C o r a g e m escrita por Julie Mellark


Capítulo 2
D O I S




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James achou que não conseguiria dormir com tanta informação, para ele a passagem de tempo no período de sua morte até os dias atuais havia sido de segundos, Voldemort o matou dizendo apenas duas palavras e agitando sua varinha e no momento seguinte ele estava no Beco Diagonal, perdido, dezesseis anos mais tarde. 

O que James não entendia era como isso havia acontecido, ele e Lily não se pareciam com um fantasma, não se sentiam como um, na verdade ele nunca se sentiu mais vivo, podia sentir o sangue sendo bombeado do seu coração para todo o seu corpo, ele estava vivo, ele sentia, seu corpo no entanto ainda tinha 22 anos, a sua lembrança de seu filho, era de um bebe de 15 meses, não um homem de 17 anos. 

No entanto ali estava ele, 16 anos depois, ainda no meio de uma guerra, com seu filho ainda correndo risco, e completamente impotente, de alguma forma vivo, com sua mulher quase tão perdida quanto ele.

Os gêmeos transfiguraram uma cama para o casal, e se recusaram a contar qualquer outra informação sobre Harry ou o que estava acontecendo, James achava isso um péssimo sinal, mas achou melhor guardar isso para si e não preocupar Lily com seus pensamentos.

Ela estava em completo estado de choque quando os gêmeos explicavam o que sabiam e desabou a chorar quando ficou sozinha no quarto com James, ela chorou até perder a consciência e dormiu agarrada ao marido sem se mexer até o dia seguinte.

— Bom dia Sr. e Sra. Potter - Fred cumprimentou-os assim que apareceram na pequena cozinha.

— Bom dia garotos. Podem me chamar de Lily, por favor - Ela sorriu para ambos os gêmeos enquanto pegava um copo de chá 

— Sim por favor, James é muito melhor. Me sinto um velho e bom dada as circunstancias, temos quase a mesma idade. - brincou James olhando ao redor - Então essa é uma loja digna de um maroto, o que vocês têm por aqui?

 - Orelhas extensíveis, kit mata-aula, e produtos da linha Bruxa Maravilha, tais como; poções do amor, infalível removedor de espinhas em 10 Segundos, Mini pufes, entre outros. Há também uma seção de truques mágicos dos trouxas "para anormais como pai "que ainda estamos testando - explicou Jorge com entusiasmo e brilho nos olhos.

— Uau brilhante! parece-me muito com coisa que você e Sirius fariam, não acha James? - indagou Lily 

— Sim, parece muito - sorriu James

— Esse sempre foi um sonho nosso, entendem - falou Jorge com ar sonhador 

— Mas só fomos capazes de conseguir começar o negócio há alguns anos, com a ajuda do Harry - contou Fred

— Mesmo? Harry ajudou vocês com a loja? - admirou-se James ficando empolgado ao receber mais informações sobre seu filho

— Sim, ele nos deu todo o dinheiro em ouro que recebeu do prêmio do Torneio Tribruxo - Jorge se arrependeu no mesmo momento que terminou de contar 

— Harry participou de um torneiro Tribruxo? - Lily espantou-se

— Esses torneios foram cancelados há anos, exatamente pelo perigo que apresentam - disse James lembrando-se da aula de história da magia do seu quarto ano

— Olhem o Harry ganhou, e bem ele saiu vivo das tarefas - Fred comentou ficando com as orelhas vermelhas

— De qualquer forma ele se tornou nosso sócio, e tem uma porcentagem dos lucros - o orgulho de Jorge ao expressar essa notícia dava a James a impressão que dinheiro era um assunto delicado para os ruivos - E Sirius adorava alguns dos nossos primeiros produtos - acrescentou para mudar de assunto

— Falando em Sirius, como ele está? Nem imagino como ele deve ter reagido a nossa morte - O casal olhava para os gêmeos em expectativa

Os gêmeos não encaravam mais os Potter, começaram a se movimentar levando as louças para a pia e agitando a varinha sem explicação. Aparentemente não havia como conversar com o casal sem citar uma tragédia, e os gêmeos não se davam bem com esse tipo de situação, levar a tristeza para o conhecimento das pessoas não era a especialidade deles, portanto decidiram que quem contaria tudo que os Potter precisavam saber seria a Ordem.

