A manhã estava calma, pelo menos por enquanto. Eu estava mais uma vez na varanda de casa, lendo mais um romance, tentando fazer o tempo passar. Se completava uma semana e nós ainda estávamos aqui e isso estava ficando irritante. Meus pais estão se tornando mestres nisso. Agora, para piorar a situação, estavam ambos trabalhando no hospital junto com vovô, diminuindo as chances de voltarmos para Forks. Eu estava me convencendo que ficaria aqui nas férias, mas mesmo assim a saudade não diminuía. Eu queria ver vovô, Claire e todos os garotos, até Leah, e ... Jacob. Ah, Jacob. Eu havia tentado ligar para ele, mas ele nunca estava em casa.

-Argh! –coloquei o livro de lado, me concentrando em algo que não fosse esse romance idiota ou a minha saudade de La Push.

-Deixa eu adivinhar, você está cansada de tudo isso e quer ir para La Push! –Alec sorriu aparecendo, eu sorri de volta. –Viu, não preciso ser seu pai para saber o que você quer. –ele sentou do meu lado.

-Ninguém precisa ser meu pai para saber disso. –suspirei e ele me puxou para um abraço. Nessa casa, Alec parecia ser o único que me entendia.

-Que tal nos divertirmos? Podemos ir ao cinema, se quiser.

-Que tal fugirmos daqui?

-Está vendo?

-O que?

-Você pode se divertir aqui, mas não quer. Quer ficar fazendo birra. Edward e Bella te mimaram muito sabia?

-Não, não me mimaram. –cruzei os braços.

-Ah, vamos lá. Olha, abriu um novo espaço de diversão. O Rocket. –ele insistiu

-Não. –peguei o livro e voltei a ler.

-Não me faça te obrigar.-ele deu um sorriso malicioso

-Nem pense nisso Alec Cullen.-me afastei dele

-Ah sim.

-Não. Não. -gritei enquanto saia correndo e ele me seguindo.

-Vai ser divertido.

-Eu não quero ir! –gritei, mas eu sabia que era só uma questão de tempo até que Alec me agarrasse.

-Quando eu te pegar, vou te fazer milhares de cosquinhas. –nós continuávamos correndo ao redor da casa.

  -Nunca! –eu apressei o passo.

-Peguei! –ele gritou pulando sobre mim, me derrubando no chão e me enchendo de cosquinhas.

-Alec, para! Tudo bem, eu me rendo. Alec! –eu gritei entre sorrisos. Ele me olhou estranho. –Eu me rendo. –ele sorriu triunfante.

-Viu. Eu sei te fazer sorri. –ele levantou me puxando junto consigo.

-Tudo bem, mas eu não vou. –fiquei séria novamente e tirei a terra da minha roupa.

-Ah! Qual é? Eu não acredito que você não vai! –entrei para dentro de casa e ele me seguiu. –Todo mundo vai. Até Rosalie.

-Ótimo. Divirtam-se então. –peguei o telefone e disquei, mais uma vez, o mesmo número de sempre.

-Alô. –a voz masculina atendeu

-Oi Billy. É a Nessie. De novo. Desculpa, mas o Jake já chegou?

-Já sim, mas ele está dormindo.

-Ah, claro. Será que podia dizer pra ele me ligar assim que acordasse?

-Com certeza, querida. Bom, tem uma pessoa que quer falar com você.-ele passou o telefone para alguém

-Nessie! Minha filha, quando é que você vem, hein? Por que não me liga? Eu vou criar raiz aqui te esperando.-eu ri

-Oi para você também, Claire. Eu não sei quando vou, meus pais insistem em ficar aqui. Se divirta, não se preocupe comigo.

-Não acredito que eles continuam com isso. Ah, olha liga pro Charlie. Tadinho, se ele não falar com você, ele pira! –ela riu

-Claro, claro. Assim que eu desligar ligo para ele. Claire...e o Jake. Como ta? Ele está aí do seu lado, ouvindo tudo não está? Você sabe o que aconteceu com ele? Por que ele não quer falar comigo? Será que pode conversar com ele? Eu preciso saber o que está acontecendo.

-Hey, calma. Cada pergunta por vez. Bom, ele está mais ou menos. Eu estou ficando preocupada e Quil não me conta nada do que está acontecendo, mas ele sempre pergunta como você está. Isso é uma coisa boa e não, ele não está aqui do meu lado, ele realmente está dormindo. Passou a noite fazendo ronda. Eu já tentei conversar com ele, mas ele anda muito só e fala apenas com os garotos. Acho bom você vir logo.

