Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola escrita por little_celeby, CanasOminous


Capítulo 27
Os Sonhos são para Você




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/74793/chapter/27

Hearthome City. O último dia, em algumas horas o berço dos corações não passaria de uma longínqua memória nas mentes dos jovens que iniciavam sua rotina de manhã na grandiosa cidade. Lukas já estava de pé logo cedo, como sempre, o garoto saiu lentamente de sua cama retirando o cobertor e arrumando o acolchoado. Lukas coçou sua cabeça e se olhou no espelho, e ao deparar-se com seu reflexo percebeu que algo estava faltando. Ele virou-se bruscamente e encontrou apenas um dos ovos que recebera em sua viagem. Lukas deu um grito desesperado e rapidamente inicou sua busca pelo perdido, acordando todos seus amigos logo em seguida.

— Que porra é essa?? — gritou Luke, pulando do sofá.

— Um dos meus ovos sumiram!! — disse Lukas, fazendo com que Luke fizesse uma feição de espanto.

— Ahh, você tá falando daqueles que você ganhou na viagem? Será que alguém pode ter roubado?

— Roubado como, meu Arceus?? Ninguém entrou aqui no quarto essa noite! E-Eu sou muito burro, como pude deixar um ovo que nem anda fugir de mim?!

— Fica triste não irmão, lembra daquela vez que a gente perdeu um Squirtle na escola? É cara, uma tartaruga conseguiu passar a perna na gente. Ainda acho que ela pulou o muro, mas isso não vem ao caso... Fica triste não manolo, pelo menos seu Ovinho pode descansar em paz, que Arceus guie ele até o paraíso...

— Ele não está morto!! E pare de ficar me assustando, eu vou encontrá-lo!

Lukas permanecia em estado de alerta à procura de seu precioso ovo, quando de repente, ele pôde ouvir Stanley gritar e pular da cama, apontando em seguida para seu cobertor que se mexia sem parar.

— O cobertor me mordeu cara!! Deve ter uma Spinarak lá dentro, doeu pra caramba! — resmungou ele.

Os três garotos agora observavam atônitos o cobertor se mexer, até que uma pequena figura surgiu ofegante. A criatura tinha uma feição amigável, seu corpo parecia ainda não ter sido toltamente chocado, mas isso devido à própria espécie do Pokémon. Era um pequeno Togepi.

— Ohh, você tava com medo de um Togepi, Stanley? — ironizou Luke.

— Não enche, ele me mordeu cara. Quase arrancou meu dedo.

Lukas andou em direção do pequeno Pokémon e abraçou-o no mesmo instante, provavelmente aliviado e feliz ao descobrir que um de seus ovos haviam chocado, e ele não era um pai ruim por ter perdido um de seus filhos.

— Que susto você me deu. — sorriu ele, abraçando o pokémon.

— Hm, pelo visto um dos ovos já nasceu. Mas esse devia ser aquele que aquela mulher loira te deu, acho que ainda está muito cedo para aquele do Tio Marshall nascer. — disse Luke.

— Um Togepi... Não podia haver Pokémon melhor. Eu adorei. — disse o irmão.

— Graças a Arceus que não fui eu quem ganhou esse ovo. Na moral, eu iria ficar muito bravo se nascesse um Togepi. — riu Luke, vendo que o pequeno Pokémon agora olhava para o garoto de forma assustadora — Oe, por que esse bicho tá me olhando com cara feia?

O Togepi rapidamente pulou do colo de Lukas e avançou em direção de Luke mordendo sua mão, Luke deu um grito e em seguida jogou o Pokémon para longe que voltou para os braços de seu mestre e se pôs a observá-lo.

— Que foi isso, mano?? Togepi dos infernos cara, quase arrancou minha mão fora!! — gritou Luke.

— Claro que não, foi legítima defesa! Você o provocou, então mereceu.

— Esse Togepi é pior que o Gible quando eu ganhei ele, sorte que o Gabite perdeu essa mania de me morder, porque senão ele já tinha arrancado minha mão.

— Hah, hah, hah! Gostei desse Togepi, normalmente eles parecem ser criaturas frágeis e meigas, mas esse pequeno mostrou ser bem ousado! Ele vai manter seu time bem equilibrado, Lukas. — disse Stanley.

