Bella estava cantarolando uma música enquanto terminava de preparar o jantar, quando braços finos a cercaram.

—Oi mãezinha linda. – ela se virou e deu um beijo na bochecha da filha.

—Oi meu anjo. Como foi o seu dia? – perguntou com um sorriso enorme. A filha era tudo para ela.

—Foi um pouco diferente. – a garota sentou no balcão de frente para a mãe. – Então, mãezinha, estava pensando em convidar o meu namorado para vir jantar conosco amanhã. Ele e o pai dele, se não tiver nenhum problema, é claro.

—Finalmente vou conhecer esse rapaz misterioso. – Bella fez cócegas na filha.

—Para mãe. Ele não é misterioso. Só não quis te apresentar a ele até as coisas estarem sérias.

—Então é sério o namoro de vocês? – perguntou com uma pontada de ciúmes. Apesar da filha já ter 17 anos, para Bella ela sempre seria seu bebê.

—Está bem sério. Eu amo muito ele e você tem que prometer que não vai surtar e nem me envergonhar. – pediu juntando as mãos numa súplica.

—Quando já fiz isso? – perguntou ofendida.

—Quer que enumere todas às vezes? Vai levar a noite toda. – Bella a empurrou de leve a fazendo descer da bancada.

—Faça algo de útil e coloque a mesa. – ralhou com a filha.

—Só depois que me prometer. – exigiu fazendo bico e a desarmando complemente. Bella daria a vida por aquela garota.

—Eu prometo que não vou surtar e nem te envergonhar. – ergueu a mão direita. – Agora coloque a mesa.

—Sim senhora. – bateu continência e a garota aproveitou para mandar uma mensagem para o namorado antes de fazer o que a mãe havia pedido.

Tudo certo por aqui. Esperamos vocês amanhã às 7. Te amo.

[...]

—Fala parceiro. – Edward cumprimentou o garoto que tinha acabado de chegar do treino de futebol e jogou a bolsa no chão da cozinha.

—Oi pai. O que tem para comer? – perguntou abrindo a geladeira e depois retirou o celular do bolso vendo a mensagem da namorada.

—Pode colocar a mochila no lugar? – pediu pela milésima vez. – Estou fazendo bife. Em cinco minutos estará pronto. – avisou mexendo as panelas.

—Legal. Amanhã vamos jantar na casa da minha namorada. – anunciou passando a mão no cabelo. Era uma mania que ele tinha adquirido do pai.

—Vamos é? A coisa parece ser séria. – Edward olhou para o filho que parecia estar nervoso. – Não precisa ter medo. A primeira vez que conheci a família de uma namorada, foi tenso. O pai dela era policial e ficou me olhando com uma cara de assassino. Mas não se preocupe, vou estar ao seu lado. – deu um tapinha encorajador no ombro do filho. – Como foi o treino?

—Ótimo. O treinador acha que tenho grandes chances de conseguir uma bolsa ano que vem.

—Parabéns cara. Vai me economizar uma boa grana. – Edward sorriu para o filho.

—Só não gaste o dinheiro ainda, pode ser que precisemos dele. – o garoto tentou fazer graça, mas a verdade era que ele estava com muito medo do que estava por vir. – Então pai, amanhã, tenta não surtar ou ficar fazendo piadinhas bobas. Não quero que a família dela pense que somos estranhos.

—Por que pensariam isso? – Edward estava ofendido. – Ela e a família dela vão me amar e tente usar algo decente, não quero que pensem que somos desleixados. Agora vá guardar essa mochila e lavar as mãos que o jantar está quase pronto.

Tudo certo aqui também e que Deus nos ajude. Também te amo.

[...]

—Sua namorada é rica por acaso? – Edward perguntou estacionando o carro em frente a uma casa grande de um bairro luxuoso.

—A mãe dela é advogada, eu acho. – o garoto ajeitou a gravata e saiu do carro. Ele queria ter usado um calção e uma camiseta qualquer, mas o pai o obrigou a usar um terno. Edward não queria que a família da garota pensasse que eles eram desleixados e mortos de fome. Não que os dois passassem necessidades. Edward tinha uma loja de artigos esportivos, bem sucedida, mas levava uma vida simples e estava sempre de calção e chinelo. Exceto em ocasiões especiais, e ele considerava aquela uma ocasião muito especial. Seria a primeira vez que o filho iria conhecer a família de uma namorada.

—Ainda bem que viemos arrumados. – ele também ajeitou a gravata e pegou a garrafa de vinho no banco traseiro do carro. – Pronto? – perguntou ao filho que estava suando mais do que chaleira quente.

—Na verdade, não, mas vamos lá. O que pode dar de errado? – perguntou tentando sorrir.

[...]

—Será que pode me ajudar aqui? – Bella pediu à filha que andava de um lado para o outro na cozinha. – Está me deixando tonta. Não precisa ficar tão nervosa assim. É só um jantar em família.