James entendeu o comportamento e sentiu o mundo desabando, um mundo sem seu melhor amigo, seu irmão, um mundo sem Sirius parecia errado demais para existir, Lily também entendeu e apertou a mão de seu marido, desde que estava com James, ela teve que conviver com Sirius e ele acabou sendo um amigo leal e importante para ela como jamais teria previsto

— Há quanto tempo? - a voz de James estava um pouco rouca

— Quase dois anos agora - respondeu Fred tristemente - Ele sentiu muito a sua falta Sr. Potter e se importava muito com Harry

— Remus vai poder explicar tudo mais tarde, ele vai estar na reunião hoje, na época mamãe não nos deixava participar da Ordem. - Argumentou Jorge

— Isso se Ninfadora deixa-lo sair, mamãe disse que Dora está com medo de que Remus saia e não volte, você sabe por causa do bebe. - Fred disse para Jorge esquecendo-se do casal no cômodo.

— Esperem - disse Lily de repente - Ninfadora? bebe? 

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Eles engoliram seu café da manhã e voltaram para o andar de cima, Monstro sempre se curvando ou fazendo reverências e prometendo que cuidaria e deixaria a casa pronta para quando eles retornassem.

“Deus o abençoe”, disse Ron formalmente. “E só de pensar que eu costumava me imaginar cortando a cabeça dele e pendurando na parede!”

Eles podiam ver dois comensais vigiando a casa do outro lado do quarteirão.

Hermione desaparatou com Ron primeiro, Harry foi logo após.

Após a usual escuridão e a sensação de sufocamento, Harry achou-se no meio de um pequeno beco onde a primeira parte do plano deles iria acontecer. O local estava deserto, exceto por dois grandes cofres. Os funcionários do primeiro Ministro não costumavam ir trabalhar antes das oito horas.

“Ok então”, disse Hermione, olhando seu relógio. “Ela deve chegar aqui em... mais ou menos cinco minutos. Quando eu a estuporar...”

" Hermione, nós sabemos" disse Rony. " E eu pensei que nós iríamos abrir a porta antes dela chegar aqui.

Hermione grunhiu.

" Eu quase esqueci! Cheguem para trás..."

Ela apontou sua varinha para o cadeado e a pesada porta de fogo além deles, se abriu com um "crash". O corredor negro conduzia, como eles sabiam pelas suas cuidadosas viagens, num teatro vazio. Hermione puxou a porta atrás dela, para fazer parecer que ainda estava fechada.

" E agora," ela disse, se virando para encarar os outros dois, "nós colocamos a capa novamente"

" e esperamos," Rony terminou, jogando a capa sobre a cabeça de Hermione
e rolando seus olhos para Harry.
Pouco mais de um minuto mais tarde, houve um pequeno ruído seco e uma pequena bruxa do ministério de cabelo grisalho aparatou passos deles, piscando um pouco com a claridade repentina: o sol acabara de sair de trás de uma nuvem. Ela quase não teve tempo para aproveitar o inesperado sol, Hermione acabara de lançar um feitiço antiverbal estuporante que a atingiu no queixo e a deixou caída no chão;
" Muito bem, Hermione," disse Rony, emergindo de trás de um baú além da porta do teatro, assim que Harry tirou a capa da invisibilidade. Juntos, eles carregaram a pequena bruxa para dentro de uma passagem escura.
Hermione arrancou um punhado de fios de cabelo da cabeça da bruxa e os colocou dentro de um frasco de poção polissuco que ela havia retirado da bolsa. Rony estava revirando a pequena carteira da bruxa,
" Ela é Mafalda Hopkirk," ele disse, lendo um pequeno cartão de identificava sua vítima como uma assistente do escritório de Uso Indevido da Magia. "Você deveria pegar essa Hermione, e aqui estão as moedas. Ele passou para ela algumas moedas pequenas e douradas, todas cunhadas com as letras M.O.M, que ele tinha pego da bolsa da bruxa
Hermione bebeu a Poção Polissuco, que agora estava com uma bela cor heliotrópica, e em segundos parada perante eles, o dobro de Mafalda Hopkirk. Enquanto ela removia os óculos de Mafalda e os colocava, Harry checou seu relógio.
“ Estamos ficando sem tempo, o Sr. Manutenção Mágica estará aqui a qualquer segundo.” Eles correram para fechar a sala da verdadeira Mafalda; Harry e Ron através da Capa de Invisibilidade sobre eles, porém Hermione continuava à vista, esperando. Um segundo depois, seguido de outro estalo, um pequeno bruxo com aparência de ferreiro apareceu na frente deles.