— Seja bem vindo ao grupo, Togepi!

• • •


Agora que os garotos estavam acordados eles não demoraram para acordar suas amigas para garantir que eles aproveitassem ao máximo seu último dia na cidade de Hearthome, afinal, pela noite seria a chegada de Glenn na cidade, e como Luke prometera ainda em Eterna, eles iriam visitá-lo em seu show.

Os jovens desceram as escadas enquanto brincavam e comentavam o nascimento do pequeno Togepi, o Pokémon parecia apreciar a presença das garotas, o que pelo visto mostrava seu descontentamento único para com Luke, que mantinha a cara fechada enquanto o Togepi era o centro das atenções.

Todos se dirigiram até o refeitório e guardaram seus pertences na mesa para em seguida montar um prato do café da manhã. Luke permaneceu guardando a mesa enquanto Togepi continuava sentado em sua frente, encarando-o de forma assustado. Luke apoiou-se na mesa e apontou para o Pokémon, falando logo em seguida:

— Ovo do Darkrai, vou te tacar na panela quando ninguém tiver olhando. — encarou Luke, fazendo o Togepi mostrar a língua para o rapaz.


Terminado o café da manhã, os jovens sairam pelas praças da cidade para caminhar um pouco. O plano deles era visitar a casa de Poffins e o Amity Square, pois seria uma ótima forma de deixar seus Pokémons se divertirem depois de dias cansativos de batalhas e competições.

Passados alguns minutos, Dawn sentiu seu pokégear vibrar, estranhando a ligação de alguém, uma vez que ela só utilizava o objeto em casos de extrema urgência. A garota fechou a cara ao atender o celular, o que provocou uma certa curiosidade em seus amigos. Dawn atendeu o aparelho e em seguida entregou-o para Luke, que a olhava confuso:

— É pra você. — disse Dawn em um tom sério.

Luke atendeu o objeto receoso, pois não sabia muito bem como utilizá-lo e nem mesmo com quem estaria falando, tomando um susto logo em seguida ao ouvir os gritos exaustivos de uma mulher.

Bom dia, mon amour!! — disse a voz.

— Hm, quem é? — perguntou ele receoso.

Adivinhaaaaaa...??

— Mãe?

Que mãe o quê moleque, é a Fantina!!

— Ahh, tá!! E ae, Tia Fantina. — riu Luke sem graça.

Mon cher, você está ocupado? Eu gostaria que você desse uma passada em meu ginásio, eu tenho um presentinho para você! — disse Fantina.

— Sério mesmo? Poxa que bacana, nem tô fazendo nada não, daqui a pouco a gente vai passar aí! — disse Luke animado, olhando para Dawn que manuseava gentilmente seu canivete.

— Tudo bem fofinho, estarei esperando! Beijos! ♥ — disse Fantina, por fim, desligando telefone.

Luke entregou o objeto para Dawn que mantinha-se séria enquanto encarava o garoto que parecia extremamente animado em ter conversado com a líder de ginásio.

— Você passou o número do meu pokégear para ela? — perguntou Dawn zangada.

— Eu não, eu nem sabia que você tinha essa coisa aí. Provavelmente ela deve ter lido a lista telefônica de Sinnoh inteira até encontrar o seu número. — riu Luke — Mas então, ela falou para mim dar uma passada lá, vocês querem ir comigo?

— Pode ser, mas depois vamos ao Amity Square! — disse Lukas.


Os jovens seguiram até o nordeste da cidade onde localizava-se o ginásio de Fantina. No momento o local parecia estar passando por grandes reformas, no dia da batalha os preparativos já estavam sendo feitos. Eles pretendiam organizar tudo de forma que lá pudesse servir como um palco para a cidade, em que seria dado o show do astro Glenn Combs, e por esse motivo o ginásio permaneceria fechado por mais um tempo.

Luke entrou no lugar na companhia de seus amigos e rapidamente encontrou-se com Fantina que organizava as obras daquele local realizando os detalhes e a decoração das salas. Assim que ela avistou seu amado, Fantina rapidamente saltou em sua direção, e convidou-o para uma dança.

