendo enquanto a penúltima guiava até a provável parada do namorado, o povoado vizinho. Era lá que os demônios costumavam se reunir para acabar com o sossego da vizinhança e Matt devia estar com eles.

-O enigma do selo era guardado pela família da Lenah desde o Era medieval, mas ao que aparenta só foi descoberto quando o tio Marvin morreu... – entre uma palavra e outra de Beth, Lenah tentava explicar como chegar lá cortando caminho, ela estava no banco atrás de Dean que tentava se concentrar nas duas, mas estava difícil.

-Uma de cada vez, por favor! – ele gritou.

-Segue pela direita, tem uma placa grande no fim da estrada, vira à esquerda e segue até o fim de novo, lá você vai encontrar a rodovia que leva ao povoado.

-Ok, continua Beth.

-Depois de matarem ele continuaram rondando Egis até que a senhora Muller e a irmã de Lenah morressem isso fazia parte dos escritos do enigma.

-Ah sim, só quem conhece o enigma somos eu, Beth e Bobby, aparentemente.

-E como o seu namoradinho ficou sabendo? – ele deu ênfase no “namoradinho”

-Não faço ideia! Até ontem ele não acreditava nem em sobrenatural. Desgraçado! Mentiroso! Ladrão!

-Isso está muito estranho Lenah – Sam estava preocupado – Vire aqui Dean – guiou o irmão.

-Bem, talvez você não tenha percebido Lenah, mas eu estava pra te falar – Beth estava muito ansiosa – à noite em que eu e Matt dormimos em sua casa, na semana passada, eu ouvi um barulho quando estávamos conversando no quarto lembra?

-Droga! Não precisa falar mais nada, o desgraçado ouviu a gente decifrando aquela parte do diário que falava... – Lenah foi interrompida pela grito de Dean.

-É o carro dele! Eu sabia que não estava longe! –Dean acelerou, o carro podia ser visto a uns 25 m de distância na longa pista da rodovia, quando estacionou.

-Ele está descendo lá na frente Bobby! Diga, com o que estamos lidando, rápido! – Sam estava impaciente por saber o que iam enfrentar.

-Bem rapazes, vocês não vão gostar de ouvir isso, mas nós temos bruxas e demônios bem ali na frente. E PRECISAMOS pegar esse enigma, porque só falta uma parte pra ser desvendada por eles, pelo que estou entendendo.

Eles desceram do carro pegaram as armas, Dean estava com uma cara muito engraçada, devido à palavra ‘bruxas’.

-Droga, eu odeio bruxas! Eu fico com os demônios Sam.

-Tudo bem, mas e as meninas vão junto?

-Não! – Bobby gritou, eles se alertaram – precisamos protegê-las, elas não sabem caçar.

-Bobby me deixa ir, eu sei tudo sobre magia e contra feitiços, você sabe disso. Me deixa ir pra ajudar.

-Nem pensar, fica no carro.

-Mas Bobby ficar é muito mais perigoso – Beth estava enérgica.

-Beth tem razão Bobby, acho melhor levá-las e protegê-las conosco – eles ouviram uma gargalhada.

-Merda elas estão aqui perto, vamos! – entraram todos na floresta em que Matt tinha se enfiado, bem ao lado da rodovia, atrás de uma lanchonete antiga onde parecia ter passado um furacão. Andaram um pouco floresta adentro.

-Lenah fica atrás de mim, vem – Dean estava com medo de que ela se machucasse – devia ter ficado em casa.

-Eu sei me cuidar toupeira – ela falou segurando a mão dele com carinho, quando alguma coisa passou ao seu lado muito rápido sem que ela pudesse ver o que era, mas seu rosto tinha agora um pequeno corte e sangrava. Sam ficou próximo de Beth temendo que acontecesse o mesmo.

-Lenah você está bem? – Dean parou para olhar o rosto dela.

-Continue Dean, precisamo detê-lo, eu estou bem – mas alguma coisa passou correndo e lhe fez um corte no braço. Por sorte estava com o macacão azul e não se machucou, apenas rasgou a manga.

-Vamos voltar é tarde demais, temos que levar a Lenah para casa Dean, volte – eles estavam na frente, Bobby gritava, Sam percebeu que a bruxa estava invisível correndo entre eles e proferiu algumas palavras mágicas.

- Ond heks av skogen kan ikke skjule, ond heks av skogen kan ikke skjule, ond heks av skogen kan ikke skjule (que significa em norueguês “bruxa má da floresta não poderá se esconder”) – A bruxa apareceu. Tinha os cabelos laranja e longos, olhos verdes e uma boca grande que ficava ainda maior com o batom excessivamente roxo. Seu vestido era da mesma cor do batom, com alguns detalhes pretos; ela usava botas de bicos grandes e era estranha, mas muito bonita.