-Acredite. O que eu mais quero é ir para ai. Diga pro Jake que eu estou bem, mas estou preocupada com ele. Vou tentar ir o mais rápido possível.

-Tudo bem. Vamos ficar esperando. Tchau. Beijos.

-Tchau. –desliguei o telefone e rapidamente digitei o número da delegacia do vovô, caiu na caixa de mensagens.

-Oi vô. Como você está? Eu estou bem. Morrendo de saudades para dizer a verdade. Então, se puder, ligue para mamãe e convença-a de que devemos ir pra aí. Se necessário, ameace-a. Sabe como ela é, né? Te amo. Beijo.

-Não acredito que você pediu isso a Charlie. –Jane riu

-Para sair daqui, vale qualquer coisa! –me joguei no sofá - Você também vai? –arqueei a sombrancelha vendo que ela estava arrumada.

-Claro. Todo mundo, menos você.

-Ah. –falei sem graça.

-Vamos? –tia Alice chamou descendo as escadas junto com tio Jasper, tia Rose e tio Emmett.

-Tia Alice...-choraminguei. Ela já sabia o que eu queria.

-Boas notícias! –ela andou até mim

-Sério? –dei um pulo do sofá

-Eu vi você conversando com o cachorro, você estava chorando, mas não parecia ser de tristeza. –ela franziu a testa. –Parece que vamos fazer uma pequena viajem. –ela sorriu

-Não acredito! –lhe dei um abraço

-Nessie. –ela me afastou e me olhou nos olhos -Não é certeza, estava tudo muito borrado e você sabe que isso pode mudar.-ela disse séria.

-Mas há uma chance, não há?

-Pequena, mas há. –ela sorriu

-Obrigada! –dei um gritinho –Finalmente.

-E agora, vai conosco? –tio Emmett perguntou

-Você não inventou isso, inventou? - encarei minha tia

-Claro que não. Agora, vamos?- ela respondeu e eu bufei

-Você avisou aos meus pais?

-Nessie, desde quando precisamos da autorização deles? –perguntou tio Jasper

-Desde sempre. –eu sorri

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  Passamos o resto da manhã e uma parte da tarde no Rocket. Foi muito divertido e eu consegui me distrair bastante. Depois fomos para o shopping fazer compras, até que umas 15 horas vovô Carlisle ligou pedindo que eu fosse para o hospital para fazer os exames de sempre. Alec foi me deixar lá.

-Oi querida. –ele me esperava na porta

-Oi papai. –lhe dei um beijo na bochecha e fomos em direção até o seu consultório.

-Olá Renesmee, como está? –a enfermeira Marly me cumprimentou.

-Olá. Bem, obrigada. –dei um leve sorriso.

-E aí, como estamos? –ele perguntou, fechando a porta.

-Melhor do que antes, pode ter certeza –respondi sem olhá-lo nos olhos e subi na balança.

-Oi querida. –mamãe sorriu entrando na sala, junto com papai.

-Oi mãe. Oi pai. –continuei com minha voz monótona

-Seu peso continua normal. –vovô falou -Levante os braços -fiz o que ele pediu. Papai e mamãe continuaram nos observando. Em questão de minutos, vovô tinha medido minha cintura, minha cocha, meu braço e minha altura. –Pronto. Está tudo normal. Parece que você está crescendo numa velocidade humana.

-O que quer dizer, que logo, logo eu vou parar de crescer? –perguntei

-É o que tudo indica. Você não cresceu tanto desde o mês passado.

-Então, talvez você pare de crescer aos 18 anos, como imaginávamos. –papai disse

-Isso é ruim? –perguntei novamente

-Não, de forma alguma, mas eu quero fazer mais um exame de sangue em você. –vovô respondeu

-Pode deixar que eu faço isso. –mamãe disse levantando da cadeira e me puxando para sala de coleta de sangue. –Ainda está zangada conosco? –ela perguntou

-Claro que não, mãe. –suspirei –Estou bem.

-Sério? Porque eu recebi um telefonema de Charlie e ele exigiu ver a neta dele. Algo a declarar?

-Não. Só que já faz uma semana! Vocês sabem que eu não quero viajar para nenhum lugar que não seja Forks. –reclamei entrando na sala e sentando na cadeira, enquanto ela pegava a seringa.

-E você sabe que só estamos fazendo isso para seu bem.-ela continuou

-Eu sei, mas já está na hora dessa brincadeira acabar.

