Sophia escrita por znestria


Capítulo 11
O Fim da Noite




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/749172/chapter/11

Continuaram dançando por mais algumas músicas. Logo depois que a primeira acabou, Georgie e Sean apareceram do seu lado e os cumprimentaram animadamente, mas Sophia já não ficou mais tão feliz em vê-los como teria ficado antes. As melodias foram ficando cada vez mais agitadas, e não demorou para que Sophia se encontrasse arfando. Sugeriu para Viktor que fossem pegar algo para beber e então saíram da pista.

“Não sei como todos têm energia para dançar tanto”, comentou Sophia, olhando para Fred Weasley, que se mexia freneticamente. “O máximo de exercício que faço é subir as escadas do castelo.” Viktor deu uma risada abafada.

Foram até uma das mesas e pegaram duas garrafas de cerveja amanteigada. Sentaram em duas cadeiras perto da pista e descansaram, observando os estudantes ainda muito imersos na dança. 

Quando a música que estava tocando acabou, todos aplaudiram. Viktor aproximou-se e disse: “Focê querr tomarr um ar?” 

“Ah… Claro.” 

Os dois se levantaram e saíram do Salão para os jardins. Mais uma vez, Sophia ficou encantada com as luzes flutuantes. Passearam pelas estátuas e roseiras, onde se escondiam alguns casais risonhos. Viu, então, um Snape muito mal-humorado andando com Karkaroff, e apontou para a direção oposta: “Vamos para lá…” Mas Viktor já a estava puxando, e Sophia sentiu um olhar nada amistoso vindo do diretor estrangeiro.

Andaram por um dos caminhos do roseiral até se afastarem dos burburinhos. Sentaram, finalmente, em um banco de pedra ao lado de uma fonte. O único som que ouviam era o da água jorrando.

“Nem sei de onde tiraram todas essas decorações”, comentou Sophia. “Nunca tinha visto.” 

“Ecstá tudo muito bonito”, ele complementou, sem muita empolgação.

Ficaram silêncio por um tempo, cada um abstraído em seus próprios pensamentos, até que Sophia tomou coragem e perguntou: 

“O que você acha do Karkaroff?” 

Queria que soasse mais casual, mas não teve sucesso: Viktor enrijeceu e sua expressão ficou carrancuda. Demorou um pouco para que respondesse:

“Ele non é um dirretorr muito pom. Gosta de intimidarr e non liga muito parra os alunos.” 

“Desculpa perguntar. Eu só…”

“Non tem prroblema. Eu querria que focê soubesse que eu non concorrdo com Karkaroff.” 

   Seus olhares se encontraram e Sophia sorriu. “Eu não acho que ele gosta muito de mim.” 

“Non acho que ele gosta muito de ninguém”, Viktor retrucou, fazendo-a rir.

“Bom, então não é à toa que ele esteja andando com Snape”, disse Sophia. “O Snape só gosta dos alunos da Sonserina, e é sempre injusto com qualquer um que não seja de lá.” 

“Tem muita rivalidade entrre as Casas, non tem?” 

“Sim. De um jeito que não é muito saudável, eu diria, pelo menos pra algumas pessoas. Por exemplo, tem muitos alunos da Sonserina torcendo para Durmstrang ou Beauxbatons só porque não querem torcer para alguém da Grifinória ou Lufa-Lufa.” Sophia balançou a cabeça. “Sem falar que, durante o campeonato de quadribol, as pessoas ficam se atacando, tanto verbalmente quanto com azarações.” 

“Non é ton diferrente da Copa Mundial de Quadrribol então.” 

Os dois riram. Ficaram um tempo em silêncio, observando o pátio sob as luzes encantadas. Sophia estava quase sugerindo que voltassem ao Salão quando Viktor falou:

“Obrrigado porr virr comigo, Sophia.” 

“O quê?” 

“Ao Baile.” 

“Ah”, Sophia abriu um sorriso. “Você sabe que ainda não acabou, né?”

Viktor riu baixinho. Então foi se aproximando, devagar, e a beijou. 

Quando se separaram, Sophia sussurrou, ainda sorrindo: “Obrigada por me convidar.”  

 

 

 

Voltaram ao Salão e conseguiram dançar mais algumas músicas antes do relógio bater meia-noite, anunciando o fim da festa. As Esquisitonas encerraram o show a numerosos aplausos; várias pessoas gritavam para que tocassem mais uma música. Tiveram que se retirar, ao desagrado de alguns - outros, entretanto, pareciam muito felizes que a noite tinha acabado. 

