Encontro em família. escrita por Takkano


Capítulo 8
E lá vamos nós outra vez!




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Kiba saiu revoltado, recusando a companhia de Akamaru. Sabia que teria dificuldades para lidar com a situação e precisava fazer isso sozinho. Assim que se aproximou da casa de Shino, viu o rapaz cuidando das mudas de papoula que ganhou de Kurenai. Parou a uma distância que julgou segura, só para o caso de Shino querer repetir a dose do que fez semana passada.

— Imagino que você queira os damascos? - Shino foi direto como sempre.

— Se já sabe por que pergunta? - Kiba rebateu mal humorado.

— Entra! - Shino convidou gentilmente, dando espaço para Kiba passar.

Kiba olhou para Shino se sentindo ofendido. Era sério mesmo que Shino achava que ele entraria assim, de boas, em sua casa, depois de ser assediado no jantar de Mebuki? Não que nunca tivesse se sentido assediado antes, mas, agora, tinha certeza que já fora sim; e várias vezes.

— Não precisa, eu espero aqui fora.

— Tudo bem, mas, vou demorar. Eles estão lá no meu quarto.

— Não tenho paciência pra esperar tanto; eu entro então. - Kiba ignorou o sorriso satisfeito no canto dos lábios de Shino. Aliás, Shino estava muito enganado se pensava que cedeu por sentir a sua falta. Cedeu apenas pelos damascos. – Por que diabos os damascos estão no seu quarto?

— Eu estava tão mal hoje cedo, que cheguei da rua e nem guardei nada.

Kiba sentiu uma leve preocupação pelo amigo, ou melhor, praticamente, ex amigo. Até avistar o lugar onde as frutas “deveriam” estar.

— OE, SHINO! SÓ TEM DOIS; E UM JÁ TÁ ATÉ MORDIDO!

— Desculpe, Kiba. É que eu comi.

— Você comeu? - Kiba olhou desconfiado. – Achei que não gostasse de damascos.

— E não gosto, ou melhor, não gostava. Eu andei meio sem fome esses dias e não estava me alimentando direito, então, eu mordi um e… - Shino, mesmo com os velhos óculos escuros, virou o rosto – … senti o gosto da sua boca; como naquele dia.

Kiba ficou ali, parado, sentindo o rosto arder, olhando para a fruta mordida na mão de Shino. Mesmo contra a sua vontade, sua mente viajou e, sem que percebesse, tentava também recriar na mente o sabor que a boca de Shino tinha no dia do jantar; algo parecido com mel e álcool, com certeza.

— Fica pra você então! - Kiba disse mal educado e saiu pisando forte, na intenção de deixar o quarto.

— Kiba, espera! - Shino segurou seu pulso sem muita força, mas, firme o suficiente para mostrar que estava sério. – Eu quero te mostrar uma coisa.

Kiba lançou um olhar acusador para Shino, mas, aceitou esperar. Shino foi até uma mesinha que mantinha próxima a sua cama e retirou algo de lá. Kiba apenas acompanhou sem muito interesse.

— Aqui… - Shino estendeu algo que parecia ser um pequeno livro. – … eu acabei comprando uma.

— O que… HUAAAAAAAAA!! - Kiba arremessou a revista na cama de Shino. – SHINO, SEU MALDITO TARADO!

— É que você pareceu tão animado aquele dia, achei que fosse gostar… - Shino não sabia como reagir – Desculpe…

Kiba foi até a cama de Shino e pegou novamente a revista. Deu outra folheada e a fechou, agora parecendo mais indignado que constrangido.

— Mas, só tem mulher aqui.

Shino levantou uma sobrancelha, a princípio, sem entender muito bem o por que do espanto em achar mulheres em uma revista erótica. Porém, não demorou muito pra entender onde Kiba queria chegar.

