Por Amor escrita por KayallaCullen, Miss Clarke
Londres, 1863
—Mãe, não acho que uma festa seria de bom tom.- disse enquanto jantávamos em família como sempre.
—Porque não meu filho? É o seu aniversario de vinte e três anos, e essa data deve ser comemorada. Ainda mais depois do que houve há dois meses, não me prive disso querido.
—O que acha disso amor?- questionei para Teodora que revirava a comida em seu prato sem prestar atenção a nossa conversa.- Teodora?
—Sim.- ela sussurrou confusa enquanto me olhava.
—Está tudo bem?- questionei preocupado.
—Não, estou com um pouco de dor de cabeça. Se me dão licença, vou me retirar e deitar um pouco.- ela sussurrou e concordamos antes dela se retirar.
—Com licença.- disse antes de sair da mesa e ir atrás de minha esposa.
Por sorte encontrei Teodora no meio das escadas que levavam em direção ao andar de cima, mas antes que pudesse lhe perguntar o que estava acontecendo, minha esposa desmaiou e a peguei no colo, evitando que caísse nos degraus.
—Julia.- chamei preocupado assim que entrei em meu quarto com minha esposa desmaiada no colo.
—Sr. Redford, o que houve?- Julia questionou preocupada enquanto colocava minha esposa na cama.
—Não sei Julia, apenas me ajude a deixá-la mais confortável.- pedi e ela concordou enquanto começávamos a tirar a roupa de Teodora, deixando-a apenas de camisola.
—Graças a Deus você acordou.- disse aliviado assim que ela abriu os olhos.
—O que houve?- ela questionou ainda confusa.
—Você desmaiou e a trouxe para o quarto. O Dr. Johnson, já está a caminho.- disse preocupado enquanto acariciava seu rosto de leve.
Só de pensar que Teodora podia estar doente, já me desesperava.
Assim que o Dr. Johnson chegou, ele me pediu que eu saísse do quarto, ficando apenas ele, Teodora e Julia.
Aguardei na porta do meu quarto o que pareceu ser horas, até que o Dr. Johnson saiu do mesmo.
—E então, Dr. Johnson o que minha esposa tem?- questionei aflito e ele suspirou.
—A Sra. Redford está bem, só está um pouco fraca. Mas logo se recuperará.
—Tem certeza Dr. Johnson? Porque não é a primeira vez que Teodora passa mal, ultimamente isso está se tornando quase uma rotina.
—O senhor conhece bem a sua esposa ?- ele questionou e pisquei confuso.
O que o Dr. Johnson estava querendo com aquela pergunta?
—Claro que sim.
—Que bom. Tudo que posso lhe dizer é para pensar com cuidado e ver o que está de errado com sua esposa, tenho certeza que irá descobrir em breve.
—Porque o senhor não me conta, por acaso é algo grave?
—Não é nada grave. E não posso lhe contar, pois estou preso ao meu juramente, o senhor como advogado me entende.
—O sigilo medico paciente.- disse e ele concordou antes de sair.
Frustrado, tudo o que me restou a fazer foi entrar no meu quarto e perguntar a Teodora que não respondeu nada e nem insiste, pois a mesma parecia atordoada com algo.
Só me restou pensar nas palavras do Dr. Johnson enquanto cuidava de minha esposa.
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Já havia se passado uma semana desde a proposta da minha mãe sobre a festa, tentei a todo custo convença-la de não realizar a festa, mas a mesma me ignorou completamente enquanto fazia os preparativos do jantar.
—Será que poderíamos conversar?- Teodora pediu entrando no quarto após ter ido verificar os últimos preparativos do jantar do meu aniversário.
—Claro. Mas antes me deixe olhar para você.- pedi e sorri encantado enquanto olhava para a minha esposa que estava linda.- Você está linda, amor.
—Obrigada Amor.- ela disse apreensiva.
—O que houve? Você parece apreensiva.