— Oh, mon cher, você virá para o show está noite? Hoje tudo será tão magnifiques, haverão fogos de artifício, dança, comidas refinadas, e gente famosa! Eu, como uma atriz esbelta e perfeita da região, devo manter minha pose, mas se quiser eu posso reservar um camarim só pra você! ♥ — disse Fantina.

— Ahh, obrigado pela oferta, mas eu vou ficar com meus amigos mesmo. — sorriu Luke.

— Oh, okay. Mas eu espero ver todos vocês no show, se precisarem de qualquer coisa é só me chamar! — disse ela — E a propósito, mon amour Luke, eu gostaria de dar-lhe isto. É motivo pelo qual o chamei aqui hoje. C'est un présents!

Fantina retirou uma pequena pokébola que guardava em sua bolsa e entregou-a para Luke. Aquela era uma Luxury Ball, e os olhos do garoto brilharam assim que avistou-a.

— É uma Luxury Ball! Você deu sorte irmão, elas são muito raras em Sinnoh. Eu lembro que só era possível comprá-las na cidade de Sunyshore, onde morávamos. — disse Lukas.

— Caramba, obrigadão Tia Fantina! Mal posso esperar para usá-la!

— Mas quem disse que ela está vazia? Hoh, hoh, hoh! — riu a mulher.

Luke estranhou, mas em seguida encarou a pokébola e lançou-a para cima. O objeto liberou uma forte luz branca que tomou a forma de uma linda criatura que vestia um vestido branco. Todos ficaram pasmos com a presença da aura de luz emancipada pela sala, o Pokémon tinha olhos avermelhados e uma aparência serena, seu toque era suave, e ela parecia ter um sorriso em seu rosto, disposta a ajudar qualquer companheiro.

— Uma Gardevoir!! Onde você conseguiu uma?! — perguntou Luke surpreso.

— Eu comprei-a há alguns dias, algumas lojas da cidade vendem os melhores Pokémons a altos preços, mas a Gardevoir não é usada para batalhas. Ela trabalha como supporter, ou seja, um Pokémon para apoio da equipe. Estou dando-lhe para que você sempre se lembre de mim quando olhar para ela, e que nunca me esqueça em suas viagens! Okay? ♥ — sorriu Fantina.

— Nossa, muito obrigado!! Ela é realmente muito linda.

— Se não bastasse essa mulher agora vamos tê-la “para sempre” andando no grupo. Eu mereço isso... — sussurrou Dawn.

Luke tinha sua nova Gardevoir na equipe, enquanto Lukas havia ganhado o pequeno Togepi. Aquele dia seria memorável, e todos aproveitariam ele ao máximo. Porém, sempre aconteciam imprevistos em confusões em qualquer rotina graciosa, e ao passarem no Amity Square, os jovens se depararam com um pequeno problema.

— Como assim meu Gabite não pode entrar? Só porque ele é feio? Que preconceito do caramba, e por que todos os Pokémons do meu irmão podem entrar?? — disse Luke, discutindo com a recepcionista.

— D-Desculpe-me moço, mas apenas Pokémons fofinhos são permitidos. — disse a recepcionista.

— Meu Shieldon é fofinho mano, dá uma olhada pra carinha dele. — disse Luke, mostrando seu Pokémon que mantinha-se sério.

— Desculpe-me, eles não podem entrar...

— Preconceito, viu...

Luke deixou a sala e deparou-se todos os Pokémons de sua equipe do lado de fora. Titânia parecia ansiosa para entrar no Amity Square, enquanto Gabite, Shieldon e Froslass apoiavam-se sobre suas pedras aguardando a chegada de seu dono.

— Pessoal, vocês vão ter que ficar aqui fora. — disse Luke de forma chateada, sentado-se do lado de fora do Amity Square sobre o corpo rochoso de seu Onix.

Tudo bem, eu não fazia questão de entrar mesmo... — suspirou Titânia.

Gawwwh, bitee, bite. Tsh, tsh, tsh... — grunhiu o dragão.

— Ih, Titânia. O Gabite falou que hoje você ficou se arrumando a manhã inteira porque eu disse que a gente ia pro Amity Square. Então quer dizer que por trás dessa armadura de metal a gente tem uma mulher delicada?

