Prefácio de Uma Vampira escrita por Gabriela Cavalcante


Capítulo 14
Flores


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Eu resolvi que o Emmett vai ter, em todo capítulo, uma nota inicial e uma nota final. Ele merece, né?
Bom, este capítulo é legal, mas o meu preferido continua sendo o ESPECIAL EMMETT. E eu não sei se vou fazer outro, depende de vocês.

Eei, taí mais um capítulo!!!



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Nota Inicial do Emmett:

  Rosalie agora confia em mim. Pelo menos foi o que ela deu a entender. Estamos no carro, fugindo do James e Edward está lendo minha mente, como ele sempre faz. Apesar disso ele é legal. Só não simpatizo muito com aquele topete esquisito. Acho que ele daria um bom irmão mais velho.

Rose está no banco de trás; ela parece preocupada. Isso não é bom.

 

Rosalie

 

Estamos fugindo. Do James, é claro. Edward está dirigindo e Emmett se distrai com a música que está tocando no rádio. Ele balança a cabeça de um jeito esquisito. Edward se ocupa de ler minha mente e rir do que eu estou pensando. Quem ele acha que é pra invadir meu cérebro desse jeito? Pensamento é uma coisa muito particular, Edward Cullen.

- Do que está rindo?

- De seus pensamentos. – Ele soltou outra gargalhada. – E me desculpe se você acha que pensamento é uma coisa particular. Mas eu não posso resistir.

- O que ela pensa de tanto? – perguntou Emmett, baixando um pouco o volume do rádio.

- Se eu contar, eu morro.

- Mas é claro que você não morre. Você é mil vezes mais forte que ela, você lê a mente dela, você é purpurinado...

- Eu não sou “purpurinado”. Eu apenas brilho no sol. E essa palavra não existe.

- Eu devia saber disso – murmurou Emmett, aumentando o volume do rádio novamente. De repente ele pareceu se lembrar de algo e abaixou o volume por completo. – E você, Rosalie, no que pensa tanto?

- Eu já disse que pensamento é uma coisa particular demais.

Edward riu.

- Pare de rir, seu vampiro topetudo! Aposto que você estava querendo imitar o Elvis e não conseguiu.

- Tudo bem, mas é impossível não rir. Você pensa cada coisa, Rosalie. – Sim, ele riu de novo. Fiquei indignada:

- Não tenho mais privacidade nem pra pensar! Isso é definitivamente o fim do mundo!

Emmett agora ria junto com o topetudo.

- Emmett, não ria. Você também pensa engraçado. – Edward abafou uma risada que era pra ser escandalosa.

- Eu. Não. Penso. Engraçado – Emm gritou, visivelmente irritado. Edward continuava rindo. Comecei a rir junto com o topetudo.

- Claro que você pensa engraçado. Eu leio a sua mente, esqueceu?

- Então o que eu penso de tanto? – Emmett cruzou os braços, esperando uma explicação no mínimo semi-decente.

- Quer mesmo que eu diga?

Emmett descruzou os braços, coçou a cabeça, tirou o cd do rádio e hesitou mais um pouco. Olhou pra mim e para Edward, e depois seus olhos pularam de mim para Edward monotonamente como se ele estivesse assistindo a uma partida de pingue-pongue. Por fim, Emm assentiu, obrigando Edward a prosseguir.

- Bom, você pensa muito... Na Rosalie.

Ele corou. Oras, eu também.

- Sua ameba! – eu o xinguei.

- Esqueça que eu sou uma ameba, pelo menos por enquanto, ok? – pediu Emm.

- Impossível. Você é uma ameba.

- Só de vez em quando – ele se defendeu.

Edward quase pulou do banco da frente de tanto rir. Até hoje eu não sei se ele estava rindo do papo das amebas ou dos nossos pensamentos. No que eu estava pensando mesmo?

 

[...]

