Arena Mortal escrita por Nyna Mota


Capítulo 11
Capítulo 10 - Família Escolhida


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Eu me lembrava dos natais anteriores, mesmo com a presença do Charlie, Renée conseguia trazer luz pra casa. Deixando tudo e todos mais alegres.

Ela preferia a páscoa, pois seu vício era chocolate, mas ainda sim se empolgava toda com data natalina.

Não economizava nos enfeites que fazia questão de colocar, sem a ajuda dos funcionários, fazendo desse momento algo dela e da filha, que depois passaram a me inserir. 

A árvore era simples, mas bela, os presentes não eram suntuosos, a maioria eram necessários, coisas básicas mas que fazia falta na vida de todos que faziam parte de seu círculo.

A ceia de natal não era luxuosa, nem extravagante, era simples, mas continha tanto amor, que exalava pelo ar. 

A casa estava iluminada, não por lâmpadas, mas por uma energia que exalava pelos poros. Lembro que após o jantar, ela colocam pijamas vermelhos, com meias coloridas, e ia pra sala assistir filmes de natal. 

As vezes que estive ali, fui envolvido por aquela bolha de sorrisos e cumplicidade. As vezes eu me sentia de fora, sentia que estava invadindo, então Renée sorria, e me incluía, me fazendo sentir parte de algo que nem mesmo Elizabeth fazia comigo.

Eu cheguei a ganhar um pijama vermelho, mas me recusei a usar meias vermelhas. Minhas meias eram cinzas. Elas riam, e eu sorria envergonhado, mas amando estar ali, amando fazer parte de algo, então Renée morreu.

Charlie nunca estava presente, sempre envolvido com algo, ou alguém.

Sempre soube que uma parte de Bella tinha morrido com a mãe, achei que ela estivesse tão quebrada com a perca de Renée como eu me sentia com a perca da Elizabeth. De certa forma sentia que estávamos mais conectados por isso. E era verdade, mas também era diferente. Ela tinha um jeito único, que transformava qualquer dor e tristeza em amor e dedicação.

Naquele primeiro natal, Bella comprou dois presentes, um para Sue e outro pra mim. Naquele natal ela enfeitou a casa de forma simples e com as próprias mãos. Aquele natal a ceia foi simples e servida apenas pra três pessoas. A casa naquele ano brilhava de uma forma diferente, brilhava com a força e o esplendor da menina que estava se tornando uma mulher.

Após o jantar ela nos levou pra sala de televisão, e colocou os filmes natalinos que ela tanto amava ver com a mãe. Usava um pijama vermelho, tinha lágrimas nos olhos e um sorriso doce no rosto. 

Naquele natal eu não usei pijamas vermelhos e tive de sair antes do final dos segundo filme. Mas escondido de todos, naquele natal, usei meias coloridas e chorei baixinho pela mulher maravilhosa que tinha ido, mas que tinha deixado todo brilho e amor na filha que se encontrava dormindo na sala, ainda usando pijamas vermelhos e meias coloridas.

Acariciei seu rosto levemente, lhe cobri com a manta para aquecê-la do frio, como vi sua mãe fazer tantas vezes em tantas noites diferentes. Não só com a menina sardenta, mas também com o menino de rua que havia sido acolhido.

***

Bella e Rose estavam enlouquecendo com as últimas provas antes das tão sonhadas férias de inverno. Enquanto elas surtavam e se matavam de estudar, deixam Emmett e eu enlouquecidos no processo.

Estávamos nos desdobrando pra lidar com as meninas, lidar com o trabalho com Charlie que estava cada vez mais me dando mais asco, e tentar proteger elas. 

Após o atentado eu estava paranoico com segurança. Sempre olhando por trás do ombro para ver se estávamos sendo seguindo ou algo assim. 

Odiava sair com Bella na rua, o medo de expô-la era enorme. Eu tinha feito vários inimigos em nome de Charlie durante minha vida. E se algo acontecesse a ela por minha culpa jamais me perdoaria, fora que odiava não poder tocá-la quando estávamos em público.

Queria segurar sua mão, abraçar, como tantos outros casais faziam. Casais com Emmett e Rose, que estavam na nossa frente rindo e brincado.

Ela colocava um gorro de papai noel no enorme homem, que sorria apaixonado pra loira. Enquanto isso eu tinha de andar ao lado de Bella, sem a tocar. Ela ainda era a noiva de Tyler e a filha de Charlie.

— Pode ir parando! – Bella resmungou do meu lado.

Olhei pra ela assustado. 