“Ah, olá, Mafalda.”

“Olá!” disse Hermione com uma voz trêmula. “Como você está hoje?”

“Para dizer a verdade, não tão bem.” Replicou o pequeno bruxo, com um olhar abatido.

Enquanto Hermione e o bruxo seguiram em direção à rua principal, Harry e Ron se arrastavam-se atrás dele.

“Sinto muito por saber que você não está no clima.” Disse Hermione, falando firmemente para o pequeno bruxo enquanto ele tentava expor seus problemas; era essencial pará-lo antes que ele alcançasse a rua.

“Aqui, pegue uma bala.”

“Ahn? Ah, não obrigado”

“Eu insisto!” disse Hermione agressivamente, sacudindo o saco de pastilhas na cara dele.

Parecendo um pouco assustado o bruxo aceitou uma.

O efeito foi instantâneo. No momento em que a pastilha tocou sua língua, o bruxo começou a vomitar tanto que ele nem ao menos percebeu quando Hermione arrancou do topo de sua cabeça um monte de cabelos.

“Ah, querido!”, ela disse enquanto ele vomitava. “Talvez você devesse tirar o dia de folga.”

“Não... não!”, ele engasgou e tentou se recompor, tentando continuar seu caminho mesmo que mal conseguisse andar em linha reta. “Eu devo... hoje... eu devo ir...”

“Mas isso é tolice!”, disse Hermione, alarmada. “Você não pode ir trabalhar nesse estado.

Eu acho que você deveria ir para o St. Mungus e deixar eles cuidarem de você”.

O bruxo tinha acabado de ceder, violentamente, caindo de quatro no chão. Ainda tentava engatinhar até a rua principal.

“Você simplesmente não pode ir para o trabalho desse jeito!”

Finalmente ele pareceu aceitar a verdade nas palavras dela. Usando uma Hermione enojada para conseguir voltar a sua posição inicial, ele tomou o seu posto e sumiu, deixando nada para trás fora a bolsa que Ron havia tirado de duas mãos e algumas poças de vômito.

“Burgh”, disse Hermione, levantando a saia da sua túnica para evitar que ela tocasse na sujeira que ele tinha feito. “Teria feito uma bagunça muito menor se tivéssemos estuporado ele também.”

“Weah”, disse Ron aparecendo de baixo da capa, segurando a mala do bruxo. “Mas eu ainda acho que uma pilha de corpos inconscientes teria chamado mais atenção. Queria continuar no seu trabalho, dedicado ele, não? Passa logo o cabelo e a poção, então.”

Dentro de dois minutos, Ron apareceu em frente a eles, tão baixo e como o bruxo doente, e usava as túnicas azuis que estavam guardadas na bolsa.

“Estranho, ele não estava as usando hoje, não é mesmo, viu como ele queria ir? De qualquer jeito, Sou Reg. Cattermole, de acordo com a etiqueta nas costas.”

“Agora espere aqui,” Hermione disse a Harry que estava quieto debaixo da Capa de Invisibilidade. “E nós voltaremos com alguns cabelos para você.”

Ele teve que esperar dez minutos, mas pareceu muito mais pra Harry, escondido sozinho na viela ao lado da porta ocultando a estuporada Mafalda. Finalmente Ron e Hermione reapareceram.

” Não sabemos quem ele é” disse Hermione passando para o Harry alguns cabelos negros e encaracolados, “mas ele foi para a casa com o nariz sangrando muito! Aqui, ele é bastante alto, você irá precisar de túnicas maiores....”

Ela puxou algumas das velhas túnicas que Monstro lavou para eles e Harry retirou-se para tomar a poção e trocar-se.

Uma vez que a dolorosa transformação estava completa ele estava alto e com braços musculosos, construídos poderosamente. Ele também tinha uma barba. Tirando a Capa de Invisibilidade e guardando os óculos na sua nova túnica, ele se juntou aos outros dois novamente.

“Blimey, isso é assustador” disse Ron, erguendo os olhos para Harry, que tinha o cercado agora.

“Pegue uma das moedas de Mafalda”, Hermione disse para Harry, “e vamos logo, são quase nove”.

Eles saíram do corredor juntos. 50 jardas através do piso lotado havia grades pretas enfiadas no chão ocupando duas escadas, um rotulado CAVALHEIROS, e o outro DAMAS.

