Os Cuecas e as Chiquititas escrita por SnowShy


Capítulo 70
Problemas


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Voltei com um capítulo bem turbulento, espero que gostem! Hehehe



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Henrique foi consolar Téo após ouvir os gritos por conta do pesadelo. O menino havia sonhado com Ian dessa vez, e o pior de tudo, é que o sonho em questão foi nada menos do que lembranças do passado. Não havia detalhe a menos ou a mais, só as coisas pelas quais os meninos passavam quando ficavam exaustos de tanto ensaiar e não podiam nem dormir.

Foi um pouco difícil, mas ele conseguiu contar ao pai. Henrique, por sua vez, ficou chocado com tudo o que ouviu. Ele não era muito a favor dessa vida que eles levavam com Davi. Não confiava muito nessa Dó Ré Music. Ele disse que não sabia ainda sobre a história de Ian, mas que, agora, tinha ainda mais motivos pra não querer essa vida pra eles.

Assim, depois desse dia, Henrique passou a querer ficar ainda mais com os meninos para que eles ficassem o mais distante possível dessas coisas que lhes haviam feito tanto mal. Os ensaios passaram a ficar cada vez menos frequentes para os Cuecas. As Chiquitias ainda iam à gravadora toda semana, mas Henrique raramente os deixava ir e Davi acabava concordando, achando que seria apenas temporariamente.

Arthur entendia que era importante não sobrecarregar as crianças e liberá-las de vez em quando, mas no fim do mês, quando viu que os meninos só haviam participado de 3 ensaios, teve que ter uma conversa com Davi, porque, enquanto isso, a Top Records estava lá, fazendo o maior sucesso com os Insanos, que já tinham até começado a fazer shows enquanto os Cuecas e as Chiquititas não subiam nos palcos há um bom tempo.

Davi explicou o porquê das faltas constantes dos meninos, ao passo que Arthur respondeu que ele teria que conversar com Henrique pra organizar melhor as coisas pros meninos poderem voltar aos ensaios, ou não poderiam continuar com a banda. E foi o que Davi fez. Ele pensou inclusive em fazer uma planilha ou algo assim, pra dividir o tempo que eles passariam com cada um dos pais, fazendo as coisas da escola e se dedicando à banda. Davi acreditava que poderiam chegar a um acordo.

Após explicar toda a situação a Henrique, este, ainda que um pouco hesitante, acabou concordando. Bom, foi o que ele disse... Mas ia ficar atento a tudo o que acontecesse com eles, com o pai adotivo e, principalmente, com essa coisa de banda. 

***

Quando os Cuecas voltaram a ensaiar regularmente, coisas ruins começaram a acontecer. Primeiro, Letícia, a recepcionista da Dó Ré Music foi trabalhar na Top Records, que lhe ofereceu uma proposta de salário melhor. Depois, aos poucos, muitos outros funcionários e até artistas passaram a migrar da Dó Ré Music para a Top Records. Isso, obviamente, não era coincidência. A nova gravadora estava com uma ótima publicidade, além disso, a diretora de lá mandava e-mails diretamente para os artistas oferecendo contrato. Isso estava pesando pro lado da Dó Ré Music, que, agora, estava começando a perder dinheiro.

Além disso, não só os haters de Sandy continuaram ativos, como haters dos Cuecas e das outras Chiquititas também começaram a se manifestar, espalhar notícias falsas sobre eles ou apenas atacá-los mesmo. Téo, por exemplo, estava sofrendo cyberbulling por conta de seu peso. Não se sabe de onde haviam começado esses novos ataques, mas Sandy estava bem desconfiada daquela tal de Priscila da Top Records. 

Ah, mas não era só isso: notícias falsas sobre a própria Dó Ré Music estavam começando a se espalhar. Do nada, as pessoas ressuscitaram a história de Ian, começaram a suspeitar que ele não fosse o único culpado pelo que aconteceu com as crianças e dizer que os Cuecas continuavam sendo explorados pela gravadora, bem como as Chiquititas. E Henrique estava só de olho nessas notícias e prestando atenção no tanto que os meninos estavam trabalhando agora que tinham voltado a ensaiar.

Nem é preciso dizer que todos na gravadora estavam muito mal com tudo isso, né? Principalmente as crianças. E, dentre elas, quem sofria mais era Téo, que era o mais sensível. Os pesadelos dele continuavam, agora todas as noites, e ele estava perdendo a vontade de comer. Estava preocupado com a gravadora, com o conflito entre o pai adotivo e o biológico e, por mais que isso fosse o de menos, os comentários dos haters também estavam deixando ele mal. Aliás, agora que todos os 6 recebiam constantemente comentários ruins, eles estavam começando a entender por que era tão difícil pra Sandy não ligar pro que as pessoas falavam. Falar era mais fácil do que fazer... E o pior de tudo, é que a menina estava certa quando achava que esse tipo de comentário prejudicaria sua carreira.