— Você acha que eu gosto de homens? - Kiba desviou os olhos e deu de ombros – Kiba, eu só beijei você daquela vez, porque eu gosto de você, entendeu; de você. Quantas vezes me viu interessado em outros caras?

— Nunca te vi interessado em ninguém.

— Porque eu estava ocupado demais pensando em você.

— A gente é amigo de infância, cara. Crescemos juntos, brincamos juntos, estudamos, viramos parceiros de equipe; tudo juntos. Você é aquele irmão mais velho, o meu consolo nas horas em que a Hana não está mais aqui pra me ajudar a segurar as pontas. Além disso, imagina só como a mãe ficaria se… - Kiba engoliu em seco com tal possibilidade – … a gente começasse a namorar.

— Kiba, é justamente por estarmos sempre juntos que tudo acabou assim. E quem foi que te disse que eu tinha os damascos, ou melhor, quem você acha que me fez ficar com todos, mesmo eu dizendo que não gostava deles?

— Ah… entendi!

— Kiba… - Shino fez exatamente como daquela vez, se aproximou acariciando de leve o rosto de Kiba, mas não o beijou. Apenas terminou o carinho sorrindo, satisfeito por Kiba ter correspondido sorrindo pra ele também. – Desculpa se eu estraguei algo importante entre nós.

— Não, não estragou.

— Então… - Shino pegou a revistinha da mão de Kiba e começou a folhear as páginas – Podemos aproveitar pra matar a curiosidade?

— Sim, podemos. - Kiba, em um inexplicável ato de coragem, pegou novamente a revista e a jogou pela janela – Agora eu to muito curioso… - o rosto de Kiba pareceu incendiar – … pra saber como você faz… quando pensa em mim!

Kiba se deitou na cama, trazendo o corpo de Shino ajoelhado sobre o seu.

— Oe, Kiba! Você tem mesmo certeza, quero dizer, algo tão repentino assim…

— O quê? Precisa de outro convite pra isso?

— Não…

Shino tocou a própria ereção sentindo que já poderia começar a mostrar a Kiba quanto o desejava. No impulso, pegou a mão de Kiba e a guiou para dentro da peça íntima, repetindo o gesto que acabara de fazer a poucos segundos em si mesmo.

— UHAAAAA, QUE CÊ TÁ FAZENDO, SHINO? - Kiba recolheu a mão como se tivesse levado a picada de um inseto venenoso. – Nem mesmo nos seus sonhos, eu faria algo tão obsceno assim, seu maníaco!

— Sim, nunca imaginei você realmente me tocando, mas…

— Então faz direito! Qual parte do “como você faz quando pensa em mim” você não entendeu?

— Kiba, eu não estou sonhando agora, estou?

Shino voltou a levar a mão de Kiba até seu membro, fazendo o agaroto iniciar uma leve masturbação ali. Sentia a mão de Kiba ferver em contato com a pele sensível, mas, em contrapartida, também sentia a mesma mão tremer, provavelmente, de medo e vergonha.

— Podemos mesmo fazer algo assim, não é? Quero dizer, somos praticamente adultos.

— Claro, já temos muita responsabilidade, apesar da nossa idade.

— Mas isso seria uma a mais não é mesmo, e tipo, a gente já tem tantas.

— Sim, tem razão! - Shino sorriu gentil entendendo que, talvez, aquele não fosse o momento para eles; ainda. Voltou a se cobrir – Acho que preciso treinar um pouco mais também.

— Boa ideia! - Kiba apesar de um pouco decepcionado, pareceu também bastante aliviado – Shino, vamos lá pra casa, não quero que a minha mãe pense que a gente tá… que nós dois… que a gente já…

— Claro Kiba! Acho que vou aproveitar e ficar pro jantar.

Os dois saíram juntos em direção a casa de Kiba, sem dar muita bandeira.

— Oe Shino, tá sentindo o cheiro bom!

