Papeis, livros, eu-lírico e eu te amo escrita por Tia Lina


Capítulo 8
Um universo completamente novo


Notas iniciais do capítulo

Oláááááááááá, enfermeira! Tudo bem com vocês? ^^ Eu sei, eu sei, deveria ter postado ontem, mas fiquei o dia todo fora de casa e quando voltei não pude pegar o note pq ele estava sendo usado Ç_Ç Enquanto o meu não voltar do conserto, fico dependendo do da minha irmã e, bem, o que é justo é justo, certo? Ela estava usando e eu não podia tirar dela. Enfim... Vamos ao que interessa

BoA leitura ^^



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Aquele lugar era o inferno.

Bucky não acreditava naquele conceito medieval e ultrapassado de céu e inferno, mas ele teve a certeza de que, se existisse mesmo algo como um lugar perturbador para onde as almas perdidas iam após a morte, ele se pareceria exatamente com aquilo. Ele nunca vira tantos adolescentes sob efeito de tantas substâncias diferentes antes. Ele também nunca vira tantas pessoas se agarrando simultaneamente em espaços tão pequenos e inimagináveis como vira logo que pisara na entrada daquela casa. Havia um trio se agarrando logo no hall, e ele tivera dificuldade de escapar das mãos de uma das garotas assim que se aproximou.

Steve caminhava como se nada daquilo fosse novidade para ele, e talvez não fosse mesmo, ele costumava frequentar algumas festas com o seu ex namorado e Bucky tinha certeza de que todas elas se pareciam exatamente com aquele pandemônio. Quando se aproximaram da sala, Bucky percebeu que Steve falava com ele, mas não conseguia ouvir uma palavra sequer que saía dos lábios rosados do outro. Via a sua boca se mover e um sorriso ou outro surgir e só conseguia achar bonito demais para se importar com qualquer desculpa que ele talvez estivesse soltando.

— Por aqui. – Ele gritou, segurando sua mão e o arrastando para longe das caixas de som.

Passaram por muitas pessoas, Steve conhecia algumas enquanto Bucky não conseguia sequer reconhecer um rosto específico. Eram todos muito iguais e muito diferentes ao mesmo tempo, ele não estava conseguindo raciocinar muito bem. Aquela maldita música ruim cortava todo o seu raciocínio lógico sempre que começava a pensar em algo novo. E então a música ficou mais baixa de repente e ele se viu numa saleta menor. Poucas pessoas sentadas aqui e ali, jogando conversa fora sobre assuntos que ele se acostumara a ler nos trabalhos universitários que corrigia.

Steve sorriu em sua direção, finalmente soltando a sua mão para apontar para um dos cantos, onde ficava um dos sofás. Eles se sentaram lado a lado e ficaram calados por muito tempo. Bucky queria ter dito antes que Steve ficava muito bonito naquelas jeans escura que marcavam muito bem as curvas naturais de suas coxas, assim como queria ter tido oportunidade de dizer que aquela combinação de camiseta branca e camisa de flanela de xadrez azul deixavam seus olhos maiores e mais bonitos, no entanto ele deixou  – outra vez – tempo demais passar e acabou guardando todos esses pensamentos para si enquanto saíam de sua casa às pressas, fugidos dos comentários de seus pais.

Steve, por outro lado, dissera ao Barnes que ele estava discretamente charmoso naquela sua combinação simples assim que o vira, Bucky não soube responder àquele elogio, não recebia muitos em sua vida e definitivamente não sabia como reagir quando algum vinha da boca do loiro. Achou, no momento, que sorrir e aquiescer levemente daria conta do agradecimento, mas agora estava sentado ao lado do Rogers e se sentia um idiota por não saber o que fazer. Esfregava as mãos enquanto se concentrava em absolutamente todos os detalhes daquela saleta mal iluminada, tentando desesperadamente se focar em uma conversa sobre átomos de dois jovens logo ao seu lado para se sentir menos deslocado naquele ambiente caótico.

— Quando me disse que não gostava de festas, não imaginava que tivesse ansiedade social, Bucky. – E lá estava aquele sorriso bonito e aquela mão na nuca outra vez. Bucky conseguiu sorrir um pouco.

— Eu não tenho, acho. – Deu de ombros. – Só estou me sentindo um pouco desconfortável num ambiente que foge da minha zona de conforto.

— A hora que quiser partir, é só me avisar. Só vim para marcar presença e rever alguns amigos. – Sorriu novamente.

— Você conhece muitas pessoas aqui. – Bucky pontuou. – Este não parece ser um ambiente hostil para você.

— De fato. – Steve respondeu após ponderar por uns segundos. – Não é um ambiente hostil, mas isso não significa que seja o meu lugar favorito. Essas pessoas são somente conhecidas de tempos passados, é muito difícil conhecer alguém com quem possamos contar pelo resto de nossas vidas numa dessas festas. Eu aprendi a procurar os lugares certos para ficar, algumas conversas realmente interessantes acontecem nos cantos certos de toda festa, Bucky.

— Acho que não tenho um bom argumento para rebater este. – Ele riu soprado, sentindo-se mais relaxado. – Você sempre se isolava nas festas?