Georgie e Sean, com quem Sophia e Viktor tinham se reunido novamente na pista, saíram por um caminho que não era o para a Torre da Corvinal. Rogério e Fleur também não estavam à vista (Sophia os tinha identificado de relance nos jardins quando estavam voltando), o que deixou o novo casal livre para voltarem sozinhos.

Passaram pelo saguão de entrada e Viktor ofereceu-se para acompanhá-la à sua Casa. Andaram lentamente, procurando prolongar a companhia um do outro. Assim que chegaram às escadas da Torre, porém, Sophia parou e disse:

“Não precisa subir as escadas comigo. São bem cansativas.” E olhou com remorso os sapatos de salto, que estiveram torturando seus pés desde o momento que os colocara. 

Viktor assentiu. 

“Bom, boa noite”, ela concluiu. 

“Boa noite.” 

Ele estava a centímetros de seu rosto quando ouviram passos e risadinhas altas, então se separaram e se despediram com um aceno no lugar. Viktor se virou e as duas meninas do quarto ano que vinham se aproximando se calaram ao vê-lo. Quando ele desapareceu, porém, elas retomaram a conversa em gritinhos abafados e Sophia sentou-se ao pé da escada, cansada. Tirou os sapatos e subiu.

Subira em tão baixa velocidade que as quartanistas já haviam entrado quando chegou à águia da porta. Grunhiu alguns xingamentos, pois não estava com a disposição - ou capacidade, depois daqueles goles de uísque de fogo - para responder charadas. 

“O que é que sobe, mas nunca desce?” perguntou a águia.

“Minha impaciência com seus enigmas e esse sistema antiquado de segurança”, retorquiu Sophia rispidamente.

“Que indelicado”, comentou a águia, e a porta permaneceu imóvel.

Sophia começou a argumentar sobre como, após seis anos, ela se encontrava presa para fora da Sala nas piores situações, ficando cada vez mais descontente com a águia (nunca a perdoando), e por isso fazia sentido dizer que sua impaciência sempre subia e nunca descia. A águia, no entanto, manteve-se impassível.

Foi então que Rogério apareceu, com as vestes e cabelos desarrumados e um sorriso bobo no rosto. O humor de Sophia se suavizou ao ver o amigo, e mal estava ouvindo quando a águia repetiu a pergunta a ele.

“Minha adoração por Fleur”, ele respondeu docilmente.

Sophia jogou os braços para cima e gemeu em arrependimento não só de ter sido sarcástica com a águia, ao invés de dar uma resposta adequada, mas também de ter confiado no amigo fora de si para responder a pergunta. Sentou-se, desanimada, encostada na parede, e Rogério se juntou a ela, apoiando a cabeça em seu ombro. Os dois continuaram na mesma posição, esperando alguém chegar. Sophia estava quase dormindo quando se deparou com Cho Chang se aproximando, com uma expressão confusa no rosto.

“Vocês estão bem?”

“Ah, sim”, disse Sophia, levantando-se e puxando o amigo. “Eu fui meio grossa com a águia, e o Rogério ainda está meio abalado pela Fleur.” 

Cho deu um sorriso empático e abriu a porta para eles (“O número de diretores que Hogwarts já teve”, ela propora, o que a águia avaliou "Bem pensado”). Georgie e Sean se encontravam abraçados em um sofá, e, ao vê-los, Sean gritou: “Ah! Os pares dos campeões!” 

“Ei, é verdade”, percebeu Sophia. “Só falta a do Potter, ela é da Corvinal também!” 

“Ah, na verdade não, aquela é a irmã gêmea dela, e está na Grifinória”, explicou Cho, antes de subir para o dormitório das meninas.

“Bom, seria uma coincidência muito grande se todos os campeões tivessem escolhido alguém da Corvinal”, apontou Sophia, ao sentar-se perto dos amigos.

“O que podemos fazer, se somos todos deslumbrantes e encantadores?” disse Sean, passando ironicamente uma mão pelos cabelos.

“É, bem encantadores mesmo”, Georgie comentou encarando Rogério, que ainda tinha um ar atordoado no rosto.

Os amigos riram e conversaram alegremente entre si, discutindo a banda, a comida, a decoração e outros aspectos do Baile. Ninguém falou, porém, de detalhes, dos momentos em que tinham sumido com seus pares, embora já estivesse claro o que havia acontecido. 

Quando subiram para suas camas, Georgie puxou Sophia para o lado e lhe deu um olhar curioso. “Como foi?” 

Sophia nem se esforçou para comprimir o sorriso. “Foi bem bom.” 

Para Georgie, foi o suficiente. A amiga riu e a abraçou antes de entrarem no quarto, onde Nancy se encontrava, ainda acordada, contando alguma história para uma Elena sonolenta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sophia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.