Assim que chegaram a casa dos Inuzukas, Kiba abriu a porta da cozinha farejando o ar. Se deparou com uma mesa arrumada; para dois. Tsume chegou na cozinha com um jarro de flores ainda vazio, para a mesa. Ficou encarando Shino e o filho ali.

— Shino, eu entrego o meu filho de mão beijada pra você e é assim que me agradece? - Tsume colocou as mãos na cintura simulando irritação – Me devolvendo ele no mesmo dia?

— Desculpe, não era minha intenção, Tsume-san.

— Mãe, não diga essas coisas! - Kiba se sentou na mesa avaliando a decoração. – Não acredito que a senhora até preparou um jantarzinho romântico pra nós; que cafona mãe. Kiba mal teve tempo de desviar de um prato voador. – QUE ISSO MÃE, FICOU DOIDA DE VEZ?

— DOIDOS FICARAM VOCÊS! QUERO OS DOIS FORA DAQUI, AGORA. E SÓ ME APAREÇAM AQUI DE NOVO AMANHÃ, DEPOIS DO ALMOÇO, E COM UMAS CARAS BEM FELIZES; ENTENDERAM?

— Mas e o jantar?

— NÃO É PRA VOCÊS!

Depois de muita insistência, Shino conseguiu tirar um Kiba muito mal humorado dali, e o convencer a dormir em sua casa.

— Você viu só isso, Shino? Eu dou um puta de um genro pra ela e é assim que ela me agradece? Nem para fazer um jantarzinho pra gente, pra comemorar o início do nosso namoro. - Kiba ficou tão irritado que nem reparou na felicidade que Shino demonstrou com aquelas palavras – Não quero nem saber quem ela convidou pra jantar.

Kiba mal terminou suas lamentações quando avistou um enorme arranjo de flores vindo em sua direção. A princípio, pensou se tratar de Ino, que adorava andar carregando pequenas partes de florestas por ai. Mas, quando a mulher passou por eles, Kiba levou um susto.

— Senhora Mebuki?

— Oi, garotos! Que bom vê-los juntos de novo. Estão juntos, não estão?

— Sim, estamos. - Kiba ficou vermelho quando sentiu a mão de Shino segurar a sua – Senhora Mebuki, acho que devo um pedido de desculpas pelo que aconteceu antes. Se não fosse pelo seu jantar, talvez eu e o Shino não estaríamos juntos agora. Como agradecimento vou convencer minha mãe a marcar o próximo jantar lá em casa.

— Mebuki-san, vamos comer fora hoje, gostaria de nos acompanhar? - Kiba torceu o nariz para a proposta de Shino. Na verdade, tinha planos bem mais complexos para os dois que um jantarzinho clichê qualquer.

— Oh, fico mega feliz pelo convite Shino, mas, já tenho um jantar marcado com um Inuzuka também. Até, e divirtam-se!

Kiba ficou olhando a mulher caminhar na direção oposta, de onde eles tinham acabado de vir.

— Não sabia que eu tinha mais parentes vivos por ai, minha mãe nunca me falou nada. - Kiba ficou um tempo pensando sobre isso. Até olhar para a cara estranha que Shino fazia. – Acho melhor a gente voltar e perguntar pra ela; né!?

Shino segurou Kiba com bastante força dessa vez.

— Nós podemos voltar sim. - Shino beijou o pescoço de Kiba ali mesmo, no meio da rua, sem nenhum pudor – Amanhã… - mais um beijinho e Kiba soltou um pequeno uivo – Depois do almoço, e com umas caras bem felizes. O que acha?

— Eu… eu… eu acho que… a gente vai jantar em família de novo hoje! - Kiba pegou a mão do novo namorado e saiu o arrastando de volta pra casa.

Shino soltou um longo suspiro. E lá estavam eles de novo, voltando ao começo de tudo. Shino nem reclamou, acabou sorrindo. Não tinha mais como negar, adorava aqueles jantares em família.

 


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