— Eu estava ansiosa sim, mas não combino com locais graciosos e delicados. Acho que os outros Pokémons não fazem questão de minha presença. Mas enfim, é melhor o Senhor adentrar o logo o local com esta sua nova amiga, a Gardevoir. Eu ficarei aqui fora tomando conta dos outros. Não precisa preocupar-se conosco... — disse Titânia, de modo evidente que pudesse perceber sua tristeza — Esperamos que aproveite bastante, Senhor.

— Ei pessoal, não fica chateado só porque não puderam entrar... Shieldon, você assustou a mulher com essa sua cara séria, tem que tentar ser mais amigável. — disse Luke, vendo seu pokémon continuar encarando-o de modo sério — E Froslass, minha querida, você é um fantasma, os outros Pokémons poderiam assustar-se com sua presença...

Luke parecia triste em ver todos seus Pokémons ficarem para fora, sendo que a única que seria permitida entrar era a novata Gardevoir. A cidade estava repleta de regras, e isso o enfurecia, tudo que queria poder fazer é caminhar com seus companheiros no aclamado Amity Square. O garoto suspirou e então sentou-se sobre a cauda de Titânia, cruzando seus braços em seguida.

— Se vocês não vão, então eu também não vou. — disse Luke.

De certo modo, aquela atitude fora o suficiente para que o garoto ganhasse a confiança de cada um ali presente. Gardevoir sentou-se lentamente ao lado do garoto e sorriu, pois sabia que agora estaria em boas mãos com seu novo dono.

Ótima escolha, Senhor. Você mudou bastante desde que nos conhecemos. — sorriu a serpente.

— Eu deixo o Amity Square pra outro dia, os amigos vêm em primeiro plano.

Ao contrário de seu irmão, todos os cinco Pokémons de Lukas podiam andar livremente pela famosa praça. Stanley tinha seu Grotle ao seu lado, enquanto Vivian caminhava com uma de suas diversas Spinaraks. Dawn estava com dois Pokémons bem chamativos, tinha uma Glaceon e um Leafeon ao seu lado, o que despertava uma grande curiosidade em todos que passassem por lá.

— Dawn, desde quando você tinha esses Pokémons? Os dois são lindos, eu estive procurando por um Eevee desde que saímos em jornada. — disse Lukas admirado, com seu Pachirisu em seu colo.

— É uma longa história... Eu tenho os dois faz tempo, a Glaceon é fêmea e o Leafeon é macho. Os dois pertenciam à minha mãe. — sorriu a garota.

Glaceon tinha seu caminhar delicado enquanto mantinha seu nariz empinado para qualquer Pokémon que a observasse, ela era esnobe, exatamente o contrário de seu parceiro Leafeon, que procurava enturmar-se com os companheiros facilmente formando novas amizades.

O Amity Square era um local muito belo, era uma vasta área com construções, árvores e lagoas para que os Pokémons dos treinadores caminhassem de livremente. Porém, só eram permitidos criaturas fofas dentro dos padrões populares, e por isso a praça costumava ser alvo de críticas, mas mesmo assim, a praça ainda não perdia sua fama e nem os inúmeros visitantes todos os dias.

— Oooown, eu adorei esse lugar! É tão cheio de brilho e pokémons fofênhos, só achei maldade eles barrarem o Luke na entrada. Coitadinho. — disse Vivian.

— Bom, daqui a pouco eu aposto que ele arranja alguma coisa pra fazer. Por enquanto vamos continuar dando umas voltas por aqui, é ótimo para encontrar objetos e melhorar a amizade com nossos Pokémons! — disse Stanley.

O Mothim de Lukas voava livremente pelo céu azul daquela manhã, Shellos e Roselia permaneciam próximos à uma lagoa localizada no centro, enquanto o meigo Togepi assustava os outros Pokémons. O dia fora ótimo na praça do Amity Square, mas ao passar das quatro horas o local já começava a fechar, e os jovens precisavam retornar ao hotel e começar a preparar-se para o show de noite.