— Desculpe. – Cocei o cabelo. – O que eu fiz?

Eu estava me fazendo de idiota, e sua cara zangada denotava que ela sabia muito bem disso.

— Desculpe Bella, eu só queria poder ser normal. – Murmurei frustrado.

— E você é Edward, tão normal quanto poderia ser, e eu não mudaria nada. Agora tire essa cara amarrada do rosto e vamos comprar os presentes de Natal.

Contrariando tudo, ela enlaçou sem braço no meu, nos mantendo tão perto quanto seria considerado permitido levando em consideração nossa realidade. 

Acariciei seus dedos que estavam cobertos por luvas.

— Obrigada Bella. 

Ela sorriu de volta pra mim, apertando meus dedos.

— Ei vocês! Vamos logo! Temos muitas coisas pra comprar. – Rose reclamou.

Compras de Natal era algo que eu nunca tinha feito. Nunca havia comprado um presente de Natal pra ninguém, mas aquele ano, Bella e Rose me arrastaram pra comprar presentes pra várias pessoas.

Rose e Emmett estavam parados em uma loja olhando gravatas para Carlisle, enquanto Bella me arrastava pra outro canto onde tinha vinhos. 

Após muito debate, do qual não entendi metade, ela escolheu um vinho pro tio que tanto adorava.

— Não sei o que levamos pra Esme. – Ela murmurou olhando as lojas das ruas.

De longe avistei uma loja que vendia alguns colares bem ornamentados e delicados. Lá encontramos um com um pingente de coração perfeito. 

Sorrindo fomos procurar o presente de Sue, encontrando um xale, bonito e delicado.

Para Emmet compramos um par de ingressos para um jogo da NBA, que ocorreria dali há alguns meses. Eu realmente esperava que o ingresso do acompanhante fosse me ofertado. Ia ser um grande jogo.

— Bella, não vou entrar ai com você! – Resmunguei parado na porta do sexy shop. 

Ela riu abertamente.

— Qual é Edward, vai ser presente perfeito pra Rose!

Claro que seria o presente perfeito pra Rose. O difícil seria me controlar tendo Bella e todos aqueles artefatos sexuais ao seu redor, fazendo com que imaginasse mil maneiras de fode lá, e depois fazer amor com ela lentamente. 

— Não acredito que está com vergonha! –  Ela riu mais uma vez se aproveitando da minha miséria.

Me aproximei dela o máximo que pude, minha voz estava grossa pelo desejo.

— Não estou com vergonha gatinha, mas cada objeto desse me deixa com mais tesao. Quero usar cada um deles com você, quero te ver em cada peça de roupa delicada e ter o prazer de tirar cada uma de você com as mãos e com a boca. – Bella arfava. – Então amor, se eu entrar aí com você corre o risco de te tomar em frente de todas essas pessoas. 

Me afastei dela. Seu rosto estava corado, os olhos escuros de desejo, boca entreaberta, respiração pesada. Ela me queria tanto quanto eu a queria. 

— Vá comprar o presente Bella! Vou ficar te esperando aqui. – Incentivei a ir, enquanto ainda tinha algo de auto controle. 

Ela ainda ficou parada alguns segundos, me encarando, então se foi. 

Fiquei aguardando próximo a loja, tentando não imaginar todas as coisas que Bella estava olhando, e o quanto queria usar aqueles brinquedos com ela. 

Vários minutos depois meu telefone tocou. 

— Tiger. 

— Onde vocês estão Tiger? – Emmett perguntou, enquanto ouvia a voz de Rose ao fundo. –Vocês sumiram. 

 Olhei pro nome da rua em que estava, explicando com palavras resumidas o que estava fazendo. 

— Estamos chegando.  

Alguns minutos depois vi-os chegando. Rose mal se continha de animação. 

— Encontro vocês agorinha rapazes. 

Ela entrou saltitante, com a mesma animação de uma criança na manhã de Natal. 

Emmett olhava pra ela, como se sua órbita realmente girasse em torno da loira. Ele realmente gostava dela. 

— Ela sabe? – Indaguei curioso me referindo a vida dele com segurança da Bella, e toda a sujeira que nos rodeava. 

Não era algo que realmente houvéssemos falado. Apesar de sermos amigos, não trocávamos confidências. Na verdade não sabia lidar com essa coisa nova de amizade. 

Ele demorou a responder. Ele não me olhava, seu olhar estava focado nas pessoas passando na rua. Cada uma preocupada com algo diferente, mas nenhuma com a carga que eu ou ele tínhamos sob os ombros. 