—É claro. Só um jantar normal em que ninguém vai sair ferido. – a garota soltou um riso nervoso e se abanou.

—O que está acontecendo filha? – perguntou preocupada com a atitude dela. – Por acaso o seu namorado é algum delinquente?

—Não, mãe! Ele é muito decente. E... – ela foi interrompida pelo barulho da campainha. – Chegaram. – ela correu para atender a porta.

—Oi amor. – ela foi puxada para os braços do namorado e na mesma hora se acalmou.

—Que bom que chegou. – deu um beijo nele e Edward pigarreou atrás deles os fazendo se afastar. – Desculpa senhor Cullen. – pediu envergonhada. – Entrem. – se afastou dando passagem para eles.

—Pai, essa é a Emily. Emily, esse é Edward, meu pai. – os apresentou.

—É um prazer conhecê-lo senhor Cullen.

—Pode me chamar apenas de Edward. – pediu a cumprimentando. – Você me lembra muito alguém. – comentou a analisando.

—Venham! Minha mãe está terminando de preparar o jantar. Vocês gostam de peixe? – perguntou os levando em direção à sala de jantar.

—Sim. Sua casa é muito bonita. – Edward olhava em volta. A casa era muito organizada, ao contrário da casa deles que era uma bagunça total.

—Obrigada. A mamãe que decorou. – Emily e o namorado entraram na sala de jantar, enquanto Edward tinha ficado para trás observando um quadro. – Mãe? – Bella se virou para a filha e sorriu para o garoto. – Mãe, esse é o Luke, meu namorado e Luke, essa a minha mãe, Isabella, mas pode chamá-la de Bella.

—Senhora Black, é um prazer conhecê-la. – estendeu a mão e Bella fez o mesmo.

—É Swan. – o corrigiu. – E os seus pais, não vieram?

—Meu pai está. – Luke se virou procurando pelo pai e Edward entrou na sala.

—Eu tinha um quadro igual aquele. - comentou apontando para o outro cômodo. – Só pode ser brincadeira isso. – resmungou olhando para a mulher a sua frente.

—Isso não pode estar acontecendo. – Bella cruzou os braços devolvendo o olhar.

—Vocês se conhecem? – Luke perguntou confuso, olhando de um para o outro.

—Isabella Swan. Que desprazer te ver.

—Edward Cullen. Posso dizer o mesmo. – o olhou de cima a baixo.

—Não estou entendendo nada. – Emily se apoiou na cadeira ao sentir uma vertigem.

—Edward é um ex- namorado. – Bella explicou. – O maior erro da minha vida. – cuspiu as palavras.

—Você também não deixou boas lembranças. Espera aí. – ele ergueu as mãos. – Quantos anos ela tem? – perguntou preocupado.

—Fala sério Cullen. Está achando que ela é sua filha? – perguntou rindo da cara de desespero dele.

—Somos irmãos? – Luke perguntou enojado com a possibilidade.  – Somos como os Lannister?

—É claro que vocês não são irmãos. – Bella estava irritada com a insinuação. – Não chegamos a ser tão irresponsáveis assim. É claro que você não se lembra disso. Nem se lembrou que tinha uma namorada. – Bella queria socá-lo.

—Isso já tem mais de 20 anos. Supere Swan.

—Você foi um babaca comigo. E teve que dormir justo com a minha melhor amiga?

—Se ela fosse sua melhor amiga não teria se jogado para cima de mim. E eu era um adolescente besta. Cometi um erro.

—Posso imaginar o que está ensinando para o seu filho. E vou logo avisando, se ele machucar a minha filha, como você fez comigo. Eu acabo com ele e com você também.

—Você não sabe o que está dizendo. Criei o meu filho muito bem e o Luke não vai fazer nada para magoar a sua filha. Mas se ela brincar com o coração dele como você fez comigo. – apontou para ela. – Eu não respondo pelos meus atos.

—Seu ogro.

—Sua controladora.

—Chega gente. – Emily pediu erguendo as mãos. – Não estamos aqui para falar do passado de vocês. Vocês vão ter muito tempo para conversarem e se resolverem. Seremos uma família agora. – forçou um sorriso.

—Acho melhor terminar esse namoro. Não se pode esperar nada de bom vindo de um Cullen. – Bella olhou para os dois.

—Concordo. Esse namoro não pode prosseguir. Luke, você não vai querer passar a sua vida ao lado de uma Swan controladora.

—Pai, por favor. Nós não temos nada a ver com o passado de vocês. – segurou a mão da namorada. – Eu amo a Emily e não há nada que vocês digam que vai mudar isso.

—Isso mesmo. Eu amo o Luke e nós vamos construir uma família juntos.

—Como é? – Bella perguntou olhando para a filha. – O que quer dizer com isso Emily?

—Eu estou grávida e vocês vão ser avós. – anunciou fazendo Bella e Edward buscarem apoio para não caírem no chão.