Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 26
ALEX - Raiva é o sentimento que reina nesse capítulo


Notas iniciais do capítulo

ooolha o cap novo XD
Alex ganhou na votação :) juntando com o spirit
olha as anotações idiomáticas aparecendo para vcs se perderem menos:

cabeza di mierda[1] - cabeça de merda em espanhol (tá, acho q esse tava obvio)
tuilli[2] - bastado em irlandês (não ao pé da letra mas o uso é nesse sentido)
¿Qué diablos?[3] - meio que "o que raios" em espanhol apesar da tradução literal obviamente não ser essa



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ALEX

 

Meu corpo todo doía e ardia. E não era pouco não. Demorei um tempo para ter a coragem de abrir os olhos e, quando o fiz, fiquei só olhando para o céu. O que tinha acontecido mesmo? Ah é… eu estava lutando contra o monstro que parecia a mistura do Articuno com o Moltres. E… não lembro nada depois daí. Acho que ele me atacou? Depois de uns segundos, ouvi que alguém falava comigo mas ainda não entendia quais eram as palavras. Lentamente, as palavras foram fazendo mais sentido, era eu nome. Olhei para a origem da voz se mexer a cabeça e vi Amir.

— Alex. Alex. Você está bem? - perguntava Amir preocupado olhando para mim.Minha cabeça ainda estava confusa tentando entender tudo o que tinha acontecido, mas consegui responder Amir.

— Amir. O que aconteceu? - perguntei.

— Sam te salvou. Você estava caindo e estava toda queimada. O Magnus te curou e…

— Magnus? Cadê ele? - perguntei preocupada tentando me levantar lembrando que o grito de Magnus era que tinha me distraído na luta.

Amir me ajudou a levantar e pude finalmente notar (ok, pode me chamar de lerda) que Magnus estava deitado logo ao lado. Me aproximei preocupada já imaginando o pior mas notei que ele respirava pacificamente embora estivesse com alguns machucados e sangue seco no rosto.

— Ele desmaiou depois de te curar - explicou Amir.

— Esse idiota - eu disse suspirando aliviada pegando em sua mão deixando para mim mesma as verdadeiras palavras de alívio que estavam dentro de mim.

Eu me sentei e olhei ao redor. Vi os outros não muito longe e só eu, Magnus e Amir ali naquele cantinho.Foi naquela hora que, prestando mais atenção, eu vi que tinha uma sombra no olhar dele.

— Devo agradecer à você por ser nosso enfermeiro? - perguntei com uma leve risada.

— Apenas fiquei de olho - disse ele coçando a cabeça - Não ajudaria nada nas discussões dessas coisas mágicas mesmo.

— Porquê você está com essa cara? - perguntei.

Ele abriu a boca para responder mas logo fechou sem coragem de falar. Mas notei que o olhar dele foi para onde os outros estavam. Amir ficou cabisbaixo sem conseguir falar o que quer que fosse e eu olhei para onde os outros estavam. Sam, Mallory, Mestiço, Hazel, Reyna, Frank, Anúbis… Onde estava TJ? Eu olhei ao redor esperando encontrar ele escondido em algum lugar, mas não consegui. Ainda bem que eu estava sentada pois minhas pernas ficaram bambas na hora.

— Amir, - eu disse olhando para ele - Cadê o TJ?

Amir não levantou o olhar. Acho que não teve coragem de me olhar. Mas, quando ele negou com a cabeça, eu entendi quais foram as palavras que ele não tinha conseguido dizer. Me levantei meio cambaleante e quase caí quando saí correndo para onde estava os outros e tentava segurar as lágrimas que enchiam meus olhos.

— Não tem um jeito de desf - dizia Hazel mas logo se interrompeu ao me ver - Alex! Você está bem?

— É verdade? - eu perguntei ignorando a pergunta dela - O que Amir disse… O TJ…

Todos ficaram cabisbaixos imediatamente respondendo a minha pergunta.

— Sim, é verdade - disse Sam - Heimdall já o levou para Valhalla junto com os cachorros.

— Quem foi? Quem foi o desgraçado que matou o TJ? - eu perguntei cerrando minhas mãos com força - Quem foi o cabeza di mierda[1] que fez isso com ele?

— Conseguimos derrotar o maldito  tuilli[2] - disse Mallory tocando em cada um de meus ombros e indicando um monstro caído ali perto usando a cabeça - Mas podemos nos vingar acabando com todo o resto da turminha dele.

Notei pela forma com que Mallory segurava meu ombro que ela estava tão raivosa quanto eu. Meu ombro já doía por causa da força que ela fazia nele. Seus olhos estavam vermelhos como prova das lágrimas que escorreram pelo rosto dela assim como agora começavam a escorrer pelo meu. Lágrimas não só de tristeza, mas também de raiva.