Quando me olhou vi tristeza, vi medo, vi insegurança. 

— Não. Ela sabe o básico. Mas não de tudo. 

Assenti em concordância. 

— Ela não vai aceitar bem. – Retruquei. 

— Não. Ela não vai aceitar. – Sua voz não vacilou. – Diabos, provavelmente ela vai me chutar assim que souber quem eu sou, o que tenho certeza vai ser logo. Ela é ardilosa. – Ele tinha um grande sorriso no rosto. 

— Mas você não consegue deixá-la. – Apontei.

— Não, não consigo. Eu realmente me importo com ela. – Ele olhou dentro dos meus olhos. – Foda se.  Estou apaixonado por ela. 

Eu ainda não confiava 100% em Emmett, uma parte de mim sabia que ele estava escondendo algo, entretanto ali ele estava sendo sincero. 

Ele realmente amava a loira, e o instinto de proteção que crescia em mim acerca dela se aquietou. 

Eu entendia ele completamente. Amar uma pessoa sabendo que não era o melhor pra ela, e pior, não ser capaz de deixa lá ir. Isso eu entendia bem. 

Uma cumplicidade maior nos ligou ali, enquanto esperávamos nossas garotas voltarem pra nós. 

Após vários minutos ambas saíram da loja sorridentes e coradas. Arqueei a sombrancelha curioso. 

— Fizeram boas compras meninas? – Perguntei escorado na parede. 

Seus sorrisos foram maliciosos, uma olhou pra outra, Rose piscou pra Bella.

— Maravilhosas Edward! – Rose disse indo em direção de Emmett. – Já compramos tudo, vocês terminaram?

— Sim, acabamos! – Respondi pela Bella.

— Não, não acabamos. Falta Alice. – Ela retrucou me cortando.

— Comprei o presente da Alice e da Hannah ontem. – Respondi baixinho, sabendo que talvez ela não fosse gostar da minha atitude de incluir Hannah.

— O que você comprou?

— Um dia num spa. 

— Maldição, quero um presente desses Edward. – Rose resmungou.

Bella sorriu.

— Isso vai ser ótimo, elas precisam mesmo descansar.

Sem dizer mais nada, ela virou e seguiu em direção de onde estava o carro.

Acelerei o passo pra acompanhar o dela.

— Você não está brava?

— Não Edward, não estou brava.

— Mas? – Sempre tinha uma mas, eu já sabia  disso, e estávamos juntos há pouco tempo.

Ela virou pra me encarar.

— Eu nunca vou entender sua relação com Hannah, não completamente eu acho. E sim, morro de ciúmes. Mas não vou deixar insegurança estragar o que temos. – Ela passou pela toca que aquecia sua cabeça. – Eu confio em você e sei que ela é importante pra você, então não vou interferir nisso.

Bella era malditamente boa demais pra mim, pra qualquer um aliás.

De forma imprudente me aproximei e tomei seus lábios.

— Eu amo você! Você é perfeita gatinha! Obrigada por entender. Hannah não tem ninguém, só a mim, e por muito tempo, achei que só tinha ela, e a Alice claro.

— Mas agora você me tem! – Ela retrucou voltando a me beijar.

— E nós também! – A voz grave de Emmett nos interrompeu. – Mas acho que talvez seria mais prudente vocês não se agarrarem em público.

Um gelo desceu por meu estômago. Ele estava certo. Era um risco. Um enorme risco no qual eu nos colocava agindo assim.

Me afastei lentamente dela, lhe dando um sorriso leve.

Ainda nos mantendo um pouquinho afastados seguimos pro carro.

Lá dentro as meninas foram pro banco de trás conversando, enquanto eu e Emmett íamos na frente, ainda em silêncio. Com receio das repercussões que meu ato impensado poderia gerar.

Deixemos Bella e Rose na casa da loira, elas fariam a ceia ali aquele ano. A mansão dos Swan era muito arriscado, por ter muitos olhos. Sue não participaria conosco, ela preferiu ficar em casa.

Charlie não estaria presente, como sempre estava cuidando dos negócios. Alice foi convidada, mas preferiu ficar com Hannah.

Então seríamos nós.

Naquele dia, por incrível que pareça não tinha carregamentos, não tinha armas, não tinha nada pra me ocupar. E Emmett após deixar Bella na casa da Rose não teria mais serviço.

— Você quer ver algum jogo e tomar uma cerveja? – Perguntei quando paramos na frente de casa.

— Claro.