 

Eu andava de um lado para o outro. Estava no hotel, um lugar estranho que não serve comida decente. Se bem que Edward não se importa muito com isso. Ele foi caçar. Eu estou na TPM e obriguei Emmett a ir ao mercado comprar porcarias para eu comer acompanhado do resto de refrigerante que sobrou do almoço.

Eu estava sentindo uma coisa esquisita por dentro. Tipo uma angústia que não era tão angustiante assim. Algo que me fazia cócegas sem graça por dentro, algo dentro do coração. Estranho!? Estranho é pouco!

Sentia como se alguma coisa estivesse querendo sair de mim. Legal, eu estava ficando maluca. Se eu me internasse por livre e espontânea vontade alguém ia estranhar? Ou iam me jogar direto numa sala acolchoada amarrada numa camisa de força? Talvez...

O estranho é que Emmett não chegava. Mas que demora!

Emmett.

Emmett?

Emmett...

As reticências não simbolizam um caos. Simbolizam que eu acho que estou estranha por causa dele e que não consigo tirá-lo da minha cabeça. Ontem foi um dia estranho, tanta coisa aconteceu. E tudo começou quando eu fugi de casa. E agora eu transformara meu melhor amigo num fugitivo igual a mim.

Se eu não fosse tão estúpida e egoísta, talvez Emmett estivesse agora na casa dele assistindo algum desenho infantil, como fazíamos nas férias. E ele nem saberia onde eu estou agora. E eu nem teria essa crise existencial.

Isso me afligia. Perseguir esse pensamento (Emmett, Emmett, Emmett) aumentava a tal angústia esquisita que estava me corroendo por dentro. Até que eu escutei o barulho da porta se abrindo e uma voz e a angústia esquisita que vinha de dentro passou.

- Rose!

- Emm! – eu gritei, correndo e tirando-lhe da mão a sacola de mercado. Abri e encontrei biscoitos recheados de tudo quanto é tipo que se possa imaginar. Peguei um pacote que dizia ter um nível extremo de chocolate e comecei a comer imediatamente. Achei que o meu mal fosse fome.

Ele riu da minha pressa desastrada e colocou o resto dos biscoitos em cima da mesa.

- Rose, me desculpa?

- Desculpar pelo que? – De repente me toquei. – Ah... Não precisa se desculpar, a culpada fui eu, se eu não fosse tão idiota...

- Se nós não fôssemos tão idiotas... E tão amebas.

- Amebas?

- É. Somos duas amebas, você tem que admitir isso.

- Tenho.

- Mas... Você ainda tem que me desculpar.

- Você tem que me desculpar, não o contrário. Eu sou uma ameba, lembra?

- Tá bom, então eu só vejo uma solução boa para ambas as partes.

- Então qual é?

- Os dois perdoarem ao mesmo tempo – ele sugeriu, erguendo uma sobrancelha. Parecia uma sugestão boa e que beneficiaria tanto eu quanto ele. Assenti. – No três!

- Um, dois...

- Três!

- Eu te perdôo. Ei, não era pra gente se perdoar ao mesmo tempo, Emmett? – Que coisa, eu fui enganada do modo mais perverso.

- Você tem razão. É mesmo uma ameba. E agora que eu estou desculpado, não tenho mais nada a fazer.

- Claro que tem: me desculpar. A culpa foi minha, sua ameba! – De repente eu percebi que estava parecendo uma criança. – Este diálogo está idiota?

- Claro que não! Estamos falando sobre coisas importantes.

- Amebas são importantes? – Ergui uma sobrancelha.

- São sim. Pense: ciências, amebas. É uma coisa inteligente.

Pensei comigo mesma por um instante.

- É. Amebas são inteligentes, então não se ofenda quando eu te chamar de ameba.

- Não me ofendo. Eu também te chamo de ameba, esqueceu? – Emm soltou uma risada maligna. Não me deu medo. Eu ri junto. – E o James, o que pensa sobre ele?