— Porquê ninguém.. NINGUÉM.. acaba com um dos nossos e sai impune assim com uma morte fácil! - exclamou Mestiço com raiva e logo olhando para Hazel, Reyna, Frank e Anúbis - Ajudaremos vocês a encontrar todos eles e os dizimaremos um a um!

Notei Frank engolir em seco e mexer na gola da camisa antes de falar:

— Ainda bem que estamos do mesmo lado então.

— Não - disse Reyna e logo todos olharam pra ela.

— Como assim, “Não”? - perguntei já ficando com raiva.

— Não pense que não notei - disse Reyna olhando para Sam que pareceu perdida olhando para os lados como se quisesse confirmar que Reyna estava falando com ela.

— Notou o que? - perguntou Sam perdida.

— Como você hesitou na hora de atacar Behemoth. - disse Reyna.

— Pera, Behemoth? - perguntou Hazel meio perdida.

— Depois - disse Anúbis rapidamente e logo a discussão voltou para Reyna e Sam. Ou melhor, mal tinha parado.

— V-Vai dizer que você nunca exitou antes para nada?! - exclamou Sam.

— Vai dizer também que nunca ficou desconfiada de outra pessoa? - rebateu Reyna - Ainda mais quando essa pessoa é apresentada como filha do deus da trapaça?

— Hey! - eu rebati indo em defesa de minha meia irmã - Não vá julgando os outros pelos pais que têm!

— Devo concordar com essa parte… - disse Anúbis cruzando os braços. Me pergunto que deus é o pai ou mãe dele.

— Contanto que me dê um bom motivo para ter hesitado - disse Reyna dando de ombros.

— Eu não devo explicações à você! Mal nos conhecemos! - rebateu Sam de volta - Se hesitei ou não, isso é assunto meu para lidar!

— Gente… - disse Hazel tentando intervir mas a voz dela mal foi notada pelas duas.

— Não existe trabalho em grupo se não existe confiança mútua! - rebateu Reyna.

— E você está disposta a confiar em mim? - perguntou Sam - Mesmo antes disso! Não pense que não notei o olhar que lançou para mim quando soube que eu era filha de Loki.

— Esperava ver você provar seu valor em batalha, mas agora me pego em dúvida diante de sua hesitação - respondeu Reyna.

— Gente! - exclamou Frank e agora a discussão realmente parou por alguns segundos.

— Parem de brigar - pediu Hazel - Temos coisas mais importantes à resolver. Como eu ia dizendo antes, existe alguma forma de desfazer o que foi feito aqui?

O resto das pessoas pareceram aliviadas por uma trégua na briga pois o novo assunto foi acolhido rapidamente por todos.

— Provavelmente tem uma magia que possa desfazer essa - respondeu Anúbis - Espero que registrada em algum lugar de preferência pois a magia que foi lançada nesse obelisco está bem longe de trivial.

— Você não pode desfazer tipo… assim… num estalar de dedos? - perguntou Mallory estalando os próprios dedos.

— Não. - respondeu ele - Como disse, essa magia está bem longe de ser trivial.

— E também tem o problema que a Reyna disse, eles provavelmente tem algum outro plano - disse Mestiço passando a mão na sua barba bem viking enquanto pensava.

Eu fui perdendo meu interesse na discussão já que logo eles começaram à focar seu tempo apenas em pensar. Então, andei até o monstro que havia tirado a vida de meu amigo. Chutei a carcaça inerte com raiva uma, duas, três vezes até que senti uma mão tocando o meu ombro. Olhei para trás, e dei de cara com Hazel.

— Eu sei que é difícil - disse Hazel olhando para mim com os olhos mais compreensíveis que já vi - Tem algo que eu possa fazer?

— … Não - respondi depois de uns segundos.

— Pode vir falar comigo caso queira alguma coisa - ela disse tirando a mão de meu ombro e olhando para a carcaça do monstro idiota até que um olhar de surpresa encheu seu rosto.

— O que foi? - perguntei perdida.

— Esse boné - ela foi até perto da cabeça do monstro e pegou do chão um boné caído - Acho que é o boné da Annabeth!

— A prima do Magnus? - perguntei.

Ignorando a minha pergunta, Hazel botou o boné na cabeça lentamente e eu dei um salto e um berro quando ela simplesmente desapareceu diante dos meus olhos.

¿Qué diablos?[3] – eu disse.

— Estou invisível né? - perguntou ela logo reaparecendo ao tirar o boné da cabeça - É realmente o boné da Annabeth. Bem que ela mencionou ter perdido ele. Mas… nossa… ela disse que perdeu ele no Central Park perto do Natal e do Ano Novo. Ele andou pra caramba eim? Vou devolver para ela.

Hazel abraçou o boné contra seu corpo e estendeu a mão para mim.

— Vamos? Não fique aqui sozinha. - ela disse.

