Escolhas escrita por Rayanne Reis


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem?
Como eu disse uns capítulos atrás, aconteceriam coisas que talvez vocês não gostem, mas que tinham um proposito e seriam muito importantes para o desenrolar das coisas. E nesse capítulo teremos algo que não sei como vão reagir a isso. Então leiam com calma e os mais sensíveis talvez precisem de um lencinho.



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—Como passou o resto da noite? – Jasper perguntou a Bella quando ela entrou no carro e sentou ao lado de Edward, no banco de trás do carro.

—Bem. – responder sem olhar para o marido. – Estou mais calma.

—Isso quer dizer que está pronta para me ouvir? – Edward perguntou segurando as mãos dela.

—Depois conversamos. – olhou para ele e viu que ele estava abatido e parecia cansado. – Não dormiu?

—Não consegui. – respondeu passando uma das mãos no rosto e a outra manteve segurando a mão dela. – Fiquei pensando em vocês a noite toda. Não sabia se estava bem ou precisando de algo.

—Não tem que ficar se preocupando. – ela olhou para a janela. Tinha que focar no julgamento e depois resolveria a situação com ele.

—Está me pedindo o impossível. Eu me preocupo com você o tempo todo. E agora com o nosso bebê também. – colocou as mãos sobre o ventre dela e Bella se segurou para não pular no colo dele. – Está de quantos meses?

—Seis semanas.

—À noite em que voltei. – comentou sorrindo. – Nos empolgamos muito naquela noite. – Jasper pelo retrovisor, observava os dois.

—Não foi premeditado. – Bella garantiu.

—Eu sei disso. E em momento algum, achei que tivesse planejado tudo isso. Só aconteceu e estava tão ansioso para te ver e para estar com você, que não pensei em mais nada.

—Eu também não. – confidenciou o olhando.

—Está mesmo bem? Parece um pouco abatida.

—Vou ficar bem quando isso tudo acabar. E você não está em situação melhor.

—Vou ficar bem quando você voltar para casa. O pessoal está determinado a mudar para o quarto de hotel em que está, se você não voltar ainda hoje. – Bella riu.

—Chegamos. – Jasper anunciou saindo do carro.

Bella respirou fundo antes de subir as escadas com Edward e Jasper, cada um de um lado dela.

[...]

—Gostaria de chamar para depor o Sr. Caius Volturi. – o advogado de defesa anunciou e Bella viu o primo se levantar e sentar no local indicado e a encarar com um sorriso, que ela conhecia muito bem. Era o sorriso que ele sempre usava quando queria deixá-la desconfortável.

 Apesar de Jasper ter garantido que não teria como ele escapar, Bella sentia que algo daria errado. O coração dela estava acelerado e ela sentia um forte aperto no peito. Segurou na mão de Edward buscando apoio.

—Sr. Volturi. – o advogado começou após Caius fazer o juramento. – O que tem a nos dizer sobre as acusações que está sofrendo?

—Posso garantir que sou inocente. Não tinha conhecimento do que meu pai fazia. Fiquei surpreso e muito decepcionado quando descobri sobre tudo.  – Caius tentaria se safar de todas as formas possíveis e estava disposto a jogar toda a culpa no pai.

—Quando descobriu sobre os roubos na empresa?

—No dia em que fui injustamente demitido pela minha prima Isabella.

—Sua prima o demitiu?

—Sim. Ela me demitiu para colocar o marido dela no meu lugar. E como desculpa, me acusou de estar envolvido nos roubos a empresa. Mas eu juro. – ergueu a mão direita. – Que sou inocente e não sabia de nada. Tanto que quando descobri, entreguei alguns documentos para o advogado da empresa, que por acaso, é cunhado da minha prima.

—Sua prima colocou toda a família do marido dela para trabalhar na empresa? – perguntou em tom de deboche.

—Sim. E foi muito suspeito isso. – respondeu olhando para o júri.

—O senhor disse que entregou documentos para o advogado da empresa, o Sr. Jasper Whitlock, que tipos de documentos eram esses?