- Você mudou de assunto! – observei. Ele riu e ficou esperando a minha resposta. – Eu não quero mais saber dele, principalmente porque ele me mandava rosas amarelas.

- Pensei que você gostasse de rosas amarelas.

- Eu gostava, mas depois disso eu percebi que parecem flores de defunto. E agora eu gosto de rosas vermelhas. Parecem melhores.

Ele riu.

- Que bom. Nunca soube por que você gostava tanto de amarelo.

- O sol é amarelo e ninguém nunca reclamou.

- Bom...

- Mas você ainda tem de me desculpar.

- Tudo bem, eu te desculpo. Mas pelo quê mesmo?

Fiquei um pouco sem graça para falar:

- Pelo beijo.

- Acha que foi um erro?

- Mais ou menos.

- Esquecer? – ele me olhou de um modo que fizera na vida.

- Como? Não tem como esquecer. É estranho.

- Também acho.

Eu suspirei.

- Mas ainda confia em mim? – ele perguntou, me fazendo sorrir. Mas é claro que a resposta era sim. E ele devia saber disso tanto quanto eu.

 

[...]

 

Saí do banho com uma toalha na cabeça e ouvi a campainha. Edward e Emmett tinham a chave, por que isso? Talvez não fossem eles. A angústia estranha voltou.

Era um funcionário do hotel, vestido de vermelho e com um buquê de rosas vermelhas nas mãos. Ele disse que era pra mim. Agradeci e perguntei de quem era. Ele me avisou que o cavalheiro pediu para não ser identificado. Agradeci novamente e fui me sentar no chão com as flores e procurei um vestígio do anônimo.

Nada. Nem um bilhete para eu me orientar. Nadinha.

Fiquei um pouco confusa, mas a campainha me interrompeu novamente. Era o funcionário do hotel de novo.

- Mais flores?

- Mas essas não são do mesmo cavalheiro. – Ele me entregou as flores amarelas.

- Não? – Eu estava confusa.

- E, se me permite, prefira o cavalheiro das rosas vermelhas. Ele me parecia... Melhor.

- Obrigada pela sugestão.

Fechei a porta e comecei a procurar um bilhete nas rosas amarelas. Achei um pequeno envelope verde, lacrado. Abri e encontrei algo parecido com um cartão de visita decorado com uma letra linda, elegante e inconfundível. Era ele.

 

Rosalie, eu estou chegando.

Levo comigo um presente: um beijo para

a sua eternidade.

Ou para a sua morte.

 

- Meu Deus. – Foi só o que eu consegui falar antes de Edward chegar puxando Emm pelo braço.

- Vamos embora daqui.

Eles são apressados demais, me fizeram enfiar todas as roupas na mala – sem tempo para dobrar – e sair do quarto com a toalha na cabeça. E foi assim que eu passei pela recepção do hotel acompanhada de uma ameba e de um vampiro topetudo. Claro que as pessoas em volta não perceberam a ameba nem o vampiro topetudo; só olharam a ameba com toalha na cabeça.

- Pra onde vamos agora? – perguntei no carro, tentando (em vão) arrumar o cabelo amassado pela toalha.

- Vocês verão. – Edward riu.

De repente eu fiquei pensando no por que de James me mandar um bilhete avisando que queria me matar. A maioria dos assassinos mata sem o consentimento da vítima. E ele não devia ser diferente.

- Ele me mandou flores... – murmurei comigo mesma, mas Emmett pensou que era com ele e aumentou a conversa:

- Flores?

- Amarelas. Iguais as de defunto. E outra pessoa me mandou flores vermelhas, não sei se foi pra rir da minha cara ou pra eu ficar feliz e confusa ao mesmo tempo.

- A primeira opção é a mais provável – opinou Emm.

- Também acho.

 

[...]