-Olá Winchesester. Não sabem o quanto esperei por vocês. – abriu um sorriso que mostrou dentes amarelados.

-É mesmo sua vadia encantada? Esperava os irmãos Winchester desde quando? Do século XX antes de Cristo? – Bobby jogou um pó no rosto da bruxa que revelou sua verdadeira face. Dean fez a cara mais engraçada de toda a história e não se segurou em proferir um:

-Que nojo! – O rosto de Lenah ainda sangrava e ela estava prestes a lançar um feitiço na bruxa, quando viu Matt e soltou a mão de Dean, correndo em direção ao Gourdoun.

-Lenah! – Dean não teve tempo de correr atrás dela porque um demônio em forma de menina lhe deu uma facada na perna, mas Sam correu, deixando Beth próxima a Bobby.

-Lenah! – Ela olhou para trás e viu Sam correndo, quando voltou a olhar para frente Matt tinha sumido.

-Droga Sam eu o perdi. Aquele desgraçado, bastardo, filho da puta!

-Calma, eu vou te ajudar, fica perto de mim. As bruxas parecem querer você. Sabe que a única maneira de matá-las é na fogueira não?

-Isso quer dizer que precisamos capturá-las?

-Ou voltar pra casa.

-Não! Preciso do enigma, é responsabilidade da minha... – ela estava mesmo com azar. Foi atingida por uma pequena flecha no canto da perna esquerda.

-Gnomos! Droga. Será que o pessoal dos contos de fada resolveu baixar aqui?

-Droga Sam, eu acho que tinha algum tipo de encanto nisso aqui, ta doendo muito.

Dean estava se divertindo com a diabinha, enquanto Bobby tinha a bruxa nojenta em sua frente. Ele abriu um pequeno litro de querosene que estava em sua mochila e jogou naquele rosto leproso, em seguida atirou fogo e fez ela gritar desesperada. Dean se assustou com o guincho e levou mais um golpe, mas sua raiva foi tanta que atravessou a faca no peito do demônio e mandou ele pro inferno. A bruxa virou uma fumaça preta que foi em direção oposta a Sam e Lenah. Nesse momento o gnomo já tinha sido capturado por Sam que o trancou em uma pequena garrafa tirada do bolso.

-Eu sempre trago uma dessas, nunca se sabe quando a Branca de Neve vai querer mandar os anões pra passear.

-Ok, Sam seu palhaço – ela ria com cara de dor – pode me ajudar agora?

Sam pegou Lenah no colo e caminhou em direção a Dean, Bobby e Beth, a última chorava com o choque.

-Droga! Esses desgraçados... temos que sair daqui.

-Mas e o enigma Bobby?

-É tarde, eles descobriram, precisamos voltar par o Egis Lenah, agora!

Dean deu um pouco de consolo a Beth que estava agitada e nervosa. Enquanto todos se apressavam até o Impala.

-Calma Beth, vai ficar tudo bem ok? Já acabou e vocês vão ficar a salvo, certo?

Eles tinham problemas, sem dúvida. Havia muitas aberrações e agora Matt estava ao lado delas com o enigma. Não dava para saber o que eles realmente queriam, quer dizer isso era o que Sam pensava, porque Bobby parecia entender tudo. Por falar nisso, ele ia ter que explicar essa história direitinho quando estivessem a salvo. E dessa vez a história completa!

Eles entraram no carro, Sam dirigiu porque Dean estava com a perna machucada, pra piorar a situação. Lenah e ele foram abraçados, os dois quebrados e gemendo. Beth ainda estava nervosa, era muito além da realidade ver aquilo tudo tão perto.

-Beth, eu juro que não queria te ver mal assim, desculpe.

-Não é culpa sua, foi meu primo quem fez tudo isso. – ela estava cabisbaixa. Lenah tirou uma das mãos que segurava as de Dean e tocou na amiga.

-Vai acabar tudo bem amiga e nós vamos rir disso tudo, pode apostar.

Como o sorriso de Lenah podia mudar o ambiente daquela forma? Não era possível responder, mas viver aquele momento ao lado dela era tão gostoso que Dean esquecia todo o resto.

-Enfim, lar doce lar, mal posso acreditar! – Dean estava gritando no carro.

-Menos Winchester, nossos problemas só começaram. – Bobby sabia mais do que dizia, isso era nítido!