—Documentos que meu pai escondeu e eu como um bom funcionário, que sempre zelou pelo bem da empresa, encontrei e entreguei a ele para que levasse as autoridades.

—Documentos esses que também o incriminam. – retrucou.

—Posso garantir que os documentos apresentados para me incriminar, não condizem com a verdade. Eles foram forjados a mando da minha prima. – Bella ofegou e apertou a mão de Edward. De onde ele tinha tirado aquelas mentiras?

—Por que a sua prima faria isso?

—Para se vingar. – houve um burburinho no recinto e o juiz teve que interferir para colocar ordem.

—Vingar do que? – Bella notou a troca de olhares entre Caius e o advogado e soube que eles tinham armado aquilo.

—Quando minha prima tinha 13 anos. – ele começou e Bella levantou nervosa, mas Edward a puxou de volta para se sentar.

—Ele não pode contar isso. – pediu aflita e Jasper fez um sinal para que o promotor se manifestasse.

—Protesto meritíssimo. Não vejo relevância nenhuma nisso e as provas apresentadas são autenticas. O réu está desesperadamente tentando achar uma saída para não pagar pelos seus crimes.

—Meritíssimo. Devemos ouvir o que o meu cliente tem a dizer. Ele é inocente e a prima está usando de vingança para culpá-lo pelos crimes do pai.

—Prossiga. – fez sinal para que Caius continuasse.

—Desculpa Bella. – Jasper pediu passando a mão no cabelo. Não havia nada que ele pudesse fazer para impedir que Caius falasse.

—Como ia dizendo. – ele se ajeitou na cadeira e olhou diretamente para a prima. – Quando minha prima tinha 13 anos, fomos passar as férias na Itália. Ficamos todos na mesma casa e numa noite, estava dormindo no meu quarto quando minha prima entrou nua e tentou se aproveitar de mim.

—É mentira. – Bella gritou e Edward teve que segura-la.

—Eu como um cavalheiro, impedi os avanços dela. Mas ela se sentiu ofendida e saiu correndo do quarto. Umas horas depois, meu tio Aro a encontrou no quarto dela com os pulsos cortados. Foi por pouco, mas a levamos ao hospital e ela ficou bem. Mas desde então ela fica inventando mentiras a meu respeito para tentar me diminuir e pagar por tê-la rejeitado.

—É mentira isso. – Bella levantou e gritou. – Você que tentou abusar de mim e seu pai o encobriu e ainda me ameaçou. Vocês são uns monstros. – ela saiu correndo de lá. Estava muito envergonhada e não queria ficar mais nenhum segundo no mesmo lugar que ele. Ela tentou esconder aquilo por anos e agora todos saberiam e o pior de tudo era que saberiam a versão de Caius e não a versão dela que era a verdadeira. Ela deveria tê-lo denunciado.

—Bella, espera. - Edward gritou correndo atrás dela.

— Preciso ficar sozinha. Droga. – sentiu uma pontada no ventre e se apoiou na parede. – Aquele mentiroso ordinário. As pessoas não podem acreditar nele. Eu não tive culpa de nada. – Edward tentou se aproximar, mas ela ergueu as mãos o impedindo. – Só preciso sair daqui. Não estou me sentindo bem.

—Eu te levo. – Edward segurou no braço dela. – Vamos para onde você quiser.

—Preciso ficar sozinha. – murmurou para si mesma e saiu correndo em direção as escadas e quando chegou do lado de fora, vários jornalistas a aguardavam e ela foi bombardeada por flashes e perguntas.

—Sra. Swan, o que tem a dizer sobre as acusações do seu primo? É verdade o que ele disse? – Bella tentou tampar o rosto para que eles não a fotografassem, mas ela estava zonza e se sentia acuada e com medo do que Caius poderia fazer.

Jasper tinha garantido que ele seria condenado, mas se o júri acreditasse nas mentiras dele, ele ficaria livre e se ele era capaz de mentir no tribunal, do que mais ele seria capaz?