Luke aproveitara muito ao lado de seus Pokémons, tal como seus amigos também. Os jovens continuaram seguindo seu caminho até o hotel. O céu estava começando a ser tomado pelo tom alaranjado, e as nuvens brancas amenizavam a temperatura naquele fim de tarde. Lukas estava feliz pelo frio, pois desse modo poderia colocar suas melhores roupas, já Vivian não parecia nem um pouco alegre com o frio, preferindo dias quentes e manhãs ensolaradas. Os dois eram bem opostos, mas de uma certa forma se atraíam como os imãs de um Magnemite.

Ao se aproximarem do hotel Deluxe Heart eles puderam perceber alguns carros que acabavam de chegar, acompanhado de uma multidão que lutava para aproximar-se de algo. Parecia que Glenn já havia chegado ao hotel, e por conta disso toda a cidade parecia entusiasmada com a chegada do astro.

— Ei, aquele não é o ex-integrante da Elite dos 4? — perguntou Stanley.

— É o Tio Glenn cara, ele que nos deu permissão de ficar aqui no hotel. — respondeu Luke.

— É melhor nós falarmos com ele depois, ele deve estar ocupado agora. Vamos subir para nossos quartos e nos trocarmos para o show, podemos vê-lo antes de começar! — sugeriu Lukas.


Todos concordaram e então seguiram até seus aposentos para começarem a se trocar. Seria uma rotina demorada, afinal, as garotas demoravam uma eternidade na banheira. Dawn e Vivian foram as primeiras, pois levavam mais tempo para se trocarem.

Pouco a pouco o sol começava a despedir-se da cidade, desaparecendo por trás do grandioso Mt. Coronet. Luke vestia uma blusa preta enquanto fazia os últimos ajustes para ficar atraente, pois ainda assim ele era vaidoso, e gostaria de impressionar as garotas. Lukas tinha um ótimo senso para moda. Agora só faltava Stanley aprontar-se, de forma que as garotas ainda estivessem se trocando no outro quarto.

Os irmãos decidiram descer para andar um pouco pelo hotel. A cidade toda estava em movimento, pois o show parecia ser muito aguardado. Os dois foram em direção do aquário do local, pois aquele era um dos lugares que Lukas mais apreciava, e até mesmo Luke, que não gostava de Pokémons aquáticos, gostava de observar o grandioso aquário, provavelmente um dos maiores de Sinnoh.

Lukas sentou-se em um sofá e avistou uma pequena Feebas que o fitava nitidamente. O garoto a achava esquisita, pois o Pokémon era estranho de natureza e parecia manter distância de todos os outros.

— Heh, heh... Você é engraçada, amiguinha. — sorriu Lukas, em seguida vendo seu irmão levantar-se bruscamente e apontar para um homem:

— Tio Glenn!! — gritou Luke animado.

— E aí, baixinho! — respondeu o homem, abraçando o garoto.

— Tio Glenn, faz muito tempo que não nos viamos! Como você está? — perguntou Lukas.

— Vou seguindo meu caminho, Lukinhas. Aconteceram alguns problemas como vocês puderam perceber aqui no hotel por conta dos Rockets, mas espero que agora tudo já esteja resolvido. — disse Glenn — Conseguiram encontrar o Marshall na cidade? Acho que ele continua por aqui.

— Bom, ele nos encontrou, mas digamos que a gente não tenha encontrado ele. — riu Lukas — Você vai dar um show essa noite?

— Exatamente. Só passei aqui pra dar um ‘oi’ mesmo, pois me disseram que vocês estavam no hotel. Fico feliz que estejam bem, quero vê-los lá no show! — disse Glenn.

— Demorô Tio, só estamos esperando nossos amigos se trocarem, então já iremos direto para o ginásio da cidade! Vai ser muito foda esse show cara, estou louco pra te ver lá! — continuou Luke.

— Hah, hah, hah! É bom saber que vocês gostaram de ficar aqui no hotel, e desculpe-me por colocá-los em perigo durante o ataque dos Rockets. Preciso fazer algo que compense, se não o Waltão arranca minha pele. — concluiu Glenn, olhando para o grandioso aquário ao seu lado — Ah, querem escolher um Pokémon daqui? Como forma de pagamento.

