Lovestoned escrita por Ducta


Capítulo 4
Surpresas pra pai e filha


Notas iniciais do capítulo

mil desculpas pela demora, estou cheia de trabalhos escolares pra fazer dudes "/



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POV Justin

Não vou negar que estava me sentindo péssimo. Agora que tudo estava, em termos técnicos, bem e a Alethia estava ali, deitada do meu lado, eu vi tudo o que eu podia ter feito. Podia ter chamado a polícia discretamente, podia ter pedido pro tio Percy buscar a Annabeth, eu mesmo podia ter ido lá quebrar a cara dele. Eu tentei pensar pelo lado bom, ela não tinha sido estuprada, mas o lado ruim ainda martelava na minha mente. Eu deixei Alethia dormindo e saí da casa dos meus tios silenciosamente.

Já passava das três da manhã, eu não queria ir pra casa, estava cheio de raiva e dentro de casa tinha muita coisa quebrável.  Fiquei andando pelas ruas até o dia clarear, fazendo uma coisa que a Alethia havia me ensinado quando tínhamos seis anos.

Flashback on  

- 18 de setembro, sexta-feira, 10 anos atrás.-

-Justin, calma. – Alethia disse segurando minhas mãos. – Vou te ensinar uma coisa pra passar a raiva. – ela continuou sorrindo.

Eu estava totalmente irritado e descontrolado, não podia acreditar que meu skate havia quebrado no meio! Como eu consegui fazer isso? Lâminas de espada são incrivelmente atrativas pra crianças de seis anos.

- Respira fundo, – Alethia me instruiu – Agora conta até dez enquanto solta o ar devagar.

Eu obedeci.

- Não tá ajudando – eu reclamei.

- Lógico que não, você só fez uma vez! – ela rebateu – tem que fazer até você se sentir melhor.

-Isso vai demorar! – eu reclamei de novo.

-Para de ser ranzinza garoto!

-Você tá falando igual minha mãe – eu observei. Ela apenas riu e apertou minhas mãos me incentivando a continuar o exercício de respiração.

Depois da terceira vez eu já estava calmo.

- É agora eu to melhor! – eu disse sorrindo – vou fazer isso sempre!

- Sempre funciona – Alethia concordou sorrindo.

Flashback off

Eu imaginei o sorriso sapeca da Alethia de seis anos enquanto fazia aquele exercício de respiração. Dessa vez eu demorei bem umas duas horas e meia pra me acalmar, ajudou. Afinal, sempre funciona.  Então eu decidi voltar pra casa.

- Onde você estava Justin Richard di Ângelo?! – Foi a recepção que recebi da minha mãe quando abri a porta da sala.

-Na casa do tio Percy. – Eu menti descaradamente. Se eu disse pra minha mãe que fiquei vadiando das três às seis da manhã pelas ruas de Manhattan, ela provavelmente – com toda a minha certeza melhor dizer – ia enfartar.

-Até essa hora? – ela perguntou desconfiada.

-Alethia demorou pra dormir – eu menti de novo enquanto me sentava ao lado dela no sofá.

- E desde quando ela precisa da sua ajuda pra dormir? – Ela perguntou passando seu braço em volta de mim.

-Ela teve uma noite difícil.

-Quer me contar alguma coisa? – Minha mãe perguntou passando sua outra mão no meu cabelo.

Isso era uma das coisas que eu apreciava na minha mãe, ela pegava tudo no ar. Mas nem sempre isso era bom.

-Melhor não.

-Quando você estiver preparado então?

-Quando eu não tiver mais pra onde correr. – Eu sugeri.

-Tudo bem então. – ela concordou sorrindo. – Vai pra escola virado de novo né mocinho? – ela disse olhando no relógio.

-Ah não! – eu lamentei. Hoje tinha futebol e eu estava morto de sono.

-Pro banho e depois rua, melhor dizer, escola, mocinho! – Minha mãe disse me empurrando do sofá e depois deu um tapa fraco na minha bunda.

-Mãe!

-Futebol está de fazendo bem, filho! – ela disse rindo.

-Mãe! – eu exclamei de novo enquanto subia as escadas.

-Não quero nem imaginar o quanto de meninas que correm atrás de você. – ela disse rindo.

-Mãe! – eu exclamei pela terceira vez.