“Vejo vocês logo, então” disse Hermione nervosamente, e ela cambaleou pelos degraus em direção ao DAMAS. Harry e Ron juntaram um número de homens malvestidos descendo para o que parecia ser um banheiro público ordinário no subsolo, com azulejos brancos e pretos”

“Bom dia, Reg.!”, cumprimentou um outro bruxo em túnica azul marinho enquanto ela entrava em um cubículo depois de introduzir sua moeda dourada em uma fenda na porta.

“Um pé no saco isso, né? Forçando todos nós a ir trabalhar desse jeito! Quem eles esperam que apareça aqui? Harry Potter?”

O bruxo riu da sua própria piada. Ron deu a ele um sorriso forçado.

“Yeah”, ele disse. “Ridículo, não?”

E ele e Harry entraram em cubículos adjacentes.

Pelos dois lados de Harry veio o som de jatos de água. Ele se baixou e olhou através da brecha o fundo do cubículo em tempo de ver um par de botas subir no toalete ao lado. Ele olhou para a esquerda e viu Ron piscando para ele.

“Nós temos que dar descarga em nós mesmos?”, ele murmurou.

“Parece que sim”. Harry murmurou de volta; sua voz soou profunda e grave.

Os dois se levantaram. Sentindo-se incrivelmente idiota, Harry subiu e “entrou” no vaso.

Ele soube imediatamente que tinha feito a coisa certa, embora parecesse que ele estivesse em pé sobre a água, seus sapatos, pés e túnica permaneceram secos. Ele se endireitou, puxou a descarga e logo em seguida sumiu em uma rápida queda, emergindo de uma lareira dentro do Ministério da Magia.

Ele se levantou desajeitado; tinha muito mais do seu corpo do que ele estava acostumado. O grande Átrio parecia mais escuro do que Harry lembrava. Antes uma fonte dourada enchia o centro da entrada, lançando jatos de luz bruxuleante por todo o chão polido e pelas paredes. Agora uma estátua gigante de uma pedra preta dominou a cena.

Era até intimidante aquela grande escultura de uma bruxa e... um bruxo sentado num trono com ornamentos entalhados, olhando para baixo para os trabalhadores do ministério surgindo nas lareiras. Encravadas em letras garrafais na base da estátua estava a frase: MAGIA É PODER.

Harry recebeu um pesado sopro atrás de suas pernas. Outro bruxo tinha acabado de voar para fora da lareira atrás dele.

“Saia da frente! Você não pode... Oh, desculpe Runcorn!”

Claramente assustado, o bruxo careca saiu correndo. Aparentemente o homem que Harry encarnava era alguém intimidador.

“Psst!” disse uma voz, e ele olhou em volta para uma pequena bruxa e um bruxo da Manutenção Mágica o chamando de trás da estátua. Harry acelerou para encontrar com eles.

“Você entrou sem problemas?”, Hermione perguntou a ele.

“Não, ele ainda está preso no vaso”, disse Ron.

“Oh, muito engraçado... é horrível, não é mesmo?” ela disse a Harry enquanto esse olhava para a estátua. “Você vê em que eles estão sentados?”

Harry olhou mais de perto e percebeu que o que ele achava ser tronos entalhados decorativamente eram na verdade pilhas de pedaços humanos: centenas e centenas de corpos nus, homens, mulheres e crianças, todos com rostos estúpidos e feios, revirados e amassados para suportar o peso de bruxos bem vestidos.

“Trouxas”, sussurrou Hermione “Colocados no seu devido lugar. Vamos logo, vamos resolver isto”.

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Naquele dia, James e Lily pediram para ajudar os gêmeos na loja, que mesmo explicando que com todas as crianças em Hogwarts o movimento seria fraco, insistiram tanto que os ruivos acabaram por aceitar ajuda.

Mas Lily e James usaram um feitiço de glamour para que tivessem a aparência mudada, Lily ficou como uma velha senhora de cabelos brancos e James optou por parecer mais jovem, Lily, no entanto tinha transfigurado o cabelo do marido que apesar de jovem agora estava careca e não usava óculos.

Os gêmeos riram da cara de desgosto de James ao perceber que não tinha mais cabelo, e Lily parecia satisfeita com o resultado.

Passaram o dia ajudando os gêmeos a atender clientes, a contabilizar estoques e Lily foi até mesmo ajudar Jorge a preparar algumas poções de amor.