— Sério mesmo?! Caraca, tinha um Sharpedo muito louco que eu tinha visto, certeza que eu vou escolher ele!! — gritou Luke animado, rapidamente correndo para o outro lado do aquário que rodava em círculos. Lukas apenas riu e tornou a agradecer seu tio.

— Obrigado Tio Glenn, espero que você realmente faça um “show” hoje à noite.

— Que nada Lukinhas, eu tinha que dar algum presente para os meus “sobrinhos” dos velhos tempos. E pode deixar, porque vou dar o meu melhor lá em cima! — sorriu o homem — Vou indo nessa baixinho, quando terminarem basta indicar o Pokémon que desejam para aquele balconista. Abraços aí!


Lukas apenas sorriu e tornou a olhar o aquário em sua frente. Ele já tinha em mente o que escolheria, havia um Lumineon que realmente conquistara sua apreciação, mas segundos antes de indicar o Pokémon para o balconista, ele pôde ver o mesmo Feebas escondido em um canto do aquário.

O peixe não estava sozinho, ele parecia estar sendo perseguido por um grupo de Sharpedos, e ao lado do Pokémon também havia um Horsea. Ambos estavam totalmente indefesos para defender-se dos poderosos tubarões. Lukas rapidamente correu em direção do balconista e indicou os dois pokémons.

— Por favor, nós queremos aqueles dois Pokémons! O Horsea e o Feebas que estão sendo atacados, rápido!!

O homem rapidamente aproximou-se do aquário subiu uma escada que levava até o seu topo. Ele retirou os Pokémons desejados e de certo modo também os salvou do ataque dos Sharpedos. O homem desceu a escada e então entregou as duas pokébolas para Lukas.

— Estão aqui garoto, espero que cuide bem deles. Esses coitadinhos sempre eram perseguidos por esses Sharpedos encrenqueiros e por sorte escapavam. Hoje a sorte deles foi ter se encontrado com você. — disse o homem.

Lukas revelou um singelo sorriso e olhou para as duas pokébolas. Não eram Pokémons fortes, mas ele sabia que era preciso dar tempo ao tempo, e se treinados, viriam a tornar-se as criaturas mais poderosas da equipe. No mesmo instante, Luke rapidamente chegou correndo ao lado do balconista e indicou o Pokémon que queria.

— Cara, vou querer aquele Sharpedo gigante com uma cicatriz na cabeça!! — disse ele animado.

— Desculpe garoto, mas acho teve um garoto igualzinho à você que pediu os dois Pokémons. Ele dever ser seu irmão gêmeo. — concluiu o balconista.

— Espera um pouco, quer dizer que ele já escolheu meu Pokémon?

— Já sim.

— Ah, tudo bem então. Só espero que ele tenha pego o Sharpedo que eu pedi.

Luke rapidamente seguiu seu caminho até o quarto e deparou-se com Lukas em dos corredores. Ele acenou para o irmão e em seguida correu ao seu encontro.

— Yo! O carinha da recepção disse que você já tinha pego meu Pokémon, qual você escolheu?

— Eu peguei uma Feebas. Ela estava em apuros sendo atacada por um bando de Sharpedos, então eu decidi salvá-la.

— Feebas?! Nossa, que desperdício... Cara, esse Pokémon é muito idiota. Pelo menos não foi uma Magikarp, né? — riu Luke — Bom, mas o Feebas é seu, você pegou o Sharpedo que eu pedi?

— Eu peguei um Horsea pra você. — sorriu Lukas, entregando a pokébola nas mãos de Luke que o encarou sério. O garoto deu uma alta risada e em seguida apoiou-se no ombro do irmão.

— Há! Você me enganou, né? Horsea, imagina só. Se eu tivesse um Horsea no meu time eu jogava ele fora. — riu Luke, pegando a pokébola logo em seguida — Obrigado pelo Sharpedo irmão, agora meu time tem um Pokémon aquático!

— Ah, então tá... — suspirou Lukas.


