Os Cuecas e as Chiquititas escrita por SnowShy


Capítulo 12
Pequenos orgulhosos


Notas iniciais do capítulo

Olá! Obrigada a vocês que comentaram no último capítulo (Cibele, Queen e Thais) ❤
Fiquei bem animada pra continuar! Hehe
Espero que gostem :)



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Clipe musical: "Todo Mundo" por Janete.

***

As inscrições para o show de talentos estariam abertas a partir do dia seguinte até o final da semana. O dia de hoje seria para os alunos pedirem autorização para os pais ou responsáveis.

Por mais animados que estivessem com a notícia, nem os Cuecas nem as Chiquititas haviam esquecido seus desentendimentos da manhã (principalmente Joaquim e Sandy). O propósito dos meninos era fazer amizade com elas naquele dia e Téo ainda tinha esperança de que acontecesse, por isso, perguntou aos irmãos se lanchariam com elas.

— Claro que não! — Foi a resposta de Joaquim.

— E o que você acha, Samuca?

— Ele concorda comigo.

— Você não pode tomar as decisões por ele, Joaquim! Então, Samuca?

— Olha, eu nunca pensei que diria isso, mas concordo com o Joaquim. Ficou bem claro que a Sandy não gostou nem um pouco da gente e ia ficar um clima muito estranho... ou então a gente ia ficar só com as irmãs dela e deixar ela sozinha, aí ia ser pior ainda!

As Chiquititas estavam pensando na mesma coisa (se lanchariam ou não com os meninos), mas a resposta final foi diferente: Sandy pediria desculpa e elas ficariam com eles.

Então, no recreio, as meninas foram ao encontro deles. Quando percebeu que elas se aproximavam, Téo falou:

— Elas tão vindo pra cá! O que a gente faz?

— Ignora — respondeu Joaquim.

— Acho que eu tava errado — disse Samuca. — Talvez elas queiram lanchar com a gente...

— Oi, meninos! — Disseram Janete e Eleanora.

— Oi! — Eles responderam (com exceção de Joaquim).

— Vocês vão participar do show de talentos? — Perguntou Téo.

— Vamos — respondeu Eleanora.

— Boa sorte! — Disse Joaquim, com um ar de deboche.

— Obrigada — Janete não percebeu que Joaquim estava zoando com elas.

— É... a Sandy tem uma coisa pra dizer pra vocês — Eleanora disse, então ela e Janete empurraram a irmã para mais perto dos meninos.

— Ai! Também não precisavam fazer isso, né? — Sandy reclamou para as irmãs, em seguida voltou-se para os Cuecas. — Desculpa. Eu sei que fui muito chata com vocês. — Ela deu um suspiro e continuou: — Eu tenho ficado meio atordoada com alguns pensamentos e sentimentos ultimamente, mas... não é culpa de vocês; eu não devia ter descontado em vocês...

— Tudo bem, a gente te perdoa — disse Téo, e a menina sorriu.

— É, de boa! — Samuca falou. — Então, querem lanchar com a gente?

— Espera! — Sandy olhou para Joaquim. — Você... ainda não disse se aceita ou não as minhas desculpas...

— Ah tá. Não, eu não aceito!

— Joaquim! — Exclamaram seus irmãos.

— O que foi? Eu tenho certeza que elas te obrigaram a pedir desculpa — Joaquim apontou para Eleanora e Janete.

— Isso não é verdade! Tudo bem, a ideia foi delas, mas elas não me obrigaram. Eu pedi desculpa porque tô realmente arrependida... Você não vai mesmo aceitar?

— Não. E sabe por quê? — Joaquim se levantou e ficou mais perto da menina. — Eu sei exatamente que tipo de pessoa você é: uma patricinha mimada que adora pisar nos outros. Eu aposto que o que te deixa tão atordoada é estudar numa escola pública pela primeira vez!

— Engraçado ouvir isso de um superstar...

— Pra sua informação, eu nem sempre fui um superstar!