— O segredo está no preparo, diminuímos pela metade o tempo de cozimento, assim a poção vai ficar mais fraca, não podemos arriscar uma poção muito forte, não sabemos quem pode comprar essas coisas - explicou ele 

— Para mim tem cheiro de grama, meias molhadas e quadribol- Lily disse ao cheirar a fumaça rosada - cheira exatamente como James - exclamou feliz

Jorge queria perguntar como meias molhadas podia ser um cheiro feliz, mas não achou que gostaria da resposta.

A noite chegou junto com a expectativa e ansiedade dos Potter. Os gêmeos explicaram que as oito horas em ponto a escova de cabelos azul que eles tinham ia se transformar em um portal, ao chegarem lá eles deviam se preparar, como não eram esperados a Ordem poderia ser meio hostil, nesse momento Lily apertou a mão de James ficando nervosa, também explicaram que por motivos de segurança o local da reunião nunca era revelado, mas existia grandes chances da reunião acontecerá em um lugar que eles chamam de 'a toca' e aparentemente era a casa da mãe dos garotos.

Eles concordaram que ficariam logo atrás dos gêmeos, e não usariam a varinha em nenhuma situação, além de responderem sinceramente qualquer pergunta feita, afim de confirmar a verdadeira identidade dos viajantes.

Lily tentou controlar a respiração, enfim ela ia saber de algumas respostas, já que os gêmeos se recusaram a contar qualquer informação a mais de Harry, até agora ela sabia que ele era procurado, estava desaparecido, tinha participado do torneio Tribruxo e era um jovem de 17 anos e só. Isso era tudo que ela tinha para se agarrar ao seu filho.

As oito horas em ponto a escova de cabelos começou a tremer e exalar um brilho perolado, todos agarraram o portal e Lily sentiu o mundo rodar, James sentiu o familiar puxão no umbigo e a escuridão o alcançou.

Os Potter não sabiam onde estavam assim que abriram os olhos, parecia uma fazenda, ou talvez fosse um vilarejo onde as casas vizinhas ficavam espetacularmente longes umas das outras.

Com sete andares e dilapidada, permanecendo de pé provavelmente por magia. A casa que se erguia de frente a Lily era a casa mais legal que ela já tinha visto no mundo bruxo.

— Sigam atrás de nós, e preparem-se vai ser um choque para todos - exclamou Jorge enquanto sacava a varinha e seguia em direção a porta da casa 

O rapaz deu três toques no que parecia ao casal, lugares aleatórios, mas logo em seguida a porta foi aberta e uma senhora gordinha e ruiva abriu a porta levemente e espiou para fora 

— Pois não? - perguntou a mulher franzindo as sobrancelhas - está perdido?

— Não estou, estou exatamente onde o relógio da cozinha aponta que eu deveria estar - citou Fred o que parecia ser palavras decoradas, palavras chaves, Lily adivinhou, que apenas membros da Ordem deveriam conhecer. Ela e James permaneciam ocultos na sombra atrás dos gêmeos.

— Oh! Meninos vamos entrem! Depressa é perigoso estar de fora nos dias de hoje - ela disse e abriu a porta totalmente e a claridade de dentro iluminou a entrada, trazendo James e Lily à tona. A senhora ruiva foi rápida ao tirar a varinha sabe-se lá da onde é apontar para os estranhos enquanto acenava e tirava os filhos do caminho. - QUEM SÃO VOCÊS? -ela gritou balançando a varinha bem na frente do casal que permanecia parado

— James e Lily Potter - respondeu James, já que a voz de Lily parecia ter evaporado. 

— Mas o que está acontecendo aqui? - veio uma voz de dentro - por que a gritaria? Está tudo bem Molly? 

— Remus, venha aqui, ande logo. - A senhora ruiva gritou ainda com a varinha em punho. E virou-se para seus filhos - expliquem que é que vocês aprontaram dessa vez. Vamos, estou esperando

—m-mãe, você tem que acreditar em nós, esses são os pais do Harry - disse Jorge meio pálido

— Sim mamãe, é verdade, eles vivem - disse Fred intervindo pelo irmão.

A mulher olhou feroz para os filhos e estava prestes a gritar novamente quando o dono da voz chegou na porta. 

Muitos centímetros mais alto do que a mulher gorducha, e muito mais velho e pálido do que James se lembrava, ali estava Remus Lupin.