Os irmãos entraram no quarto e Stanley já parecia estar terminando de aprontar-se. Um pouco depois, as duas garotas bateram na porta. Luke estava boquiaberto pela beleza de Dawn naquelas vestes. Era a primeira vez que todos se haviam parado por um minuto para refletir a beleza um do outro, e daquele modo era possível ver a claramente como eram atraentes. Vivian entrou saltitando para dentro do quarto dos garotos à procura de Lukas, enquanto que Dawn permaneceu parada na porta observando Luke de modo surpreso. Por um instante o garoto ousou pronunciar-se:

— Nossa. Você está muito linda.

— Obrigada, eu usei uma roupa de minha mãe... — sorriu Dawn meio sem graça.

— Ela deve estar orgulhosa de poder ter tido uma filha como você, onde quer que ela esteja, tenho certeza que ela estará olhando por você. — sorriu Luke, segurando nas mãos da garota.

Dawn sorriu e então pôde ver Vivian pulando em cima de Lukas e derrubando-o na cama, o que fez todos os outros rirem.

— Lukas-kun!! Fala que eu tô bonita!!

— Hm, você está bonita...

— OOOWN! Adoro você!! — gritou ela, abraçando o garoto.

O grupo deixou os aposentos para então seguiram pelos longos corredores até sair do Hotel Deluxe Heart. O movimento estava intenso nas ruas da cidade, mas todas as pessoas pareciam muito arrumadas para o show que haveria dentro de uma hora.

• • •

O astro Glenn Combs também precisava preparar-se, pois shows não eram uma tarefa fácil de lidar. O homem estava em seu camarim fazendo os últimos retoques e relendo suas composições, alguns produtores conversavam com o homem e avisavam que ele estaria entrando em ação dentro de poucos minutos. Glenn suspirou, e sentou-se em sua cadeira, dispensando-os logo em seguida. Assim que os homens saíram da sala, uma sombra pôde ser vista atrás da porta.

— Viu como o céu está nublado hoje? — perguntou a sombra, fazendo Glenn girar sua cadeira e encarar o homem que estava escondido.

— Cara, você ainda não aprendeu a usar a porta? — disse o homem seguido de uma risada.

— Eu sou uma sombra, Glenn. Posso entrar em qualquer lugar mesmo sendo indesejado.

Glenn levantou-se e andou em direção do homem que permaneceu imóvel, ele tocou seu ombro e sorriu.

— Você é sempre bem vindo em minha casa, Marshall. — disse Glenn — Mas me conta rapaz, por onde esteve andando? Eu podia jurar que você não ia dar as caras no meu show.

— Eu sempre posso tirar um tempinho para os velhos amigos. — sorriu Marshall — E também estou na guarda dos pequenos há três dias. Deixei um Murkrow observando o Lukas há um tempo. Temo que os Rocktes estejam de olho neles, principalmente por suas ligações com os Galactics e com o Senhor Walter.

— Descobriu alguma coisa sobre esses Rockets otários? Ou por que eles detonaram meu hotel? — perguntou Glenn, olhando-se no espelho e ajeitando sua roupa.

— Descobri o suficiente, e principalmente o motivo deles atacarem seu hotel. — concluiu Marshall — Primeiramente, atacar um ponto extremamente renomado como o Deluxe Heart foi uma questão de chamar atenção. Então você se pergunta, por que eles iriam querer chamar atenção?

Glenn parou por um momento e com um semblante confuso encarou Marshall.

— Se eles chamaram atenção em um lugar... Então era pra desviar a atenção de outro.

— Exatamente. O ataque ao Hotel Deluxe Heart foi uma isca para que eles chamassem atenção e desse modo pudessem atacar o banco. Mas veja que surpreendente, nem um centavo foi roubado. E você sabe o que de mais importante existe no banco de Hearthome?

Lustrous Orb. — disse Glenn irritado, batendo com força na mesa — Esses caras nos enganaram direitinho! Eles devem trabalhar em conjunto com os Galactic, provavelmente vão entregar a Lustrous Orb para eles!

— Negativo. Os Galactics possuem a Adamant Orb, e são inimigos diretos dos Rockets. Eles estão do nosso lado, pois a irmã de Melyssa, a Senhorita Martha, é uma de suas comandantes desta facção. Provavelmente eles roubaram a Orb para que os Galactics não conseguissem prosseguir com seus planos no continente. — concluiu Marshall.