Bella foi aos tropeços até um táxi e pediu para que o motorista dirigisse o mais rápido até o hotel em que ela estava hospedada.

—A senhora não me parece bem. Quer que a leve até o hospital? – perguntou a observando pelo retrovisor.

—Não. Só me deixe no hotel. Preciso respirar. – ele temendo que ela passasse mal e ele fosse obrigado a socorrê-la, pisou no acelerador e até furou alguns sinais, mas a deixou no hotel em tempo recorde.

Bella jogou algumas notas no banco e saiu em disparada rumo ao quarto. Ela andava de um lado para o outro sem saber o que fazer. E o quarto que parecia enorme pela manhã, estava se fechando e a sufocando. Bella não conseguia respirar direito e uma forte pontada se concentrava no ventre dela e estava espalhando por todo o seu corpo. E foi então que ela sentiu uma forte dor e quando olhou para baixo, sangue escorria por suas pernas.

—Droga, não faz isso comigo, por favor. – Ela não sabia o que fazer e tudo parecia se escureceu ao seu redor. Com muito custo, pegou o celular e re-discou a última chamada, que tinha sido para Jasper. -Jasper, não estou me sentindo bem.

—O que houve Bella? – perguntou fazendo sinal para o cunhado. – Onde você está? Edward e eu estamos preocupados e te procurando por todos os lados.

—No hotel. – ela gaguejou. - Tem muito sangue. Acho que é o bebê. – ela gritou do outro lado.

—Calma. Vou ligar para a ambulância. – avisou.

—O que houve? – Edward perguntou aflito.

—Não sei bem. Temos que ir para lá. – avisou ligando para o socorro e correu para o carro e Edward ficou em seu encalço o tempo todo.

[...]

—Bella? – Edward a chamou, mas ela estava inconsciente e sendo carregada em uma maca. – Bella, fala comigo. – ele segurou a mão dela, acompanhando os socorristas. – Acorda meu amor, por favor. Preciso saber que está bem. Não me deixe, por favor. – ele suplicava em meio às lágrimas.

—Calma Edward. – Jasper pediu.

—O senhor é parente dela?

—Ela é minha esposa. Posso ir com vocês? – ele não conseguiria ficar longe dela.

—Entra.

—Eu não posso perdê-los. – Edward chorava sem parar. – Eu não posso perdê-los. Não os leve, por favor.  Não me deixe Bella. Eu preciso de você. Fique comigo. – ele suplicava, enquanto se dirigiam ao hospital mais próximo.

[...]

Bella abriu os olhos e os piscou várias vezes tentando, se acostumar com a claridade e identificar onde estava. Ela se lembrava de estar no tribunal e depois ir para hotel e o resto estava meio borrado.

—Graças a Deus. – ouviu uma voz bem próxima a ela. – Você acordou. Obrigado!

—O que aconteceu? – perguntou tentando se levantar, mas sentiu uma pontada nas costas e gemeu de dor.

—Não faça nenhum esforço. – Edward pediu gentilmente.

—O que aconteceu? – perguntou novamente olhando para o marido, Jasper e a médica que tinha a atendido há uns dias.

—Você passou mal no hotel.

—Por quanto tempo apaguei? – perguntou se lembrando do que tinha acontecido.

—Algumas horas, mas você está bem. – Edward deu um beijo na testa dela.

—E a minha pequena sementinha? – colocou a mão que não estava no soro, no ventre. Os três trocaram olhares e a médica deu um passo à frente e pelo semblante dela, Bella já sabia o que tinha acontecido.

—Eu sinto muito Sra. Swan, mas... – ela ergueu as mãos impedindo que a médica continuasse. – Vocês são jovens e podem tentar daqui uns meses.

—Podem me deixar sozinha? – Bella levou a mão ao rosto. Ela não queria que ninguém a visse chorar. Ela tinha perdido a sua sementinha.

—Você não pode ficar sozinha, Bella. Estamos aqui para te apoiar. – Jasper se aproximou.