O homem com ar de cansado apareceu na porta e congelou ao ver o casal na sua frente ele colocou a varinha em punho e gritou - Que brincadeira de mal gosto é esse meninos? 

— Remus é verdade, eles são os Potter - explicou Jorge

— Vá em frente, pergunte algo que apenas eles saibam responder - estimulou Fred colocando a mão sobre a de Remus e abaixando a varinha do lobisomem.

O homem parecia levemente verde, como se fosse vomitar, caminhou até o casal de estranhos e os estudou de todos os ângulos, levantou a mão até a bochecha da mulher que parecia Lily e tocou com o indicador 

— Aí! Mais devagar aí com as unhas Moony- disse a mulher com a voz idêntica com a de Lily, mas ela sorriu no final, como se dissesse que estava tudo bem.

O homem deu um pulo para trás e olhou para o homem ao lado dela, que se parecia exatamente como se lembrava de James 

— É verdade Moony, aparecemos ontem no beco diagonal, sem entender o porquê e tudo que eu me lembro antes disso é de você-sabe-quem me matando. - O homem, James, disse e ele soava exatamente como James.

Remus escureceu de repente é apontou a varinha para ambos, sacudindo disse "FINITE INCANTATEM", mas nada aconteceu.

— Não acredita em nós - suspirou Lily

— Me pergunte algo que apenas eu saberia responder - sugeriu novamente James

Remus estava pensando enquanto Molly continuava com a varinha em punho, e os gêmeos assistiam tudo muito interessados. 

— Quando e como foi que James Potter teve a ideia de casar com Lily Evans e como você chama a irmã da Lily quando ela não está olhando - perguntou Remus desafiante.

— Cara você realmente precisava fazer suas perguntas ? - suspirou James - era 1977, estávamos no nosso último ano em Hogwarts, e eu contei pra você primeiro, eu tinha acordado uma manhã de sábado com a certeza de que era ela, e eu não queria mais esperar, eu pedi a mão dela no último dia de aula, durante a festa de despedida na sala comunal, meio bêbado eu admito - James sorriu com a lembrança, mas olhou com uma careta para Lily ao responder a segunda pergunta - eu chamo a Petúnia de mutante com cara de cavalo e pescoço de girafa, mas é muito grande então as vezes eu abrevio chamando ela de 

— De cara de cavalo apenas - disse Remus na mesma hora que James terminava de contar, ele abaixou a varinha e abraçou o amigo fortemente.

James e Lily entraram e descobriram que a chave do portal dos gêmeos era a segunda então além do Sr. e Sra. Weasley e de Remus eles estavam sozinhos na casa por enquanto, estavam em um vilarejo bruxo chamado Ottery St. Catchpole, contaram que a Ordem havia diminuído muito nos últimos tempos desde a volta de Voldemort, alguns mortos e outros afastados por medo.

— Volta? Por que ele deveria voltar? O que o fez ir embora? – questionou Lily olhando ao redor, agora estavam na cozinha da casa que era simples e muito aconchegante.

— Você – disse Remus simplesmente

— O que? – engasgou-se a jovem ruiva

— Vou explicar-lhes o melhor que puder, eu apesar de tudo não sei os detalhes, Dumbledore confiou apenas a Harry todo o mistério do dia da morte de vocês – Disse Remus com um tom estranho ao pronunciar morte – Na noite de 31 de julho de 1981, você-sabe-quem entrou na casa de vocês, pois Rabicho nos traiu

— Nem me lembre desse cretino safado – rosnou James com raiva – ele está vivo?

— Não sei – disse Remus dando de ombros – O que sabemos é que naquela noite Ele entrou na casa de vocês e quando você Lily morreu protegendo Harry, sua morte acionou uma magia antiga, que protegeu Harry quando Ele lançou o feitiço da morte no garoto, deixando apenas uma cicatriz, dizem que a maldição ricocheteou e acertou o seu próprio feiticeiro, entretanto como eu disse, ninguém saberia dizer se é verdade, apenas Harry e Dumbledore, e como Harry está desaparecido e Dumbledore ...- A voz do lobisomem foi desaparecendo e ele não conseguiu falar da morte do velho diretor.

Lily tinha lagrimas no olhos que se derramavam lentamente e ela até mesmo se esqueceu como se fala.

— Ele tentou matar Harry? Lançou uma maldição da morte em um bebe? Que covarde – gritou James se alterando – Como é possível? Como ele sobreviveu?