— Vai ser trabalho dobrado pra polícia agora... — riu Glenn.

— Eu só vim para dar-lhe este recado mesmo. Deixe-me voltar ao trabalho agora... Sempre que eu tiro um dia de folga a região entre em caos. — riu Marshall, partindo em direção da porta.

— Foi bom te ver, cara.

— Boa sorte no show. — e por fim desapareceu como uma sombra.


O momento havia chegado. Glenn Combs subiu no palco e deparou-se com toda a cidade de Hearthome que o assistia. Os jovens estavam em meio à multidão, apenas aguardando a chegada do homem e o início do show. Glenn suspirou e pegou o microfone, falando logo em seguida:

— Passei por tempos difíceis em minha vida, tive perdas e passei por momentos ruins, mas ergui a cabeça e continuei seguindo em frente. E para mim, voltar a cantar depois de tanto tempo e ainda receber esse carinho dos fãs é inspirador. Por cada amigo, membro da família, ou pessoas que amamos. Nós vivemos para isso. A melhor saída é seguir em frente, e eu apenas lhes digo, nunca parem de sonhar! Ninguém pode tirar os sonhos de vocês. — disse Glenn — Vamos começar nosso show, galera!

A multidão aplaudia enquanto aguardavam ansiosamente a música ser tocada, a batida podia ser sentida em seus corações e com isso todos estavam felizes por no fim das contas pemanecerem unidos. Vivian agarrou todos os seus amigos do grupo e os uniu em um grande abraço.

— A-D-O-R-O ver todo mundo unido assim. Eu sei que depois de amanhã nossos caminhos vão seguir rumos diferentes, mas olha, eu NUNCA vou esquecer nenhum de vocês. Nunca vou esquecer os bons momentos que passei com a Dawn, nem de como o Luke é forte e corajoso; ou então do meu amado Lukas. Não falo nada do Stanley porque vou continuar seguindo viagem com ele, mas espero que todos os sonhos de vocês três se realizem!! — sorriu Vivian.

— Mesmo com todas as brigas eu fico feliz por ter acertado as contas com o Lucky. Vou treinar para um dia poder chegar ao seu nível meu caro, e então nos enfrentaremos como dois grande rivais! — continuou Stanley.

— Vocês foram os melhores companheiros de viagem que nós tivemos, eu realmente espero que nos encontremos novamente nas próximas semanas. — disse Dawn — E não somente nós, mas o Luke e o Lukas agora agem como grandes irmãos, é como se todos nós estivéssemos unidos pela amizade.

— Se algum dia a chama de nossa amizade se apagar, foda-se, a gente acende uma vela! — riu Luke.

— Vocês serão inesquecíveis para nós, mas saibam que quando nos reencontrarmos estaremos entre os melhores! — sorriu Lukas.


Enquanto o grupo se abraçava, fogos de artifício começaram a ser lançados no céu, e mesmo que estando frio e nublado, o brilho e a batida da música inspirava cada um que estava lá. Luke segurou levemente em uma das mãos de Dawn que percebera o ocorrido, o rapaz virou-se para ela e deu um leve sorriso.

— Aquele beijo na rota 207 contou alguma coisa? — perguntou Luke.

— Heh... Claro que não, aquilo foi um acidente. Mas eu posso fazer valer agora.

Dawn segurou no rosto do rapaz e beijo-o como nunca fizera antes, os dois eram influencidos pelo clima lindo de modo que eles jamais esquecessem, e enquanto isso, a melodia da canção de Glenn podia ser ouvida por toda a cidade, ecoando como memórias longínquas de pessoas que fizeram parte de suas vidas.


“Estou voltando para casa

Diga ao Mundo que estou voltando para casa

Deixe a chuva lavar toda a dor de ontem

Eu sei que o meu reino me espera, e eles perdoaram meus erros

Diga ao Mundo que estou voltando...


Outro dia, outro amanhecer

Estou voltando para onde eu pertenço, e eu nunca me senti tão forte

Eu sinto que não há nada que eu não possa tentar

Se você já perdeu uma luz antes, esta é pra você

Os sonhos são para você


Estou voltando para casa”



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Fim da Saga Pérola.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.