— Nem todas. – Steve fez uma careta involuntária, aproximando-se um pouco mais do moreno ao se virar em sua direção e apoiar o braço no encosto do sofá. – Às vezes as pessoas conseguiam me arrastar para a pista de dança, uma catástrofe que eu prefiro não lembrar.

— Acho que eu preciso te ver dançando para poder julgar com os meus próprios olhos agora.

— Quer me levar para dançar, Barnes? – Steve arqueou uma sobrancelha de maneira zombeteira. – Sem me pagar um jantar antes? Mas como os tempos estão mudados, não?

— Vivemos numa época diferente, deveria se acostumar. – Bucky riu levemente, sentindo o sorriso morrer aos poucos conforme se perdia na imensidão azul dos olhos do outro. Se pegou rindo novamente logo em seguida. O que fez Steve rir também.

— O que foi?

— Nada. – Bucky negou de leve, ainda rindo. – É só que eu estava pensando em como isso tudo é muito estranho.

— O que é estranho? – Steve apoiou a cabeça em seu punho, e sua expressão serena era tão bonita que chegava a apertar o coração do Barnes.

— Eu ter trocado Cathy e Heatchcliff por uma festa em um sábado à noite. – Não, eu troquei Emile Brontë por Steve Rogers, Bucky corrigiu mentalmente. Steve pareceu ler a sua mente, porque o seu sorriso era diferente agora.

— Talvez eu possa oferecer uma conversa mais interessante do que Brontë te ofereceria. Pense em todo o universo que posso compartilhar contigo em cinco minutos de conversa, hn? – Arqueou uma sobrancelha e Bucky sentiu vontade de morrer.

Bucky tinha os olhos no tom mais bonito de verde que Steve já vira. Eles não eram exatamente verdes, estavam mais para uma mistura de azul com verde que servia somente para o confundir dependendo da luminosidade, e pareciam ficar mais intensos quando ele ficava sem saber como reagir frente à uma situação embaraçosa. Steve descobrira que deixá-lo sem graça era sua diversão favorita desde que notara que os olhos do outro sempre pareciam brilhar mais nesse tipo de circunstância. Era como mergulhar num lago indecifrável de sensações. Steve riu soprado com o pensamento.

— O que foi? – Bucky questionou.

— Só estava pensando em como seus olhos são bonitos. – Steve sorriu um pouco mais. – Estou falando sério desta vez.

— Você está tentando me conquistar elogiando a coloração genética da minha íris, Steve Rogers? – Bucky tentou parecer alheio ao comentário, mesmo sabendo que soara ridículo. Era óbvio que ficara sem graça.

— Meus waffle não funcionaram, preciso utilizar todas as minhas armas. – O loiro riu quando percebeu que o Barnes não tinha uma resposta para aquela. – Tudo bem, vamos mudar de assunto, não tenho a intenção de te deixar constrangido. Sobre o que você conversa com Natasha normalmente?

Ele queria muito se esforçar para lembrar de algum assunto interessante, mas a verdade era que Natasha era quem regia os assuntos na maior parte do tempo, e que suas conversas, geralmente, giravam entorno de livros e o loiro que o estava encarando naquele momento. Bucky tentou muito encontrar algo para dizer, desistindo quando não conseguiu chegar a conclusão nenhuma.

— Normalmente falamos sobre livros ou assuntos escolares. – Assumiu com um suspiro derrotado.

— Tudo bem, podemos falar sobre livros. – Steve sorriu. – Me conte, qual é o seu livro favorito, Bucky, eu quero saber mais sobre você.

— Não tem nada de muito interessante sobre mim. – Ele fez uma careta involuntária.

— Até onde eu tenha notado nos últimos dias, você é a pessoa mais interessante daquela escola inteira. – E Steve sorriu de novo. E Bucky quis morrer uma segunda vez. – Vamos lá, me mostre um pouco do seu universo e vamos ver se conseguimos misturar os nossos de um jeito bacana.

Bucky não conseguiu resistir àquele pedido que chegou naquele tom tão suave e com aquele sorriso gracioso. Logo estavam perdidos numa conversa literária que, aparentemente, não tinha hora para acabar. Bucky pensou pela primeira vez que, talvez, ter aceitado o convite para ir àquela festa não tivesse sido assim tão ruim. E então um vislumbre de uma silhueta muito conhecida entrou em seu campo de visão, ele deveria saber que o amigo o qual Steve comentara seria justamente aquele. Se esforçou muito para não demonstrar que vira o rapaz, mas nem todo o seu esforço mental fora suficiente para esconder o moreno que ria como se o mundo fosse acabar à meia noite.

Nem toda a força de vontade do mundo os deixaria invisíveis para o ex namorado de Steve.


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Notas finais do capítulo

Tenho duas palavrinhas apenas antes de entregar o bastão pra vocês.

Primeira: Não se desesperem, vocês verão essa conversa vexatória que Bucky teve com sua mãe em um spin off que prepararei especialmente pra o final dessa história. Eu não coloquei aqui pq ela tomou proporções grandes demais e isso interferiria na fluidez da história.

Segunda: EU MAL POSSO ESPERAR PARA O PRÓXIMO CAPÍTULO. Desculpa gritar, mas eu JURO que estou bem mais empolgada que vocês pra isso.

Obrigada pelo tempinho que dedicou a esta história hoje e pela companhia ♥ Até o próximo e XoXo ;*



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