Ensinando a Beijar escrita por Pakkuna


Capítulo 6
Explicação ou Álibi?


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura
~Pakunna



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TicToc, TicToc, TicToc...

.

     Nenhum dos dois se manifestava

     A única coisa que se ouvia era o som do relógio

     Um de frente pro outro

     Mas parecia que não tinha ninguém na sala

     Um tentou pronunciar primeiro:

     - Eu acho que você sabe o porquê de estar aqui então – Fez uma pausa, o diretor – Não precisa ficar nessa de rebelde sem causa.

     Falava Roger, para o garoto sentado na cadeira a frente

     Estava digno de um rebelde:

     Pés em cima da cadeira

     Brincando com o cabelo

     Olhando para qualquer lugar

     - Mello, eu posso ficar aqui o dia todo. – Falava o diretor – Mas não acho que você queira perder seu treino de futebol por mera rebeldice. Só quero que me explique. Eu vou ouvir, tudo bem? – Ele tentava convencer o garoto a falar

     O que com certeza não era uma tarefa fácil

     - Ah... – Bufava Roger, cansado já. Tinha sido um dia estressante – Quer um café? – Perguntou, indo em direção a uma bandeja com uma cafeteira que tinha na sala.

     E o garoto continuava sem falar nada

     - Mello você não precisa de um advogado para me dizer que não quer café.

     - Não quero.

     Era assim sempre

     Curto e grosso

     - Ahh falou... Agora que tal conversarmos um pouco? – Falou Roger com uma xícara de café na mão, sentando-se à mesa.

     Ele não falou nada

     Parece até que o tinha colocado no botão mudo

     - Mello, estou tentando ser razoável – Disse, já perdendo a paciência – Estou tentando ouvir o seu lado antes de decidir o que fazer, mas você também não colabora! Para de agir como uma criança! – Desabafou, realmente cansado de tudo isso

     Parece que essas palavras despertaram Mello

     Nesse momento ele olhou para o diretor, se ajeitou na cadeira a começou a falar:

     - Ta bom Roger, o que foi? – Falou Mello, encarando fulminantemente o diretor

     - O que foi? Mello, você desrespeitou uma das regras mais importantes deste instituto e age como se não fosse nada demais! – Esbravejou Roger

     - Então, porque não me dá a mesma punição que deu pro Matt? Afinal, tivemos a mesma escolha, né? – Falou Mello com certeza e convicção

     Parecia ter certeza do que queria

     Não seria justo fazer aquilo com ele

     Ele não se arrependia do que escolhera

     Roger sorriu

     Percebendo que não há mais motivo para expulsão

     - Não vou te expulsar – Falava Roger, triunfante

     - O quê??? – Falava Mello, incrédulo. Fez tudo que podia para salvar seu amigo e agora?

     Tudo que tinha feito não valeu de nada?

     - Roger, eu disse no refeitório e vou repetir: Se expulsar o Matt, vai me expulsar também! E pelo mesmo motivo! Fizemos a mesma coisa!!! Por que eu não vou ser expulso?! – Exclamava Mello – Essa TEM que ser a consequência da minha escolha!

     Mello não entendia

     Roger queria mostrar que as consequências eram inesperadas

     Coisa que aprendera com L

     Afinal destino é a consequência das escolhas

     Qual a graça de você fazer uma escolha sabendo a consequência?

     É como se programasse seu destino

     E as coisas não acontecem bem assim

     - Terá uma punição Mello, mas diferente da do Matt. – Roger falava, tentando explicar indiretamente para Mello

     - Não entendo Roger! – Falava Mello, com muita raiva

     É, ele não entendia

     Mas Roger sabia as razões que Mello fez aquilo

     Ele fez aquilo sabendo ou pelo menos achando como seria seu destino

     Mas fez aquilo também tendo esperanças de mudar o destino do amigo

     - Desista Mello! Não vou te expulsar – Falava Roger, quase rindo da situação do garoto

     - Roger!! Você tem que me expulsar!! Eu não vou deixar o Matt sair daqui sozinho – Gritava Mello, já se colocando de pé – Se ele for eu vou junto!

     - Não! Nenhum de vocês vai sair! – Disse Roger

     - Ahh vou sim! Se o Matt for eu... – Finalmente Mello assimilou o que o diretor disse– Como assim?? Nenhum de... vocês? –Só nesse momento Mello sentou e esperou o diretor de pronunciar

     - É isso aí, decidi não expulsar nem você nem o Matt – Roger falou, sentando

     Nesse momento Mello deu um grito que acho que toda a Wammy’sHouse pode ouvir

     - Roger! Valeu!! – Mello pulou a mesa e abraçou o diretor

     Claramente estava feliz e aliviado

     Já que não vai mais perder seu melhor amigo

     - Já entendi, Mello – Falava Roger, soltando o garoto – Fiz isso porque suas escolhas foram em prol de outra, para ajudar um amigo. E se você estava a ponto de arriscar tudo pelo Matt é porque você tem certeza e convicção do que faz. Você traça seu próprio destino, mesmo tendo coisas não esperadas no caminho você está pronto pra tudo. – Quando disse essas palavras os olhos de Mello brilharam e seu peito se encheu de orgulho

     - Valeu Roger! – Dizia Mello, indo em direção a porta – Vou contar pro Matt

     - Mas antes, Mello será que poderia me tirar uma dúvida cruel? – Perguntou Roger, ganhando novamente a atenção de Mello – Por que ele?

     Não precisava citar nomes

     Todos sabiam a quem ele se referia

     À ele

     À Near

     - Por quê? Pensei que soubesse, Roger – Falava Mello, se virando de frente para o diretor encostado na porta – Simples, se eu me ferrasse ele iria junto – Mello concluiu

     Roger fez uma cara de quem não tinha entendido

     - Deixe-me explicar. Se algo acontecesse comigo o mesmo deveria acontecer à Near não acha? – Mello falava, como se fosse o óbvio – Afinal, a culpa em parte também é dele pois ele não me impediu. Poderia ter me parado mas não o fez.

     Falando aquilo virou-se e saiu

     Deixando Roger com aquela explicação medíocre

     Mas ainda podia explicar aquela loucura que fizera

     Porém aquela mesma explicação não convenceu ao próprio dono dela

     Porque ele sabia que aquela não era a explicação

     Que aquela não era a razão

     Mas podia servir de álibi

     E correu

     Em direção a Matt com boas novas

     Mas ainda com aquela pergunta na cabeça

Foi explicação ou foi um álibi?

     Se nem ele conseguia responder

     Quem mais poderia?

.

CONTINUA...


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