— Eu sei, mas agora é. E pra sua informação, você não sabe nada da minha vida pra ficar me julgando!

— JÁ CHEGA! — Os outros quatro gritaram.

Janete e Eleanora começaram a puxar Sandy pelos braços e se distanciar dos meninos.

— A GENTE VAI ACABAR COM VOCÊS NESSE SHOW DE TALENTOS! — Sandy gritou quando já estavam mais longe.

— SÓ SE FOR NOS SEUS SONHOS! — Joaquim gritou de volta.

***

Quando voltaram para casa, as Chiquititas contaram para tia Flora sobre o show de talentos, muito animadas.

— Show de talentos, é? Nem sabia que escola pública tinha essas coisas...

— Ah essa escola deve ser um pouco diferente — disse Eleanora.

— Você vai deixar a gente ir, né? — Disse Sandy.

— Por favoooor!!! — As três meninas imploraram juntas.

— De jeito nenhum! Vocês precisavam ir pra escola pra estudar, não pra cantar e dançar na frente de uma plateia. Se fosse o caso, eu levaria vocês numa gravadora, não numa escola.

— Mas, tia, é por uma boa causa! — Disse Janete.

— É? E que causa é essa?

Janete pensou duas vezes antes de responder. Se dissesse qual era a boa causa, automaticamente teria que dizer que precisariam pagar pelo show e, como a tia era pão-duro, aí é que não deixaria mesmo elas participarem!

Depois que almoçaram e Flora saiu para o trabalho, as Chiquititas conversaram sobre o assunto.

— Pelo jeito a gente não vai mais participar... — Suspirou Janete.

— Ah, a gente vai, sim! — Afirmou Sandy.

— Mas a tia Flora não deixou...

— É só ela não saber! A gente tem até o final do bimestre pra pensar num plano.

— Tá, mas a gente não tem dinheiro — Eleanora contestou.

— A gente pensa num jeito de conseguir.

— Não que eu concorde com essa coisa de sair escondida — disse Janete —, mas por que não usamos o dinheiro das nossas mesadas?

— Olha, eu sei que você gosta de sonhar, mas acorda, Janete! A gente não ganha mesada desde... você sabe quando!

— Mas eu ainda tenho o dinheiro que recebi do papai e da mamãe.

— Sério?! — As irmãs perguntaram admiradas. Sandy e Eleanora sempre gastavam suas mesadas no exato momento em que recebiam.

Janete levou as irmãs para o quarto e pegou seu cofrinho.

— Eu tava economizando pra comprar um baixo, mas esse dinheiro não chega nem perto do preço de um e, como eu não vou mais ganhar mesada, por que não usar num show de talentos que é uma oportunidade perfeita pra nossa banda ser descoberta?

Sandy e Eleanora ficaram impressionadas com a quantidade de dinheiro que tinha no cofrinho de Janete.

— Como você conseguiu guardar tudo isso? — A mais velha perguntou.

— Com todo esse dinheiro dá pra gente pagar pelo show e ainda comprar todas as roupas da apresentação!

— Também não exagera, né, Eleanora? Roupas pra apresentações assim têm que ser muito elaboradas e... CARAMBA! A gente não tem figurino pra apresentação!

— Calma, um problema de cada vez! — Disse Janete. — Já temos como pagar, então podemos participar com certeza. Depois a gente pensa nas roupas ou na nossa fuga.

— É, tem razão. Ai eu tô doida pra acabar com os Cuecas nesse show! E vocês?

— A gente não quer "acabar" com eles — respondeu Janete.

— É, só queremos ser amigas deles... — completou a mais nova. — E você não tá ajudando, Sandy!

— Eu? Vocês viram que eu tentei me desculpar, mas aquele Joaquim só ficou falando um monte de besteira...

— Tá, ele deu mancada mesmo — disse Janete —, mas...

— Mas o quê? Vai tentar defender ele agora? Desculpa, mas não tem como!

