Ensinando a Beijar escrita por Pakkuna
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura
~Pakunna
TicToc, TicToc, TicToc...
.
Nenhum dos dois se manifestava
A única coisa que se ouvia era o som do relógio
Um de frente pro outro
Mas parecia que não tinha ninguém na sala
Um tentou pronunciar primeiro:
- Eu acho que você sabe o porquê de estar aqui então – Fez uma pausa, o diretor – Não precisa ficar nessa de rebelde sem causa.
Falava Roger, para o garoto sentado na cadeira a frente
Estava digno de um rebelde:
Pés em cima da cadeira
Brincando com o cabelo
Olhando para qualquer lugar
- Mello, eu posso ficar aqui o dia todo. – Falava o diretor – Mas não acho que você queira perder seu treino de futebol por mera rebeldice. Só quero que me explique. Eu vou ouvir, tudo bem? – Ele tentava convencer o garoto a falar
O que com certeza não era uma tarefa fácil
- Ah... – Bufava Roger, cansado já. Tinha sido um dia estressante – Quer um café? – Perguntou, indo em direção a uma bandeja com uma cafeteira que tinha na sala.
E o garoto continuava sem falar nada
- Mello você não precisa de um advogado para me dizer que não quer café.
- Não quero.
Era assim sempre
Curto e grosso
- Ahh falou... Agora que tal conversarmos um pouco? – Falou Roger com uma xícara de café na mão, sentando-se à mesa.
Ele não falou nada
Parece até que o tinha colocado no botão mudo
- Mello, estou tentando ser razoável – Disse, já perdendo a paciência – Estou tentando ouvir o seu lado antes de decidir o que fazer, mas você também não colabora! Para de agir como uma criança! – Desabafou, realmente cansado de tudo isso
Parece que essas palavras despertaram Mello
Nesse momento ele olhou para o diretor, se ajeitou na cadeira a começou a falar:
- Ta bom Roger, o que foi? – Falou Mello, encarando fulminantemente o diretor
- O que foi? Mello, você desrespeitou uma das regras mais importantes deste instituto e age como se não fosse nada demais! – Esbravejou Roger
- Então, porque não me dá a mesma punição que deu pro Matt? Afinal, tivemos a mesma escolha, né? – Falou Mello com certeza e convicção
Parecia ter certeza do que queria
Não seria justo fazer aquilo com ele
Ele não se arrependia do que escolhera
Roger sorriu
Percebendo que não há mais motivo para expulsão
- Não vou te expulsar – Falava Roger, triunfante
- O quê??? – Falava Mello, incrédulo. Fez tudo que podia para salvar seu amigo e agora?
Tudo que tinha feito não valeu de nada?
- Roger, eu disse no refeitório e vou repetir: Se expulsar o Matt, vai me expulsar também! E pelo mesmo motivo! Fizemos a mesma coisa!!! Por que eu não vou ser expulso?! – Exclamava Mello – Essa TEM que ser a consequência da minha escolha!
Mello não entendia
Roger queria mostrar que as consequências eram inesperadas
Coisa que aprendera com L
Afinal destino é a consequência das escolhas
Qual a graça de você fazer uma escolha sabendo a consequência?
É como se programasse seu destino
E as coisas não acontecem bem assim
- Terá uma punição Mello, mas diferente da do Matt. – Roger falava, tentando explicar indiretamente para Mello
- Não entendo Roger! – Falava Mello, com muita raiva
É, ele não entendia
Mas Roger sabia as razões que Mello fez aquilo
Ele fez aquilo sabendo ou pelo menos achando como seria seu destino
Mas fez aquilo também tendo esperanças de mudar o destino do amigo
- Desista Mello! Não vou te expulsar – Falava Roger, quase rindo da situação do garoto
- Roger!! Você tem que me expulsar!! Eu não vou deixar o Matt sair daqui sozinho – Gritava Mello, já se colocando de pé – Se ele for eu vou junto!
- Não! Nenhum de vocês vai sair! – Disse Roger
- Ahh vou sim! Se o Matt for eu... – Finalmente Mello assimilou o que o diretor disse– Como assim?? Nenhum de... vocês? –Só nesse momento Mello sentou e esperou o diretor de pronunciar
- É isso aí, decidi não expulsar nem você nem o Matt – Roger falou, sentando
Nesse momento Mello deu um grito que acho que toda a Wammy’sHouse pode ouvir
- Roger! Valeu!! – Mello pulou a mesa e abraçou o diretor
Claramente estava feliz e aliviado
Já que não vai mais perder seu melhor amigo
- Já entendi, Mello – Falava Roger, soltando o garoto – Fiz isso porque suas escolhas foram em prol de outra, para ajudar um amigo. E se você estava a ponto de arriscar tudo pelo Matt é porque você tem certeza e convicção do que faz. Você traça seu próprio destino, mesmo tendo coisas não esperadas no caminho você está pronto pra tudo. – Quando disse essas palavras os olhos de Mello brilharam e seu peito se encheu de orgulho
- Valeu Roger! – Dizia Mello, indo em direção a porta – Vou contar pro Matt
- Mas antes, Mello será que poderia me tirar uma dúvida cruel? – Perguntou Roger, ganhando novamente a atenção de Mello – Por que ele?
Não precisava citar nomes
Todos sabiam a quem ele se referia
À ele
À Near
- Por quê? Pensei que soubesse, Roger – Falava Mello, se virando de frente para o diretor encostado na porta – Simples, se eu me ferrasse ele iria junto – Mello concluiu
Roger fez uma cara de quem não tinha entendido
- Deixe-me explicar. Se algo acontecesse comigo o mesmo deveria acontecer à Near não acha? – Mello falava, como se fosse o óbvio – Afinal, a culpa em parte também é dele pois ele não me impediu. Poderia ter me parado mas não o fez.
Falando aquilo virou-se e saiu
Deixando Roger com aquela explicação medíocre
Mas ainda podia explicar aquela loucura que fizera
Porém aquela mesma explicação não convenceu ao próprio dono dela
Porque ele sabia que aquela não era a explicação
Que aquela não era a razão
Mas podia servir de álibi
E correu
Em direção a Matt com boas novas
Mas ainda com aquela pergunta na cabeça
Foi explicação ou foi um álibi?
Se nem ele conseguia responder
Quem mais poderia?
.
CONTINUA...
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