Os Insanos, por outro lado, nunca eram criticados por nada e estavam fazendo cada vez mais sucesso. Mas os Cuecas e as Chiquititas ainda tinham seus fãs e, graças a isso, a Dó Ré Music conseguiu, finalmente, marcar um show para as bandas. Elas continuavam se apresentando no Cantinho da Harmonia, mas tinham que fazer shows pagos também pra gravadora sobreviver, né? Mas Davi estava preocupado. Ele via como as crianças estavam sofrendo por causa dos haters e tudo mais e temia que não estivessem bem pra fazer o show, mas elas garantiram que estavam e que o show aconteceria.

Clarinha, também acompanhando tudo o que se passava, sugeriu que as crianças tivessem alguns momentos de lazer, assim não ficariam estressadas pensando nos haters ou no show. Sendo assim, Davi perguntou a Flora se as meninas podiam passar um dia na casa dele pra ficarem os 6 juntos só relaxando, como nos velhos tempos. Quer dizer, se eles quisessem sair pra algum lugar, Davi poderia levá-los, mas as crianças gostaram da ideia de ficar lá, brincar na casinha da árvore, assistir filmes e tudo mais. Nunca mais tinham passado um momento assim desde que o pai biológico dos meninos voltou. Clarinha, infelizmente, estava cheia de coisas da escola pra fazer, então não ia poder ficar lá com eles. 

***

Quando chegou o dia que combinaram, Davi assistiu a um filme e jogou um jogo com as crianças, mas depois teve que ir pro quarto analisar as questões financeiras da gravadora. Como Clarinha, ele também tinha muita coisa pra fazer! Mas pelo menos conseguiu ficar um pouco com as crianças. Depois de ficarem sozinhas, Joaquim e Sandy aproveitaram pra trocar beijinhos no quintal e Janete foi conhecer o laboratório improvisado que Samuca estava tentando criar no porão antes de ficar sem tempo por causa dos passeios com Henrique e das coisas da banda. A menina achou muito legal essa ideia e perguntou se podia ajudá-lo. Ele, obviamente, disse que sim. 

Eleanora e Téo, por sua vez, foram brincar na casinha da árvore. Mas, por incrível que pareça, pra eles, os mais novos e que estavam sempre brincando, foi um pouco mais difícil se distrair e deixar de pensar nos problemas como os outros. Ao invés de jogar seus joguinhos de tabuleiro como planejavam fazer, ficaram desabafando sobre seus problemas e apreensões. Depois de falar sobre a gravadora e as coisas da família dos meninos, eles começaram a falar dos haters.

— Eu sei como você se sente! — Disse Eleanora. — Um monte de gente fica comentando que eu tô muito gordinha e tenho que emagrecer...

— É muito chato! Eles me deram vários apelidos...

Então Téo listou os vários apelidos que, apesar de criativos, eram muito maldosos.

— Ai, que horror! — Exclamou a menina. — Quem esse povo pensa que é pra ficar falando do peso dos outros? Eles são nutricionistas por acaso? Ai, quer saber? Eu não tô nem aí, eu sei que eu tô saudável e isso é o que importa.

Téo ficou um pouco envergonhado, pois ele não era nem um pouco saudável! O máximo que estava fazendo, no momento, era se proibir de comer pra não ficar com a consciência pesada e pensando naqueles comentários. Mas o que queria mesmo era se empanturrar de besteiras.

***

Clipe musical: "Rock das Lanchonetes" por Téo.

***

— Você não tem que parar de comer, só balancear a sua alimentação — disse Eleanora. — Também era difícil pra mim, mas a Janete me ajudou nisso.

— Ah, é, ela é vegetariana, né? Como ela consegue?

— Como ela consegue não comer carne eu não sei. Mas a gente se acostuma com as verduras, legumes e tal... Ah, e também é importante fazer exercício, eu vejo como você "se esforça" na aula de Educação Física... — Ela disse, ironicamente, já que ele, quando se dignava a jogar, dizia que estava cansado depois de 10 minutos e ficava o resto da aula sentado (ou deitado) no banco.

— É que... eu odeio esportes! 

Pelo menos às vezes ele dançava com a banda. Mas quase nunca, já que preferia tocar bateria. Eleanora balançou a cabeça com um olhar de reprovação. 

Então disse que Téo precisava começar a se exercitar e que tinha que ser agora. Ela disse que deviam aproveitar que estavam numa árvore pra fazer uma coisas bem legal: se pendurar nos galhos. Téo não gostou muito da ideia, pois era meio medroso. Mas a menina disse que não era nada demais e resolveu mostrar pra ele. Foi pra varanda da casinha e subiu no murinho. 

— Cuidado! — Exclamou Téo, lá de dentro, olhando pela janela.

— Relaxa, eu tô de boa!

Porém, ela acabou se desequilibrando quando ficou de pé no muro. Téo foi correndo pra varanda, mas, antes que ele chegasse, Eleanora conseguiu segurar num galho da árvore. Só que esse galho quebrou e ela caiu e se espatifou no chão. 

— LÊ!!!! — Exclamou Téo, enquanto descia da casinha da árvore correndo desesperado.

Quando viu que Eleanora estava desmaiada, o menino começou a chorar e gritar por Davi. 


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Notas finais do capítulo

Eitaaaa! O que será que vem agora, hein???
Espero que tenham gostado do retorno da fanfic!
Muito obrigada a quem continua acompanhando, e principalmente ao Homem Aranha Escarlate, que está sempre comentando! :)



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