Já estava entardecendo, o crepúsculo deixava o céu ainda mais lindo e a imagem do carvalho no fundo da casa, vista de onde estavam era admirável. Sam olhou para Beth e foi consolá-la com um abraço. Lenah e Dean também dividiram um abraço observando aquela imagem. Bobby olhou os quatro e baixou a cabeça.

 Eles entraram em casa. Como era bom deixar de sentir aquele cansaço só por pisar ali. Bobby foi para a sala esperar todos para mais uma daquelas conversas, ele estava visivelmente abalado. Sam se juntou a ele e Beth foi esquentar alguma coisa pra comerem. Lenah e Dean entraram sorrindo, deviam ter falado mais alguma besteira sobre estarem quebrados.

Dean se jogou no sofá, como havia feito na noite passada e Lenah o acompanhou, deitando a cabeça em seu ombro, ele beijou sua testa. Os dois ficaram ali algum tempo apenas juntos, sem dizer nada, como haviam feito no galpão. Cada um com seu pensamento distante. Depois levantaram e cada um seguiu para seu quarto, iam tomar banho e descansar um pouco. Beth foi ao quarto com Lenah, não queria deixá-la sozinha, por um instante sentiu medo de perdê-la naquela floresta. Sam preferiu ficar perto de Dean também, Bobby ainda esperava no sofá. Em alguns minutos todos estavam na sala.

-E então Bobby, pode começar – Sam tinha pressa, Beth ainda estava preparando sanduíches, pelo jeito era a especialidade de todos os texanos.

-Ok, vamos ao que interessa. Querem fazer perguntas?

-Eu quero – Lenah começou. Estava sentada ao lado de Sam, Dean ficou com a “poltrona de vovô” macia e aconchegante, tinha uma cerveja na mão e, embora ela estivesse vestindo um suéter verde escuro e uma calça Jeans nada provocantes aos olhos de Dean, ele se sentia em casa na posição em que ficou sentado, porque podia vê-la muito bem.

-Comece então Lenah - a feição era séria.

-Você me disse pra guardar aquele enigma certo? Eu guardei. Li e re-li durante muito tempo, sempre nos aniversários de morte, como você pediu. Não anotei em lugar algum e só partilhei com uma única pessoa, também sob sua orientação. – Dean estava surpreso, Sam estava preocupado. Bobby triste – Mas hoje, quando estávamos naquela situação horrível você disse para o Dean que era tarde demais e que ele deveria me trazer para Egis, como se tivesse que me proteger sob tudo. Também notei a atenção daquela vaca maldita voltada para mim. O que isso tem a ver com o enigma do selo?

Bobby estava prestes a contar tudo, quando Sam interrompeu querendo saber tudo sobre aquela história. Beth chegou com os sanduíches e enquanto comiam contou toda a parte da maldição do mago, da vingança, da bruxa, da construção da casa, do tio de Lenah até chegar ao armário de espiral que fica em cima da porta para o porão. A única parte que não se encaixava era Matt, mas Beth era esperta.

-Eu acho que o Matt foi enfeitiçado para entrar aqui e fazer tudo aquilo.

-É claro, está na cara, como foi que não pensei nisso – Sam gostou da iniciativa de Beth, ela era legal e esperta.

-Não pensou porque o ex da Lenah é um crápula e podia ser um comportamento natural daquele sujeitinho.

(Lenahn thought on)

Meu ex? Ai como o Dean é lindo, e protetor, e carinhoso, e lindo, e gostoso, e amigo, e lindo, e legal e PER-FEI-TO. Pronto Lenah Muller, chega de parecer adolescente e gritar para sua consciência que você ama muito esse homem. Nossa eu estou apaixonada, finalmente! Caramba eu só conheço o Matt, quer dizer não sei como me comportar com um cara como Dean e um dia, não sei bem quando, nem como, a gente vai... Ai que droga ele ta me olhando e quando ele me olha parece que ele lê meus pensamentos. Não, na verdade parece que eu estou nua na frente dele, aqueles olhos lindos mais parecem garras em meu corpo. Meu Deus, será que ele vai gostar do meu corpo? Sei lá, tem essa tatuagem e eu acho que estou meio cheinha. Merda! Ao invés de correr uma hora, amanhã vou correr uma hora e meia! Eu preciso parar de comer esses sanduíches. Hum mas está tão gostoso. Quer saber eu sou muito gostosa, sim, e ele vai me adorar! Posso até ver a cara dele quando vir o meu corpitcho de Kate Winslet vamos fazer loucuras!  Vai ser tão bom. Nossa acho que eu devo me concentrar nesse assunto, porque é importante. Ai Dean se você soubesse como eu te desejo e te amo.