— Não, eu não quero defender ele. É só que eu acho que ele ficou realmente triste pelo jeito como você agiu no começo e, sei lá, é muito orgulhoso pra aceitar as suas desculpas... Na verdade, eu acho que vocês dois são muito parecidos...

— Que horror! Eu não tenho nada a ver com aquele idiota.

— Sandy, teve uma coisa que eu não entendi — disse Eleanora. — Por que você disse que tava "atordoada com alguns pensamentos e sentimentos"? Desde quando isso tá acontecendo?

— Verdade, você não falou sobre nada disso com a gente...

— Ah, é que... Foi desde que a gente começou a frequentar essa escola...

— Ontem?

— É. Sei lá, vocês ficaram tão animadas pra conhecerem os Cuecas, mas eu... eu fiquei com vergonha. Tipo, eles são uma banda de verdade e a gente só fica ensaiando de brincadeira e nunca chega a lugar nenhum... e ainda éramos fãs deles! Eu pensei que eles pudessem nos achar patéticas.

— Mas eles nunca achariam isso! — Disse Eleanora. — Eu contei pra eles da nossa banda e eles disseram que faziam a mesma coisa quando ainda não eram famosos.

— Sério? Bom, mas também tem outra coisa... que eu não vou falar pra vocês.

— Fala! — Disseram as duas irmãs.

— Ai, tá bom! Mas não me julguem! — Ela deu uma pausa antes de continuar. — Uma das coisas que o Joaquim falou tava certa: eu tô mesmo incomodada por estudar em escola pública...

— Sandy!

— Eu tô me sentindo pobre. E aquela escola é tão... pequena e pobre...

— Eu não acredito! — Disse Janete.

— Olha, a gente nunca foi rica, pra começar... — Eleanora falou.

— Eu sabia que vocês iam me julgar! E com razão, eu penso coisas tão ridículas, às vezes... Eu sei que eu tô sendo muito ingrata porque antes nem estudando a gente tava... Eu vou tentar parar de pensar nessas coisas e me acostumar com a escola.

***

Com um tempo, Sandy conseguiu mesmo se acostumar com a escola e parar com frescura. Seu único problema agora era Joaquim. Não tinha um dia sequer em que os dois não brigassem ou pelo menos não ficassem olhando com cara feia um pro outro. Por causa disso, os outros irmãos e as outras irmãs não tinham muitas chances de se falar, o que era muito chato, já que queriam ser amigos. Eles queriam pensar em um jeito de parar com essa guerra entre Joaquim e Sandy, mas não sabiam como.

Em casa, Joaquim andava muito esquisito e Davi percebia isso. Por alguma razão, as brigas com Sandy sempre mexiam muito com ele, de modo que o garoto quase sempre se mostrava ou triste ou com raiva ou só esquisito mesmo.

O pai não dizia nada porque não sabia o que dizer (afinal, ele era novo nesse negócio de pai); até que um dia, Joaquim disse que não tinha nada para fazer e resolveu fazer o dever de matemática por livre e espontânea vontade. Isso era demais! Joaquim repugnava os deveres de casa, principalmente os de matemática. Davi, então, decidiu perguntar para Samuca e Téo o que estava acontecendo e os dois responderam na mesma hora:

— Sandy.

Os meninos explicaram toda a história, desde o dia em que conheceram as meninas.

— Então é isso tá causando o comportamento estranho dele? É, até que faz sentido...

— Sério? — Perguntou Téo, incrédulo. — Porque, pra mim, não faz sentido nenhum. Se ele não quer ficar triste, é só não brigar...

— Davi, você podia falar com ele — sugeriu Samuca. — Nem a gente nem as irmãs da Sandy sabemos como resolver isso... Você é adulto, talvez consiga.

— E você é o pai dele — complementou o irmão.

— Tá bom, vou lá falar com ele.


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Notas finais do capítulo

Que confusão, né? Kkk
Quero saber o que vcs acharam!



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