—Eu preciso lhe contar algo, mas não sei como fazer isso. E nem sei como você irá reagir ao que irei lhe dizer.- ela começou a dizer angustiada e sorri suave.
—Está tudo bem amor, eu sei de tudo.- disse e acariciei seu rosto de leve.
—Você sabe?- ela questionou entre lagrimas e sorri emocionado.
—Eu sei. Dr. Johnson não quis me dizer, mas me deu algumas dicas que me fizeram pensar e chegar a verdade.
—Que verdade?
—Que você está grávida.- disse e ela me olhou surpresa pelo que disse.
—Como você...- ela sussurrou perdida em pensamento.
—Eu lhe disse. Pensei muito sobre o que o Dr. Johnson havia me dito, e percebi que suas regras ainda não tinham vindo.- disse e ela sorriu em meio as lagrimas antes de me abraçar com força.
—Eu amo muito você. E vou continuar amando-o até o resto da minha vida, não importa o que aconteça.- Teodora sussurrou em meu ouvido.
—Não vai acontecer nada meu amor,eu prometo.- sussurrei antes de beijar sua testa com carinho.
Assim que Teodora estava mais calma decidimos descer para recebermos os convidados.
Apesar de não querer a festa desde o começo, devo admitir que estava feliz em ter meus amigos em um dia tão especial para mim.
—É uma falta de educação seus sogros não virem em seu aniversario.- meu pai disse suave assim que se aproximou de mim.
—Pai, o senhor e eu sabemos que desde que Teodora se casou comigo eles não se preocupam com a filha.- o lembrei e ele concordou.
—Essa pobre jovem só tem a nós agora.- meu pai concluiu e concordei.
Mas nosso clima de felicidade acabou assim que Alexandrina entrou em minha casa ao lado de uma freia, o que nos deixou confusos.
—O que faz aqui Alexandrina?- Virginia questionou seria assim que nos aproximamos de sua ex-amiga.
Pois minha irmã me disse que havia brigado com ela, por causa de Teodora.
Virginia me disse certa vez que estava preocupada com a nossa segurança, pois sua amiga estava a cada dia se mostrando mais insana quando se tratava de mim.
—Vim apenas, entregar o presente do seu irmão.- ela disse a Virginia assim que me aproximei dela.
—Obrigado, mas não estou interessado.
—Tenho certeza que esse presente será o melhor de todos.- ela disse sorrindo suave.- Está é a madre Paula. Ela é a madre superiora do convento que sua esposa passou a maior parte de sua vida.
—O que significa isso?
—Madre Paula, aquela é Lady Davies?- Alexandrina questionou apontando para a minha esposa que olhava aterrorizada para a madre.
-Não. Lady Davies morreu há quatro meses. A mesma vivia doente, e quando ela piorou seus pais decidiram levá-la para casa, alguns meses depois recebi uma carta de seus pais dizendo que a mesma havia morrido e não voltaria mais para o convento.- a madre disse e todos olharam para Teodora que chorava sem parar enquanto estava sendo amparada por Julia.
—Isso não pode ser verdade. Essa mulher só pode ser uma atriz, quanto foi que a Srta. Scott lhe pagou para inventar essas mentiras?- meu pai questionou chocado.
—Me respeite senhor, sou uma serva de Deus e jamais mentiria.- a madre disse ofendida.
—Isso só pode ser uma brincadeira de mal gosto.- meu pai disse ainda sem acreditar, mas assim que olhei para Teodora soube que era verdade.
—Você mentiu pra mim.- a acusei entre lagrimas e ela chorou ainda mais.
—Meu Deus, então é verdade.- meu pai disse chocado.
—Me desculpem, eu não tive outra escolha. - ela soluçou assim que conseguiu falar.
Assim que ouvi sua confissão minha cabeça começou a dor, me fazendo perder os sentidos.
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Imagem do capitulo:
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