Ignorei sua mão mas atendi seu pedido fui seguindo em direção à onde o grupo ainda estava. Foi naquele momento também que me lembrei da estranha figura que havia visto antes de toda aquela confusão começar. Quem era? Eu ainda não fazia a menor ideia. Também foi nesse momento que um corvo graniu em algum lugar. E diated de nós apareceu Odin.

O deus do tapa-olho apareceu diante de nós e eu tive muita dificuldade em conter a raiva que estava dentro de mim depois da morte de TJ. Ele não tinha mudado em nada mas, por algum motivo, segurava um envelope pardo em suas mãos. Ignorei o envelope e foquei no rosto dele. Era culpa daquela missão idiota que TJ tinha morrido pra começo de conversa! Eu poderia muito bem descontar nesse velhote divino idiota! Mas provavelmente eu ia sair perdendo e valeria bem mais a pena descontar nos outros monstros que faziam parte desse grupinho idiota de monstros que eles estavam formando. Já estava me lembrando a tal Associação das criaturas do One Punch-Man.

— Lamento as baixas que tiveram. - disse Odin - Entendo que não é agradável perder um amigo mas é comum perder soldados.

— Especialmente quando esses soldados são tratados como meros peões - sussurrou Mallory que parecia estar tendo mais dificuldade do que eu em controlar os nervos.

Odin olhou rapidamente para ela mas pareceu ter ignorado o comentário.

— Geri e Fleki foram entregues com sucesso. - disse Odin - Esse grupo de monstros e deuses se apossou deles. Acho que numa tentativa de começar o Ragnarok por outros meios já que vocês conseguiram impedir a abordagem mais direta.

— Bem que o mundo podia fazer o favor de ficar sem tentar se destruir por mais algum tempo eim? - eu perguntei.

— Agora que vocês estão juntos, - continuou Odin ignorando minha pergunta - podem se juntar para impedir essa ameaça. São umas de nossas melhores apostas já que possuem uma lista bem grande de problemas resolvidos se juntarmos todos.

— Porque tenho a sensação de que ainda tem mais gente? - perguntou Reyna.

— Ah, porque ainda tem. Os conhecerão em breve - disse Odin - Pedirei à Heimdall que forneça uma carona para vocês até Nova Iorque onde se juntarão à todos e até a Turquia novamente para Sam e Amir para que os avós de Sam não se preocupem pela netinha desaparecida.

— Obrigada - disse Sam.

— Os portais não funcionam mais. A Bifrost ainda funcionará? - perguntou Anúbis.

— Por enquanto, sim. Mas não pensem em abusar dela - disse Odin ajeitando o corpo estufando o peito - Uma carona é o prêmio por terem salvo Geri e Fleki e o consolo pela perda do amigo.

— Que premiação desproporcional - resmungou Frank bem baixinho para Hazel mas, como eu estava do lado de Hazel, pude ouvir. Acho que os outros não puderam. E, mais importante, Odin não pode ouvir.

— Falando em premiação… - disse Anúbis dando dois passos à diante - Ajudei com seus cachorros, deve-me a outra parte do acordo.

— Desculpe, mas não posso - disse Odin negando com a cabeça.

Me perguntava se Anúbis faria como eu e Mallory e tentaria controlar a raiva mas, pela cara que ele fazia, não acho que ele estava tentando não.

— Não me entenda mal, até tinha intenção de ajudar-te quando veio à mim pedindo que o fizesse mortal e ajuda-se com seu problema de só poder aparecer em lugares de morte e pesar. - disse Odin - Cumpri a segunda parte.

— Mas não a primeira - reclamou Anúbis sério.

— Não posso - insistiu Odin - Pedi para investigarem por mim. Com isso, você estaria burlando algumas dezenas de regras de Hórus que, até onde me lembro, ainda é seu Faraó. A situação do mundo já está muito complicada para que eu ainda por cima arrume briga com os egípcios.

Anúbis já ia abrir a boca para responder mas Odin estendeu o envelope pardo para ele.

— Mas nada me impede de facilitar com que você finja ser mortal enquanto os humanos não estranham que você não envelhece - disse Odin.

Anúbis abriu o envelope e olhou dentro dele. Não sei o que tinha, mas sua raiva não parecia ter diminuído muito.

— E também… se por acaso eu estivesse pensando e acabasse falando alto demais. E você por acaso ouvisse que a semideusa filha de Loki pode ser o caminho para o que você precisa, eu não poderia fazer nada. - disse Odin dando de ombros - Afinal, ouvi falar que sua audição é quase tão boa quanto seu faro.


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Notas finais do capítulo

ainda estou pensando em quem vai ser o narrador do próximo capítulo ;)
comentem, recomenda a fic pro amiguinho! Deixem suas opiniões e conspirações,. Adoro lê-las