— Como eu disse, Lily desencadeou uma proteção antiga, muito poderosa – disse Remus sorrindo para a amiga que estava recebendo lencinhos da Sra. Weasley – Amor

— Amor? – sussurrou Lily confusa – como é possível?

— Amor sim, eu não sei Lily, e arrisco a dizer que nem Dumbledore entendia a complexidade disso, mas isso salvou a vida de Harry, sua magia lhe conferiu proteção até o dia de seu aniversário de dezessete anos, Harry é o-menino-que-sobreviveu.

Lily e James se abraçaram, a verdade é que a gravidez de Harry veio de repente, e pouco após seu nascimento veio a profecia, eles não tinham tido tempo, tempo para aprenderem a ser adultos, a serem pais, e nem serem fortes para lidar com toda essa situação. Tempo era tudo que eles não tiveram.

— De qualquer forma – continuou Molly quando viu que Remus estava tremendo - Harry cresceu com os tios trouxas e veio para Hogwarts aos 11 anos, é um menino gentil, corajoso e fiel – contou a Sra. Weasley amavelmente.

— Espera aí, por que ele cresceu com Petúnia? – exclamou James fazendo uma careta e levando um beliscão da esposa -  Sirius era o guardião legal do Harry, e os gêmeos nos contaram que ele só morreu a alguns anos. – disse sentindo a garganta pegar fogo ao pronunciar essas palavras.

Remus suspirou e olhou o relógio, tinha poucos minutos até o resto da Ordem chegar.

— É verdade, mas lembram-se que Sirius era o fiel do segredo de vocês, até resolverem trocar e colocar aquele traidor?- Disse Remus com ódio de Rabicho – pois bem, a comunidade bruxa não sabia disso, e Sirius foi procurado para depor, quando o encontraram ele foi acusado de matar 12 trouxas e Rabicho – explicou Remus, mas ao ver que os amigos abriam a boca para argumentar ele continuou – Sim, é claro que foi uma armadilha daquele rato, e Sirius foi preso em Azkaban por 12 anos antes de conseguir escapar.

Lily sentiu seu corpo todo tremer, e nem esperou para ver a reação do marido ela logo tomou sua mão e o puxou para um abraço, o homem não resistiu e sentiu lagrimas quentes escorrendo e molhando o ombro da sua esposa. Azkaban era quase pior que a morte.

A porta vibrou e brilhou fazendo uns barulhos estranhos e os membros da nova Ordem souberem que mais membros haviam chegado.

— Acho que temos que continuar outra hora, a reunião logo vai ter que começar – Disse Sr. Weasley

— NÃO – exclamou Lily, enquanto soltava o marido na cadeira – precisamos saber mais, saber sobre Harry e como esse monstro voltou

O olhar suplicante dos Potter acabou amolecendo o coração de todos ali, que decidiram que Remus e sr. Weasley ficariam na cozinha com o casal contando tudo que sabiam enquanto os gêmeos e a sra. Weasley ficariam responsáveis por receber os membros da reunião e explicar a aparição dos Potter.

— Harry então ficou com sua irmã, até por que foi seu sangue quem deu a proteção ao Harry e ele só ficaria seguro com ela, apesar de ter sido anos difíceis Harry cresceu saudável e gentil e veio para Hogwarts, sendo sempre um jovem excepcional e eu posso dizer com propriedade, já que fui seu professor no seu terceiro ano, ele cresceu corajoso, e até mesmo salvou Sirius dos dementadores nesse ano, quando Sirius fugiu de Azkaban, mas você-sabe-quem- só foi aparecer no quarto ano do Harry, quando ele participava do torneio Tribruxo – até o momento Lily e James apenas sentiram orgulho do filho no entanto estavam receosos com esse retorno – ele foi sequestrado e até mesmo duelou com você-sabe-quem, mas conseguiu fugir por uma chave de portal, no ano seguinte nós perdemos Sirius, durante uma batalha no ministério da magia. É eu sei, conto os detalhes outra hora. Ano passado as coisas pareciam mais normais para Harry, bom é o que parecia para quem estava de fora, mesmo com os ataques, tudo estava calmo demais, até que houve a morte de Dumbledore e apenas Harry é testemunha.

— E quem matou? Quem matou Dumbledore? – perguntou James com a voz rouca

— Harry diz que foi Severus Snape. – disse Remus com ódio.


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