Seguimos em silêncio, tinha algumas cervejas na geladeira. Peguei e levei pra sala enquanto Emmett ligava a TV. Ele era rápido em se sentir à vontade, em se enturmar. Como um camaleão se adaptava fácil em todos os ambientes, facilidade essa que eu invejava. Eu sempre me sentia tão tenso e sério.

Aos poucos fui relaxando, não se efeito da cerveja, ou efeito Emmett que brincava, ria e xingava o juiz que apitava o jogo de futebol. Era um tipo de esporte o qual eu não entendia bem, sempre acostumado com futebol americano. Mas Emmett me explicava os lances, e se tornou algo divertido de se ver. Logo entendi as coisas.

— Ladrão do caralho. Isso foi um pênalti. – Emmett resmungou.

— Não entendi mas acho que você tem razão. – Ele riu alto.

— Goooollll! – Gritamos ao mesmo tempo quando percebemos que o time que torcíamos naquele amistoso havia marcado um gol.

Eu sorri. Realmente sorri.

O jogo chegou ao fim, com a seleção espanhola, para a qual torcíamos ganhando. Brindamos batendo uma garrafa na outra, e mudamos pra outro jogo, dessa vez um de basquete que estava começando.

Nossa tarde passou rápido. Entre assistir os jogos e bebidas ficamos levemente alterados. Às 18 horas Emmett resolveu ir embora pra se arrumar. Logo mais teríamos que ir encontrar as meninas.

— Temos que repetir isso um dia desses.

— Quando quiser, a casa está aberta. – Ofereci realmente contente em fazer aquilo.

Nos despedimos com tapinhas nas costas.

Era meio ridículo mas eu estava feliz com essa amizade.

Deitei e liguei pra Bella. Talvez eu estivesse um pouco bêbado.

— Oi gatinha! Senti sua falta aqui.

Bella riu.

— Também senti sua falta amor. O que você fez o dia todo?

— Eu e Emmett vimos alguns jogos, ficamos bêbados e xingamos os juízes.

— Deveriam ter me chamado! – Carlisle resmungou ao fundo. Eu ri.

— Da próximo você estará conosco, prometo!

— Então você está meio bêbado? – Bella perguntou.

— Meio bêbado e feliz. E tentando imaginar você naquela loja...

— Edward! – Bella Gritou. –Está no viva a voz.

Eu ri, nenhum pouco constrangido.

— Desculpe. – Ouvi os risos dos outros. – Vou te deixar cozinhar.

— Vá tomar um banho e venha me encontrar gatinho.

Desliguei e fui fazer conforme Bella havia dito. Após o banho estava um pouco mais lúcido. Tomei bastante água, e dirigi até a casa de Rose.

Toquei a campainha que foi aberta por Carlisle.

— Garoto, da próxima me chamem pra ver jogos e ficar bêbado, eu fui escravizado na cozinha por aquelas loucas.

Ri dele, que logo me acompanhou.

— Da próxima você não nos escapa. – Brinquei. – Mas talvez você tenha que ir pra cozinha fazer alguma comida.

Ele bufou.

— Ótimo, todos me querem na cozinha.

— É porque você fica sexy de avental querido. – Ouvi Esme falar pra ele.

— Eles são tão fofos. – Rose falou enquanto bebia sua taça de vinho.

— Pare de fugir e venha me ajudar Rose. – Bella ralhou.

— Sua exploradora!

— Tudo tem que estar perfeito.

— Já está perfeito Bella. – Falei me aproximando pra tomar seus lábios. – Estamos todos juntos.

— Ainda falta o Emmett! Ele é pior que eu pra se arrumar. Juro que ele ficar penteando o cabelo meia hora! E ele quase não tem cabelo. – Rose resmungou.

— Acho que vamos cortar o vinho por aqui. – Esme apareceu tomando a taça de Rosalie, logo em seguida vindo me abraçar.

— Que bom te ter aqui querido!

Seu abraço era além de acolhedor e reconfortante. Retribuí o carinho sorrindo. Pelo canto do olho vi Bella e Rosalie sorrindo pra cena.

Carlisle se aproximou segurando uma taça de vinho.

— Vamos beber  Edward, beber e conversar um pouco sobre você.

Fiquei receoso daquela conversa. Não havia muito que eu tinha pra falar de mim, tudo era um perigo, até aquela aproximação. Mas porra como eu queria aquilo. Como eu estava amando aqueles momentos de normalidade, de calmaria, de me sentir em família.

Sentei no sofá, ele na poltrona, e as meninas continuaram na cozinha.