A dona Angelina tinha o poder de me deixar encabulado facilmente, coisa que geralmente não é tão fácil de se fazer. Minha única explicação: toda mãe é assim.

-Você não tinha que estar no trabalho essa hora, Angelina Demetria di Ângelo? – Eu perguntei retrocedendo até a ponta da escada.

-Como você esperava que eu fosse trabalhar com meu único filho perdido pelo mundo e com o celular desligado? – Ela rebateu.

-Mãe eu te amo. – Eu disse simplesmente e ela sorriu.

-Te amo também. Agora pro banho que já são seis e quarenta, Justin!

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-Justin! Justin! Justinzinho que aconteceu com você meu priminho lindo do coração?! – Alethia começou a gritar me fazendo pular da maca, ainda sonolento.

-Que...? Que foi Alethia? Você tá bem? – eu perguntei enquanto ela me pegava em um abraço apertado.

-Comigo tá tudo bem uai, e com você?

-Eu to ótimo, porque eu não estaria bem? – EU perguntei confuso.

-Ah, porque você foi trazido pra enfermaria pelo treinador!

-E o que isso tem demais?

-EU QUERO SABER O QUE ACONTECEU JUSTIN RICHARD, SEU ENERGUMINO! – ela gritou enquanto me sacudia pelos ombros, isso me fez despertar.

- Ai Alethia, calma! – eu disse tirando os braços dela de mim – Eu só fingi que desmaiei. – Eu confessei me certificando que estávamos a sós na enfermaria.

-O que?! Por quê?

-Porque eu virei à noite, precisava dormir e não estava na menor condição de jogar futebol, aí eu fingi que desmaiei pra poder dormir um pouco.

-Você não tem vergonha na cara não? – ela perguntou visivelmente ofendida. – Eu me descabelei, gritei que nem louca pelos corredores enquanto vinha pra cá, achando que você tinha sofrido uma parada cardíaca ou alguma coisa séria e você estava dormindo?

-Aprende a ser menos dramática. – Eu disse aos risos.

-Volta a dormir, seu idiota! – ela disse enquanto caminhava até a porta da enfermaria. – Apropósito, minha mãe pediu pra gente chegar cedo em casa porque nós vamos no supermercado hoje, a família toda. – Ela disse indiferente.

Então, quase todo mês – desde que me entendo por gente – meus pais e meus tios vão ao mercado juntos. Antes isso era algo divertido pra mim e pra Alethia, agora já é extremamente entediante, mas já é uma espécie de programa de família.

-Quero você longe do corredor do 3° ano ok? Pra por via das dúvidas, eu deixei o Peter e o Dean de sobreaviso.

-Você contou pra eles? – Alethia ficou assustada e estática ao lado do batente da porta.

-Claro que não, só pedi pra eles ficarem de olho em você.

-Para de obedecer meu pai, Justin. – Ela disse logo que eu terminei a frase – Mas obrigada assim mesmo.

E, com um sorriso doce nos lábios, ela bateu a porta e ei voltei pra maca com o sono pegando de novo.

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POV Alethia

-Justin, - eu chamei enquanto nossos pais passavam as compras no caixa – Você viu aquele cara loiro ali no outro caixa?

-Vi, ele tá olhando pra tia Annabeth tem um tempão, por quê?

-Que será que ele quer com a minha mãe?

O cara loiro grandão viu que nós estávamos olhando, mas não parou de encarar minha mãe, que não tinha notado nada até agora.

-Não sei, mas ele continuar a olhar eu vou contar pro tio Percy – Justin disse avaliando o sujeito.

O cara só parou de olhar pra minha mãe quando uma garota do meu tamanho mais ou menos, cabelos ruivos e olhos azuis como os dele parou ao seu lado e disse alguma coisa que eu não podia ouvir.

-Annie, as chaves do carro estão na sua bolsa? – Meu pai perguntou apalpando os bolsos.

Essa frase fez o cara levantar a cabeça e olhar pra minha mãe de novo.

-Annabeth? – Ele disse.

Minha mãe olhou diretamente pro homem com uma expressão curiosa, mas ela só durou um minuto.

-Ah meus deuses, Ryan?

-É! – o tal do Ryan exclamou

No segundo seguinte, eles estavam abraçados.

Meu pai olhava a cena com uma expressão incrédula e era acompanhado pela tia Angie. O tio Nico estava apenas surpreso, já eu, Justin e a garota ruiva olhávamos a cena confusos. Afinal de contas quem era aquele cara?

