Querida Ervilha escrita por Kokoro Tsuki


Capítulo 1
Uma ervilha perdida


Notas iniciais do capítulo

Oi Arya ♥ (e qualquer pessoa que venha ler), eu realmente espero que você goste do seu presente, mesmo que ele esteja tão pequeno e sinplesinho. Vou ótimo trabalhar com a dona Saerão e espero poder fazer isso mais vezes hahaha essa foi uma tentativa meio fracassada de comédia e romance, e ainda sim espero que você goste, amor ♥

Boa leitura ♥



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Desde que chegou ao Japão, ela sempre notou as pequenas diferenças entre aquele e seu país natal, mesmo que ambos estivessem no mesmo continente, tão perto um do outro — ou nem tanto —, bem, ela não se lembrava realmente de como o lugar era, mas pelo que seus pais diziam, podia imaginar. Ela estava, aos poucos, se acostumando com tudo aquilo com seu jeito descontraído de ser, atraindo todas as pessoas para o seu redor. Parando para pensar nisso, definitivamente tinha muitos amigos, pelos quais sentia um carinho enorme.

A garota riu com o pensamento, observando como a pessoas ao seu redor andavam, apressadas, falavam alto e competiam por espaços dentro das lojas. O natal já estava ali, batendo à porta, e aquele movimento todo denunciavam as pessoas que, assim como ela, havia deixado para comprar os presentes dos entes queridos para a última hora.

Por um momento, se sentiu levemente culpada por aquilo, antes de dar de ombros, como se não se importava, e na verdade, não se importava mesmo.

Afinal, não era do feitio de Saera Park ficar desanimada simplesmente porque não conseguia entrar em sua loja favorita porque o lugar parecia um formigueiro de tanta gente que tentava comprar algo.

“Se isso fosse um cu trancado, não passaria nem mesmo uma agulha.” dando de ombros, a menina de cabelos verdes comentou para o nada antes de procurar algum outro lugar em que pudesse comprar um presente para seu namorado.

Yuuto Kidou não tinha exatamente a bunda mais linda do “pagode esperto” — ou da Teikoku, tanto faz —, mas era a bunda que Saera precisava em sua vida. Ele era gentil, inteligente e lia historinhas para ela dormir. Tinha alguma forma de ser mais perfeito?

Bom, se ele tivesse a bunda de Genda, quem sabe…

Enfim, voltando para a nossa ervilha… Digo, protagonista dessa história não muito romântica, agora sua missão era encontrar um bom lugar para gastar o dinheiro que parecia brotar em seu bolso — bem, ter nascido rica ajudava muito, amém Park Entertainment.

Na verdade, se fosse bem sincera, Seara diria que seus pés estavam doendo de tanto andar por toda Inazuma, porque claro, ela tinha que enrolar até o santo dia vinte e quatro de dezembro e ainda acordar quase ao meio dia, sendo que tinha combinado de se encontrar com Sakuma às quatro, já que passariam o natal na casa de Kidou.

Depois de tantos natais no Japão, aquele seria o primeiro com seu namorado, e com as pessoas da Teikoku, que a Park havia descoberto há pouco ser uma tradição deles desde o ano anterior, quando o grupo ainda cursava o primeiro ano. E bem, se pensasse naqueles garotos passando a noite lá, de pijama, ela no meio… Ah, parecia um sonho!

Ficou até sabendo que Genda dormia de cuequinha!

— Buceta Saera! — exclamou, elevando o tom de voz sem nem perceber. As pessoas na sua a encararam por um momento. — Você namora o cara esquisito de óculos, não o goleiro gostoso.

E bom, por mais que o cara esquisito de óculos fosse realmente esquisito, a esverdeada o amava com todas as suas forças e… Bleh, isso não vai virar uma história melosa.

Voltando ao ponto principal.

Por um momento, Saera Park parou. Foi como se uma luz mágica do além iluminasse sua cabeça e ela pudesse ouvir o som de harpas tocada por anjos loiros de olhos azuis e pelados — e aqueles pelinhos também eram loiros em sua ilusão.

Ela havia tido a melhor ideia de sua vida e iria voltar para sua casa, já sabia um presente perfeito para Kidou, e o que seria mais perfeito do que algo feito por ela mesma?

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— CARALHO SAKUMA O OVO PEGOU FOGO, ME AJUDA AQUI! — do outro lado do telefone, Saera já podia imaginar que o carinha de tapa-olho não estivesse entendendo nada. Se bem que, se bem conhecia a si mesma, discordaria da surpresa do garoto, mas aquilo não importava no momento.

Como Seara havia conseguido botar fogo num… Ovo? Ela também queria saber, para falar a verdade, já que só se lembrava de tentar seguir uma receita de bolo de chocolate. Kidou gostava de chocolate? Se não, ia passar a gostar porque já havia enchido a porra daquela cozinha de fumaça.

— Saera, como foi que voc-

— OH BUCETA! EU NÃO SEI, ME AJUDA PELO AMOR QUE VOCÊ TEM AOS PINGUINS. — pediu, e bem, depois de um tempo se relacionando com as pessoas da Teikoku, até mesmo a pequena “porteira de maquete” passara a gostar de pinguins. Coincidência? Acho que não.

— Não meta os pinguins no meio disso, sua bucetuda!

— VOCÊ NUNCA NEM VIU O TAMANHO DA MINHA BUCETA, PODE PARAR!

Do outro lado, Sakuma riu, passando os cabelos para trás imaginando o desespero da jovem de cabelos verdes, mas de certa forma entendia. Em todos os seus anos de vida, ele nunca havia conseguido ver uma mulher tão apaixonada como ela. Yuuto Kidou era um homem de sorte, e precisava valorizar aquela mulher.