—Só saiam daqui. – pediu nervosa.

—Pode ir Jasper. E avise a família. Vou ficar com a Bella. – Edward avisou e sentou ao lado dela.

—Sai daqui, Edward. – ela tentou empurrá-lo, mas ela a segurou e a abraçou.

—Vou ficar aqui. Bem aqui e não há nada que possa fazer para me tirar daqui. – avisou passando as mãos nas costas dela. – Que parte de, você não está mais sozinha, não consegue entender? – perguntou deixando que as lágrimas rolassem livremente. Ele queria ser forte por ela e para ela, mas ele também estava sofrendo.

—Perdemos o nosso bebê. – falou e desabou a chorar. – Eu já o amava. Era uma parte sua que teria para sempre comigo. Por que eu perco todos que amo? – questionou sendo amparada por Edward e quando não ouviu uma resposta, se virou para ele e viu que ele também chorava. – Não fique assim. – pediu segurando o rosto dele.

—Estou bem. Vamos ficar bem. A médica disse que podemos tentar daqui uns meses.

—Você quer tentar? – perguntou surpresa.

—Nada me faria mais feliz do que ter um filho com você Bella. Quando soube que estava grávida, eu fiquei tão feliz. Sempre foi meu sonho ter um filho.

—Não podemos fazer isso. Você deve realizar o seu sonho com a mulher que realmente ama.

—Ela é você Bella. Você entendeu tudo errado. – secou o rosto. – Não fui atrás da Vic para tentar voltar com ela. Fui para me explicar. Na minha concepção, precisava conversar com ela e terminar de uma forma descente para então poder ficar com você de uma vez por todas. Eu te amo Bella. Deveria ter dito isso antes.

—Você me ama mesmo? – ela não podia acreditar naquilo. – Não pode me amar Edward. Menti para você sobre os detalhes do acordo.

—Os detalhes estavam escritos nos papéis que assinei e sempre se deve ler o que se assina. Então a culpa não foi inteiramente só sua. – deu de ombros. – Não quero que isso impeça a nossa felicidade.

—Não tem como você me amar. – balançou a cabeça em negação e Edward com delicadeza a segurou entre suas mãos.

—Você iria desistir de tudo por amor, acha mesmo que não posso esquecer tudo pelo mesmo motivo? Não deveríamos estar tendo essa conversa agora. – alertou. – Quando for para casa, resolveremos tudo, mas vou logo avisando. – apontou o dedo para ela. – Não vai me deixar e eu não vou te deixar. Estou com você até o fim. – Bella com cuidado, o abraçou.

—Eu também te amo. – e mesmo em meio ao sofrimento pela perda do bebê, os dois sorriram.

—Isso pertence a você. – ele retirou do bolso um colar que Bella conhecia muito bem e sabia o que ele significava. – Eu ouvi o que você disse naquela noite que voltei de viagem. Você perguntou o que havia para amar em você e vou te dizer o que há. Você tem um coração tão grande, você ama incondicionalmente e protege os seus. Eu amo o seu sorriso, amo o seu corpo, amo a forma que luta pelo que quer, a forma que se doa para deixar todos felizes. Amo quando está brava, amo quando me ama e como se entrega ao meu toque e amo que você, apesar do pouco tempo, amou o nosso filho e estava disposta a fazer de tudo por ele. Eu te amo por inteiro Bella e, por favor, jamais duvide disso. E nunca, jamais, me abandone ou peça para me afastar. Pode levar o tempo que for, mas eu provarei a você que a amo e a pessoa grandiosa que você é.

—Só me abrace, por favor. – pediu sendo envolvida pelos braços fortes e acolhedores dele.


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Notas finais do capítulo

Caso tenha dito alguma besteira com relação ao aborto, peço desculpas, mas me baseei nas pesquisas que fiz para escrever essa parte.
Espero que apesar de tudo, tenham gostado do capítulo.
Comentem, palpitem, indiquem, favoritem e recomendem a vontade.
Bjs e até mais.