 

Dessa vez o hotel era mais porcaria ainda. A comida era horrível, e eu não tinha mais a desculpa da TPM para obrigar Emmett a ir ao mercado no meu lugar. Então eu fui sozinha, mas a uma distância relativamente segura.

Cheguei novamente no hotel, não pensando em nada, e ia abrir a porta quando fui detida por uma conversa entre Edward e Emmett.

- Qual o problema, Emmett?

- Todos.

- Desculpe, mas não posso lidar com suas crises existenciais. Se você gosta dela, devia falar, e não ficar se lamentando no anonimato.

- É. Mas eu não tenho coragem.

- Isso é um problema.

- Não tenho coragem de dizer que...

- Que você ama a Rosalie desde que se lembra.

- É.

Senti uma pequena lágrima descendo pelo canto do olho.

- E o que você vai fazer? Contar pra ela? Só conseguiu deixá-la ainda mais confusa mandando aquelas flores.

- Eu sei... Mas ainda assim não tenho coragem de falar pra ela.

- Devia falar.

- Não tenho coragem.

- Ainda acho que devia falar.

- Ah...

- Uma hora ela vai descobrir e vai exigir uma explicação pra você ter feito isso. E você não sabe se vai conseguir.

- É.

Ah, meu Deus... Como fui tão... Ameba? E tão cega?

As lágrimas desciam mais depressa, pelo silêncio. E eu não estava chorando por ele, estava chorando por mim. Porque eu fui todas as coisas ruins do mundo ao mesmo tempo e não me dei conta de quem estava comigo o tempo todo desde... Desde sempre.

Todas as gavetinhas estavam fora do lugar, eu estava num mar de confusões que se alastravam na minha mente. E a angústia esquisita ia e vinha, a todo o momento. E eu só conseguia pensar numa coisa: Emmett, Emmett, Emmett. E foi isso que fez Edward parar, enquanto eu me encostava à parede e deslizava para o chão no ritmo das minhas lágrimas.

- Emmett, ela... Ela está aqui. E ouviu tudo.

 

Nota Final do Emmett:

E agora, hein? O QUE EU VOU FAZER? Simplesmente aceitar que eu sou um tremendo idiota e deixá-la falar tudo na minha cara?

Ou será que Rose vai ter pena de mim e facilitar as coisas, pedindo calmamente pra que eu deixe de frescura e de dar em cima da minha melhor amiga? Não é algo fácil de se adivinhar.

Edward está parado, eu não sei o que ele vai fazer antes de sumir daqui, do jeito que ele faz como ninguém. Sumir. Talvez fosse tudo o que eu precisasse. Ah, e leia as notas finais da autora, ela está pedindo. Alugando meu espaço, tenho que reclamar com ela.

 

 


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Notas finais do capítulo

AUTORA: Emmett, por favor, não reclame com a autora. Ela cedeu gentilmente um espaço pra você, que vai ter em todo capítulo. Você não tem do que reclamar!
EMMETT: Me deixa... Eu estou confuso. Eu não sei o que vai acontecer. Rosalie está brava comigo? Eu sou uma ameba?
AUTORA: Tudo bem, se você quer ser um emo só por isso eu não posso te impedir... Mas fique quieto aí e espere pelo próximo capítulo, assim como os leitores fiéis vão fazer.
Falando neles, OI LEITORES! Gostaram do espacinho para o Emmett e do nosso pequeno diálogo aqui? Se sim, preparem-se: vai ser assim todo capítulo. E eu adorei essa minha idéia, particularmente!!

Bom, tchau, e esperem pelo próximo cap junto com o Emmett.
EMMETT: *assentindo*
AUTORA: E não esqueçam dos meus reviews, eles são uma relíquia, ok?? Ao deixarem reviews, vocês participam da história da vida de um autor, e correm o risco de serem lembrados até a sua morte!! ENTÃO DEIXEM REVIEWS!!
EMMETT: Eu vou deixar o meu!!
AUTORA: O_o



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