As perguntas de Carlisle não eram invasivas, eram corriqueiras, e ele sabia até onde podia ir ao que parecia. Ainda sim, havia muitas coisas que não podia dizer. Coisas sobre Elizabeth, sobre Charlie, sobre minha vida atualmente.

Para todos os efeitos eu era o garoto que a Senhora Swan resgatou, que não tinha estudos, mas que era o motorista da casa, e o segurança da família, ainda que não tivesse treinamento para aquilo.

— Mas o que você gostaria de fazer Edward? – A pergunta me pegou desprevenido.

Eu realmente nunca havia me perguntado o que queria fazer da vida. Talvez quando criança, quando ainda morava com minha mãe eu sonhasse com algo assim. Ou indo mais além, quando Renée ainda era viva e eu ainda tinha permissão de sonhar. Depois disso eu nunca pensei nisso, eu só fazia o que me era mandado. O mais longe que ousei sonhar era com Bella indo pra longe de tudo com os médicos sem fronteiras, ou agora, a gente junto, em qualquer lugar do mundo.

Encarei aqueles olhos azuis como os de Rose, que tinham uma seriedade, mas um sinceridade absurda. Eu não sabia o que responder. Eu malditamente não sabia ser algo além do que era.

Abaixei a cabeça envergonhado e entristecido.

A campainha tocou. Não falei nada, muito menos ele, talvez ali tenha reconhecido um fracassado quando via um. Emmett adentrou o recinto com sua alegria contagiante, logo sendo agarrado pela loira.

— Não se preocupe. Na hora certa você encontra seu lugar. – O aperto no ombro me fez levantar a cabeça e o encarar.

Ele tinha um sorriso leve no rosto. Não havia julgamentos, apenas uma simples compreensão.

Um sentimento estranho me tomou. Uma emoção que me fez piscar mais algumas vezes antes de sorrir de volta.

Emmett sentou conosco, trazendo nas mãos mais cervejas, e petiscos. Mudamos o rumo da conversa, indo pra assuntos mais leves. Emmett também sendo repreendido pelo pai da namorada por ter sido excluído da tarde de bebidas e jogos sem ele.

Após um tempo de conversa as garotas da casa foram pra cima se arrumar. Não muito tempo depois, o que segundo Carlisle era um milagre, elas desceram.

Cada uma mais bela que a outra.

Rose não estava mais tão bêbada. Usava um vestido verde, que marcava suas curvas, a deixava estonteante. Bella estava de jeans e um suéter vermelho, vindo pros meus braços assim que desceu as escadas. Esme usava uma belo vestido na cor vinho, cabelo soltos, e o mais importante, tinha um sorriso que iluminava a casa toda. Sorriso esse que me lembrou de alguns natais anteriores, onde outra pessoa tinha um sorriso similar, um sorriso que mostrava o quão feliz estava por estar rodeada daquelas pessoas.

Depois de vários anos tive um natal diferente e sem dor, um natal onde ceamos uma comida maravilhosa, rimos e bebemos como velhos amigos, como uma família.

Quando o relógio marcou meia noite, olhei para aquelas pessoas e sorri. Minha família estava quase completa, faltavam três mulheres teimosas e magníficas, mandei mensagens pra elas, pela primeira vez mostrando os sentimentos que iam dentro de mim. Tentando mudar a concepção de que aquilo me fazia fraco. Na realidade aquilo me deixava mais forte e mais feliz.

Aquela não era minha família de sangue, mas a família que meu coração resolveu adotar como sua.

 


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Notas finais do capítulo

Oi? Alguém aqui ainda?
Desculpem a demora, aconteceram muitas coisas nos últimos tempos. Enfim, estou tentando me adaptar e tentando escrever. Esse capítulo era pra ter saído a era, mas não saiu. Era pra ser bem maior, mas eu estava ansiosa demais pra postar então resolvi dividi ele em dois.
Volto muito em breve com mais. Prometo!
Esse é meu presente de 2019 pra vocês!
Nesse ano vou desejar muita luz, muita paz, muita calmaria, muita tranquilidade, vou desejar amor, força, resignação e fé! Que seja um ano de conquistas e de aprendizado, assim como evolução! tudo de bom! Aproveitem bastante! Não bebam muito!
Desculpem os erros, mas postei sem revisar, tamanha a ansiedade. Vejo vocês nos comentários que vou começar a responder agora!
Pra quem ainda não viu, a Lola Royal, Chloe Less e eu postamos uma one de Natal, onde cada uma ficou responsável por uma das Swans, se quiserem dar uma conferia, segue o link .
Beijinhos
Até breve!
31.12.2018



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