Entre a garrafa e a caneta escrita por Shiori


Capítulo 1
Capítulo Único




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1.

 

Não era a primeira vez que Lovino ia a um bar gay para encontrar um parceiro de uma só noite. Porém, aquela foi a primeira vez que aquilo virou-se contra si.

Há algumas noites, na febre dos últimos dias sem aulas da universidade, num bar gay, Lovino viu um homem lindo de morrer, com aquele sorriso brilhante que deixaria qualquer um encantado, olhos verdes gentis e honestos, e cabelo castanho que, mesmo não penteado, ficava muito bem nele. Claramente o seu tipo.

Era impossível para Lovino não o desejar.

 

— Posso te oferecer uma bebida? – perguntou, na altura, com os seus dotes de engate. O outro olhou para ele, curioso, e sorriu.

— Claro!

 

Lovino olhou para o barman e pediu duas bebidas do mesmo tipo que o outro já estava a beber.

 

— Como te chamas?

— Antonio e tu?

— Romano. – mentiu ele; precisava de ter cuidado com desconhecidos, mesmo que ele fosse o seu tipo de homem. Talvez ‘Antonio’ nem fosse o verdadeiro nome do outro. Jogaria pelo seguro. – Costumas vir aqui?

— Bom, é a segunda vez que venho. – respondeu, lançando um sorriso deslumbrante. – E tu? Não és novo demais para andar em bares?

— Já sou maior de idade! Tenho 20 anos.

— Heh~ Eu tenho 27.

 

Continuaram a falar, animadamente; Lovino sentia-se confortável com Antonio, com o seu jeito de agir dócil.

Foi então que Antonio tomou coragem e convidou o outro para ir a sua casa. O italiano aceitou de bom grado. Lá as coisas aqueceram-se; Antonio era, afinal, como um lobo vestido de ovelha. Começara suave, doce, mas rapidamente tornara-se selvagem na cama – e Lovino amara cada segundo, cada sensação, cada apertadela na coxa, cada beijo de tirar o fôlego até de manhã.

Lovino foi o primeiro a acordar; o seu parceiro estava a dormir, de braços abertos, a ocupar grande parte da cama. Teve vontade de se rir da cara de Antonio, aparvalhado nos seus sonhos.

Antes que ele acordar, Lovino abandonou a casa do espanhol. Esperou nunca mais o encontrar…

 

… Mas o destino tinha outros planos.

Naquela bela manhã, Lovino viria descobrir quem era o seu professor de biologia. E, pela porta, viu passar o homem mais bonito que já vira, com o seu cabelo castanho despenteado e os seus olhos verdes a brilhar de entusiasmo.

Era Antonio, o seu novo professor de biologia.

Lovino não sabia o que fazer; o seu rosto estava vermelho como um tomate e não estava a processar com aquela informação visual que acabara de receber. Ele dormira com o seu professor. Ele dormira com a porra do seu professor. O melhor sexo que teve na sua vida foi com um professor. Quis morrer, desaparecer, se enfiar na porra de um buraco, qualquer coisa que impedisse ver o outro!

O professor, com aquela mão que havia acariciado o corpo de Lovino, pegou na caneta e escreveu o seu nome no quadro branco: Antonio Fernández Carriedo; até o nome dele era encantador! Em seguida, sentou-se em cima de sua mesa e olhou para cada estudante, com o seu sorriso.

Porém, ao notar a presença de Lovino num dos lugares do centro, empalideceu. Limpou a garganta, nervoso, e apresentou-se, informando em seguida as características daquela aula e dando os meios de contacto. Tentou agir o mais normal possível.

 

Quando todos saíram da sala, Lovino aproximou-se de Antonio, vermelho de raiva e de vergonha.

 

— T-Tu! – apontou ele, chegando quase a tremer; as suas sobrancelhas estavam rebaixadas, chegando a se tocar. – P-Por que não me disseste que eras professor?!

— E-Eu não sabia que eras aluno daqui!

— De qualquer forma! – exclamou Lovino, exaltado. – Tu não poderás falar da-daquela noite! De modo algum! E-Estás proíbido até de pensar nela!

— C-Certo...

 

2.

 

Lovino não conseguia se concentrar naquela aula de biologia. Como podia, aliás? Sempre que via Antonio, só conseguia pensar naquela noite; uma hipocrisia, afinal, tinha ordenado ao espanhol para não pensar nela e lá estava ele a pensar naquele ato carnal que o deixara com os calores.

Céus, ele não teria boas notas se aquilo continuasse!

 

Assim que chegou à biblioteca, pegara todos livros de biologia que encontrara. Estudou o que ele lembrava-se vagamente que Antonio tinha falado nas aulas; o que não era muito para dizer a verdade.

Mordeu o lábio, frustrado, e largou o lápis na mesa.

 

— Não entendo esta porcaria…!

— Mas isso é fácil. – murmurou uma voz familiar, que fez Lovino quase berrar; a pessoa teve que tapar a boca dele para tal coisa não acontecer.

— A-Antonio, não me assustes assim!

 

O espanhol sorriu atrapalhado e arrastou a cadeira do lado para se sentar perto de Lovino.

 

— Como pedido desculpas, deixa-me que te explique isto!

 

Sem esperar por uma resposta do italiano, Antonio começou a explicar a matéria. Atento à explicação, Lovino começou a entender a matéria e tirou apontamentos do que o espanhol estava a dizer. Realmente, Antonio era um bom professor, era uma pena que não conseguia ficar concentrado nas aulas dele...

Antonio olhou para a nuca de Lovino, lembrando-se daquela noite; sentiu-se mal por estar a pensar naquilo quando o outro pedira para não pensar. Estava a desrespeitá-lo… Balançou a cabeça, tentando tirar aquilo dos seus pensamentos. Continuou a explicar, porém, o italiano já não estava a ouvir.

Céus, só notara naquele momento, mas o bastardo do Antonio cheirava bem! Demasiado bem até; parecia até um encantamento para atrair-lo… Não, Lovino, tens que ser forte! Ele é o teu professor! Olhou, de lado, para Antonio; o rosto sereno dele estava tão próximo do dele, com aqueles lábios apetitosos a mover enquanto soltava palavras melódicas sobre biologia, algo que Lovino nunca esperava pensar tal coisa.

O mais velho olhou para Lovino, querendo verificar se ele estava a entender; os olhares deles cruzaram-se e ambos coraram.

 

Como seriam as coisas dali para a frente? Nenhum deles sabia, mas iriam receber o destino de braços abertos.


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Notas finais do capítulo

Eu gosto de fins aberto, bye----- *runs*

Espero que tenham gostado.~

Créditos da fanart usada na capa: http://nyagosima.tumblr.com/post/157733412275/nisiroma



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