— E nem quero ver o tamanho, ok? Vou deixar isso para o Kidou. — Saera xingou alguma coisa, berrando uma enxurrada de palavrões ao telefone. —Mas Saera, pelo amor de deus desliga o fogão e sai dessa cozinha antes que você bote fogo nessa casa, tá bom? Eu saio com você para comprar algo que signifique muito para vocês dois, tá bom? Levo até o Genda.

— COM O GENDA? TOPEI! TÔ NA SUA CASA EM VINTE MINUTOS. — berrou, antes de finalmente jogar o celular em um canto qualquer e se focar em desligar aquele monstro cuspidor de fogo, também conhecido como fogão.

Usando a tampa de uma panela grande como escudo, Saera desligou o fogão usando uma espátula para se manter afastada. O alarme de incêndio da casa já havia soado, e seu irmão de certo iria lhe matar, por isso, sem pensar duas vezes jogou um copo d’água sobre o ovo que insistia em ficar em chamas. Apagou, mas o cheiro insistente de fumaça ficou.

Não ligando, ela apenas pegou o celular e sua carteira, sem se importar com as horas.

Eram quatro e quarenta e cinco.

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Passava das sete e meia da noite quando o trio finalmente chegou à residência dos Kidou — isso porque o combinado inicial eram as cinco e meia —, e ninguém sequer parecia surpreso, afinal, era Saera Park ali no meio, atrasada, porém sempre linda. Bem, se não fosse parar causar — em todos os sentidos — ela nem ia.

Deixando dos dois meninos de lado, não sem antes dar uma última olhada no traseiro do goleiro, claro, ela caminhou em direção ao namorado com o presente em mãos, enquanto ele lhe sorriu, de forma terna. Haruna, ao lado do irmão mais velho soltou um pequeno risinho e deu uma piscadela para a amiga, enquanto via os dois pombinhos se afastarem.

De certo eles eram um casal estranho, talvez exótico. Kidou era aquele garoto todo certinho, e Saera… Saera era ela mesma, não haviam palavras para defini-la, e ainda assim eles pareciam dar certo, como uma mistura de sabores de sorvete que você nunca imaginaria, mas ao provar vê o quanto aquilo é perfeito.

Eles se afastaram um pouco da muvuca de jogadores e ajudantes — já que Yuuto tinha convidado o “povão” da Raimon também, e esperava que eles não destruíssem sua casa —, indo para a varanda.

A esverdeada gostava daquele lugar, de verdade. Os dois já tinham trocado tantos beijos e carinhos ali… E ela gostava da maneira que o vento acariciava seu rosto, seus cabelos. A neve caia de forma lenta, quase preguiçosa, e pensar nisso a fez rir.

— Rindo do que? — o ex-capitão da Teikoku perguntou, arqueando de leve uma de suas sobrancelhas grossas. Saera apenas deu de ombros e moveu a cabeça de forma negativa, sem que o sorriso deixasse seus lábios.

— Não é nada demais. — ela respondeu, e seus dedos tocaram a embalagem do presente que tinha em mãos. Imaginava que o namorado já tinha notado o embrulho ali, não tinha como não notar, afinal. — Eu… Comprei isso pra você.

— Sabe que não precisava… — Kidou riu baixo, pegando o embrulho das mãos da namorada. Saera estava levemente vermelha.

— Eu não sabia ao certo o que comprar, estava tudo muuito movimentado e… Ah, você já deve imaginar! Sakuma e o bundu- o Genda me ajudaram.

Yuuto fechou os olhos vermelhos por debaixo dos óculos, antes de abrir com cuidado a embalagem do presente. Ele arqueou ambas as sobrancelhas ao observar o colar de yin-yang. Pelo que via, ele se dividia na metade.

— Saera, isso é tão…

— Lindo?

— Na verdade eu ia dizer clichê. — o rapaz deu de ombros, e a garota de cabelos verdes deu um tapa em seu ombros, rindo em seguida. — São dois, não é?

— São, eu achei que ficaria bom na gente. — Seara disse, abrindo um leve sorriso nos lábios rosados, e se deu as costas para o namorado. — Coloca em mim? O yang, por favor.

Kidou assentiu, pedindo para que ela levantasse os cabelos e assim a Park o fez, sentindo-o deslizando a ponta dos dedos sobre sua pele macia enquanto passava o colar por seu pescoço. Ela se virou para o mais alto, o sorriso ainda estava ali enquanto via-o colocar a outra parte no próprio pescoço.

Assim que ele terminou, ambos se abraçaram e assim ficaram durante um tempo, antes de Saera se colocar nas pontas dos pés e beijá-lo com carinho, o que foi prontamente correspondido. Aquele era o primeiro natal dos dois juntos, e ambos desejavam que fosse o primeiro de muitos.

— Você teve muito trabalho para escolher isso? — perguntou, e a garota mordeu levemente o lábio inferior.

— Eu tentei fazer um bolo pra você também e… — bem, Saera achava que Kidou não precisava saber que ela colocara fogo em um ovo. — Detalhes amor, detalhes.

Yuuto a olhou de maneira desconfiada, antes de voltar a abraçá-la, e ambos ficaram ali, sabe-se lá por quanto tempo, os dois sem sentir a necessidade de dizer “feliz natal” — bem, de qualquer forma ainda não era meia noite —, aquela era uma sensação boa, de união e eles sabiam que duraria muito tempo, quem sabe pela eternidade.

Porque eles se amavam, e sabiam que aquele amor seria o suficiente.




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Notas finais do capítulo

Hahaha, eu sei que provavelmente a Saera e Kidou já tinham essa colar, mas achei uma boa ideia usar aqui, caso você não se importe.
Espero que tenha gostado amor, e uma feliz natal ♥



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