-Tudo bem. Terminaremos essa conversa em casa.-ela disse guardando meu sangue coletado e fazendo um sinal para que eu saísse.

  Do lado de fora enquanto eu a esperava, recebi uma mensagem. De Jacob.

  Desculpe por não atender os telefonemas. Quando você vem? Precisamos conversar.

  Aquela mensagem me encheu de alegria. Então, ele estava sentindo minha falta, queria me ver. Sorri com a idéia.

-Estou indo para sala do papai.-disse para mamãe em pensamento.

-Edward. –entrei sem mesmo bater na porta e lá estava, o que eu imaginei, uma nova enfermeira, dando em cima do meu pai. –Com licença. –pedi

-Desculpe querida, mas o Doutor está ocupado, ou não está vendo? –ela me olhou cínica. Bufei.

-Desculpe querida, mas você não está vendo a aliança estampada na mão dele, ou está cega? –perguntei

-Não estou cega e o que isso tem a ver com você? –oww mulherzinha chata!

-Muito a ver. Ele é meu irmão. Então, tire seu cavalinho da chuva e vai procurar outro, porque esse aí tem dona! –ela saiu vermelhinha de raiva.

-Nessie... –ele começou, mas o impedi colocando o dedo em sua boca.

-Não pai. Deixe-me falar, por favor. O senhor tem que me deixar ir para Forks. Eu preciso ver Jacob!  Nem que seja por um dia. Depois eu viajo para qualquer lugar que vocês quiserem me mandar. Mas antes, por favor... –eu praticamente implorei

-Você aprendeu a ler mentes foi? –mamãe apareceu sorrindo

-Como assim?

-Eu e sua mãe conversamos e percebemos que não íamos convencer você a viajar para outro lugar, então decidimos, que todos nós vamos para Forks amanhã.-papai respondeu

-Quando decidiram isso?

-Ontem, depois que você dormiu. Fizemos votação lá em casa.  E Esme disse que de nada ia adiantar te prender aqui.-ela respondeu

-Então, todo mundo já sabia? –perguntei incrédula e eles sorriram. Isso era um sim. –Mas, eu preciso ir hoje!

-Tudo bem. Eu vou reservar passagens para você, Jane e Alec. Ok?

-Certo. Eu vou para casa. E, obrigada. Eu amo tanto vocês! –os abracei e dei um beijo em cada um. Pedi um táxi que me levou até em casa.

  Subi correndo as escadas até meu quarto. Peguei o celular e liguei para Claire.

-Claire! Estou indo para aí. –falei antes mesmo dela

-Aaahh! –ela deu um gritinho –Não acredito! Que horas?

-Agora. Só vou terminar de arrumar minhas coisas e vamos para o aeroporto.

-Que máximo! Vou avisar para Jacob. Espera aí, vamos? Não é só você que vêm?

-Eu, Alec e Jane. Os outros vão amanhã. Não, não avise. Quero que seja surpresa.

-Certeza?

-Sim. Preciso desligar. Tchau. –fechei o celular e voltei a arrumar a mala –Jane e Alec, arrumem suas coisas vocês vão comigo, ouviram eu dizendo pra Claire né?. –falei aparecendo no corredor.

-Que!!?? –Jane perguntou abrindo a porta do seu quarto.

-Vamos logo. Eu não quero perder o vôo.

-Quem inventou isso? –ela perguntou

-Papai. –eu sorri e entrei no quarto.

  Depois de ter arrumado a mala, tomei um banho e vesti uma calça jeans, uma blusa rosa manga longa, um casaquinho escuro e meu all star.

-Está animada, hein? Posso saber o motivo? –tio Jasper perguntou aparecendo na porta.

-Sim e sim! –sorri –Eu decidi.

-Tem certeza disso? –ele pareceu preocupado

-Sim. Não posso perdê-lo outra vez. Está decidido. Obrigada tio, você me ajudou com isso. – o abracei –Não deixou eu perder as esperanças e me deu coragem  para que eu possa contar para Jacob o que eu realmente sinto por ele.

-Não fiz mais que minha obrigação. –ele sorriu

   -Fez sim. –lhe dei um beijo, peguei minha bolsa e descemos para sala.

  O carro já estava fora da garagem e as malas guardadas. E junto com tia Alice, tio Jasper foi nos deixar no aeroporto. A viajem duraria apenas algumas horas, então, quando chegássemos em Forks daria para eu ir ver Jacob.