Por via das dúvidas, eu fui abraçar meu pai. Sabia que ele era muito ciumento e pelo visto não gostava do tal do Ryan.

-Caramba, mais de vinte anos que eu não te vejo Annie! – Ryan exclamou quando soltou minha mãe.

-Annie? – meu pai sussurrou mais pra ele mesmo do que pra mim – Que intimidade é essa agora?

-Quem é ele pai?

-Um ex-namorado da sua mãe. – Ele disse secamente ainda fuzilando o loiro com um olhar.

-Pois é, Ryan. – minha mãe concordou sorrindo. – hm, acho que você lembra da Angie e do Nico não é?

-Claro que lembro! – ele disse se virando pra minha tia – Angie, a sensação do acampamento. – ele disse estendendo a mão pra minha tia que apertou a contragosto.

-Sensação do acampamento? Não sabia dessa. –Minha tia confessou. O Ryan apenas riu e se direcionou pro tio Nico, eles não trocaram nada mais do que um aperto de mão.

-Ei Percy. – o loiro disse estendendo a mão pro meu pai, que assim como minha tia, apertou de contragosto e não disse nada. – Que menina linda! – Ele disse passando a mão no meu queixo. – Só pode ser sua filha, Annie.

-Sim, ela é. O cabelo entrega não é?

-Não, ela é linda como você.

Antes que minha mãe pudesse responder, meu pai ergueu a voz.

-Obrigado Ryan.

-Ah, Bonnie, vem cá filha. – Ryan disse e a menina ruiva se postou ao lado do pai.

Ela tirou os cabelos longos do ombro com uma das mãos, o olhar em mim com arrogância.

-Uau – eu ouvi Justin murmurar.

Ele estava com a boca meio aberta e tinha ficado visivelmente encantado pela ruiva. Aquilo me incomodou. Muito.

-Justin! – Eu o repreendi com um sussurro.

Não adiantou, ele continuou olhando a ruiva.

A ruiva, Bonnie, cumprimentou minha família, mas não disse uma palavra, nem sorriu. Quero dizer, a exceção do Justin. Mais que diabos ele provoca nessas meninas que eu não consigo entender? Eu pensei, mordendo minha língua pra não gritar algo como “sua biscate arrogante, sai de perto do meu primo!”

Depois de mais alguns minutos de conversa entre minha mãe e o Ryan nós descobrimos que ele tinha se mudado pra Manhattan e que Bonnie – por sorte ou não – estudaria comigo e com Justin a partir da próxima segunda-feira.

-Ah merda! – eu sussurrei quando a Bonnie se aproximou do Justin de novo.

-E então Justin, a escola é muito grande?

Que merda de pergunta era aquela?

-Um pouco, por quê? – Justin respondeu meio bobo.

-Não quero me perder, quero fazer amigos logo, não gosto de ficar sozinha.

Cretina! Ela mal conheceu o Justin e já estava dando em cima dele e na cara dura! Deuses me segurem pra eu não quebrar a cara dessa menina!

-Eu não vou te deixar sozinha. – Justin respondeu dando um sorriso que eu conhecia bem.

Droga! Ele aceitou a cantada barata dela. Deuses me segurem pra eu não quebrar a cara dos dois!

-ah, obrigada – ela disse com um sorriso doce.

Eu conhecia aquele sorriso. EU dava aquele sorriso quando sentia que tinha conquistado um garoto.

-ah droga! – Eu disse em voz alta.

-Que foi filha? – Minha mãe perguntou me olhando assustada.

-Os níveis de tensão estão altíssimos aqui – Eu disse dando as costas pro novo casal.

-Sim, muito altos – Meu pai concordou colocando as mãos no bolso da calça.

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Enquanto voltávamos pra casa, minha mãe estava eufórica, meu pai calado e eu muito irritada.

Por quê? Simples.

Eu tenho plena consciência que sou a menina mais famosa da escola, por que sou linda e poderosa e algumas coisinhas mais. Mas como novidade nunca é demais, eu já estava imaginando os meninos babando na Bonnie quando ela atravessar os portões da escola. Legal, tenho cinco dias pra hipnotizar a escola toda e manter todos eles de olho em mim quando ela chegasse na escola.

Sim, eu estou com inveja e daí?


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