A filha da Noite escrita por Hime


Capítulo 1
Sophie


Notas iniciais do capítulo

Voltando a escrever... Por enquanto, espero que gostem. Tentarei não abandonar essa história e continuar as outras.



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Seria surpresa para qualquer ser humano se eu falasse que monstros existem. Na verdade, eu seria chamada de louca, mas não me importo. A tanto sou chamada de louca que já é um apelido.

Prazer, me chamo Sophie e estou nesse exato momento fugindo de um monstro. Para ser mais exata: um monstro mitológico que se chama Harpia. Mas o que aconteceu comigo é que é o interessante... Vamos voltar ao tempo.

 

....

 

Eu estava deitada em minha cama, até que o despertador anuncia que devo ir ao colégio. Meu pai era um astrólogo e tinha se formado em ciências computacionais há pouco. Levantei-me preguiçosamente da cama e tomei meu café da manhã. Não sei porque, mais amava bem mais a noite que o dia e eu estava com sono. Resultado do fato de eu ter ido até altas horas da madrugada admirando a noite e fazendo algumas loucuras tipo... Tentar falar com corujas. Cara, já fui presa por isso, acredite, eu contarei depois.

Então, após terminar meu café, sai de casa com minha mochila. Fazia frio naquela manhã, mais não me incomodava tanto assim. Ouvi um barulho que vinha da trilha da floresta próximo a escola e como sou extremamente curiosa, vou atrás do barulho! Lentamente fui andando pela trilha procurando fazer o menor barulho possí­vel. Obtive êxito ao não fazer barulho, porém...

Caramba... Não acredito que me perdi. - Havia falo para o nada. Estava na parte meio escura meio clara da floresta. Era uma mata fechada, onde os raios de sol iluminavam o chão com pontos brilhantes que dançavam quando o vento resolvia passar por ali. Procurei por baixo de arbustos, atrás de arvores e ate fiquei em silencio para ver se escutava algo, mas o barulho estranho já não era ouvido.

Uma sombra apareceu na trilha e algo me forçava a segui-la. Mesmo sabendo que ela não era o que eu procurava... Era como se eu sentisse que se continuasse naquela floresta, eu iria correr perigo, e que deveria sair no mais rápido possível. E como a única coisa que eu conseguia detectar como algo diferente e bom era a forma de uma pessoa entre as árvores, então eu iria com ela. A medida que eu ia me aproximando, ela ia se afastando. Estava tão concentrada em alcançar a 'pessoa' que quando dei por mim estava de volta a trilha. Porém não tinha mais ninguém ou resquício, índice, de algo parecido por perto. Suspirei e resolvi ir a escola.

Naquele dia, eu estava especialmente distraída. Pensava em como quanto mais rápido eu andava, mais distante eu ficava de quem me guiava. Era como se a forma tremeluzisse e voltasse a aparecer alguns passos antes e em uma velocidade incrível. Tamborilhava os dedos enquanto pensava e terminei por cair no sono.

~~~~

Sonhei.

No sonho, uma mulher muito bonita e majestosa estava na minha frente. Usava um vestido justo, com um decote elegante que com toda a certeza atraía os olhares dos homens, uma abertura da coxa até os pés, revelando pernas muito belas. Ela era sensual, e poderosa. Seu olhar era profundo e seus lábios levemente carnudos. Os cabelos levemente ondulados caiam pelos ombros e iam até a cintura, sua pele era bronzeada e visivelmente sedosa... E ela era gigante. Prendi a respiração quando a vi. Me sentia pequena, literalmente. Ela me analisava, mas não sabia qual era a sua expressão ou o que pensava, mas algo nela era familiar.

Você pode respirar.— Falou com um pequeno sorriso de canto e fiquei vermelha de vergonha, soltando o ar levemente.

M-me desculpe.— fiz uma pequena pausa e prossegui: - sinto que a conheço, mais não tenho você na memória... poderia me dizer quem você é?

Um dia terás a oportunidade de descobrir. Na verdade... Logo, logo. Escute, o barulho que ouviu era uma armadilha, e o que esta por detrás dela machuca. Tome cuidado Sophie, pense mais. Você é inteligente.

~~~~

E então, ouvi o sinal da escola tocar e o que quer que fosse aquilo, começou a desaparecer. Quando tornei a abrir os olhos, tinha um bilhete em minha mesa solicitando, ou intimando, minha ida até a diretoria.

Ao chegar lá, apenas peguei minha carta de advertência por dormir em sala de aula e tentei me concentrar nas demais que vieram. Porém, nenhuma dessas me foi de interesse. Ao terminar o dia de aula, era por volta das 6:30 pm quando saí­ da escola.

A noite, como sempre, era minha parte preferida. Não importava se o céu era azul marinho ou preto apenas, ou se simplesmente tinha estrelas. As maravilhosas pigmentações brancas no céu me deixavam maravilhada. Gostava tanto da noite, que em meu quarto, o teto era pintado de um azul marinho, quase preto com algumas constelações. As minhas preferidas. Meu pai fez isso pra mim quando eu falei, ainda bem pequena, que eu amava a noite e as "estelas". Até hoje ele fala desse dia... Distraída com a noite, não percebi quando esbarrei em algo, ou melhor, em alguém. Era um garoto, negro, com olhos cor de mel muito bonitos. Era forte e sorriu gentilmente pra mim.

Está tudo bem? Você quase caiu.— Falou ele. Sua voz era levemente rouca, sensual.

Han? Mas eu nem senti que quase caí­...— Respondi. Ele sorriu de canto e falou baixo:

Eu estava correndo muito rápido. Sinceramente, minha primeira reação foi segurar você para não cair. Não sentiu o impacto?

Não!— Eu falei segurando o riso. Eu era muito tonta, lesa, distraída. Quando me fixava em algo, minha percepção do que estava ao meu redor sumia. Tanto que só agora me dei conta que ele estava ainda me segurando. Um desconhecido. Com toda a educação recebida pelo meu pai falei: - Desculpe-me, mas poderia me soltar?

Imediatamente ele me soltou. Sorriu sem jeito:- Desculpe. Estava te procurando.

Arregalei meus olhos. "Será que era um psicopata, aqueles que parece legal e depois mata o outro?!" Pensei. Afastei-me dois passos dele e falei firme: — Porque estava me procurando? Quem é você e o que quer?

Ele pareceu atordoado, mas sorriu novamente.

Sou Eric. Fui enviado por... bem, podemos dizer que foi pelo seu pai, para lhe levar em segurança até um Acampamento de verão.

Que acampamento? Estamos no inverno! E eu odeio acampamentos! - mas logo em seguida, ouço o bater de asas. Como se soubesse o que era, todo meu corpo ficou tenso. Um grito que não soube decifrar de que animal era. Quando virei o rosto, descendo do céu em voo rápido, vinha um monstro. Eu tinha visto uma figura parecida em um dos meus livros antigos... Como era o nome? Ferpia? Herpa? Herpis? Não, isso é uma doença. Quando pensei que ia ser atacada por minha inimiga, o garoto que estava atrás de mim, passou para a minha frente. Carregava um martelo cor de bronze, o qual brandiu com força contra o monstro, e então lembrei de onde a tinha visto. Meu livro de Mitologia. Dei dois passos para trás, não era possível que isso existisse...

Ela... é uma Harpia...— falei lentamente.

 


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