 (Lenah thought off)

-Meu ex é mesmo um crápula idiota, mas eu ainda espero uma resposta senhor Bobby. E então?

-Vou ao assunto pra parar de enrolar vocês – o clima ficou pesado de novo, bem pior dessa vez porque Bobby estava sofrendo ali, era nítido – Lenah você não tem muitos conhecimentos sobre os selos, mas Sam e Dean têm. Nós estamos por aí tentando acabar com isso e eu estava tentando te proteger.

-Como assim? – O coração de Dean deu um pulo. Ele não era tão devagar pra entender as coisas não, principalmente quando lhe interessavam e ele tinha domínio – o que a Lenah tem a ver com isso? – ele olhou pra ela muito apreensivo, ela estava confusa.

-Lenah você não é filha de Eva Muller, nem irmã de Liah Muller. Você é uma semideusa, você é filha das Dríades.

(Sam thought on)

Eu estava comendo um delicioso sanduíche quando, de repente, ouço uma parte bem interessante da história de Lenah Muller, mas aí eu percebo que essa história só pode ser uma piada porque eu não estou entendendo mais nada! Uma semideusa? Isso vai ser mais complicado do que eu imaginei.

(Sam thought off)

A risada dela era gritante, não se continha de tão descomposta. Dean tinha no rosto uma expressão de estranhamento, como aquilo tinha acontecido?

-Bobby corta essa, deixa de piada. Fala sério meu, a gente quase acreditou que... – ele estava mesmo triste e o rosto era doloroso só de olhar – então é verdade? – os olhos dele estavam lacrimejosos, Dean deu um salto da poltrona e se sentou ao lado de Lenah no sofá, abraçando-a forte enquanto a crise de choro começava. Sam levantou, colocou a mão no queixo e começou a olhar para os lados, coçando a cabeça, procurando entender aquela informação louca. Beth estava com a boca aberta, os olhos parados e um filme passava em sua mente.

-Bobby, não pode ser. Nós já combatemos semideuses, lembra? Aquele que me fez brigar com Dean e...

-Não Sam, não há como negar. Se o que você quer dizer é que eles tinham poderes ou um significado específico não vai se surpreender quando souber que esse lugar só tem poder quando Lenah está aqui, que o Marvin foi conduzido a fazer essa casa virar uma espécie de sinônimo de significado místico, significado sobrenatural, mas principalmente natural. Lenah é filha de uma das Dríades. Pra ser mais específico... – foi interrompido por Beth.

-Daquele carvalho no quintal não é? – ele consentiu – eu percebi assim que você disse o nome Dríades. Eu e Lenah adorávamos estudar mitologia grega na faculdade e essa história não poderia ser esquecida por nós, com um carvalho tão grande na casa dela. – Lenah chorava, estava ligando as peças do quebra-cabeça. Dean abraçava ela mais forte a cada soluço- são ninfas associadas ao carvalho, cada dríade nascia junto com uma determinada árvore, da qual ela exalava. Lembro que cada dríade vivia na árvore ou próxima a ela e que quando a sua árvore era cortada ou morta, a divindade também morria e os deuses puniam quem destruía uma árvore. – Agora Lenah estava sem forças de tanto choro.

-Então – Sam pensava e ligava uma coisa à outra – quer dizer que o motivo de não entrarem aqui é a dríade que protege Lenah, porque, bem, ela é sua mãe?

-Não! – Lenah gritou se soltando dos braços aconchegantes, Dean segurou sua mão, não sabia o que dizer – Por que nunca me contou nada Bobby? Agora faz sentido todo aquele enigma. Eu sou filha da natureza não é? – ele consentiu com a cabeça. Dean deu um beijo no rosto de Lenah e concluiu o pensamento da garota.

-Isso quer dizer que Lenah é o selo a ser quebrado, o que desperta a ira da natureza – uma pausa e um silêncio repentino - Mas então o inferno acabou de se foder, porque ninguém vai encostar mais nenhum dedo nessa moça aqui – ele se levantou e falava com gestos firmes, tinha uma certeza no olhar. Pegou a garrafa de cerveja que estava perto da poltrona e deu um gole, depois virou para a garota e falou – porque Dean Winchester não vai deixar.

Findas as revelações bombásticas, o melhor a fazer era descansar. Já era noite e o clima estava muito pesado. Beth ficou conversando com Sam na sala, contando mais detalhes que ele não conhecia, ela com certeza não voltaria para casa e a essa altura Matt já devia ter sido morto pelas bruxas, ao menos era o que eles imaginavam. Bobby estava desolado e foi para seu quarto. Lenah queria dar uma boa olhada no carvalho ao amanhecer, mas agora sua cama era o suficiente.

 


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